I do, i need you. escrita por hollandttinson


Capítulo 11
Good night.


Notas iniciais do capítulo

Estou tentando escrever e postar os capítulos o mais rápido possível, e pelo que eu estou percebendo, estou conseguindo! Fico feliz por fazer vocês felizes, e sei que o meu esforço para postar mais rápido será bem recompensado com muitos comentários amáveis. Então, vamos de capítulo novo now!



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NARRAÇÃO: PEETA MELLARK.

Os traumas pelo qual Katniss e eu passamos são impossíveis de ser esquecidos. Eu venho tentando dizer á mim mesmo que nós podemos sim voltar á ter uma vida normal, mas acabei descobrindo que não. Nós nunca vamos voltar á ser normais, pois as pessoas que somos hoje são completamente diferentes de normais. E eu tenho que conviver com isso.

Eu e Katniss tivemos uma noite maravilhosa, assim como todo o dia em si. Era como se as coisas estivessem começando á caminhar bem, mas então, na manhã seguinte, quando eu fui até a sua casa levar seu pão, ela estava trancada no seu quarto. Eu chamei, sabia que ela me ouvia, mas ela não respondeu. Meu coração começou á bater acelerado imediatamente, pensando em todas as coisas terríveis que podiam ter acontecido, mas então eu me dei conta de que aquela era a Katniss, e amá-la seria aceitar que ela terá suas crises uma vez ou outra.

Mas foi um baque para mim a primeira vez. Não vê-la por três dias, estar no mesmo lugar que ela, mas não saber nada. Eu não sabia se ela estava bem, se ela estava viva! Sei que ela pegou a comida que deixamos no primeiro dia, o que significa que ela não está triste o suficiente para ser suicida. Mas o que aconteceu? Porque ela está lá em cima? Não conseguia encontrar motivo algum. Percebi que não precisa ter motivo para ficar triste, apenas um motivo para não ser feliz. Eu não sou capaz de ajudar Katniss, e isso me fez ter uma crise no terceiro dia.

A minha primeira crise em dias! Não foi uma crise boba, foi uma crise séria. Eu sentia toda parte do meu corpo tremer, todo o ódio fluir pelo meu corpo, o meu desejo por sangue – o sangue dela - foi tão forte, que até eu fiquei assustado. Eu me segurei no sofá, mas não foi o suficiente. Nada me deteria, se o Peeta telessequestrado quisesse atacar, e apesar de a minha luta ser forte, eu não consegui me segurar. Me vi sendo guiado até a casa de Katniss, eu subi até o seu quarto, mas ele estava aberto e ela não estava lá. Eu procurei por ela lá, mas ela não estava em lugar nenhum. O monstro dentro de mim se frustrou o suficiente para bater em retirada, e deixar que eu me sobrepusesse só para arrancar os cabelos de preocupação.

Fiquei pelo menos 1 hora aqui, esperando ela voltar de sei lá onde ela estivesse, mas ela não veio, apenas Greasy Sae, que suspirou quando me viu. Eu sei que ela acha que eu sou louco, e que eu devia desistir de Katniss. Eu também acho, mas eu não consigo. Ela colocou a comida de Katniss em cima da mesa e balançou a cabeça para mim, indo embora sem falar nada. Depois de alguns minutos eu fui para casa.

Tomei um banho, meus remédios, fiz meus pães, acabando-os mais tarde do que o normal. Quando Delly e Ian vieram eu ainda estava acabando a massa. Ian me ajudou com a massa enquanto Delly arranjava algo para a gente comer. Eu não tinha falado para ela sobre Katniss, e nem á ninguém, apesar de ela perceber que havia alguma coisa errada comigo. Mas ela nunca me perguntou, e eu estava feliz por isso. Sei que a machuca saber do meu apelo por Katniss.

Quando eles foram embora o pão não estava pronto ainda, e eu fiquei sentado no sofá esperando ele ficar pronto. Quando ele finalmente estava, cortei da mesma forma que corto sempre, levei o de Haymitch primeiro. O velho resmungou sobre o meu atraso, mas quando percebeu meu estado de espírito, ficou quieto e apenas comeu em silêncio. Quando ele já estava alimentado eu fui para a casa de Katniss e deixei o seu, junto com um bilhete. Depois voltei para a casa de Haymitch e disse que nós íamos fazer compras.

