Meu primeiro amor escrita por Millene Vasconcelos


Capítulo 6
Mudar minha vida


Notas iniciais do capítulo

Hello (it's me)! Olha só, capítulo novo antes de uma semana! Culpem minha internet que infelizmente (ou não) caiu e eu fui escrever pra passar o tempo.
Espero que gostem desse capítulo, no meio tem uma, hm, surpresinha.
Beijos, e espero atualizar logo. ^



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O jantar prosseguiu sem acontecimentos extraordinários. Só a simpatia de Edmundo que realmente me impressionou. Quer dizer, eu sempre achei que todos os amigos da Paola eram metidos, mas pelo menos ele não.

Mesmo com Edmundo ao meu lado, não consegui tirar ele da cabeça. Argh, Carlos Daniel, por que havia de ser tão perfeito?

Tá, ele tinha seus defeitos, mas quem se importa com um pouquinho de ciúmes quando se tinha um amigo – ou mais que isso – como ele?

— Paulina? Você está me escutando? — Edmundo perguntou depois de eu ter me afundado em meus pensamentos.

— Perdão, o que disse? — perguntei, voltando a realidade.

— Eu estava te convidando pra ir a outra festa em minha casa, no sábado, você vai?

— Hm, acabei de descobrir outra coisa sobre você. Ama dar festas.

— Sim, principalmente quando tenho motivos para comemorar.

— E quais são os seus?

— Conhecer a mulher mais linda e interessante do mundo não basta?

Corei na hora. Ele estava me dando uma cantada?

— Edmundo...

— Calma, não precisa ficar com vergonha. Mas você vai?

— Acho que sim. — sorri para ele.

Na verdade, não estava com a menor vontade de ir nessa festa, mas claro que não falaria na frente do anfitrião.

— Que bom.

Eu, sem querer obviamente, bocejei. Não de tédio, ou talvez um pouco, mas eu estava muito cansada.

— Quer ir embora? Aqui tá muito chato? Eu sou uma companhia tão ruim?

Ai não, ele entendeu tudo errado!

— Não é isso, é que eu e a Paola ficamos acordadas até tarde e acordamos muito cedo, e agora estou morrendo de sono. Não me entenda mal, você é uma ótima companhia.

— Realmente acha isso? — seus olhos brilharam, eu não podia enganá-lo.

— Sim, tenho certeza que seremos ótimos amigos.

— Amigos? — agora sua cara era de desaponto.

Eu não poderia oferecer outra coisa. Eu não queria oferecer. Não quando meu coração – e, pelo visto, minha mente – estava em outro lugar. Não poderia dizer que gosto dele como homem quando é óbvio que isso não é verdade. Eu não sou de fazer isso, e nunca serei. E prefiro magoá-lo do que iludi-lo.

— Sim, não é o que você quer que sejamos? Bons amigos? — perguntei, me fazendo de desentendida.

— Anh... Claro! Claro que é isso. — ele disfarçou e eu sorri, pelo menos não estava forçando nada. — Vou pedir a conta, tudo bem?

Fiz que sim com a cabeça.

— Garçom! — chamou ele. — A conta, por favor.

Enquanto o garçom trazia a conta, eu pedi licença para ir ao banheiro e avisei que nos encontraríamos na saída.

Eu já estava entrando no banheiro, quando meu celular tocou. Olhei para o visor, e era minha mãe.

— Filha, venha pra casa o mais rápido que conseguir. — ela falou, me deixando preocupada.

— O que foi mãe, o que aconteceu? Meu pai passou mal, ou foi algo com a Paola? — perguntei tudo de supetão, sem lhe dar tempo para responder.

— Não Paulina, mas eu tinha esquecido completamente que o Raimundo e a Elisabeth chegam amanhã aqui. Você tem que dormir cedo para acordar cedo e recebe-los, filha.

— Tá mãe, já estava voltando mesmo. Até já.

— Até.

Eu desliguei ainda incrédula. Minha mãe tinha ligado, supostamente muito preocupada, só para isso? Ela queria provocar-me um infarto?

Com isso, até minha vontade de ir ao banheiro passou. Segui caminho direto para a saída do restaurante, e, para minha surpresa, o Edmundo já estava lá.

— Que rápido você, hein? — brinquei.

— Um dos meus dons é rapidez. — ele entrou no clima.

— Muito modesto também, pelo que vejo. — ironizei e caímos na gargalhada.

Ele entrelaçou seu braço no meu e eu o olhei surpresa. Ele apenas deu de ombros e me guiou até o carro.

Novamente abriu a porta para eu entrar e deu a volta no carro.

No caminho para minha casa não falamos muito. Principalmente quando se tem uma pessoa como eu como companhia. Não fazia o mínimo esforço para puxar assunto, não mesmo. Se ele quisesse conversar comigo, ele que começasse, oras.

E, como se tivesse lendo meus pensamentos – ou apenas percebendo a realidade –, ele me perguntou:

— Você não é muito de conversar não é?

Nós passamos um jantar inteiro juntos e ele só veio perceber agora? Meu Senhor.

— Digamos que quando se trata de puxar assunto eu prefiro ficar calada.

