Meu primeiro amor escrita por Millene Vasconcelos


Capítulo 7
Pensando demais


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOOOOLÁ!
Desculpa a demora e tals, já tinha o cap na metade antes do carnaval, mas não pude acabar a tempo. Ai teve as voltas as aulas essa semana (Nathalya, já pode parar de perguntar "e o capítulo?" de cinco em cinco minutos, brigada) e eu fiquei meio ocupada.
Mas é aquele ditado, antes tarde do que nunca, né nom? (eu acho esse meme muito sei lá, mas é aquele ditado: vamo fazer o quê? shaushua)
Eu dedico esse cap à Liz, que me deixou vomitando arco-íris ontem, obrigada more ^
Espero que gostem desse capzinho lyndo saindo do forno.



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Mal cheguei à porta do meu quarto, senti uma mão agarrando meu braço e depois o puxando. Não foi preciso me virar para saber que se tratava de Paola, ela com certeza queria saber como foi tudo.

Ela me guiou até seu quarto e, depois de soltar meu braço, trancou a porta atrás de mim.

— Vamos lá.

— Vamos lá o quê, Paola? — perguntei confusa.

— Ai meu Deus, que poço de lerdice! Me conta como foi o jantar.

Sentei-me na cama.

— Ah, foi legal.

Ah, foi legal — me imitou. — Paulina, conta como foi, quer me matar de curiosidade?

— Tá bom — bufei. — Nós fomos jantar naquele restaurante perto da empresa do papai, que a gente sempre passa.

— Sério? Paulina, aquele restaurante é perfeito.

— Acha que eu não sei? Bom, continuando, eu nunca tinha ido lá e não sabia como era, mas quando eu entrei, meu Deus, perdi o fôlego. Mas fiquei mais impressionada ainda quando o garçom nos levou para uma mesa no lado externo, tipo um jardim, que estava do lado de um lago.

Suspirei com essas lembranças, foi uma noite tão agradável.

— Eu nunca fui na parte de fora, mas só de vista é perfeito, imagina comer lá — ela suspirou também. — Você tem tanta sorte...

— Do que você tá falando?

— Não se faça de sonsa, você sempre teve sorte em tudo. É meiga, adorável, bonita, inteligente. Queria ser um pouquinho como você.

— Sério, Paola?! Você é maravilhosa, sedutora, tem tudo o que quer e queria ser parecida comigo? Quer dizer, eu não chego nem aos seus pés — abaixei a cabeça. — Quem dera eu ser como você.

— Eu não sou nada disso.

— Nem eu. Não somos perfeitas e nunca seremos.

Abracei-a. Por que tínhamos de ser tão diferentes?

— Voltando pra você — ela apontou para mim. — Sobre o que falaram?

— Ah, tanta coisa que você nem imagina. Ele falou sobre ele. Aliás, vai dar uma festa sábado, já sabia?

— Não, acho que ele ainda não chamou ninguém. Mas já decidiu com que roupa vai?

— Quem disse que eu vou?

— Ai não, Paulina, você não pode deixar de ir.

— Paola, esse não é meu mundo, você sabe muito bem disso.

— Por quê? Você não gosta de conhecer gente nova? Ou melhor, você não quer ver mais o Edmundo?

Fiquei calada. Não, eu sou tímida demais para no mínimo gostar de conhecer pessoas novas. E não sei. O Edmundo é uma boa pessoa, simpática, mas minha única intenção agora era amizade, e eu não quero que ele tenha essa impressão. Não estou pronta para um relacionamento. Talvez nunca esteja.

— Não sei, Paola. Só sei que a última festa não foi uma experiência muito agradável. — arrepiei-me ao lembrar do olhar de Douglas sobre mim, como se me odiasse mas também desejasse.

Por falar – ou melhor, pensar – no Douglas, será que ele ficou ressentido com a resposta malcriada que eu dei a ele? Por que eu não tenho nenhum tipo de intimidade com ele e nem dei a liberdade de me chamar de querida, quem ele acha que eu sou?

E, do nada, meu pensamento foi para ele. O único que podia me chamar de querida quantas vezes e eu não me incomodaria. Ao contrario, eu queria que me chamasse assim. Não! Afasta ele pra longe do seu pensamento, Paulina. Você não pode se martirizar assim, eu não posso.

— Você não pode julgar pela primeira impressão, Paulina.

— Pois, desculpe-me, eu já julguei. — soltei e saí de seu quarto, indo em direção ao meu.

Mais que coisa essa da Paola, sempre julgar as minhas decisões e meus gostos.

Deitei-me na cama sem nem me dar o trabalho de tirar o vestido, meus pensamentos não permitiram.

Por que ele nunca tentou manter contato? Nunca nem me mandou uma carta.Com certeza ele nem lembra que eu existo e, se lembra, é como “a minha melhor amiga de infância”. Era impressionante como eu queria ocupar um posto muito mais especial em sua vida. E também era impressionante como eu deixava de viver minha vida por causa desses malditos pensamentos!

Pensei, pensei, pensei! E depois de pensar tanto, chorei, chorei, chorei. Eu precisava tomar uma decisão para minha vida, e tinha que ser já – não tão já, pois os pais dele só chegavam amanha, então...

