I do, i need you. escrita por hollandttinson


Capítulo 20
I waited so long for this.


Notas iniciais do capítulo

Voltei. Vou admitir: Eu pensava que já tinha postado esse capítulo á séculos e vocês não tinham gostado, e por isso não tinham comentado. Só hoje percebi que não tinha postado, me perdoem por eu ser idiota.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/664371/chapter/20

POV: KATNISS EVERDEEN.

Cada dia foi mais difícil que o outro. Eu acordava sem ter o que fazer, olhava para aquele livro de recordações e queria queimá-lo na lareira. Muitas vezes me imaginei fazendo isso, mas então eu simplesmente o pegava em meus braços, e dormia com ele em alguns momentos. Parei de tomar meus remédios para dormir, e cada noite era um inferno, mas quando eu acordava e via aquele livro eu tinha a sensação de que em algum lugar do mundo ele estava, e que de alguma forma ele velava por mim. Santo Deus, eu fiquei louca!

Apesar da dor da saudade me consumir ao lembrar de Peeta, eu não conseguia não pensar nele. Todos os meus pensamentos estavam voltados para ele, e eu juro, mesmo á quilômetros de distância, ele estava presente em tudo. Infelizmente não era da forma que eu gostaria.

Effie e Haymitch apareciam todos os dias, assim como Greasy Sae. Eu estava me alimentando, apesar de colocar tudo para fora quando eles iam embora, isso me resultava em um corpo esquelético, mas eu não me importava com ele. No entanto, meus babás ficaram preocupados e pediram ajuda ligando para minha mãe, o que foi um desastre porque eu fiquei uma semana trancada no quarto. A possibilidade de ter ela de volta era muito pior, eu não queria olhar pra ela nunca mais.

Cada dia que se passava as notícias sobre Peeta iam diminuindo gradativamente enquanto eles percebiam que “não era saudável”. É provável que eu tenha ficado mais insana enquanto ele estava longe, mas eu me sentia muito pior quando não sabia como ele estava. Eu queria saber se o tratamento estava dando certo, se ele voltaria logo pra casa, mas eu também queria que me deixasse sozinha na minha solidão. E então veio a neve.

Estava muito frio lá fora, e eu sabia que era maldade fazer com que Greasy Sae viesse me trazer comida aqui, já que ela mora tão longe. Effie e Haymitch disseram que eu não podia me cuidar sozinha, que eu ia acabar me matando, mas eu os fiz pensar que eu não o faria. Abasteci minha geladeira e armários com todas as comidas que eles pediram, e com os remédios. Todos os dias eu tentava comer – o que era vão já que eu sempre colocava tudo para fora – e tomava os remédios. Não porque tinha dito á eles que o faria, mas porque a esperança de rever Peeta me fazia querer viver.

Quando chegou o natal eu me tranquei dentro do quarto, sabia que alguém tentaria vir aqui e me fazer comemorar com eles, mas eu não podia, eu não queria. Eu não tinha família com quem comemorar, todos estavam mortos ou tinham me abandonado. Era ridículo imaginar que eu me animaria com uma comemoração tão familiar assim. Não, eu fiquei trancada no quarto.

Como eu imaginava, muitas pessoas vieram tentar me fazer sair do quarto, sem sucesso é claro. Aconteceu o mesmo no romper de ano, e novamente eu estava trancada no quarto. Eu ficava esperando a neve ir embora, porque seria o dia em que Peeta voltaria, não pra mim, mas voltaria. Eu não via a hora de ver seu rosto novamente, tocar seus lábios. E foi com essa saudade invadindo meu peito que eu saí de casa no dia 01 de janeiro. Estava amanhecendo, eu peguei um casaco enorme e botas de neve e saí. Foi difícil, a neve estava alta, mas nada ia me impedir de chegar até lá.

Abri a porta sem trabalho, afinal ninguém ia invadir a casa dele, ele não trancava a porta. Estava tudo arrumado, provavelmente Delly vinha aqui de tempos em tempos. Eu não a via muito, mas sei que ela sempre estava por perto porque Effie me contava. Na sala de estar tinha uma foto de Peeta com seus pais e irmãos. Era antiga, provavelmente ele tinha pego na prefeitura, já que nós tínhamos que tirar essas fotos de registros de 5 em 5 anos. Ou pelo menos tínhamos.

