I do, i need you. escrita por hollandttinson


Capítulo 2
Gansos, flores e pães.


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE, vim falar que amei os comentários no primeiro capítulo, vocês sabem bem como incentivar uma pessoa! Estou atualizando o mais rápido possível, e espero que vocês aproveitem isso, porque quem me conhece sabe o quanto é difícil conciliar tudo, principalmente para quem tá quase reprovando de ano no terceiro ano. Mas mesmo assim, aqui estou eu agradecendo vocês pelos comentários, e dando de presente esse capítulo lindinho e novinho em folha. Espero que gostem, um beijo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/664371/chapter/2

NARRAÇÃO: PEETA MELLARK.

Consegui dormir relativamente bem á noite, eu não me lembrava que essa cama era tão confortável. Era difícil dormir em uma casa sozinho, já que eu sempre dormi num lugar cheio de gente. Nos trens, eu dormia com Katniss, na Capital ás vezes Katniss dormia comigo, e depois, eu vivia no hospital ou coisa do tipo. Aqui não, eu estava sozinho, apenas eu e os meus pensamentos controversos.

Sonhei com Katniss, mas já era costumeiro. Na verdade, eu não sei se era um sonho ou uma realidade, já que eu ainda tenho certo problema com isso. Eu estava pintando no atelier, quieto, e ela entrava devagar, quietinha. Analisava os quadros interessada, assustada e com o rosto vermelho. Eu dizia que ela me inspirava, e ela me dizia que não merecia tanta honra, de forma um pouco hostil. Eu dava de ombros e continuava pintando, ela vinha para perto de mim e olhava o que eu pintava, sorrindo.

– Mais um meu? Santo Deus, eu sou mesmo uma inspiração para você!- Dizia. Eu sorria e lhe mostrava os meus quadros favoritos.

Foi um sonho lerdo, calmo, o que me cativou. Raramente eu dormia tão bem, e mesmo quando era assim, acontecia algo para perturbar meu sonho. Quando levantei, procurei fazer meu café da manhã antes que Greasy Sae aparecesse, eu queria mostrar que podia me cuidar sozinho. Achei fermento no armário e fiquei feliz por poder fazer algo que eu gostava. O forno não era apropriado para fazer pães, mas era o único que eu tinha.

Quando coloquei tudo no forno, telefonei para o Dr. Aurelius, como prometi que faria. Falei á ele sobre meu dia, sobre Haymitch e sobre Katniss, sendo mais específico ao falar nela. Quando falei sobre as queimaduras, ele pareceu preocupado.

– Algo me dizia que ela não ia cuidar dos ferimentos como cuidamos dos seus aqui.- Ele disse, suspirando pesadamente.- Ela está recebendo remédios, mas acho que não está usando. Se ela está assim fisicamente, imagino a bagunça que está seus pensamentos!

– Ela parece morta.- Eu disse baixinho, mas tenho certeza que ele ouviu, pois suspirou.

– Vou continuar telefonando para ela, talvez ela seja vencida pelo cansaço.- Ele disse, eu ri. Se ela não foi vencida esse tempo todo, não é agora que ele conseguirá. Não duvido nada que o telefone esteja fora do gancho propositalmente, mas decidi não falar sobre isso com ele.

– Pode ser.- Eu disse. O forno apitou, anunciando que o meu café da manhã estava pronto.- Doutor eu preciso desligar.

– Tudo bem, Peeta. Mantenha-se calmo, tome os remédios que mandei, cuide da sua pele com cuidado, e tente não ficar concentrado em apenas uma coisa. Obrigado por telefonar, boa sorte, tenha um bom dia.- Ele disse, desligando em seguida. Eu revirei os olhos, sabia que ouviria esse mantra todos os dias. Me levantei e tirei os pães do forno, cortando em 5 pedaços. Um para mim, um para Delly, um Greasy Sae, um para Haymitch e um para Katniss, que provavelmente não comeria, mas saberia que fui eu que mandei, e que não estou guardando rancor, ou qualquer tipo de sentimento ruim para com ela.