Foi uma ideia de última hora, e eu só queria me distrair, mas valeu á pena. Eu tive que literalmente arrastar Haymitch para um banho, e depois para fora de casa. O dia estava nublado, mas, mesmo assim, ele continuava reclamando do calor, que não era tanto quanto os outros dias. Mas depois ele calou a boca e me ajudou com as compras. Terminamos e fomos para a sua casa, fiz um almoço para ele enquanto ele arrumava as coisas num armário.

Delly chegou alguns minutos depois, demonstrando seu nojo pela casa imunda de Haymitch. Decidimos arrumá-la, e quando estava escurecendo, ela me avisou que tinha que ir para casa, deu um beijo na minha bochecha e foi embora. Olhei para Haymitch.

— Seu jantar está na geladeira, esquente no micro-ondas se estiver com fome. Eu volto amanhã.- Eu disse, começando á sair, sem olhar para trás para ouvir qualquer comentário seu.

Olhei para a casa de Katniss por instinto. As luzes da sala estavam ligadas, como em todos os dias. Suspirei, depois da minha crise de hoje, não quero ir até lá e correr o risco de ter mais uma, já que aparentemente ela fugiu para algum lugar, provavelmente para a floresta. A parte boa é que ela está bem o suficiente para sair de casa, o que significa que ela está viva. A parte ruim é que ela não está bem o suficiente para me ver, ou viver aqui. Balancei a cabeça, pensar em Katniss me deixava nervoso.

Entrei em casa, ligando as luzes, indo na direção da cozinha para procurar algo para comer. Duas vasilhas me chamaram a atenção, uma com morangos e a outra com amoras. Um pedaço de papel estava anexado á eles, eu prendi a respiração quando eu tirei a folha lentamente, percebendo que a minha mão tremia em excitação. Era um bilhete de Katniss, eu suspirei aliviado, me sentando em um banquinho para não cair no chão, meu coração estava acelerado, não ia ter uma crise, á menos se fosse de pura alegria.

Trouxe algumas frutas para você, aposto que você vai saber o que fazer com elas. Ela dizia. Eu olhei para os morangos e para as amoras, pensando no que faria. Não sabia se as minhas pernas tinham força suficiente para andar, mas fiquei de pé e corri na direção da casa da Katniss. Parei na porta, batendo. Não queria entrar por mim mesmo e ter a decepção, se ela estivesse em casa, ela ia abrir a porta para mim. E abriu.

Ela suspirou aliviada quando me viu, eu também. Em outros tempos eu ficaria parado, apenas admirando-a, mas hoje não. Eu fui em sua direção e a abracei com força. Eu queria nunca mais largá-la. Empurrei-a para entrar na casa, fechando a porta atrás de mim. Respirei fundo o cheiro que vinha do vão entre seu pescoço e o seu ombro, maravilhado pelo cheiro da floresta misturado com o cheiro de sabonete. Ainda não queria largá-la, era incrível sentir todo o seu corpo agarrado ao meu, principalmente porque fazia bastante tempo que isso não acontecia.

— Eu estava com saudade.- Eu disse baixinho, mas sabia que ela estava ouvindo. Não falei baixo porque queria, falei baixo porque não conseguia falar mais alto. Meu corpo ainda estava anestesiado pela emoção. Ela estava bem, e estava ali, em meus braços.

— Eu também, desculpa.- Ela disse, depois de concordar com a cabeça. Ela respirou fundo e eu me afastei, imaginando o quanto devia ser sufocante ser abraçada por mim, ainda mais pela força extrema que eu colocava no abraço.- Você viu meu bilhete?

— Me desculpa, eu fiquei o dia todo fora de casa, fui fazer compras com o Haymitch, aquele velho precisa de um monte de coisas; e depois eu voltei e fui arrumar a casa dele com a Delly, a gente teve muito trabalho, eu só vim ver o bilhete agora.- Eu disse, passando a mão no cabelo. Se ela não tivesse ficado tanto tempo longe, eu não ia ter que arranjar motivo para me distrair, então a culpa é dela.