Peguei a foto, tirei da moldura e coloquei no bolso do casaco. Subi as escadas lentamente, percebendo que diferente da minha casa, as escadas não rangiam. A casa de Peeta era impecável em todos os sentidos!

Entrei no quarto que era designado aos seus desenhos, estava tudo uma bagunça por aqui. Olhei meu rosto pintado de várias formas diferentes e senti aquele calor me tocar novamente. Meu rosto estava queimando, eu podia sentir as lágrimas escorrendo, mas eu não queria segurá-las. Minhas pernas não conseguiam ficar firmes e eu desabei no chão, com o rosto entre as mãos, soluçando forte.

Quando estava ficando mais calma, me levantei e me aproximei dos quadros. Toquei cada um com a ponta dos dedos, tentando lembrar da expressão concentrada que ele tinha toda vez que pintava. Fechei os olhos com força, lembrando daquele rosto bonito, sereno. Eu não conseguia me lembrar do monstro, só do anjo. Sempre que pensava em Peeta, eu só conseguia me lembrar do quanto ele era bom, do quanto eu nunca o mereceria nem em um milhão de vidas.

Abri os olhos. A menina no quadro estava séria, quase assustada. Ela olhava para mim como se eu estivesse ameaçando-a de algo. Analisei o quadro, a perfeição com que Peeta pintava, como ele fazia aquilo para escapar dos seus pesadelos, como eu era sua válvula de escape, mesmo sendo seu botão de “ativar” também.

Me sentei no chão de pernas cruzadas, pensando que talvez, só talvez, eu fizesse parte de Peeta tanto quanto ele faz parte de mim. Talvez ele sonhe tanto comigo quanto eu sonho com ele, talvez o Peeta por quem eu me apaixonei esteja vivo. Percebi que para viver com Peeta eu teria que aceitar que a vida foi tão cruel – até mais – com ele quanto foi comigo. Tenho que parar de ser egoísta, desfocar de mim, como Delly disse á alguns dias depois de uma discussão que tivemos. Balancei a cabeça.

Eu não o merecia, mas eu tinha de fazer alguma coisa para tê-lo, mesmo sem merecer. Ele me ama também, não importa se eu nunca vou conseguir dizer essas coisas em voz alta, eu sei bem o que se passa aqui dentro. E eu grito por ele, grito pelo garoto do pão. Ele precisa voltar.

Peguei um quadro nos meus braços, o menor deles, já que eu estava fraca por causa da bulimia. Desci as escadas sem pressa, não estava com pressa ainda. Abri a porta da frente e saí na neve, estava mais frio do que antes mas eu ignorei. Entrei em casa e ouvi o miado de Buttercup, eu tinha atrapalhado seu sono, mas pouco me importava. Coloquei o quadro delicadamente em cima do meu sofá, e a foto que tinha pego segurei nas mãos enquanto discava o número do dr. Aurelius. A cada “tu” meu coração acelerava. Uma parte de mim, e eu percebi que ela crescia á cada milésimo de segundo, me mandava desligar e esquecer tudo aquilo. Mas eu continuei.

Um barulho na minha porta me chamou a atenção. Um grunhido, como uma reclamação. Tirei o telefone do ouvido para ouvir melhor, assumindo a minha posição de caçadora. Os passos da pessoa eram desajeitados e pesados, definitivamente não estava sendo fácil para ela caminhar na neve. Vi a maçaneta girar como em câmera lenta, e a porta se abriu.

A pessoa era alta, parecia ter um corpo escultural, e definitivamente era um homem. Eu estava em uma posição da casa em que eu não podia ser vista, tanto pelo escuro quanto pela localização. Ele entrou na casa, Buttercup foi ao seu encontro, miando e rebolando. Eu estreitei os olhos observando o homem se agachar para pegar o gato no colo e fazer carinho. Quando ele se agachou eu ouvi um “tick”, e a forma como a sua perna se mexia me chamou a atenção. Meu coração acelerou.