Embrulhei os que daria aos outros, e quando olhei no relógio ainda eram menos de oito horas da manhã. Fiquei sentado alguns minutos, Delly não veio ontem á noite para jantar comigo, então imaginava que ela viesse hoje. Greasy Sae também não apareceu para me dar o jantar, imaginava que fosse uma visita dupla.

Bateram na porta e eu me levantei num pulo, indo na direção da porta rapidamente. Me decepcionei quando vi um rapaz á minha frente. Ele arregalou os olhos quando me viu, e depois tentou reverter a situação, relaxando os ombros. Revirei os olhos, já tinha me acostumado com essa reação quando estava na Capital. Atrás dele tinha um caminhão.

– Sim?- Eu falei, incentivando-o á falar, minha voz saiu gentil apenas por costume, na verdade eu queria que ele fosse embora, queria ver Delly e Greasy Sae. Ele engoliu em seco e estendeu um papel e uma caneta.

– Perdão incomodá-lo, Senhor. Mas alguma casa daqui pediu essa encomenda de gansos filhotes, e o senhor foi o único que abriu a porta para receber. Ninguém mais está em casa, e precisamos entregar no prazo. O senhor podia assinar aqui para garantir que recebeu a encomenda, por favor?- Ele pediu. Ele devia ter uns 15 anos, á julgar pela sua euforia ao me ver. Não que pessoas mais velhas não fiquem alucinadas quando me veem, mas os mais novos são menos desinibidos.

– Claro.- Eu disse, assinando o papel. Ele mordeu o lábio inferior e voltou ao caminhão, trazendo um tipo de jaula com gansos pequeninos. Eu olhei para os bichinhos, me perguntando quem poderia ter pedido aqueles bichinhos, mesmo assim eu peguei. Uma ótima oportunidade de ter o que fazer hoje.

– Perdão, mas você é Peeta Mellark, não é?- Perguntou. Eu suspirei.

– Sim.- Eu disse, observando ele tirar uma máquina fotográfica do bolso e uma folha de papel.

– O senhor pode tirar uma foto comigo e me dar um autógrafo? Por favor? Meus irmãos não vão acreditar nisso!- Ele disse emocionado. Eu ri, concordando com a cabeça. Sorri para a foto e no autógrafo eu escrevi “Acreditem nele, eu sou real.” fazendo-o rir e quase chorar de emoção. Quando ele foi embora, eu me lembrei dos meus irmãos e no quanto um dos meus irmãos era fissurado pelas garotas do 2 ou 1 que iam para os Jogos, virando fã delas sempre. Balancei a cabeça, entrando em casa.

Deixei os gansos na sala, fiquei olhando para eles, eles eram quietinhos, apesar de eu saber que quando crescessem seriam um perigo! Depois de alguns minutos, Delly entrou apressada na casa, me olhando espantada quando me viu no sofá. Ela olhou no relógio do seu pulso e bufou.

– Ah Peeta me desculpa, eu juro que eu ia vir ontem, mas meu irmão precisava de ajuda com uma atividade da escola... Ficamos muito tempo sem educação aqui, ele está se esforçando para não ficar atrasado... Pensei em ligar, mas eu ainda não tenho um telefone em casa. E eu tive que levá-lo na escola, mil desculpas!- Ela dizia em desespero, eu balancei a cabeça.

– Tudo bem, eu fiz pão.- Eu disse, levantando e indo para cozinha, entregando o seu pedaço de pão. Ela sorriu.

– Obrigada! Greasy Sae está na casa de Haymitch, a vi entrando quase agora. Logo virá até aqui, eu acredito.- Ela disse, indo para a geladeira e pegando algumas frutas, jogando-as no liquidificador em seguida. Ela despejou o suco em dois copos e nós começamos á tomar café da manhã juntos.

