Você nunca estará sozinha. escrita por Daniela Lourenzo


Capítulo 19
Arriscando a vida




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Pov Sky

Acordo com o som do meu despertador. Sento no sofá e coço os olhos para tentar despertar do sono. Pego o meu celular e até agora nenhuma mensagem.

Levanto ainda sonolenta e vou tomar um banho. Estranho Dallas não ter aparecido ou não ter mandado alguma mensagem, será que ele ficou mesmo chateado?

—Sky, você tem uma coisa maior agora para se preocupar, como ficar viva para acertar as coisas com ele depois... - falo olhando meu reflexo no espelho

(...)

Coloco o casaco amarrado na cintura e o envelope com o dinheiro no sutiã dobrado para não correr o risco de cair ou ele armar algo contra mim. Coisas afiadas. Sempre tive um certo pensamento com coisas afiadas quando o assunto era sair sozinha. Tesoura, lápis, algum alfinete, qualquer coisa que contasse com a minha proteção era bem-vinda!

Olho para o porta retrato na minha bancada e um sorriso pequeno brota em meus lábios. Era minha mãe e a Maddie... Sinto tanto a falta de ter a Maddie correndo pela casa com a boneca dela enquanto mamãe prepara o almoço ou o jantar para a família...

Respiro fundo e peço a Deus que ele esteja a todo momento ao meu lado hoje. Vou até a sala e paro em frente a porta. 

—É agora.

Abro a porta e saio pela rua para ir de encontro a Paul. 

Pov Dallas

—Tem certeza de que isso vai funcionar? - pergunto

Estávamos a poucos metros do local que ela tinha marcado com ele. Sim, o endereço não estava escrito na carta, mas o Mike tem os seus truques ( o que ele não fez questão de me ensinar) e conseguiu acessar praticamente todas as informações do celular dela. Queria ter algum talento especial, algo que gritasse assim: Foi para isso que você nasceu! Mas tudo bem, a gente aceita. 

—Sim, eu tenho. - Ele revira os olhos

—Desculpe, mas eu não estou acostumado com isso! Coisas assim acontecem mais em filme...

—Olha, acho que acontecem todos os dias, viu! 

—É...

Olho para frente e percebo um certo homem caminhando até o final da rua. Capuz preto, calça preta e tenho certeza que está com o rosto coberto. Dou um empurrãozinho em Mike e ele desliga o carro.

—Está vendo ela por aí? - pergunto

—Não, e você? - ele responde

—Nã... olha ela ali! 

Aponto para Sky que segue na mesma direção que o outro homem, mas com passos lentos e a todo momento olha para trás. 

—Sky... - sussurro

—Não faz nada que nos entregue, Dallas! 

—Ok, Ok!

Pov Sky

Estou com tanto medo! Queria poder desistir, queria não ter tomado essa decisão com tanta pressa, queria ter contado a alguém ou sequer ter deixado a minha localização no celular de algum amigo, mas eu não tenho amigos...

Dallas. Pensei em ligar para ele a todo momento desde que eu desliguei o meu celular hoje cedo, mas sei que seria um grande risco para a sua vida. Duas vidas por uma? Colocar alguém que não tem nada a ver com os erros do meu pai em perigo? Não, obrigada. 

Caminho com passos lentos, porém firmes. Tenho o dinheiro no sutiã, celular na calca e dentro do meu casaco que estou vestindo tenho uma tesoura pequena, a única que achei e que espero perante todo o universo que funcione. 

—Estou aqui.

Ouço um sussurro tão próximo que os pelos da minha nuca se arrepiam completamente. Respiro fundo e viro rapidamente para ficar cara a cara com um homem que nunca vi na minha vida. 

—Boa noite... 

Fala com um sorriso travesso no rosto. Ele me encara dos pés a cabeça enquanto se afasta um pouco.

—Boa. Paul? 

Pergunto puxando um pouco mais o casaco para o corpo. Ele sorri e pisca um dos olhos.

—Sim, sou eu, raio de sol.

—Então... - falo um pouco aflita

—Pois... aonde está? 

Ele estende a mão e eu retiro o pacote do sutiã. Ele revira os olhos e tenta pegar o pacote sem que eu o oferecesse primeiro.

—Espera! 

falo e ele puxa a mão novamente.

— O que você quer? 

—Você não é quem diz ser...

—Como é que é?

Ele arqueia uma sobrancelha e fica tão próximo que sinto sua respiração. E mau hálito.