De repente, um plim veio na minha cabeça. Claro, por que nunca havia pensado nisso? As vezes eu me considerava inteligente, e agora me sentia tão burra por nunca ter tido aquela ideia que poderia ser colocada em prática tão facilmente. Se eu pedir, claro que os pais dele não vão negar. Afinal, é só o e-mail e, no máximo, o número de telefone.

Adormeci sem nem me dar conta, de tão envolvida que estava com meus pensamentos.

Um raio solar ultrapassou minha cortina e bateu direto no meu rosto, me fazendo acordar.

Olhei as horas no meu celular, que estava na cabeceira da cama, e vi que já estava atrasada. Minha mãe falou que era pra eu estar acordada as oito e meia e, oh-oh, já se passavam das dez.

Por um momento pensei que teria que ir para a fábrica, mas depois me toquei que meu pai havia me dado à semana de folga por algum motivo desconhecido, não questionei, afinal estava precisando daquilo.

Mesmo assim, estava atrasada por algo que nem eu mesmo sabia, já que o voo dos Bracho só chegaria a solo mexicano à tardinha.

Corri para o banheiro, fazendo minha rotina matinal. Depois que acabei, vesti uma roupa simples e desci para a cozinha, não sem antes passar na sala e ver se minha mãe estava lá. Como previa, ela estava.

— Oi, mãe! — cumprimentei-a, fingindo não saber que estava super atrasada de acordo com o horário dela.

—Paulina — ela se virou para mim —, só acordou agora? Me responda, a que horas eu pedi para que se levantasse?

— Hm — fiz uma leve pressão nos meus lábios —, às oito e meia?

— Sim. E sabe que horas são agora?

— Oito e quarenta e cinco?

Opa.

— Paulina! Você está se fazendo de sonsa?! Não acredito.

— Me fazendo de sonsa?

Ficava cada vez pior.

— Eu sei muito bem que você sabe que já é dez e quinze, mocinha — ela respirou fundo. — Não sei o que está te fazendo assim, ou melhor, quem.

Eu sei a quem ela está se referindo, mas mal sabe que isso é consequência de tempo demais com a Paola. Eu saio uma vez com o homem e ela já acha que ele está me fazendo uma pessoa sonsa? Minha mãe deve ter enlouquecido.

— Ai mamãe, não existe ninguém que esteja me fazendo assim e... — tento me explicar, mas sou cortada por uma voz que ecoa em toda a sala.

— Paulina! — me chamou Paola, carregando meu celular em suas mãos. — Estão te ligando.

Segurei o aparelho e vi o visor, era o Edmundo. Ai não.

— Alô? — atendi com receio.

— Quem é? — perguntou minha mãe.

Tampei o microfone do celular e respondi sussurrando:

— O Edmundo.

Ela me olhou, mas eu não desvendei se aquele olhar era de alegria ou de “não mesmo?”.

— Paulina, oi! — ele me respondeu assim que tornei a por o telefone na orelha. — Tudo bem?

— Sim, e com você?

— Tudo bem também.

Silêncio.

— Então — continuou —, te liguei para saber como estava e para te chamar para almoçar comigo.

Ai meu Deus, era só o que me faltava!

— Anh, sim, a que horas você me pega?

— Doze e meia tá bom pra você?

— Ótimo. Até lá.

— Até.

Desliguei, sabendo que minha mãe e irmã me olhavam atentamente. Me virei para ela e minha mãe disparou:

— Jura que vai sair hoje?

— Mãe, deixa a Lina sair.

Obrigada, Paola, não precisava se preocupar, ironizei no pensamento.

— Vocês por acaso esqueceram que hoje receberemos visita?

— Mãe, eles só chegam à tardinha e eu vou almoçar. Além do mais, eles só vêm jantar aqui às oito da noite e não vamos pegá-los no aeroporto. — expliquei. Por mais que não estivesse disposta para sair com ele, seria falta de educação desmarcar.

— É mãe, você sempre reclamou comigo que a Lina não namorava, e quando ela tem uma chance você vai proibir ela?

Pera, o quê? Minha mãe falava da minha falta de relacionamentos com a minha irmã? E, como assim uma chance?— minha cabeça girava mediante aquelas perguntas. Do nada eu me senti... Traída.

— O quê? — murmurei em um som inaudível, tão baixinho que nem elas mesmas escutaram.

— Tá bom, mas não demore a voltar.

Assenti com a cabeça e saí correndo para meu quarto.

Senti a Paola vindo atrás de mim e me virei pra ela.

— Por que está me seguindo?

— Pra te ajudar a escolher a roupa, claro. Não era isso que você estava vindo fazer?

Suspirei. Era melhor mentir.

— Sim, vamos.

Deixei-a escolher minha roupa a vontade.  Tanto fazia se eu ia parecida com ela ou com um palhaço, não estava ligando pra nada.

Fiquei pronta em alguns minutos, levando em consideração que a maquiagem não podia ser forte.

Acabei sem comer nada, então antes dele chegar fui na cozinha pegar uma maçã. E, como se tivesse um cronômetro ou algo assim, a campainha tocou assim que joguei os restos da maçã no lixo.

— Estão esperando a senhorita lá fora, Paulina.

— Obrigada Elena — a sorri.

Segui para fora e avistei Edmundo, que logo veio me dar um beijo. No canto da boca.

É, esse encontro ia ser longo.


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Notas finais do capítulo

E aí? sjjsjs
COMENEEEEEEEEEEEM, amo ver a reação de vocês :')
Até o próximo (vou tentar postar rápido, juro!!!)