Depois disso, Lisbon deu uma corrida até a casa do vizinho da frente. Estava toda fechada, parecia que estava abandonada há anos. Ela sentiu uma respiração ofegante vinda de trás e nem precisou virar o pescoço para saber que era Jane. Fechou o punho e deu fortes socos na porta.

 — Lisbon! O que pensa que está fazendo?  — Jane a repreendeu. 

 — Parece que não tem ninguém nessa cas  — Uma senhora espiou entre as cortinhas e voltou a fechá-las, sem acreditar, a agente enrugou a testa.  — Senhora! Precisamos falar com a senhora! Eu sou a agente Teresa Lisbon e esse é meu consultor, Patrick Jane. Por favor, senhora! É urgente!

 — Aprenda como se faz, Lisbon.  — Jane cochichou. Começou a bater na porta de maneira descontrolada.  — Senhora! Se não abrir agora emitiremos um mandato de prisão por esconder informações da polícia e a senhora não terá mais acesso á aposentadoria, assim como seus bens vão para o governo, a senhora vai ser presa pelo resto do tempo que resta.

A porta se abriu rapidamente e uma senhora de um metro e meio saiu de lá, seus cabelos eram do mais incrível branco e a lente de seu óculos aumentavam seu olhar. Ela semicerrou os olhos e encarou os dois estranhos que batiam á sua porta.

 — Senhora, eu sou a agente Teresa Lisb  — A voz trêmula da idosa cortou a agente.

  — Eu sei quem você é, eu ouvi.  — Lisbon arqueou uma sobrancelha, surpresa.  — Mas enquanto á acusação, é verdade?

 — 100% verídica, minha senhora.  — Disse Jane com um tom autoritário enquanto exibia um sorriso.  — Podemos entrar? 

A velha deixou com que os agentes entrassem desde que deixassem os sapatos na porta, deixando-os andar somente de meia pela casa. A casa era bem decorada, cheirava á rosas e tinha vários quadros de família dos anos 80. Jane observou que tinha a foto de um bebê, escrito 'CAR' embaixo, a menina era loura e exibia um sorriso encantador. O consultor pegou a foto e apontou para ela.

 — É sua neta? 

 — Não, não, mas gostaria se fosse. Ela é filha dos Rachman, que Deus os tenha.  — A velha abaixou a cabeça e entregou xícara de chá para os agentes.  

 — O que significa 'CAR'?  — Jane voltou a observar a foto.

 — Chloe Ayla Rachman, Britney colocou Ayla em minha homenagem.

 — Senhora, a senhora não nos disse seu nome.  — Lisbon mostrava seriedade.

 — Ayla Keane, agente aposentada do F.B.I.. Peço desculpas pelo meu comportamento, é que desde que começaram a matar meus vizinhos, e principalmente no mesmo local, não tenho sossego. Todo mundo pensa que sou Soraya Fritzburght, uma velha rancorosa e que mantém distância de todos porque o marido morreu há 5 anos.  — A velha tomou um gole de chá.  — Querem saber desse caso, não é? 

 — Sim, senhora. Por favor. 

 — Não notou alguém saindo ou entrando na casa nesse período em que as mortes ocorreram?  — Lisbon a encarava.  — Ninguém mesmo?

 — Eu sempre desconfiei de cada família que vinha, mas os Rachman eram especiais. Venham, vou mostrar algo.  — A idosa conduziu os agentes até um quarto onde tinha várias fotos das famílias e várias suposições.

THESS JACKSON -> Mãe solteira, recém-separada de Willian Dowes. STATUS: MORTA. Fiho -> Heitor Jackson Dowes  — DESAPARECIDO. Delegado do caso -> L. Hashoue

INFORMAÇÕES EXTRAS: Babá: CLARA MCHALE

Lisbon correu os olhos entre as fichas e viu que todos os delegados eram diferentes; diferentes etnias, idade, situações diferentes. E em todas as fichas estava o nome de Clara McHale. A agente pegou rapidamente o celular e discou para Van Pelt.

 — Chefe!

 — Van Pelt, procure no sistema quem é Clara McHale e onde ela está. Parece que vamos ter que falar com ela.

 — Só um minuto.  — Dava pra ouvir os teclados sendo apertados com uma velocidade incrível.  — Filha de Bryan e Josianne McHale, irmã do ator e compositor Bryan McHale Jr., ela tem quatro filhos adotivos.

 — Deixa eu adivinhar os nomes, Giovanna, Chloe, Heitor e Corey. Certo?  — Van Pelt parecia surpresa, concordou com apenas "uhum".  — Onde ela está nesse momento?

 — No hospital St. Mary, no norte, quer que eu mande Cho e Rigsby pra lá? Estou vigiando as câmera de segurança, e ela se vestiu de enfermeira, está indo em direção ao quarto 1003, no departamento de oncologia, se não me engano, é o Dr. Yaash  — Lisbon a cortou e corria em direção ao seu carro.

 — Mande reforços pra lá já! Agora, Van Pelt!  — Ela se sentou no carro e viu que Jane estava ao seu lado, analisando seus detalhes.  — Estou saindo daqui, vou para lá o mais rápido possível.

 — Mas o que está acontecendo? 

 — Clara vai tentar matar Khiara Evans.  — Lisbon desligou o telefone e deu partida em seu carro, os pneus cantaram e dessa vez, ela não se importava com as regras de trânsito. Khiara estava em risco.