— Sem problemas.- Ela disse, sua voz soou irritada, será que ela percebeu que eu estava levemente irritado por ela ter sumido hoje? Pois acabo de perceber que estou. Ela foi para a cozinha e eu fui atrás, incapaz de deixar ela dar um passo longe de mim.- Você viu Sae?

— Ah é, a neta dela está gripada, eu acho. Porque?- Perguntei, ela balançou a cabeça.

— Ela não trouxe o meu jantar e eu estou com fome.- Ela cruzou os braços. A ideia surgiu na minha mente, e eu falei rapidamente.

— Janta comigo, ué.- Sorri, ela podia negar, mas, de qualquer forma, eu ia dar um jeito de a gente comer juntos, não ia sair de perto dela hoje. Ela negou com a cabeça.

— Não.

— Porque não?- Perguntei irritado, ela some, me deixa sem notícias, e espera que eu consiga ficar longe? Ela bufou.

— Você devia jantar com Delly.- Ela disse, indo até o lavador de louça e colocando o liquidificador.

— E por que eu faria isso?- Perguntei, confuso.

— Vocês não fazem isso todos os dias?- Ela se virou, sua expressão acusadora. Dei de ombros.

— Isso foi antes de eu dizer á ela que todas as noites eu ia estar ocupado na sua casa, fazendo o seu livro de recordações. Aliás, eu já adiantei bastante coisa pra você.- Sorri e ela crispou os lábios.

— Você fez o livro sozinho?- Ela perguntou, imaginei que ela ficasse irritada quando soubesse, mas eu precisava de alguma coisa para me distrair. Passei as mãos no cabelo, nervoso.

— Eu precisava me manter ocupado para não enlouquecer pensando em você lá em cima. Foram 3 dias bem difíceis... mas você vem jantar comigo ou não?- Mudei de assunto, ela fica nervosa quando falo de sentimentos. Ela sorriu.

— Agora.- Ela disse. Meu coração aqueceu. Ela disse sim para mim. Sai da sua casa rapidamente, não querendo dar motivo ou tempo para ela desistir. Ela veio atrás, nós falamos sobre eu estar reerguendo a padaria enquanto eu colocava nossa comida. E falamos sobre os achados nos escombros, tentei fugir desse assunto, e fiquei feliz quando ela não insistiu. Ela quis saber o que eu tinha acrescentado ao livro enquanto ela estava louca, e eu sorri.

— Seu perfil.- Eu disse, dando de ombros. Fiquei constrangido por assumir isso alguns minutos depois. Talvez ela ficasse irritada com o que eu escrevi, e quando ela me lembrou sobre ele, ansiosa para vê-lo logo, eu apenas fiquei mais nervoso. Procurei pelo livro na sala, entreguei á ela, e cruzei os dedos mentalmente, pedindo para ela gostar, e não ficar louca de raiva de mim.

Ela abriu o livro lentamente, aumentando meu nervosismo. Ela abriu a boca, chocada com o que via. Ela demorou para falar alguma coisa, e olhar para a sua expressão chocada e não ter uma resposta me deixou nervoso.

— E então?- Perguntei, chamando a atenção para mim. Ela olhei para mim, seus olhos estavam cheios de lágrimas. Ela estava maravilhosa. Deus, como eu adoraria beijá-la agora, tive que me segurar para não fazer isso.

— Obrigada Peeta.- Ela disse, sua voz rouca pela vontade de chorar. Me percebi sorrindo, feliz por ela ter gostado, e mais feliz ainda por poder vê-la assim.- Você é o artista mais incrível do mundo.

— A sua crítica é bastante importante para mim.- Suspirei aliviado. Ela fechou o livro e me abraçou. Eu a abracei junto, sentindo seu corpo perto do meu. Seu calor, seu cheiro, tudo.

