Meu primeiro amor escrita por Millene Vasconcelos


Capítulo 8
Desastre total


Notas iniciais do capítulo

Olá. Desculpa a demora, sério. Eu acho que vocês estão ansiosas, então não vou prolongar aqui. Um beijo e obrigada a quem tá lendo, acho que esse capítulo está um pouco chocante demais shuahsua



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Eu fui ao céu com o gosto daquela comida – que, provavelmente, era a melhor que já comi na vida. Não que a comida da minha casa fosse ruim. Ao contrário, era deliciosa, mas essa era perfeita.

Comentei quão saborosa era com Edmundo, e ele concordou.

Ele havia me trazido em um restaurante do outro lado da escola, perto da casa dele. Era menos chique que o outro, mas com certeza tinha seu charme, sendo todo cheio de flores.

Sinceramente, pensei que esse encontro ia ser um fiasco, mas tudo estava se saindo mais que agradável. A companhia de Edmundo não era tão ruim, afinal.

— Como está sendo seu dia hoje? — ele me perguntou assim que o garçom retirou nossos pratos da mesa.

Eu pensei um pouco antes de responder.

— Acho que bem. Acordei tarde, você me convidou pra almoçar, conversei com a minha mãe e minha irmã e depois fui me arrumar e esperar você, nada demais. — respondi, dando de ombros.

Ele inclinou levemente a cabeça, abrindo um sorriso pequeno.

— Eu ter te chamado pra sair é nada demais? — perguntou, me encarando. Fiquei calada por um tempo.

Desviei o assunto, por fim. Não poderia dizer que havia ficado histérica com um convite para o almoço vindo dele, porque estaria mentindo, então só devolvi a pergunta.

— E como foi o seu dia? — perguntei, com um sorriso desafiador.

Ele me encarou com uma expressão que com certeza queria dizer “não mude de assunto”, mas eu não liguei muito, afinal fazia parte da educação sempre fazer a pergunta de volta quando você acaba de responder.

— Nada demais, também.

— Hm.

Era definitivo: não tínhamos assunto em comum.

— E sua faculdade?

— Anh? — resmunguei, sem entender.

— Como ela é? Ah, e você já tá acabando seu curso né?

— Ah, sim. Falta só mais esse período e eu concluo.

— Que bom.

— É mesmo. — concordei, e novamente o silêncio reinou.

— Vou pedir a conta, tudo bem pra você? — ele me perguntou, ao que eu respondi apenas com um aceno positivo de cabeça. — Garçom!

Enquanto ele falava com o garçom, eu me permiti deixar minha mente vagar. Pensei em tudo, principalmente nele. O que será que Carlos Daniel está fazendo nesse momento que os pais estão viajando?

— Vamos? — a voz de Edmundo me fez voltar ao mundo real. Sorri e assenti, me levantando.

O caminho para casa foi um pouco agonizante. Por mais que eu não fosse muito de falar, ir em completo silêncio era horrível. Por isso, resolvi quebrar o gelo.

— Como é defender pessoas? — perguntei, o que o fez desviar seu olhar da pista para mim por alguns segundos.

— Ah, é bom. Quando elas são realmente inocentes, claro. — explicou — Mas por que essa curiosidade repentina?

— Eu sempre considerei a ideia de ser advogada. Quase sempre. Desisti quando já estava prestes a prestar vestibular e comecei a ajudar meu pai na empresa dele. Aí descobri o que eu realmente queria fazer — suspirei, com um sorriso no rosto. Parecia fazer tanto tempo mas também tão pouco.

— Que bom que descobriu antes de fazer o vestibular, com certeza mudar de curso não é fácil nem bom.

Concordei. Eu tinha muita sorte mesmo. Para algumas coisas...

Do nada, meu celular vibrou. Como não era muito social, receber mensagens era sempre um milagre. Sempre que recebia, eram da minha mãe ou de Paola. Dessa vez não foi diferente.

Mãe (emoticon heart): Você não vai voltar mais pra casa? Olha que horas são.

Olhei. E o relógio marcava exatamente as 14h09.

Eu: Mãe primeiro, n faz tanto tempo assim que saí. E eu tb já to voltando p/ casa, relaxa.

— Aconteceu alguma coisa? — Edmundo me perguntou, olhando para mim pelo retrovisor.

— Nada. Só minha mãe preocupada com as horas, como sempre. — revirei os olhos.

— Já estamos chegando, ela não tem com o que se preocupar.

— Vou avisar pra ela.

Eu: Tô quase na rua de casa, fique tranquila, bjs.

Mãe (emoticon heart): Tudo bem, beijos.

Sorri ao me deparar com aquilo. Era o que eu sonhava há muito, muito tempo.

Em minha frente, havia o e-mail e telefone de Carlos Daniel – do meu Carlos Daniel.

Eu não sei de que maneira Paola havia conseguido aquilo; tampouco me importava. Eu tinha como falar com ele, céus! O que mais poderia querer? Tá, um encontro com ele seria bem melhor, mas eu não posso exigir tanto.

— Obrigada Paola — agradeci pela milésima vez — de verdade. Você é a melhor irmã do mundo sabia?

— Óbvio que sabia, dã. Se eu ocupo tal posto sou obrigada a saber. — ela deu de ombros, rindo.

Estirei a língua para ela, de brincadeira, e ela me devolveu o gesto.

— Mas como você conseguiu? De verdade, por favor. Eu tô muito curiosa.

— Entrei no e-mail da mamãe e pedi os dados dele, afirmando ser você, e ela mandou um e-mail com eles. — ela fixou seu olhar em um ponto perdido, como se precisasse se concentrar para lembrar de algo. — Ah! Ela também mandou um beijo, falou que estava morrendo de saudades e não via a hora de poder te ver pessoalmente e que você e o Carlos Daniel se vejam.

Eu demorei alguns bons segundos para me recuperar do choque que aquelas palavras me trouxeram.

— Você fingiu ser eu? — perguntei o menos importante naquele momento.

— Sim, mas isso não é importante — ela me respondeu como se lesse minha mente. — Você ainda não me falou como foi seu encontro com o Edmundo.

— Não foi um encontro. — respondi quase que imediatamente.

— Que seja. — deu de ombros. — Como foi?

— Um desastre. — berrei, escondendo o rosto com as mãos.

Ela suspirou, como que se fosse uma forma de ter paciência diante daquilo.

— Como assim?

— Ah, depois eu explico. — respondi saindo do quarto, fugindo daquele assunto.

Desci as escadas e ouvi o telefone tocar. Ia atender, mas minha mãe foi mais rápida.

— Alô? — ela atendeu.

Só reparei na conversa quando ela falou “Carlos Daniel? Eu sinto muito” e desatou a chorar.

— Mãe. O que houve?

— O Raimundo e a Daniela. O avião que eles estavam caiu. E eles morreram — ela falou pausadamente, por causa do choro.

Senti as lágrimas pinicando meus olhos. Queria poder estar ao lado dele.


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Notas finais do capítulo

OMFGGGGGGGGGGGGGG! Comentem caray, quero saber a opinião de voces sjjjd bjs, tchau @spanicxfan