— Peeta?- Chamei no escuro. O homem balançava a cabeça, procurando pela voz. Ele não podia me ver, mas eu podia vê-lo, e eu corri em sua direção, literalmente. Pulei no seu corpo e o abracei, ignorando o grito de Buttercup quando ele o jogou no chão para retribuir meu abraço.

— Oi.- Ele falou, a voz tímida e rouca. Se isso fosse um sonho, eu não queria ser acordada. Ele me abraçava com força, não parecia querer me soltar, e enquanto eu soluçava em meio ao choro, percebi que não queria soltá-lo também.

— Senti tanto a sua falta.- Eu falei com a voz embargada pelo choro desesperado. Peeta suspirou audivelmente, e o seu abraço ficou mais forte. O rosto dele estava entre meu ouvido e minha clavícula, ele respirava lentamente.

— Eu também, não imagina o quanto.- Ele estava tão quentinho, não parecia ter vindo da neve. Foi nesse momento em que eu tive medo que fosse um sonho, e paralisei. Ele sentiu a diferença.- Katniss?- Respirei fundo, sentindo a dor tocar fundo no meu peito. Sonhei tanto com ele falando meu nome novamente dessa forma. Solucei mais uma vez, Deus se isso for um sonho é o melhor e mais triste de todos.

— Não me acorde.- Eu pedi.- Por favor, eu não quero acordar. Me deixe ficar aqui com você.

— Katniss, você não está dormindo.- Ele disse, dando uma risadinha no final. Deus que saudade eu senti disso, dessa sua risadinha no meu ouvido, a forma calma como sua mão acariciava minhas costas. Me apertei mais ao seu corpo e o ouvi suspirar, eu fechei os olhos com força, me concentrando em cada centímetro do seu corpo. Normalmente é nessa hora que o sonho muda e se torna um pesadelo. Mas não aconteceu, nenhum dos dois se mexeu, ele continuou fazendo carinho nas minhas costas e eu continuei apertando-o.

— Você... Isso não é um sonho?- Perguntei. Ele riu novamente.

— Acenda as luzes e veja você mesma.- Ele pediu. Eu me afastei, mas segurei sua mão com força. Não ia me afastar dele nem morta. Lentamente fui andando para trás, para chegar no abajur. Não pisquei, não queria perder o vislumbre do seu vulto no escuro. Acendi a luz do abajur e respirei aliviada.

Ele estava ali, de verdade! Seu corpo estava mais musculoso, seu rosto estava mais forte, mas ainda era ele. Seus olhos ainda eram azuis como safira, e cada centímetro do seu corpo ainda era cada centímetro do seu corpo. Ele se aproximou, abrindo um sorriso para mim. A mão que eu não segurava se ergueu e limpou as lágrimas do meu rosto, se aproximando mais ainda e dando um beijo na minha testa. Quando se afastou ele me olhou sério. Droga, lá vem o pesadelo.

— Você estava comendo, Katniss?- Ele perguntou, erguendo uma sobrancelha. Eu soltei o ar dos meus pulmões.

— Bem, sim.- Eu disse, dando de ombros. Ele ergueu uma sobrancelha.- Eu estava!- Não era mentira.

— E porque você está parecendo uma caveira?- Ele perguntou, se afastando para me analisar. Eu mordi o lábio inferior. Aquilo pareceu chamar a atenção dele, porque a expressão dele mudou, e a mesma mão que tinha limpado minha lágrimas agora tocava meus lábios delicadamente. Ele parecia estar hipnotizado, e eu percebi o que acontecer antes que acontecesse, deixando que o meu coração acelerasse antecipadamente.

Peeta se aproximou, tocando meus lábios nos dele. Imediatamente eu me arrependi de não ter escovado os dentes nem ter tomado banho, mas ele não parecia se importar enquanto me puxava para cada vez mais perto dele. Ele me imprensava no seu corpo como se desejasse que nós fôssemos um só corpo, e no fundo eu queria ser.

Quando começamos á perder o fôlego nos afastamos, mas ele não soltou meu corpo, seu abraço ainda era forte, mas ele não estava me machucando. Ele respirava com dificuldade e eu também, não sei se pelo momento, ou pela saudade que eu senti daquilo. Eu estava tão feliz, eu queria soltar fogo de artifício, sair gritando pela rua que ele tinha voltado, que ele estava comigo. Mas, invés disso, eu fiquei ouvindo as nossas respirações voltarem ao normal, e observei ele lentamente diminuir o aperto do abraço, nos separando.