Será que fui grossa demais? Ai meu Deus, ele vai achar que eu não estou gostando da companhia dele de novo, o que eu faço?

Acabei fazendo o que eu faço de melhor: fiquei calada.

Ele também não forçou assunto, e mais feliz não poderia ficar.

Em poucos minutos chegamos em casa.

— Então.. Tchau. — ele se despediu dando-me um beijinho no rosto.

— Tchau. — acenei enquanto saia do carro.

Assim que cruzei a porta, subi correndo para o meu quarto, afinal tinha que dormir cedo.

Narração por Carlos Daniel

Fui em direção à portaria do prédio onde a Gabriella morava. Toquei o interfone de seu quarto e, assim que atendeu, avisei que a esperava na recepção.

Sentei-me em um dos muitos sofás que ali havia. Não parei de pensar um segundo em como iria acabar com ela e qual explicação iria dar.

Não precisa de explicação, é só dizer que acabou e pronto. Mas isso é muito insensível. E eu não posso dizer “oi, quero terminar com você porque eu ainda amo com todas as minhas forças a minha melhor amiga de infância que não vejo há nove anos, ok?” por mais que seja a verdade. Ai meu Deus, me ajuda, o que eu faço?

— Carlos Daniel? — Gabriella me chamou, interrompendo meus pensamentos.

— Oi. — respondi, me levantando rapidamente. — Podemos ir?

— Claro. — assentiu ela, sorrindo.

Abri a porta do carro para ela entrar e dei a volta nele.

O caminho até o restaurante foi em completo silencio. Isso se você ignorar o barulho de trânsito e o rádio ligado em uma estação qualquer, óbvio. Mas de nossas bocas nenhuma palavra saiu. Era como se um gato tivesse comido nossas línguas.

O restaurante não era muito longe do seu prédio, então o caminho foi mais curto do que realmente pareceu.

Novamente abri a porta do carro para ela sair. Fomos até uma mesa meio isolada e ela estranhou.

— Carlos Daniel, por que essa mesa quase nos fundos? O que está tentando fazer comigo?

— Nada, o que eu poderia fazer? — tentei disfarçar.

— Sei lá. — ela ficou meio pensativa. — Confesso que estranhei você me chamando para jantar na sexta-feira. Geralmente o dia que nós saímos é o sábado, ou seja, amanhã.

— Você não queria ter vindo? — perguntei.

— Não é isso, só que tá tudo muito estranho.

— Podemos pedir? — mudei de assunto, claro que estava tudo estranho, era para estar tudo estranho.

Ela assentiu e eu chamei o garçom. Pedimos nossa comida e eu comecei um assunto aleatório, queria adiar a hora o máximo possível, ou seja, até jantarmos.

Em pouco mais de quinze minutos já estávamos comendo.

— A comida daqui é ótima. — elogiei.

— Com certeza, é divina.

Por que quando queremos que a hora passe rápido ela demora e quando queremos que demore para passar, ela passa feito um flash? Eu queria adiar o máximo possível, mas a maldita hora estava passando num piscar de olhos e quando dei por mim, já havíamos acabado de comer.

— Então, Gabi, tem algo que preciso lhe falar — comecei. — E não pense que vai ser fácil dizer isso mas... Nós temos que terminar.

— Tudo bem.

—Você tem que entender e... Espera. Tudo bem?

— Sim. Eu já tinha percebido que nossa relação não ia muito bem. Você achou o quê? Que eu ia fazer um escândalo porque não queria que terminasse comigo? Vejo que não me conhece, isso aqui realmente não está dando certo.

Eu fiquei um pouco sem graça porque era exatamente aquilo que eu estava pensando.

— Que bom que me entende e não ficou com raiva de mim.

— Não sou uma menina boba, Carlos Daniel. Sei aceitar a realidade.

— Eu percebi. — rebati. — Vou pedir a conta.

— Tudo bem.

Depois que pedi a conta, levei Gabriella para casa e fui direto em direção a minha.

Estava livre, novamente estava livre, mas será que ela estava?

O que eu daria para falar pelo menos uma hora com ela. E daí me surgiu uma ideia. Claro! Daqui a dois dias meus pais estariam no México, eles poderiam me mandar o e-mail da Paulina. Claro, como nunca havia pensado nisso?

Assim, fui muito mais rápido para casa, pouco ligando para as malditas leis de trânsito.

Estacionei meu carro em frente a minha casa e cruzei a porta como um furacão. Tão rápido ao ponto de Adelina – governanta da casa – perguntar se algo de errado estava acontecendo comigo. Respondi-lhe que estava acontecendo antes, por eu ser tão lerdo e não tinha pensado em algo tão simples que teria mudado minha vida por inteiro.

Subi as escadas numa velocidade aproximada de cem quilômetros por hora, já chamando pela minha mãe. Quando cheguei na porta de seu quarto, ela já me esperava na frente.

— O que aconteceu, meu filho?

— Eu preciso que me ajude a mudar a minha vida.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Ai, a pobre Gabriella! Tão legal e a gente julgando ela! E, pelo que vi, Paulina não vai ceder aos encantos do Edmundo... ainda.
Comentem, tá? Preciso barra necessito saber o que acharam.