– Você é boa com sucos.

– Você é bom com pães.- Ela disse, rindo. Eu ri junto, os gansos fizeram barulho na sala, e então ela percebeu que tinham gansos na minha sala. Ela me olhou espantada.- Quando eu disse que você não devia cair no tédio, não queria dizer que era para você fazer um zoológico em casa!

– Não são meus! São de alguém da vila, eu vou procurar o dono quando você for trabalhar.- Eu dei de ombros. Ela suspirou aliviada.

– Você podia ter um cachorro.- Ela disse de repente, eu revirei os olhos.

– É, pra jogar ele na parede quando eu estiver tendo uma crise.- Eu disse, balançando a cabeça. Minha intenção não era ser rude com ela, mas ela não reagiu como se eu tivesse sido, então eu apenas respirei fundo. Ela fez uma careta.

– Eu estava pensando já no caso de você não ter mais crises.- Ela explicou, eu não respondi. Ficamos em silêncio, e quando ela terminou de comer, olhou para o relógio.- Preciso ir para o hospital, quer que eu venha no jantar?

– Se você trazer seu irmão, sim. Mas não te garanto nada... Acho que eu vou dormir cedo hoje.- Eu disse, dando de ombros. Ela concordou com a cabeça, se aproximando e me dando um beijo na bochecha.

– Tenha um bom dia.- Disse. Eu assisti ela sair, e quando ela fechou a porta, eu me sentei no sofá. Liguei a televisão, estava passando um filme de romance, e eu assisti. Não assistia televisão quando era criança, nem tampouco quando vim morar aqui, pois tudo era sobre mim, e era constrangedor.

O filme era a história de um cara que se apaixona pela mocinha, mas ela está apaixonada por outro, e ele fica o filme todo tentando conquistá-la. No final ele consegue, é claro. O filme acabou e começou um programa de notícias, eu não conhecia a repórter, ela era muito nova. Parecia feliz com o trabalho. Ela falou sobre algumas coisas da Capital, como moda. Depois começou á falar da reconstrução dos Distritos. Annie apareceu na tela, ajudando na reconstrução de uma escola no Distrito 4. E depois a garota ficou animada.

– E agora vamos aos nossos favoritos! Á alguns minutos recebemos uma foto de um fã, ele estava trabalhando quando deu de cara com ninguém mais, ninguém menos que Peeta Mellark!- A minha foto com o rapaz da entrega estava na tela e eu revirei os olhos, acho que eu já esperava por isso.- O nosso garoto deu um autógrafo muito carinhoso e brincalhão ao fã, não é um fofo?- Eu desliguei a televisão.

Levantei do sofá e olhei para os gansos, que estavam quietos de novo. Imaginei que eles deviam estar com fome, mas eu não sei o que gansos comem. Devia ser mais sensato procurar o dono deles logo. Saí de casa, estava calor, era quase a hora do almoço, eu vi os caras das minas voltando para casa, e andei mais apressado.

Eu bati em cada porta da vila, procurando por alguém que tivesse encomendado gansos. Todas as pessoas me recebiam com surpresa, e ficavam chocadas quando me viam. A maior parte não conseguiam dizer que não eram os donos, as crianças queriam tirar fotos comigo e receber autógrafos, eu dei todos, e tirei muitas fotos.

Bati na porta de Katniss mas ninguém atendeu, eu já esperava por isso.

– Katniss? Sou eu, Peeta.- Eu chamei, ouvi movimentos dentro da casa, mas devia ser apenas o gato. Suspirei e fui até a casa de Haymitch, lá eu entrei sem bater. Ele estava dormindo na mesa, eu ri, o balancei e ele acordou assustado.

– Ah, oi garoto! Vou ter sua visita ilustre todos os dias de manhã? Quanta honra, eu não sou digno!- Ele disse, se espreguiçando. Eu revirei os olhos.