— Me perdoe.- Ele disse. Eu abaixei a cabeça, eu não queria falar disso.- Eu não devia ter deixado você sem ter dito nada antes. Eu não podia tê-la abandonado, eu fui egoísta. Nunca mais vou fazer isso novamente.

— Você está bem?- Mudei de assunto. Não queria promessas, normalmente elas antecedem a decepção.

— Sim, obrigado. O dr. Aurelius disse que eu vou ter essas crises para sempre, mas agora eu tomo mais remédios, e provavelmente as crises vão ser ou cada vez menos violentas, ou cada vez menos frequentes.- Ele disse, perdendo o foco de seus olhos por um segundo, como se estivesse pensando naquilo, e então deu de ombros. Sorrindo tímido.- Mas eu vou dar um jeito.

— Eu não quero que você vá embora de novo. Nunca mais.- Falei séria, lembrando do quanto doeu quando ele se foi. Ele ficou sério também, concordando com a cabeça. Suas mãos estavam uma em cada lado do meu rosto, me obrigando a olhar para ele, que foi se aproximando. Dessa vez ele me olhava nos olhos.

— Isso é novo para mim, isso de você me querer por perto, até mesmo para o Peeta que você conheceu.- Ele deu de ombros, eu abaixei a cabeça, mas ele a levantou, sorrindo.- Mas é importante que você saiba que, tanto o Peeta antigo, quanto esse estranho buscando ajuste, ambos não suportam ficar longe de você. Cada dia foi um sufoco para mim. Ver você aqui, agora, viva, bem, e me querendo também é a realização de um sonho.

Nesse momento eu quis me afundar num buraco. Porque ele diz essas coisas? Eu nunca posso retribuir á altura, nem com palavras e nem com gestos. Porque ele tem que ser tão perfeito? Ficar perto dele me faz notar cada vez mais minha mediocridade, mas Jesus, eu não me importava!

— Eu...- Eu não sabia o que falar, então apenas beijei seus lábios. Dessa vez foi calmo, lento, demorado. Eu podia sentir a forma quente como os meus lábios e os dele se encaixavam. A língua dele começou á, lentamente, fazer contato com a minha, era suave, era muito parecido com tudo o que eu sempre quis misturado com tudo o que eu nunca imaginei que fosse ter. Era tão bom, eu me sentia indigna.

Lentamente, e eu não consigo imaginar o porquê de ter acontecido, mas logo eu estava sendo posicionada á sentar no sofá e ele estava comigo, ainda sem nos afastar. Sua mão em minha cintura e a outra na minha nuca. Minhas mãos estavam em sua cintura, e eu queria arrancar aquele tanto de roupa dele. Meus pensamentos não eram racionais naquele momento, eu não sabia o que estava fazendo, mas não queria parar.

Ele ficou sem fôlego, no entanto. Afastando nossos lábios, quando ele olhou para mim havia algo diferente. Eu sabia o que significava, e apesar de a maior parte de mim pedir para que eu parasse, a parte pequena foi mais forte, me conduzindo á beijá-lo novamente. Dessa vez foi eu quem o conduzi, jogando-o de forma delicada no sofá, ficando por cima dele, que estava sentado. Minhas pernas uma em cada lado da sua cintura, ele me segurava com força pelo quadril, enquanto nós tentávamos nos equilibrar entre o que queríamos e o que era sensato.

Eu tirei seu casaco de forma rápida, contrariando as expectativas de ambos, deixando ele apenas com mais duas camisas para serem tiradas, mas eu podia resolver isso facilmente. Ouvi um barulho no chão e eu sabia que ele tinha tirado os sapatos, e logo a mão dele estava na minha nuca, não permitindo que eu me afastasse, mas eu não queria me afastar.

Peeta colocou a mão por debaixo da minha camisa do pijama, procurando pelo feixe do sutiã. Eu não estava de sutiã, e quando ele pareceu perceber, o beijo se tornou mais urgente e ele colocou a mão no meu quadril. Porque ele estava se controlando tanto?

