– Bem, Ness, você sabe que eu gosto muito de você, e que eu amo todos os momentos que nós temos juntos. - Ele para de falar e encara uma árvore à nossa frente.

– Eu também gosto, você é um ótimo amigo Jake.

– Não Ness! Eu te amo eu sempre te amei! - Ele me encara firmemente.

Antes que eu possa processar essa informação, ou reagir a ela, eu sinto seus grossos e quentes lábios nos meus.

Tudo o que eu consigo pensar é: Não Jacob! Mas eu não consigo reagir.

Continuação

Por mais que eu seja dotada por uma força maior que a de um humano normal, graças a minha parte vampira, eu não sou mais forte que Jacob, e, por mais que eu tente, eu não consigo me libertar dos seus braços.

Os empurrões que eu dou não têm efeito algum sobre ele, então eu me detenho até ele me soltar de seu aperto de aço e se afastar para respirar.

Ele me olha como que esperando uma reação minha, mas eu não consigo me mover, não consigo ter pensamentos que façam sentido eu fico paralisada diante dele. Depois de um tempo, eu recobro os meus sentidos e pensamentos e mesmo assim, nada é coerente dentro de mim.

– Ness? Ness, eu não queria te assustar - Jacob começa a falar - Eu só queria que você soubesse o que eu sentia. Eu sou apaixonado por você.

Como assim? Jacob, o meu amigo, aquele que eu conheço desde antes de nascer, aquele que me deu mamadeiras e trocou fraldas, o que sempre competiu comigo nas caçadas que nós fazíamos, ele é apaixonado por mim?

– Jacob - Eu começo - Eu não... Jake, não consigo entender, eu não sei aceitar, por mais que você goste de mim eu não vou saber corresponder esse sentimento.

– Eu não gosto de você, eu te amo. - Diz ele gentilmente se aproximando de mim. Eu me afasto.

– Você sabe que eu também te amo, mas você também sabe que é o meu melhor amigo, e eu tenho uma grande cumplicidade com você, eu não posso ter nada além disso porque o que eu sinto não se aplica ao que você deseja. Por favor me entenda!

– Mas, Nessie! Não pode ser, nós fomos feitos um para o outro, você é destinada a mim! - Ele me sacode pelos ombros

– Jacob, eu não sou sua! - Me desvencilho de seus braços

– Eu tive um imprinting com você! - Ele solta num tom um pouco possessivo. Eu sei o que é um imprinting, já me contaram lendas sobre ele, e, é justamente por saber, que eu fico em estado de choque.

Não pode ser! Não! Jacob é só meu amigo!

– Isso não muda nada, Jacob! – Eu saio correndo e ele vem atrás de mim e segura meu pulso.

– Não vá Renesmee! Você é o amor da minha vida! – Ele me beija novamente.

Eu não me aguento. Um misto de raiva e impotência toma conta de mim, em um ato não pensado eu mordo sua língua e ele se afasta.

– Não toque mais em mim Jacob Black! – Eu saio correndo novamente e ouço ele se metamorfoseando atrás de mim.

Eu nem percebi que já estava chorando, chorando de raiva por Jacob me pressionar tanto, chorando de culpa por tê-lo magoado. Jake, por quê? Por que tinha que ser tão difícil ser sua amiga? Por que comigo? Você merece uma chance de ficar com alguém que goste de você como você gosta desse alguém, eu não conseguiria te corresponder!

No meio dessa corrida frenética, a minha visão já estava turva devido as lágrimas e, de repente, eu bato em algo no meio da floresta. Em algo não, alguém. Liz.

Ela me abraça e eu abraço ela com toda a minha força, que é claro não a machuca já que ela é uma vampira. Liz é minha melhor amiga, até mesmo que Jacob, se é que ele ainda é alguma coisa. Bem, ele sempre me acompanhou nesse meu crescimento, era como uma irmã para mim.

– Renesmee, o que houve? – Ela me pergunta preocupada.

Eu não tenho forças para falar nada, mas por sorte eu tenho meu dom – que conveniente – e consigo transmitir todo aquele desastroso momento para Liz. Inclusive a parte em que eu me senti culpada por magoá-lo.

– Ai, Renesmee, eu não sei nem o que falar – Ela começa - Ele foi realmente muito atrevido, você teve toda razão em afastá-lo.

– Eu o... machuquei... Liz! – Eu choro descontroladamente – Eu... eu nunca ... vou me perdoar... eu sou um monstro!

– Não Renesmee! Você não é! Ele te pressionou, te beijou a força duas vezes, você estava no seu direito! – Ela me sacode.

– Está bem – eu digo limpando meu rosto – eu estou demorando tempo demais para quem só foi caçar.

– Amiga, você sabe que o tio Edward e a tia Bella vão querer matar o Jacob? – Ela me alerta.

– Eu sei, mas eu não posso fazer muito já que eu tenho um pai que lê pensamentos. – Falo emburrada.

Nós corremos de volta para casa, e Liz fala:

– Nessie... – ela começa.

– Renesmee, Liz – Eu a corrijo.

– O.k., Renesmee. Eu estou sentindo um cheiro diferente, tem algum desconhecido lá em casa.

Ué, alguém desconhecido? Normalmente nós só recebemos visitas dos Denali, nossos “primos” do Alasca. Se não me engano a última visita que nós recebemos foi do tio Eleazar e da Tia Carmem que vieram conversar algo com meu avô Carlisle, e isso há, vejamos, um ano.

Nós avançamos em direção a casa, e eu também começo a sentir o cheiro. Eu me recordo de ter sentido esse cheiro uma vez, há muito tempo. Liz abre a porta e nós entramos, eu fico surpresa ao ver quem é.

O que ele está fazendo aqui? Não pode ser! Os Cullen não fizeram nada! Espera, meu pai está sorrindo, ao lado dele! Como? Ele sabe que ele é nosso inimigo!

– Acalme-se filha, Alec Volturi não veio aqui para nos fazer mal. – Meu pai me tranquiliza, ou pelo menos tenta. Como ele não veio fazer mal? Eu fico extremamente confusa.