– Você encomendou gansos?- Perguntei. Ele me olhou interessado.

– Ah sim, já faz algumas semanas. Porque?- Perguntou, estreitando os olhos.

– Bem, porque um rapaz veio entregar esta manhã e ninguém o recebeu, eu tive de ficar com eles em casa, e eu tive que dar muitos autógrafos e tirar muitas fotos por causa dessas porcarias de gansos, então da próxima vez que você quiser criar algum bicho, esteja acordado para receber a encomenda.- Eu disse, percebendo que estava irritado por ter que andar tudo aquilo só pra descobrir que o dono dos gansos era Haymitch. Respirei fundo, cruzando os braços. Ele pigarreou.

– Obrigado por cuidar dos meus gansos.- Ele disse, dando de ombros. Eu revirei os olhos.

– Só isso?

– Quer aplausos?- Ele ergueu uma sobrancelha. Dei de ombros.

– Seria legal.- Eu disse, e ele jogou alguma coisa fedida na minha cara, eu joguei longe sem olhar o que era, e fiz uma careta, ele estava de cara fechada para mim.- Vá buscar os gansos, eu não tenho a obrigação de ficar com eles. Já é muito que eu não tenha deixado eles lá fora, morrendo de calor.

– Eu já agradeci.- Ele resmungou, de cara fechada. Eu dei de ombros.

– Você se alimentou hoje, Haymitch?- Perguntei, analisando o quanto ele estava magro. Ele revirou os olhos.

– Quando foi que Greasy Sae foi clonada? Santo Cristo, eu não aguento mais um para me amolar os neurônios!- Ele disse, passando as mãos nos cabelos bagunçados. Eu revirei os olhos.

– Fiz pão esta manhã, quando você for buscar os gansos, podia levar o seu e...- Hesitei, ele olhou para mim. Mordi o lábio inferior e ele riu, provavelmente prevendo o que eu diria.- E levar o de Katniss até ela.

– Ela não abriu a porta para você?- Perguntou, balançando a cabeça. Eu suspirei.

– Estou pedindo para você levar porque sei que, se ela não abrir a porta para você, você arromba. E apesar de toda a sua banca, você ama a Katniss, e quando não está completamente bêbado, se preocupa com o fato de ela virar um zumbi.- Eu disse, dando de ombros.

– Pode ser algo parecido com isso, tanto faz.- Ele disse, dando de ombros também. Eu quis rir, e quis ficar aqui e ficar olhando para a cara dele. As memórias sobre Haymitch também tinham sido distorcidas, mas foi mais fácil me recuperar sobre ele, e eu ficava satisfeito por isso.

Dei as costas e saí, sem me despedir pois aquele era Haymitch, não precisávamos desse tipo de cerimônias. Eu andei lentamente até a minha casa, e quando estava na porta, observei um tipo de flor crescendo ao lado, perto do concreto. Eu gostava de flores, apesar de não ter muito contato com elas, e apesar de haverem milhares de memórias cruéis em minha cabeça envolvendo rosas brancas, mesmo assim, eu gostava das flores.

Olhei ao redor, tentando imaginar como seria a vila dos vitoriosos se ela estivesse coberta de flores, seja qual for. Olhei para a casa de Katniss e imaginei um pequeno jardim de flores crescendo na frente de sua casa, e imaginei qual seria a sua reação quando olhasse pela janela e desse de cara com flores crescendo. Talvez isso lhe trouxesse fantasmas, e talvez ela ficasse feliz.

Entrei em casa apressadamente, os gansos estavam quietos como se estivessem mortos, mas não chequei para saber. Fui até o telefone e liguei para Effie, que ficou comigo o tempo todo na Capital, me dando a maior força possível. Ela foi uma grande amiga, assim como Johanna e Annie, mas elas não ficaram muito na Capital, mantemos contato pelo telefone.