Começou á cair uma chuva fina do lado de fora, batendo na janela, deixando um clima legal dentro de casa. Eu apertei mais o abraço, ela estava quase sentando no meu colo, de tão próximos que estamos. Ela se afastou lentamente, e eu não estava preparado para me separar dela ainda, então mantive a minha mão na sua cintura, deixando que ela continuasse próxima. Ela fechou a cara e ficou tensa quando percebeu o meu olhar intenso.

— Eu acho que vou voltar para casa.- Ela disse, segurando meu braço e me fazendo soltá-la. Fiz uma careta de desagrado, mas me afastei, sem constrangimento pela minha atitude possessiva.

— Está chovendo.- Eu disse. Ela pareceu perceber que estava chovendo só agora, e eu ri baixinho, ela revirou os olhos.

— O que vamos fazer?- Ela perguntou. Eu abri um sorriso malicioso, piscando para ela, que ficou vermelha imediatamente, revirando os olhos, o que me fez rir mais ainda. Eu sabia que ela ia reagir dessa forma.

— Podemos continuar o livro, se você quiser.- Eu dei de ombros, me levantando e indo para onde o livro estava antes, e pegando os materiais necessários para continuar a fazer o livro.- Eu vou subir para tomar um banho, você pode esperar só um pouco? Eu não vou demorar, prometo.- Ela ficou vermelha.

— Tudo bem.- Ela disse, pegando o livro. Decidi provocá-la.

— Não suba de novo, okay? Não sei quais são as chances de a toalha não cair dessa vez, mas acho que são poucas.- Eu disse, observando ela ficar ainda mais vermelha e tensa, sem olhar para mim. Subi as escadas correndo para não rir na frente dela, e ela ficar irritada. Entrei no quarto em meio á gargalhadas, sem conseguir me conter.

Tomei um banho relaxante, meu corpo estava leve, deixando a tensão da semana ir embora com a água. Vesti um moletom e uma camiseta regata de algodão, apesar de chover lá fora, ainda estava calor aqui dentro, e eu sei que sentiria ainda mais quando estivesse perto de Katniss, então era bom facilitar tudo logo.

Desci as escadas e me sentei ao seu lado, ela estava escrevendo as características de um dos tributos dos primeiros jogos, estreitei os olhos.

— Quer mesmo começar com isso?- Eu perguntei, pegando o que ela escreveu. Era sobre Cato. Ela deu de ombros.

— Acho que fica mais fácil se a gente começar pelos que não tivemos ligação, pelos que não gostávamos, ou algo do tipo. Assim começaremos lentamente.- Ela disse, me olhando de cima á baixo. Eu olhei para o meu corpo, procurando por algo que chamasse a atenção, e dei de ombros.

— O que foi?- Perguntei.

— Você vai ficar com essa camisa?- Ela apontou para mim. Olhei para a camisa novamente, me perguntando se ela estava suja, ou rasgada, qualquer coisa do tipo. Não achei nenhum problema nela, estava impecável.

— E porque não?- Perguntei. Ela balançou a cabeça rapidamente, ficando vermelha, me deixando ainda mais confuso. Não sei como ela fica quando tem esse tipo de crise, talvez seja normal. Dei de ombros.

Fizemos os perfis de mais alguns tributos, a maior parte dele nós não sabíamos nada, e não lembrávamos o rosto muito bem, então ficou um pouco confuso, mas conseguimos fazer bem, colocando em seus perfis apenas seus nomes, idades e Distrito, em alguns exemplos. Quando acabamos o 3ª perfil, ela bocejou e eu dei uma risadinha.

— Cansada?- Perguntei. Ela ficou 3 dias num quarto, o cansado devia ser eu. Mas fiquei quieto enquanto ela dava de ombros.

— Não sabia que isso podia ser tão cansativo. Quando você voltar á trabalhar na padaria, eu vou ter que fazer sozinha. Acho que vou fazer um por dia, no máximo.- Ela sorriu para mim. Estreitei os olhos.

— Você não quer mais minha ajuda?- Meu coração se partiu minimamente, tentando entender o que eu tinha feito de errado. Mas ela negou nervosamente com a cabeça, e eu fiquei aliviado.

— Não! É só que você vai estar muito ocupado com a padaria e...