Tirei mais uma camiseta sua, uma de botões, nesse momento nós ficamos sem ar, mas logo seus lábios estavam no meu pescoço, ele dava beijinho delicados. Delicados demais para o meu gosto, não era isso que eu queria agora, mas eu podia me contentar com isso enquanto subia a sua camiseta branca de algodão. Ele se afastou do meu pescoço para me beijar nos lábios novamente.

A mão de Peeta estava nas minhas costas novamente, dessa vez subindo a camisa do pijama. E foi aí que eu paralisei. Ele ia tirar a minha roupa, ele ia ver minhas cicatrizes, meu ossos localizados em lugares errados, meus enxertos de pele horríveis. Parei o que estava fazendo e me afastei, ele me olhou assustado, como se tivesse feito alguma coisa de errado, e na verdade não tinha, a errada era eu.

— Eu... Acho...

— Tudo bem.- Ele sorriu, como sempre entendendo o meu lado. Ele sabia que era melhor parar, apesar de não saber porquê. Talvez achasse que eu estava com medo do que íamos fazer, mas eu não estava com medo disso. Tá, talvez eu estivesse com um pouco de medo, mas o medo só vinha quando eu pensava. O que eu temia era outra coisa. Ele sentiria nojo de mim se me visse nua.

— Obrigada.- Eu disse, saindo de cima dele e sentando ao seu lado. Analisei seu corpo, ele estava mesmo mais musculosos. Os braços grandes deixavam a camisa de algodão apertada, eu conseguia ver seu peitoral debaixo da camisa.- Você andou malhando?

— Eu precisava fazer alguma coisa para ocupar meu tempo, além de pintar.- Ele sorriu, dando de ombros em seguida.- O que você fez?- Ele perguntou, eu mordi o lábio inferior novamente, constrangida. Se eu contasse que eu fiquei deprimida todo esse tempo no meu quarto ele ficaria bravo. Mas a forma como ele ergueu a sobrancelha para mim me fez pensar que ele já sabia.

— Eu... Decorei cada centímetro do teto do meu quarto.- Dei de ombros, era pra ser engraçado, mas ele não riu, pelo contrário, me olhou com uma preocupação exagerada que o deixava ainda mais lindo. Eu queria beijá-lo de novo, mas me controlei.

— Não tem graça, Katniss. Você está mesmo muito magra, por um acaso não tem tomado suas vitaminas?

— Claro que tenho.- E também tenho vomitado todas elas depois. Não acrescentei essa parte, é claro. Ele analisou meu rosto, sabia que eu estava escondendo alguma coisa.

— Então ou Greasy Sae tem te dado apenas vegetais para comer, ou você tem feito malhação extensiva emagrecedora todos os dias, porque olha só para você.- Ele disse, levantando o meu braço. O osso do meu cotovelo estava mesmo exageradamente á mostra. Puxei o braço de volta, abraçando meus próprios ombros.

— Eu sempre fui magra.

— Você era magra porque não tinha o que comer, mas agora você tem tudo de bom e do melhor aqui, além disso, você não está magra, você está esquelética, Katniss.- Ele disse, estava mesmo preocupado. Eu queria me chutar por deixá-lo assim.

— Mas ainda bem que você voltou e agora eu vou voltar á engordar com todas as coisas maravilhosas que você faz.- Eu disse, abrindo um sorriso amarelo, esperando que isso o fizesse mudar de assunto. Ele deu de ombros, balançando a cabeça.

— Em falar nisso, eu aprendi muitas receitas novas na Capital. Não vejo a hora de mostrar todas elas para você!

— Você pode me fazer de cobaia, se quiser.- Eu sorri, dando de ombros. Ele concordou com a cabeça.

— Ah, pode apostar que eu vou. Mas não agora. Aliás, o que a senhorita está fazendo acordada essa hora?- Ele ergueu uma sobrancelha para mim. Mordi a parte interna da minha bochecha, como eu vou explicar isso á ele?

— Não conseguia dormir.- Eu dei de ombros. Ele suspirou.

— Quer que eu suba com você?- Ele perguntou, mas parecia querer isso tanto quanto eu. Suspirei aliviada.

— Não tem noção do quanto eu esperei por isso.

(...)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!