– Sim?- Effie respondeu com a sua voz melodiosa e cheia de sotaque, já estava acostumado com ela, e não revirava mais os olhos quando ouvia.

– Olá Effie, é o Peeta. Como você está?- Aprendi que é gentil perguntar ás pessoas como está sendo o seu dia antes de lhes pedir algo, então tentei manter minha voz calma e amigável, coisa que se tornou muito difícil depois de voltar da Capital.

– Ah meu Deus, Peeta! Quanto tempo!- Ela falou animada e surpresa, apesar de fazerem menos de 2 dias que ela não me via, mas deixei passar esse detalhe.- Está tudo maravilhoso por aqui, e por aí?

– Bem, o Distrito 12 está se reconstruindo mesmo, mas isso você já sabe. Agora mesmo me perguntei como seria se houvessem mais flores aqui, o que você acha de algumas flores?- Perguntei. Ela riu um pouco, foi mais uma risadinha.

– Flores nos destroços.- Ela comentou animadamente. Eu engoli em seco, a forma como ela falou não foi tão amigável como ela queria, e me machucou.- Seria como um cemitério.

– Acho que eles precisam de um pouco de lembrança.- Eu disse, me remexendo desconfortável no sofá.

Flores nos destroços. Como um cemitério. O Distrito 12, assim como o 13, acabou sendo vítima de uma tragédia imprescendível pela Capital, onde crianças, adultos e idosos morreram cruelmente e não tiveram a oportunidade de se despedirem. No Distrito 12 nós não tínhamos um cemitério tão estruturado, na verdade os velórios eram apenas simbólicos, a maior parte das pessoas eram cremadas, dava menos trabalho. As pessoas do 12 foram cremadas contra a vontade de todo mundo.

Na Capital eles fazem um velório como deve ser. As pessoas são enterradas em um lugar apropriado, e ás vezes recebem flores em seu túmulo. A analogia que Effie fez foi um pouco doentia, mas eu duvido que ela tenha feito propositalmente, então apenas pigarreei.

– Mas não falo de toda a vila, mas de deixar a frente de casa com um pouco de mais cor. Quero dizer, está tudo tão cinza e eu estou tão sem nada para fazer, acho que seria uma boa.- Eu disse, voltando ao tom animado.

– Seria, alguma ideia?

– Você pode contatar algum florista e pedir algumas prímulas? E me mandar por correio ou algo do tipo?- Pedi, mordendo o lábio inferior, rezando para ela não ligar uma coisa a outra.

– Eu não sei se conheço essa flor.- Ela disse apenas, na sua voz não havia malícia ou dúvida, mas ela parecia pensativa. Eu dei de ombros, apesar de ela não ver.

– Tudo bem se você não conseguir.- Eu disse.

– Vou ver o que posso fazer por você e telefono.

– Obrigado, Effie.

– Sinto sua falta, Peeta.- Ela disse, e a sua voz tomou um tom triste.

Effie é carente, e ela estava tão completamente acostumada á ter tantas pessoas ao seu redor por causa dos Jogos. Quero dizer, quando os Jogos estavam rolando ela ficava no prédio dos tributos com Haymitch e os nossos arrumadores, e tinham os tributos por alguns dias. E quando ele acabava, ela ficava um ano inteiro com os seus tributos ajudando-os com as turnês e tudo o mais. Devia ser imensamente deprimente ficar sozinha depois de tanto tempo. Eu a entendia, ficar nessa casa era triste também. Eu gostaria de ter Effie aqui comigo.

– Eu também sinto sua falta, você podia vir me visitar qualquer dia desses. O Distrito não é mais nada do que você se lembra.- Eu disse, a fazendo gargalhar.

– Vou anotar isso, e procurar uma vaga na minha agenda.- Ela disse, e eu sabia que ela estava apenas mentindo. Sua agenda estava vaga, assim como todos os dias. Eu balancei a cabeça.

– Analise com carinho.

– Prometo.