— Eu sempre vou ter tempo para você.- Interrompi-a antes que ela falasse mais, sem querer ser rude, mas saiu sem eu ter noção. Ela mordeu o lábio inferior e eu suspirei, analisando como o lábio ficava vermelho quando seus dentes se afastavam, sem me constranger por não estar sendo discreto.

— Então nós vamos fazer á noite?- Ela perguntou, sua voz mais alta que o normal, se afastando. Não tinha percebido que tinha me inclinado, e foi então que eu fiquei constrangido pelo que fiz. Balancei a cabeça, ficando em pé, meu corpo estava reagindo sozinho, eu tinha que ter controle sobre isso, não quero estragar tudo agora.

— Sim, quando eu voltar da padaria vou direto para lá. Mas não se preocupe, não está tão perto. Ainda há muito o que fazer. Só limpamos a área por enquanto, ainda temos que reconstruir, e isso leva tempo.- Eu dei de ombros. Queria que fosse mais rápido, queria poder ir para meu habitat natural. Ri da comparação, ela me olho confusa. Dei de ombros.- Está com fome?

— Sim. Muita!- Ri, ela parecia mesmo estar com fome. Ela ficou em pé num pulo quando me viu indo na direção da cozinha.

— O que você acha de me ajudar á fazer uma torta?- Eu perguntei, tirando as amoras e os morangos da geladeira. Ela fez uma careta.

— Eu esperava que você sugerisse algo mais rápido.- Ela cruzou os braços. Eu revirei os olhos.

— Preparamos hoje e comemos amanhã.- Eu dei de ombros, ela também.

— E o que vamos comer agora?- Ela perguntou. Eu sorri para ela, estalando a língua.

— Eu posso fazer chocolate de panela, a gente pode comer na colher.- Eu disse. Ela sorriu.

— Gostei da ideia.- Ela disse.

Fiz o chocolate enquanto ela fazia a massa para a torta de morango, já que ela achou que gostaria mais de comer torta de morango amanhã do que de amoras. Quando ela terminou a massa, o chocolate já estava pronto, pus pra esfriar enquanto ela me ajudava á fazer o resto da torta. Ela riu quando me viu com um avental.

— Qual o problema?- Perguntei. Ela balançou a cabeça.

— Nenhum. Prossigamos!- Ela disse, apontando para o tanto de trabalho que tínhamos. Quando acabamos, fomos para a sala novamente, eu liguei a televisão e estava passando um filme romântico, perguntei se tinha algum problema em ver esse, ela disse que não, e nós comemos o chocolate assistindo o filme.

Quando o filme acabou, ela me perguntou sobre a hora. Me levantei para levar o prato até a pia, e aproveitei para olhar o relógio. Abri a boca, chocado. Ela estava atrás de mim e fez um muxoxo, me virei para ela.

— Está tarde.- Eu disse, ela concordou com a cabeça. Ainda estava chovendo, muito mais forte do que antes, apesar de ainda não fazer frio. Não fazia mais calor, mas também não existia frio. Ela olhou para a janela da cozinha.

— Eu nunca vou conseguir sair nessa chuva.- Ela disse.

— Eu não ia deixar você sair nessa chuva! Você pode ficar gripada, e tenho certeza de que você não deixaria ninguém cuidar de você.- Eu disse, cruzando os braços. Ela fez uma careta, confirmando que eu estava certo. Estalei a língua, sorrindo para ela.

— O que foi?

— Você pode dormir aqui em casa. Comigo.- Eu disse. Ela fechou a cara, cruzando os braços e erguendo uma sobrancelha para mim. Meu sorriso morreu.- Qual é Katniss! A gente já dormiu juntos um milhão de vezes.

— Foram outras épocas.- Ela desdenhou, eu dei de ombros.

— Bom, eu não vou deixar você ir para casa nessa chuva, e pelo que eu estou vendo, vai chover até de manhã. Eu estou começando á ficar com sono, e apesar de você ser uma companhia agradável, não vou ficar aqui acordado com você. Só existe uma opção.- Eu disse, erguendo as mãos, tentando demonstrar que não era culpa minha o que estava acontecendo. Ela estreitou os olhos para mim, ponderando a decisão. Cruzei os dedos para que ela dissesse sim.

