The Mentalist Summer Season escrita por TM


Capítulo 16
Episódio 6 — God save the President




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O celular de Lisbon tocava sem parar, ela tentou abrir os olhos, mas o sono a impedia, ela tateava em seu criado-mudo em busca do aparelho, até que tocou em sua arma e abriu os olhos na defensiva. A agente pegou o aparelho e viu que tinham dez ligações perdidas. Todas eram de Jane. 

— Lisbon. — Ela disse sem mover os lábios.

— Ligue a TV agora, Lisbon. Você não vai acreditar no que está passando! — Ele sorriu. — Ligue logo, Lisbon, não temos tempo á perder.

Lisbon tentou murmurar algo, mas ainda estava com sono, ela ligou a TV que estava sintonizada na CNN e foi na cozinha preparar uma xícara de café para ela. Ela bebeu longos goles e tentou prestar atenção no que a repórter falava. 

— Mas é fato de que não podemos confiar em tudo que ouvimos, não é mesmo senhor Harrison? Como posso confiar de que você está falando, no mínimo, a verdade? — Lisbon se virou para encará-la.

—  Porque, minha senhora, eu sei que depois dessa entrevista os assessores do presidente ligarão para mim para saber o que eu sei do passado do nosso querido Rick Clark, e acreditem, se eu soltar esses segredos á tona, o governo se desmontará, assim como os republicanos. E mais uma vez, viva os democratas! — E assim, a repórter anunciava que aquela entrevista chegara ao fim, e o velho de olhos azuis, chamado Jack Harrison, sorria descaradamente. 

O celular de Lisbon tocava novamente, e ela atendeu sem entender muito o que se passava na TV naquela manhã de quinta-feira.

— Abre a porta. — Jane bateu na porta, dava para ouvir seus suspiros. — Estou aqui Lisbon.

— Me dá dez minutos. — Sem desligar o telefone, Lisbon procurou uma calça social e encontrou uma preta, achou uma blusa simples branca e colocou sua bota de couro. Nem perdeu tempo em pentear o cabelo, só deu uma passada de mão em cima, e foi abrir a porta com a xícara em mãos.

— Olá, Lisbon. Posso? — Ele se referiu para entrar, Lisbon apenas concordou com a cabeça e deu espaço para ele. — Até que para uma agente, sua casa não está tão bagunçada.

— Não tenho tempo para fazer bagunça, Jane. — Lisbon deu um gole em sua bebida e sentiu a energia pulsar em suas veias. — O que foi aquilo de Harrison? Do presidente? Qual é!

— Sente, por favor. Prometo resumir a maior parte da história para você. — Jane sentou no pequeno sofá azul marinho de Lisbon e fez menção para que ela se sentasse também, ela obedeceu, ainda bebendo seu café. — Então, o presidente ligou diretamente para a C.B.I. para descobrirmos o que estava acontecendo, como Harrison poderia ter aquelas informações que seriam, sem dúvida nenhuma, prejudiciais para sua campanha e mandato, tudo o que sabemos que ele divulgou para a imprensa foi que Clark bebia demais e que, quando chegava em sua casa, fazia questão de mostrar isso para os vizinhos em forma de briga com a esposa. O presidente não tem mais segurança, Lisbon. Graças a Harrison, todos acham que elegeram um alcoólatra descontrolado, o que não deixa de ser verdade, mas mesmo assim, você não acha estranho esse homem, que até ontem era um desconhecido, saber mais do presidente do que nós mesmos? É isso que temos que investigar.

— E os homicídios? O que faremos? — Lisbon agora colocara a xícara em sua mesinha de centro.

— Facilmente resolvíveis, depois damos um jeito, mas agora temos uma reunião pra ir. Vamos. — Jane ia andando em direção á porta.

— Reunião? Com quem? Você está maluco? 

— Com o presidente, oras. — Lisbon soltou um suspiro e o seguiu.

— Jane? — O louro olhou para trás e ergueu a cabeça como se perguntasse "o que foi?". — Aquilo que você me disse ontem era verdade?

— Vamos falar com o presidente. Você mesma disse para não conversarmos sobre isso, ou está querendo ser demitida?

— Certo. — Lisbon abaixou a cabeça.

— Depois falamos sobre isso, prometo. — Jane fingiu um sorriso. 

