POV's Isabela

Acordo com uma forte dor de cabeça, olho para o lado e Joaquim ainda está dormindo, ele se agarra à mim, com cuidado me retiro de seus braços e então ele resmunga meu nome, me fazendo rir.

Caminho em direção à cozinha, à procura de um remédio, encontro-o e então engulo-o acompanhado de um pouco d'água.

De repente fico zonza, minha vista escurece e então caio junto ao chão. Sinto que não consigo me mover, minhas pernas ficam dormentes, tenho a sensação de alguém me observando, mas não avisto ninguém. Então lembranças veem a minha mente.

FLHASHBACK ON

– Você quer roubar toda a minha herança, com a ajuda da Regina! - eu exclamava e acertava um tapa no rosto de Manuela, que chorava de raiva.

– Sua mentirosa, olha só o que fez comigo, quer me culpar, me bater, pois sabe que tudo é na verdade sua culpa - ela gritava enquanto aponta seu dedo indicador para mim - Você é um monstro, me separou da minha família, arruinou a vida de Marina, agora sei o real motivo do Orlando ter morrido, foi de desgosto! - ela exclamava, e foi como se uma faca me atingisse.

Eu então com lágrimas nos olhos corro dali, deixando-a sozinha.

FLASHBACK OFF

– Isa, acorda por favor! - Joaquim exclamava me sacudindo enquanto minha visão voltava.

Abri meus olhos e uma claridade imensa os invadem, Joaquim me carrega em seus braços até nossa cama.

– O que aconteceu? - ele me pergunta.

– Eu acordei com dor de cabeça e então fui tomar um remédio, assim que feito, comecei a ficar zonza e com minha visão turva, caí no chão e tive uma lembrança - digo massageando minha cabeça que doía por conta da queda.

– Que lembrança? - ele me pergunta.

– Da minha briga com Manuela - digo e ele assente.

– Manuela me contou - ele diz.

Me levanto em direção à cozinha, para preparar algo pra comer, enquanto isso Joaquim telefona para André para saber sobre o paradeiro de Felipe.

Depois de comer, caminho até o quarto de Júlia e Felipe, vejo que Júlia não está então saio e digo a Joaquim que irei dar uma volta, ele insiste pra me acompanhar mas eu o convenço a ficar.

– Isabela, eu nunca vou te perdoar - escuto a voz de Manuela em minha mente, olho em volta e estou sozinha.

Isso tudo vem mexendo muito comigo ultimamente, sinto-me atormentada, parece que Manuela me segue.

Assim que entro no apartamento de Joaquim, caminho até a sacada, observo a vista que tenho aqui de cima, sabe, minha vida é uma droga! Tudo sempre dá errado pra mim, eu só sei fazer burradas, eu não presto, sou uma inútil. Me sento na grade da sacada com as pernas para fora, me balanço pra trás três vezes, quando ia me jogar ali de cima, sinto alguém puxando meu braço.

– Tá maluca? - pergunta Joaquim, me tirando dali e me abraçando.

– É culpa minha, tudo culpa minha - digo chorando - eu sou uma inútil, eu a matei, eu a matei, ela me atormenta! - exclamo chorando ainda mais.

– Matou quem Isabela? - ele me pergunta com um semblante preocupado.

– A Manuela, minha irmã, eu dei uma facada nela - digo abraçando-o fortemente - eu pensei que ela queria roubar a minha herança, junto com Regina, fiquei magoada com o que ela me disse no dia de nossa briga - falo - ela disse que eu podia xinga-la, e bater nela, disse que eu havia separando-a da família, que eu era um monstro, e que ela sabia o motivo da morte de meu pai, foi de desgosto! - exclamo me afastando dele - eu sou um monstro Joaquim, olha o que eu fiz - digo olhando para minhas mãos - eu mereço morrer.

– Não diga isso Isa, já aconteceu, você fez algo muito errado, mas é com os erros que se aprende, e eu vou estar aqui pra te ajudar no que precisar, a cada 40 segundos alguém comete suicídio, e eu não quero que você faça parte dessas pessoas, mas você tem noção dessa frase? A cada 40 segundos sonhos viram pó, a cada 40 segundos alguém dá seu último suspiro e diz "chega", 40 segundos separam o amor e o ódio, e eu dedico a você, que está sendo corajosa e que vai deixar de se jogar de uma sacada, de acabar com a sua vida, dedico à você que irá enxergar através dos olhos um motivo pra sorrir novamente- ele diz e me abraça novamente, vou te dizer uma frase que sempre me inspira e me ajuda, ela é assim "Ninguém é de ferro, somos programados pra cair", espero que eu tenha te ajudado, agora vai descansar que você precisa - ele diz me levando até o quarto e me dando um beijo na testa.

– As últimas palavras dela eram que ela me perdoaria e que era pra mim te dizer que ela te amava - digo deitada olhando para o teto - e na praça eu escutava sua voz dizendo que nunca me perdoaria - digo e ele acaricia meus cabelos.

– Calma, vai ficar tudo bem ok? - ele me pergunta e sela nossos lábios, eu precisava do seu beijo, eu necessitava do seu beijo.

POV's Júlia

Já fazer três dias que estou na casa de Priscila, que por incrível que pareça é minha melhor amiga agora, eu e Joaquim conversávamos por mensagem mesmo, Joaquim me contou que Isabela apareceu lá em nosso apartamento, eu não dei muita bola, mas tudo bem.

– Júlia tô falando com você a meia hora - ela diz me tirando de meus devaneios.

– Ah desculpa Pri, estava meio desconcentrada - digo.

– Deixa isso pra lá e vem aqui - ela diz e então sento-me ao seu lado em sua cama, Priscila se senta em meu colo e começa a me beijar, seu beijo era lento, mas era bom, suave como uma pétala, eu realmente gostava dela, apesar de que ela me deixou aqui com Sthepany para ir transar com meu irmão