— Eu não vou dormir no sofá.- Ela disse, virando-se e indo para a sala. Fui atrás, animado por saber que ela estaria comigo, eu não tinha com o que me preocupar, ela estaria segura comigo.

Paralisei onde estava, ela ia estar comigo. Isso não significava segurança alguma, eu podia ter uma crise e atacá-la no meio da noite. Olhei para ela, ela pareceu perceber a dor que eu sentia e suspirou, vindo na minha direção.

— Não se preocupe, você não vai tentar me matar esta noite.- Ela sorriu, dando batidinhas leves e amigáveis no meu ombro. Eu suspirei.

Meu nervosismo não era só por isso. Ela estava aqui, de verdade. Ela ficaria comigo. Balancei a cabeça, fugindo desses pensamentos, ignorando meu nervosismo. Sorri.

— Eu vou dormir no meu quarto, você fica no quarto de hóspedes. Temos muitos quartos aqui para eu morar sozinho.- Eu disse, segurando o braço dela, e literalmente arrastando-a escada acima comigo. Ignorando toda a tensão no meu corpo, e o choque elétrico que passou pelos meus dedos quando a toquei. Eu não ia estragar isso tudo com o que eu sentia por ela. Tudo ficaria bem. Eu iria me controlar.

— Você convida todas as garotas que vem á sua casa para dormir no quarto de hóspedes?- Ela provocou quando eu a levei para o quarto, assim que entramos. Eu sorri para ela, maliciosamente.

— Não. Só as morenas.- Pisquei, ela abriu a boca, mas não conseguiu encontrar nada para dizer, então apenas sorriu. Dei de ombros.- Bem, este é o quarto. O banheiro é ali, está abastecido de tudo o que você precisar.

— O meu pijama não está lá.- Ela falou baixinho, provavelmente esperando que eu não ouvisse. Suspirei.

— Desculpe. Não há nada que eu possa fazer sobre isso.- Eu disse, e assim que terminei de falar, um trovão acompanhado de um relâmpago que rasgou o céu, iluminando o quarto todo, nos lembrou do motivo pelo qual ela estava aqui. Katniss tremeu, assustada.- Tem medo de trovão?

— Não.- Mas sua voz estava rouca, revelando a mentira. Ela pigarreou e eu dei de ombros. Em seguida, ela bocejou.

— Você está com sono.- Observei, ela fez uma careta.

— Você pode me emprestar uma camisa? Não vou conseguir dormir assim. É muito desconfortável.- Ela disse, apontando para suas calças jeans. Eu sorri, imaginando-a vestida com uma camisa minha, apaixonado pela imagem na minha mente.

— É claro. Vem comigo.- Eu chamei, levando-a para o meu quarto. Abri a porta e Katniss ficou parada na porta. Não sei o que ela estava pensando, mas eu estava pensando no episódio com a toalha, tentei não rir ao lembrar da sua reação, mas não consegui me conter.

— O que foi?

— Nada.- Eu disse rapidamente, indo na direção do closet.- Você tem alguma preferência de camisa?- Gritei, colocando a cabeça para fora, para ver. Ela estava analisando o quarto, e pareceu assustada quando ouviu a minha voz. Ela veio na minha direção, e eu deixei ela entrar. Ela pegou uma camisa de moletom preta.

— Para o caso de fazer frio.- Ela explicou, saindo do closet rapidamente, fugindo da proximidade que o cômodo pequeno nos obrigava á ter. Não a julgo por isso, eu também fiquei nervoso quando a vi tão perto. Ela saiu do meu quarto, e quando eu pensei em ir atrás, ela se virou, sorriu e disse:- Obrigada por isso.- E entrou no outro quarto, fechando a porta. Suspirei. Acho que a noite acabou.

— Boa noite Katniss!- Gritei. Ela não respondeu.

(…)


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Notas finais do capítulo

Quem mais está muito animado para o próximo capítulo? Como escritora dele, posso garantir á vocês que vale á pena esperar pelo próximo capítulo, mas não tanto, já que eu pretendo postá-lo bem rapidinho! Até lá.