Meu primeiro amor escrita por Millene Vasconcelos


Capítulo 5
O encontro


Notas iniciais do capítulo

Desculpa por não ter postado sábado passado, sério. Mas, em compensação, tá aí um capítulo cheinho de emoções. E não, não é narrado pelo meu boy magya (que Millene, tu bebeu?), porém está tão bom como que se fosse (espero). Ah, e muito obrigada mesmo pelos comentários do capítulo anterior, me deixaram muito felizes *~*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/664781/chapter/5

Eu passei alguns segundos – eu acho – atônica.

— Penso sim, Paola. Você sabia que os Bracho virão e não vão trazê-lo de novo?

— Não. Nossa, por que vocês nunca manteram o contato mesmo?

— Ah, sei lá, acho que porque quando você não pensa na dor você não a sente. Mas Paola, vamos falar sobre você. Tu nunca me contaste como é o teu relacionamento com o Maurício.

— Não tenho o que te contar, Paulina. Quer dizer, eu gosto dele mais do que todos os namorados que eu tive. E eu quero estar todo o com ele, é tão estranho.

— Ele te pediu em namoro? Ai Paola, se você gosta assim dele por que nunca demonstra? Vocês formam um casal tão perfeito. O Maurício foi meio canalha às vezes, mas acho que ele mudou e que merece uma nova chance.

— É — ela desviou o olhar pra televisão. — Vai começar minha cena favorita P-A-R-A T-U-D-O!

Eu gargalhei. Ver Paola tão animada por uma simples cena de filme era algo hilário.

— Paola, você quer escutar ou recitar essas cenas? Hay por favor.

— Deixa de ser chata Paulina, olha, agora é o beijo, ai meu Deus do cééééu, que fofura! Eu queria ter alguém assim.

— Você pelo menos tem alguém. — murmurei.

— Você não tem porque não quer. Anda, Paulina, dá uma chance pro Edmundo. Sério, ele é muito legal, tenha certeza.

— Eu não sei — suspirei. — Talvez eu aceite sair com ele se ele realmente quiser e me ligar amanhã.

— Claro que ele quer, dã. Você não percebeu, né? O Edmundo está caidinho por você, ele não é daqueles que cantam qualquer uma, acredite em mim.

— Quanta propaganda você faz dele, realmente quer que eu goste dele, né? Tudo bem, eu juro que vou tentar.

— Socorro, sério? Obrigada!! Não aguentava mais te ver com a carinha triste, você merece ser feliz.

Eu comecei a chorar. Daí ela começou a chorar. E foi muito choro, põe muito nisso. Abraçamo-nos e ficamos assim por um bom tempo, até que eu falei:

— Meu Deus, o filme já acabou! Vamos dormir, Paola.

— Tá, estou morrendo de sono.

— Bom dia pra família mais linda do mundo! — falei entrando na sala de jantar.

A mamãe e o papai olharam pra mim surpresos, afinal, acho que nunca me viram tão animada.

Mas a Paola não, ela me devolveu com a mesma alegria:

— Bom dia irmãzinha lindaaaa!

— Aconteceu alguma coisa? — a mamãe perguntou.

— Não mamãe. Por quê? Teria que ter acontecido? — perguntei ainda sorrindo.

— Sério, meninas, parem com esse jogo e contem logo o que aconteceu na noite passada que as deixou tão diferentes. — meu pai interviu.

— A Paulina conheceu um homem. E olha, papai, é um partidão. Minha irmã tem uma sorte... — Paola comentou.

Eu fiquei de boca aberta, literalmente, como ela podia ter falado disso? Aliás, os motivos de eu estar assim eram bem diferentes desses, mas, pensando bem, eles tinham uma ligação.

— Que bom, Paulina! Mas quero saber quem ele é, em que trabalha, ficha criminal, e et cetera.

— Papai, para de ser exagerado. Acho que você já ouviu falar nele, seu nome é Edmundo Serrano. E se você quiser saber a ficha criminal dele pergunte à Paola, ela que me apresentou a ele. — resolvi entrar em seu jogo e fingir que estava interessadíssima no Edmundo, não tinha nada a perder.

— Ai Juliano, a Paulina tem direito de se interessar por um amigo, e ela sempre foi muito respeitosa, teve só um namorado em toda sua vida. — minha mãe me “defendeu”.

Jura, mamãe? Precisava mesmo citar o desastre que foi meu primeiro e único namoro?

— Tá, tá. Mas eu quero que me apresente ele.

— Mas eu nem saí com ele, papai! Quando ele vier eu juro que os apresento. Podemos tomar café agora? — mudei de assunto.

— Claro que sim, Matilde, sirva-nos, por favor. — minha mãe pediu.