THE MENTALIST

 A residência presidencial era enorme, com muitos móveis e muitos quadros. Lisbon reparou uma em que estavam Frederick Clark, sua esposa, e seus dois filhos, ambos sorrindo e demonstrando ser uma típica e tradicional família americana. Porém, o sonho americano do soberano dos Estados Unidos estava quase se acabando, e para isso, ele precisava da ajuda do C.B.I.

Quando seu assessor mandou que entrassem, Lisbon e Jane pareciam nervosos, Lisbon mais ainda, e não conseguia dar um passo.

— Vamos lá. — Jane falou sem mexer os lábios, mas ainda, demonstrando um sorriso.

— Não consigo. — Lisbon arregalou os olhos e Jane segurou sua mão e disse "você consegue" sem que saísse nenhum som. Os agentes andaram lado a lado.

Era uma sala de conferência como outra qualquer, com móveis baratos e papel de parede branco. O que diferenciava era uma grande foto de Clark na parede exibindo um enorme sorriso branco. Mas, quando Lisbon o encarou pessoalmente pela primeira vez, viu que ele era mais bonito do que as câmeras mostravam.

Rick Clark estava na casa dos quarenta anos, porém parecia mais jovem. Seu cabelo castanho estava delicadamente penteado para trás, e seus olhos, antes de um verde intenso, agora demonstravam medo e fúria contra seu adversário. Assim que vira os agentes, estendeu a mão. Primeiro foi para Lisbon.

— Teresa Lisbon, agente do C.B.I. — Ela sorriu rapidamente, e o presidente apenas concordou com a cabeça. Depois passou a mão para Jane.

— Patrick Jane, consultor. 

— Quero que peguem esse desgraçado o quanto antes! — O presidente, que sempre fora calmo em debates, agora estava prestes á explodir.

— Sem ofensas, presidente, mas por que nos escolheu? Quero dizer, você tem o F.B.I. em suas mãos, e nossos recursos são limitados, como já deve saber. — Lisbon arqueou uma sobrancelha.

— Porque eu acho que Harrison tem ligação com aquele homem, aquele serial killer que vocês cansavam faz anos, mas que pegaram, quer dizer, Jane o pegou. Qual é mesmo o nome? Red... Não consigo me lembrar! — O presidente estava pensativo.

— Red John. — Foi Jane que respondeu. Sua cara se fechara rapidamente e ele estava disposto á pegá-lo novamente. — Como sabe disso?

— Ele mandou esse e-mail para mim, e na hora, tive a certeza de que vocês estariam nesse caso. Só, prendam esse homem antes que ele arruíne minha vida! — O Presidente Clark entregou seu iPhone para Jane.

— O que você fez no passado, presidente? — Lisbon perguntou.

— Passado é passado, agente, agora, por favor, leia. — Jane saiu da sala batendo os pés, furioso. Lisbon pegou o celular e começou a ler, sentiu um arrepio instantâneo. 

Caro Presidente dos Estados Unidos da América, ou devo dizer Rick?

São tantos anos juntos, lado a lado, disputando cargos políticos que você mal me notara. Bem, isto é realmente uma pena. Eu fazia de tudo para você conseguir me notar, mas agora, não só você me nota como o mundo inteiro. Me sinto honrado por isso.

Tigre, tigre... Por que há tanto medo em você, meu querido presidente? Não adianta se esconder atrás de agentes federais, eu sempre vou conseguir te encontrar e espalhar pelo EUA quem foi que eles escolheram para governar uma nação, um país.

Queria que Patrick Jane estivesse nesse caso. E como sei que você vai fazer exatamente o que eu pedir, avise-o que ainda posso ouvir os gritos de sua filha clamando por seu pai... Assim como posso ouvir de sua esposa, senhor presidente, me pedindo, clamando para que eu a mate, e logo.

Descubra quem eu sou. 

Você e Jane tem recursos e tempos para isso. Confio em vocês! Façam seus trabalhos, me deixem orgulhoso. Eu ainda não esqueci o que você fez no verão de 1985, Clark. Nem o que Jane fez com meu maior agente, xerife Crowley. 

Que Deus tenha misericórdia, porque eu não terei.

Com amor,

Red John.

Escrito por: Harrison, Jk.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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