—Está me zoando, garota? 

—Você não é o Paul! É só mais um capangazinho...

Cuspo as palavras e me afasto

—Como tem tanta certeza disso? - pergunta sorrindo 

—Se você fosse a pessoa que mandasse em tudo por aqui não estaria tão desesperado para pegar o envelope da minha mão. Segundo, teria tocado no nome do meu pai. Terceiro, teria perguntado do Dallas e para completar a sua voz está bem diferente do que era no telefone. Você não é ele. 

—E você está querendo voltar para casa com ajuda de um rabecão. 

Ele responde com raiva e vem com raiva em minha direção. Ele coloca uma das mãos em meu pescoço e me empurra com força contra a parede. 

—Me dá logo o envelope! 

Fala rapidamente ao pé do meu ouvido. Entrego o envelope com dificuldade e ele guarda em seu bolso com uma das mãos. 

—Me solta! 

Falo sussurrando enquanto seguro suas mãos.

—Oh, por que? Vamos brincar! 

Ele tira uma pequena faca de seu bolso e faz um caminho que vai do meu rosto até o pescoço. Tento me soltar mas ele aperta cada vez mais o meu pescoço e eu começo a sentir dificuldades para respirar.

—O que? o gato comeu a sua língua, princesa? Deixa eu ajudar...

Ele aperta a faca contra um dos meus braços e eu começo a sentir um ardor muito grande vindo do mesmo local.

—Me solta, me solta! 

Consigo mexer uma das pernas e piso com a ponta do meu calcanhar em seu pé. Por impulso ele me solta e eu começo a correr. 

—Você não vai sair dessa facilmente, linda!

Ele corre na minha direção e antes que começasse a pegar distância ele puxa o meu braço e me joga no chão.

—Não, não! 

Ele me puxa pelo pé e eu começo a procurar o lápis que trouxe no meu casaco.

—Venha aqui!

Ele coloca o corpo sobre mim e eu sei muito bem o que ele planeja. Tento a todo momento sair dos seus braços até que ele segura uma das minhas mãos com a sua mão direita e antes que tentasse algo eu consigo tirar o lápis.

—Me solta!

Grito com lágrimas nos olhos e estico a mão com o lápis em direção ao seu rosto. 

Ele grita e sai rapidamente de cima de mim. Vejo um carro parando ao nosso lado e dois homens saem do veículo com algo em suas mãos. Eles acertam o homem algumas vezes e correm na minha direção. 

—Sky! 

Eu conheço essa voz...

POV Dallas

—Estava olhando para a rua ao lado pensando se isso realmente vai dar certo. Estou nervoso demais para isso, não é da minha natureza! 

—Mike...

—Dallas, relaxa!

—Você pode pelo menos tirar a cara do celular? Já estou ficando incomodado! 

—Relaxa, nada ainda aconteceu, viu?

Ele olha pra frente e arregala os olhos.

—O que? Que foi? - pergunto virando também

—Aonde ela se meteu?! - Ele grita e liga o carro

—Eu falei que isso não ia dar certo! 

falo furioso e olho pela janela. Se ela entrou em alguma rua ou se ele a levou para algum canto espero encontrar logo! 

—Olha ela ali! 

Ele pisca os faróis do carro e aponta para o asfalto. 

—Corre, Mike!!

Ele acelera e para o carro bem ao lado.

Descemos do carro e ele joga a chave para mim.

—Me dá essa mochila. - pede

Ele tira as algemas e coloca no cara que esta jogado do outro lado. 

—Alô, polícia?

Enquanto Mike resolve o problema eu vou até Sky. 

—Meu Deus, Sky...

Sussurro. 

Ela tinha marcas de dedos em volta do seu pescoço e um ferimento em seu braço. 

Chamo o seu nome esperando alguma resposta. Nada. 

—Tudo bem, vamos...

Pego-a em meus braços e a coloco deitada no banco de trás. Tiro o meu casaco e amarro em seu braço para que não perca mais sangue e muito menos entre em contato com algo sujo. Saio do carro e vejo Mike distribuindo alguns socos e pontapés naquele infeliz e eu puxo-o para o carro.

—Chega, Mike! Vamos embora...

—Vamos. Sky fez um bom trabalho com ele! Espero que quando a polícia chegue ele esteja sem tempo. 

Entro no carro pelo lado do motorista e ele senta no banco do carona. Ligo o carro e vou dirigindo até a minha casa. 

 


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