Sentei-me no meu velho banquinho. Definitivamente aquele lugar era o que mais me traria paz. Por algum milagre do destino, vi Paola correndo em minha direção. Acho que nunca passou mais de quinze minutos ali, o que queria?

Mas logo percebi o que queria. Ela trazia o meu celular em sua mão, o que significava que A ligação havia chegado.

— Paulina do céu, atende logo que é o Edmundo! — exclamou ofegante para mim.

Peguei o celular de sua mão.

— Alô?

— Paulina? — a voz perguntou do outro lado da linha.

— Sou eu, quem fala?

— É o Edmundo, como vai?

— Edmundo! Vou bem, e você?

— Estou bem melhor agora que falo com você.

Silêncio. Não me atrevi a responder nada.

—Eu te liguei pra... Ai meu Deus... Eu te liguei pra perguntar se aceita sair comigo.

Paola, que escutava tudo pois o telefone estava no modo ‘viva-voz’, fazia que sim com a cabeça sem parar, influenciando em minha resposta.

— Aceito Edmundo.

— Sério? Posso te pegar as oito?

— Pode sim, estarei esperando. Beijo — soltei um beijo estalado com a boca. — Até as oito.

Desliguei e, como esperava, Paola me bombardeou de perguntas.

— Paulina, socorro, o que você vai vestir? E o que vamos fazer no seu cabelo? Que horas vai se arrumar? Prefere ir ao salão?

Só não era o tipo de pergunta que eu esperava.

— Paola, eu não sei que roupa vestir tampouco o que irei fazer em meu cabelo, e não, não quero ir ao salão, sei me arrumar sozinha. Aceita me ajudar nessa jornada? — perguntei-a, sorrindo de um jeito brincalhão.

— Claro que aceito, capitã Paulina. Vamos à jornada “roupa perfeita pro encontro Paulina-Edmundo”. Vocês formam um casal tão lindo.

— Paola! Nós mal nos conhecemos.

— E você já aceitou sair com ele.

Não pude discordar. É, esse argumento é totalmente inválido.

— Vamos escolher a roupa que irei usar? — tentei desviar de assunto.

— Vamos!

E, como nos velhos tempos, saímos correndo em direção à casa.

— Esse é o perfeito. Esse vestido ficou perfeito com esse sapato.

Era o terceiro look que montava. Paola não gostou dos que eu gostei e, sinceramente, eu não gostei dos dela.

Estava com um vestido de alcinhas vermelho com um sapato preto. Aquela não era eu.

— Paola, me deixa ser eu mesma. Ele deve gostar de mim pelo que realmente sou, não pelas aparências.

Ela bufou.

— Faça o que quiser, siga o seu coração.

— Obrigada pela permissão. — ironizei.

Peguei meu vestido – em minha opinião – mais bonito e um sapato meio nude com salto baixo. Vesti-os e me olhei no espelho. Sorri. Essa sim era eu mesma.

— Paulina, vestido azul marinho com sapato nude?

— Paola, o sapato é nude, se dá com tudo!

— Ai Virgem Santíssima dê-me paciência. Coloca um sapato preto, por favor!

— Eu não tenho.

— Eu tenho, vou pegar.

Sentei-me na cama, suspirando. Ficar contra a Paola é algo impossível.

Em menos de um minuto, ela estava de volta.

— Aqui está! Gostou? É claro que gostou, esse sapato é perfeito!

Não podia negar, era mesmo.

— É lindo, Paola. Eu preciso fazer compras com você.

— Precisa mesmo.

— Roupa decidida?

— Sim, agora vai tomar banho porque já são cinco da tarde.

— Ainda são cinco da tarde? — perguntei, parecia bem mais tarde.

— Uhum, agora anda logo que você tem que se arrumar.

— Tá, tá, tô indo.

Fui em direção ao banheiro. Entrei no banho e todas as dúvidas começaram. Eu estou fazendo o certo? E se ele for uma boa pessoa e eu realmente gostar dele? Mas, afinal, o que teria de ruim nisso?

Sem nem mesmo perceber, acabei meu banho. Quando entrei no quarto, Paola estava rodeada de maquiagens e com o celular na mão.

— Mas o que é isso?

— Ah, você já acabou, estou vendo que cabelo e maquiagem irei fazer em você.

— O.K., vou trocar de roupa no closet, já volto.

Fui vestir minha roupa, mais uma vez pensando se estava fazendo o certo. É só um encontro!

Troquei-me e voltei para o meu quarto. Paola – pelo que parecia – já havia decidido o que ia fazer em mim e começara a separar as coisas.

— Você vai ficar linda, te garanto!

Olhei-me no espelho e, definidamente, estava bem. Só bem não, estava linda. Paola realmente fez um ótimo trabalho.

Vi as horas e não acreditei. Isso tinha demorado tanto tempo assim?

