Meu primeiro amor escrita por Millene Vasconcelos


Capítulo 4
Destino Maldito


Notas iniciais do capítulo

Oláááá. Desculpa de novo gente, eu comecei esse cap mas no meio dele tive um bloqueio horrendo e só consegui acabar hoje. Ah, ele é narrado pelo meu Boy Magya, então façam bom proveito. *u*



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— Mãe, por que eu não posso ir com vocês? Eu quero ver a vovó! — perguntei de novo.

— Filho, — ela passou a mão no meu cabelo — você sabe muito bem que está no final da faculdade e o que essas faltas iriam pesar quando você fosse se formar. Deixa pra ir quando já estiver formado, sem preocupações. E a vovó vem aqui no Natal, não é por ela que você quer ir.

É claro que não é por ela, mãe, pensei. A pior coisa que já fiz um dia foi ter aceitado vir morar na Espanha. Agora eu não via o amor da minha vida a mais de nove anos! Mas claro que eu não ia falar isso pra minha mãe.

— Ah, mãe. Eu sinto falta do México.

— E da Paulina. — ela completou, com um sorriso travesso no rosto.

— Claro que dela também, mãe. Faz nove anos que a gente não se vê.

Suspirei. Lembrar-me da Paulina doía mais do que eu fazia parecer.

— Como a Gabriella está? Faz tempo que ela não vem aqui em casa. O namoro de vocês continua firme e forte, não é?

E novamente minha mãe toca num assunto que eu prefiro não falar. Não, meu namoro com a Gabi não continua firme e forte, na verdade, nem perto disso.

— Na verdade, mãe, acho que quero terminar com ela. — suspirei.

— Já? Carlos Daniel, vocês não namoram nem há um mês. Ela foi uma das suas únicas namoradas aqui na Espanha, por que você já quer terminar? — ela tocou minha mão, o que me fez pensar em contar a verdade.

Antes eu não tivesse o feito.

— Como assim seu amor tá no México? É aquela Rebecca, né? Sempre soube que você gostava dela, mas não pensei que fosse tanto. — ela despejou tudo de uma vez, sem me dar tempo nem pra absorver o que ela estava falando.

— Não, mãe. Eu nunca nem pensei em gostar dela.

— Ah, então de quem... — ela fez que estava pensando — Sabia. Só pode. — minha mãe suspirou e se voltou pra mim. — É a Paulina, não é? Por isso toda sua insistência em ir ao México. Agora está explicada sua tristeza quando a Paula e o Marcos vinham nos visitar e não trazia as meninas. Quem diria que a amizade de vocês iria se transformar em amor?

— Sim, mamãe. — murmurei. — Eu a amo.

— Ah, meu filho. — ela me envolveu em seus braços e eu fiquei em seu abraço, como se fosse um escudo. — Eu não sabia. Sempre que eles vinham ela estava estudando, e quando a gente ia quem não podia era você. Perdoe-me.

— Não é culpa sua mamãe, o destino talvez não queira que fiquemos juntos.

— Não, não. Essa é, com certeza, uma prova ao amor de vocês, é recíproco, não é?

— Era, não sei mais. — falei cabisbaixo.

— Ainda é, tenho certeza. Mas meu amor, eu ainda acho que você deve ficar. Suas aulas acabam daqui a menos de um mês e se você quiser pode até voltar a morar no México.

— Obrigado mamãe. — levantei-me. — Agora eu tenho que resolver algo.

Passei perfume, ajeitei a camisa e estava pronto para encontrar a Gabriella.

Desde a conversa da minha mãe que eu venho procurando a maneira mais delicada possível pra dizer ‘tá tudo acabado’, afinal continuo sendo um cavalheiro.

Saí do quarto com a chave do carro em minhas mãos, passando pela sala onde minha mãe estava para me despedir.

— Filho, aonde você vai? — ela me perguntou dando um beijinho no meu rosto.

— Vou sair com a Gabi, você não se importa, né?

— Claro que não, meu amor. Você vai acabar com ela hoje?

— É minha intenção, ela é muito boa, não merece ser enganada.

— Tudo bem, vai com Deus.

— Amém. — dei um último abraço nela e saí.

Enquanto eu dirigia, minha mente vagava para nove anos atrás. Para aquele dia.

Depois do beijo, ela me olhou com uma carinha surpresa, que eu amei ver.

— Ca-Carlos Daniel... O qu-que foi isso? — ela perguntou, gaguejando.

Meu coração gelou ao pensar que ela não tinha gostado. Ou pior, que não gostava de mim.

— Você não gostou? Perdoe-me, Paulina, é a primeira vez que eu beijo alguém e...

— Esse foi seu primeiro beijo? — os olhinhos dela brilhavam, mas eu não entendi o motivo.

— Sim. — assenti olhando fixamente para o chão.

— E você quis que fosse comigo? — ela perguntou e eu virei pra ela.

— Paulina, eu gosto muito de você, mais do que como amiga, achei que já tivesse percebido.

— Sério? — fiz que sim com a cabeça. — Tá O.K. — suspirou —, eutambémgostodevocêmaisdoquecomoumamigo. — ela falou tudo de uma vez só, mas eu consegui entender. Como não conseguiria?

Eu a olhei. Eu estava sorrindo, radiante por ela também gostar de mim.

— Esse também foi meu primeiro beijo. — ela admitiu toda vermelhinha.

— Podemos fazer de novo?

Ela assentiu e não pensei duas vezes, pus o seu cabelo atrás da orelha e a puxei pra perto de mim.

Beijamo-nos de novo. A sensação dos seus lábios em contato com os meus era divina.

— Carlos Daniel, eu não quero que você vá embora. Por favor, fica. — ela voltou a chorar.

— Eu ficaria se pudesse, mas não sou eu, são meus pais.

— Vamos falar com eles!

— O quê?

— Vamos falar com eles, oras. Você me ouviu bem. Eu não estou disposta a te perder.

— Mas Paulina...

— Eu não valho um sacrifício? Sério Carlos Daniel, você é meu melhor amigo e, quem sabe, algo mais... Eu não quero deixar de ver você por sei lá quantos anos.

— Nem eu, Paulina. Tudo bem, vamos falar com os meus pais.

— Por que eles não aceitaram? Eu deveria ter contado que nós nos amávamos. — pensei alto. — Ah, Paulina, será que pensas em mim tanto quanto eu penso em você?

Quando dei por mim, já estava em frente ao prédio da Gabriella. Saí do carro, agora com certeza absoluta do que estava prestes a fazer.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Eu quero comentários. Quem será essa Gabriella e como vai ser sua reação a esse término? Vamos ter que aguardar o prox cap narrado pelo CD (que vai sair rapidinho se esse tiver muitos comentários jijijij)
Muacks, @spanicxfan