– Tchau, Effie.

– Tchau, Peeta.- Eu desliguei o telefone, e quase instantaneamente, Haymitch abriu a porta da sala, sem bater.

– Atrapalho?- Ele perguntou, observando eu colocar o telefone no gancho.

– Sempre.

– Olhe só para os meus bebês!- Ele exclamou, erguendo as mãos para os gansos. Seu rosto era sereno, apesar de eu saber que ele estava alcoolizado. Eu revirei os olhos.

– Apenas leve-os daqui.- Eu disse, me aproximando de braços cruzados. Ele concordou com a cabeça e pegou o lugar onde eles estavam, eram um tipo de jaula ou gaiola.

– Onde está meu pão?- Perguntou. Eu fui até a cozinha e entreguei o seu e o de Katniss.

– Se ela não aceitar, apenas deixe em cima de seu balcão da cozinha. Tenho certeza que em algum momento ela verá.- Eu disse, dando de ombros. Ele suspirou, me olhando nos olhos, eu apenas dei de ombros novamente.- Não me olhe dessa forma, sabe que eu apenas a quero ver bem.

– E acha que ficaria melhor se estivesse ao seu lado.- Ele completou. Eu engoli em seco.

– Não existe a menor condição de eu e Katniss voltarmos á ficar juntos, Haymitch. Nós temos fantasmas demais, lacunas demais. Eu a mataria num piscar de olhos.- Eu disse simplesmente. Essa verdade me machucava mais do que eu posso descrever, mas ainda era concreta. Haymitch revirou os olhos.

– Você quem sabe. Vou ver o que posso fazer por você.- Ele disse, me dando as costas sem tempo de ver o meu sorriso, ele repetiu o que Effie tinha dito.

– Você anda falando com Effie?- Perguntei, ele virou-se na minha direção assustado, como se eu tivesse lhe dado um choque.

– Como é?- Ele perguntou chocado. Eu estreitei os olhos.

– Effie Trincket, você tem falado com ela?

– E por que eu falaria?

– Você e ela viviam juntos, eu pensei que tivesse restado uma amizade.

– Era tudo trabalho.- Ele deu de ombros, mas eu sabia que ele estava afetado, e quis rir.

– Eu falei com ela quase agora, acho que ela vai vir para o 12.- Eu disse.

– É mesmo?- Ele ergueu uma sobrancelha e depois deu de ombros.- O que eu tenho á ver com isso?

– Eu achei que gostaria de saber.

– Acho errado.- E se foi. Ele saiu tão rápido da minha casa que não me deu tempo de mais nada, eu apenas me sentei no sofá e gargalhei, como á tempos não gargalhava. Eu podia estar paranoico, mas acho que seria uma boa ver como Haymitch e Effie se virariam se fossem um casal.

(…)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tem gente que está lendo aqui, e que leu minhas outras fanfics de THG, e eu quero dizer logo: amadurei muito desde elas, então espero que vocês compreendam qualquer mudança, e se acharem que foi mal, vocês podem me dizer sem receio de eu ficar bolada nem nada, TODA crítica é bem-vinda! | Vocês devem estar loucos para que tenha logo romance, mas como alguma leitora falou: não dá para eles apagarem os fantasmas da noite para o dia! As coisas acontecem lentamente, e esta é a MINHA visão do que teria acontecido. Não apressem as coisas, tudo acontece no tempo certo! | NÃO gente, a Delly não vai ser um empecilho no relacionamento da Katniss e do Peeta. Vocês não acham o suficiente tudo o que eles passaram, e tudo o que eles vão ter de passar para se superarem não? | Sempre shippei muito Effie e Haymitch e queria deixar claro isso nesse capítulo, então quem não shippa: lamento muito, mas vai ter que suportar. | Acho que isso é só, qualquer dúvida, crítica ou sugestão, corram nos comentários, estou á mercê de vocês meus amores! Até a próxima!