— Paola, só faltam três minutos para as oito!

— Eu te falei que iria demorar, não falei? Ainda bem que acabamos a tempo.

Eu já lhe ia responder, mas uma figura apareceu na porta do quarto.

— Senhorita Paulina, — chamou-me Elena — tem um homem procurando pela Senhorita.

Era a hora.

— É ele!!! — exclamou Paola. Eu poderia ter uma irmã menos escandalosa, não?

Respirei fundo e segui em direção à sala.

Vi que Paola estava atrás de mim, porém ela parou no topo da escada. Provavelmente queria espiar tudo.

Logo avistei o Edmundo, que estava na sala observando alguns quadros que lá tinham.

— Boa noite. — chamei-o.

Ele virou pra mim rapidamente, com uma expressão surpresa.

— Boa noite, Paulina — veio até mim e depositou um beijo em minha bochecha. Dessa vez não desviei. — Você está belíssima!

Corei quase que imediatamente, mas, mesmo assim, dei um risinho.

— Obrigada.

— Então, vamos?

— Na verdade, queria que conhecesse meus pais antes. É que para eles ainda sou uma menininha e querem saber com quem eu saio. Tem problema?

— Não! — respondeu firmemente. — Claro que não.

— Por favor, siga-me.

Fui até a sala de jantar e, por sorte, meus pais estavam lá.

— Mamãe, papai? — chamei-os. — Queria apresentar-lhes Edmundo.

— Muito prazer senhores. — cumprimentou-os Edmundo, apertando a mão de ambos.

— O prazer é todo meu. — minha mãe o cumprimentou de volta.

— Igualmente. — foi a vez de meu pai falar.

— Então, pai, já vamos. — dei-lhe um beijinho na bochecha. — Tchau mãe. — beijei-a na bochecha também.

— Cuidem-se e filha, por favor, não chegue muito tarde. — preveniu-me meu pai.

— Pode deixar. — virei-me pra Edmundo. — Vamos?

— Claro que sim.

E saímos de lá. Segui Edmundo até o seu carro e ele abriu sua porta para mim. Entrei e o vi dar a volta e se sentar ao meu lado.

— Aonde vamos? — perguntei. Fazia muito tempo que estava com essa pulga atrás da orelha.

— É surpresa.

— Ai não Edmundo, eu tô muito curiosa.

— Desculpe, mas eu acho que você vai gostar. Não vamos demorar a chegar.

— É tão perto assim?

— Sim, daqui a alguns quarteirões chegaremos.

Como ele falou, o tal lugar era muito perto. E muito lindo também. Já havia passado por ali algumas vezes, mas nunca entrado.

Edmundo segurou minha mão e me guiou até a parte “de fora” que havia no restaurante. Era um jardim com algumas mesas, parecia – e, provavelmente, era – uma área reservada.

— Que lindo! — exclamei. — Você realmente tem um ótimo bom gosto.

— Obrigado.

— Não, eu que agradeço. Obrigado por me trazer em um lugar tão lindo.

Ele apenas sorriu como agradecimento. Um garçom veio e perguntou se já sabíamos onde iriámos sentar, pois, de acordo com ele, disseram na reserva. Mas ele também disse que 99% das pessoas esquecem e ele tem o nome de cada reserva feita ao dia. Edmundo disse seu nome e logo o garçom nos guiou para uma mesa bem ao lado de um lago que continha no jardim.

— Bom — Edmundo puxou assunto —, vamos nos conhecer melhor? Suponho que conhece pouco sobre mim.

— Na verdade, só sei que se chama Edmundo Serrano e a localização da sua casa, mas na verdade, não consegui decorar o caminho então agora só sei seu nome mesmo. — dei um risinho.

— Então vamos lá. Como você já sabe, me chamo Edmundo Serrano. Sou advogado e me formei a pouco mais de um ano. Moro sozinho e meus pais, na Espanha.

Ao ouvir o nome do país, meu coração parou. Ele tinha alguma ligação com a Espanha? Será que conhecia ele?

— Agora, conte-me sobre você.

— Me chamo Paulina Montaner, como já sabe. Estou me formando em administração e quando me formar irei assumir a empresa do meu pai. Moro com minha irmã gêmea e meus pais, mas espero logo comprar um apartamento só pra mim.

— Foi uma boa apresentação. Você realmente é uma ótima pessoa.

— Você também. Sério, nunca pensei em conhecer alguém como você.

E, infelizmente (ou não), tinha razão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, será que Paulina vai se apaixonar pelo Edmundo? E Carlos Daniel, será que conseguiu terminar com a lambisgoia, ops, Gabriella? Não percam o próximo capítulo de... tá, isso não é uma novela! (mas não percam o próximo cap :v)
Muacks, @spanicxfan