No dia Seguinte logo cedo, Helena levantou-se, tomou um banho e colocou um vestido. Era uma das poucas peças que havia sobrado, já que a maioria de suas roupas estavam na mansão. Assim que terminou de se arrumar chamou um táxi.

Não demorou muito para que o táxi chegasse e a levasse para o endereço desejado. Ela pagou a corrida e desceu do táxi, tomando coragem para tocar a campainha. Ela tinha a chave, mas não queria abrir a porta e correr o risco de ter mais uma surpresa desagradável. Assim que tocou a campainha uma das empregadas abriu a porta olhando-a com deboche, provavelmente ela já sabia do acontecido. Helena revirou os olhos e entrou indo em direção a sala, ela estava nervosa como se nunca tivesse entrado na mansão. Depois de alguns segundos Renê apareceu na sala, estava apenas de bermuda e chinelo. Ele estava com uma cara de cansado, como se não tivesse dormido e nitidamente dava para perceber que ele havia chorado, e muito.

– Renê eu quero conversar com você. Mas por favor, não vamos falar sobre o ocorrido.

– Tudo bem. Sente-se – ele falou e logo em seguida nos sentamos.

– eu não quero e não posso ficar aqui. E...

– mamãe você vai embora? Por favor não vai. – Isa chegou na sala me interrompendo. Ela estava chorando como eu nunca vi antes.

– Princesinha, vá para o seu quarto. Daqui a pouco eu vou lá falar com você, tudo bem? – eu respondi e logo em seguida forcei um sorriso.

– Mamãe você vai embora. Vai me abandonar e abandonar o papai, e eu não vou poder ver meu irmãozinho que vai nascer. – Ela falou chorando mais ainda.

– Isabella, sobe agora. – Renê falou impaciente.

A garota subiu correndo. Helena respirou fundo e engoliu suas lágrimas e voltou a falar com Renê sobre deixar aquela mansão. Renê apenas ouvia e concordava, ele sabia que não adiantaria pedir desculpas e muito menos implorar para ela ficar. Sabia que havia cometido seu pior erro e sabia que havia a decepcionado.

Com o quarto de Renê sendo limpado pelas empregadas, ela teria que esperar um pouco para pegar suas coisas. Então ela foi até o quarto de Isa, precisava falar com ela. Ao abrir a porta do quarto da pequena, a encontrou chorando abraçada com uma de suas bonecas.

– mamãe, fica por favor. – ela falou soluçando.

– Meu amor, eu não posso. É complicado, coisa de adulto.

– É por causa da moça que estava com o papai – Helena travou – eu vi mamãe. Mas você não precisa ir embora. Você pode dormir comigo, ou podemos dormir na piscina mamãe. – Nesse momento Helena deixou as lágrimas caírem, mas depois sorriu com a ideia da pequena.

– Minha princesa, a gente vai se ver sempre. Eu só não vou mais morar aqui. Tudo bem?

– Eu quero morar com você mamãe.

– Pequena depois a gente vê isso. Que tal você descer para tomar café? E não chore mais meu amor.- falei e lhe abracei. Logo depois Isa desceu e Renê entrou no quarto.

– Ela viu.- falei fuzilando Renê com os olhos.

– sério? Não pode ser.- ele falou sem acreditar.

– Mais sério impossível. Ela disse ‘’a moça que estava com o papai’’ – falei brava.

– droga.- ele falou irritado.

– ela não quer ficar com você...

[...]

Helena havia arrumado tudo em seu apartamento. Inclusive suas roupas, e hoje ela iria buscar Isa na escola, como havia prometido. Já que da outra vez ela havia passado mal por causa da gravidez, mas como já estava bem não tinha problema.

Parou de frente ao portão da escola da pequena. E já que era conhecida por todos lá , uma inspetora lhe avisou que Isa estava na secretaria acompanhada por Renê. Helena foi até a secretaria e logo avistou a pequena sentada em um banco.

–Mamãe, você veio. – Assim que Isa percebeu sua presença, saiu correndo em sua direção e lhe deu um abraço.

– Como você está pequena?- elas se sentaram e Isa abraçou sua barriga.

–Mamãe esse é meu irmão? – Helena já estava com 2 meses. Sim, já haviam passado 2 meses desde que tudo aconteceu.

– É sim pequena. – Renê saiu da sala da diretora e deu de cara com a cena. Era a coisa mais linda que ele já tinha visto. Ele sorriu e os olhares dele e de Helena se encontraram, ela sorriu de uma forma educada. Mas apesar de tudo, ela ainda estava triste com o que Renê fez.

– o que a diretora queria papai? . – Isa perguntou interrompendo os olhares.

– Isso é um assunto que eu tenho que falar com sua mãe pequena.- Ele respondeu abraçando a pequena.