Manuela

Droga, droga, droga! Nada ocorreu como eu pensei, por que o Joaquim tinha que aparecer justamente naquela hora!? Eu precisava encontrar a Isabela sozinha, mas isso não aconteceu. Ela estava acompanhada de Orlando e Joaquim. Depois do ocorrido eu simplesmente sai correndo e larguei-os lá sozinhos, corri em direção a casa de Omar e assim que cheguei lá deitei-me ao lado dele e fingi estar dormindo. Preciso pensar em que providências vou tomar daqui pra frente em relação a Isabela, isso é só o começo, a vida dela vai se tornar um inferno!

Joaquim

Três horas, sabe o que é ficar três horas confinado dentro de um hospital sem receber notícias dela!? Estou começando a achar que algo grave aconteceu, mas espero que no final ela fique bem, eu a amo muito, não posso viver sem ela, respirar sem ela, definitivamente, Isabela é tudo pra mim! Assim que vemos o médico saindo da ala de emergência, nos levantamos das cadeiras e caminhamos rapidamente em direção à ele.

— O que ela tem doutor!? Minha filha está bem? - pergunta Orlando preocupado.

— Isabela já está fora do quadro de perigo, a facada perfurou o rim direito da menina e então precisamos fazer uma cirurgia de emergência, ou caso contrário ela poderia ter uma grave hemorragia e faleceria, a cirurgia foi bem sucedida e ela já está passando bem, está anestesiada e dorme, ela irá precisar ficar em repouso por algum tempo e receberá alta daqui 2 dias - ele responde e então nos aliviamos.

— Podemos passar a noite no quarto com ela não é!? - pergunto e ele assente me entregando um cartão com o número do quarto dela.

Isabela

Sinto uma tremenda dor de cabeça, e não consigo abrir os olhos, mas sei que estou no hospital, lembro-me de meu pai e Joaquim terem me encaminhado até aqui!

A porta se abre e logo a voz dos dois invadem o quarto onde estou, o perfume de Joaquim invadem minhas narinas e ele se aproxima, sinto sua respiração quente e ofegante cada vez mais perto, ele me dá um selinho e se afasta. Logo em seguida meu pai me abraça e as lágrimas dele caem em meu ombro, seguro em sua mão firmemente e depois ele se afasta.

Júlia

Acordo e caminho lentamente até a cozinha, tomo um copo d'água e vejo o relógio que marca 6:55hrs. O sol começa à nascer e eu resolvo ir até a praça vê-lo, visto um moletom e uma calça e minutos depois estou sentada no banco em frente ao chafariz. Sinto duas mãos taparem meus olhos e então eu sorrio ao sentir o cheiro de seu perfume.

— Quem é!? - ele me pergunta.

— Pare de baboseira e sente logo do meu lado Matheus! - exclamo sorrindo e então ele retira as mãos dos meus olhos e se senta ao meu lado e me abraça.

— O que te faz vir aqui na pracinha da cidade às 7:00hrs? - pergunto.

— Eu tinha vindo te fazer uma surpresa, mas então vi você caminhando até aqui e resolvi te seguir - ele responde - mas eu estou curioso pra saber o que você queria me contar - ele diz e logo meu coração acelera.

— Eu...Eu - fecho os olhos - estou apaixonada por você! - exclamo e nos aproximamos selando nossos lábios.

Era um beijo calmo, intenso e quente, nossas línguas bailavam em perfeita sintonia, ele me puxa contra si, fazendo nossos corpos colarem e eu coloco minhas mãos em volta de seu pescoço.

Manuela

Não consigo de jeito algum dormir, minha vingança contra à Isabela não sai de minha cabeça. Provavelmente ela deve estar no hospital mais próximo do prédio, já que se não fossem rápidos ela iria morrer, estou pensando seriamente em amanhã fazer uma visitinha pra minha querida irmãzinha Isabela.

Priscila

Estava voltando da padaria, e ao atravessar a rua escuto o som de um carro vindo em minha direção em alta velocidade, eu iria fugir, mas era tarde demais! Ainda sem forças, entrego meu celular para o homem e mando discar o número de Joaquim e avisa-lo.

Joaquim

Meu celular toca e eu saio do quarto para atendê-lo, olho no visor e vejo o número de Priscila, o que ela quer!?

— Alô, precisa de algo Priscila? - pergunto.

— Olá, não é a Priscila, sou o Renato, sua namorada acabou de sofrer um acidente, mas eu já liguei para a ambulância e estou encaminhando-a para o hospital Lambert - ele diz e desliga.

É o mesmo hospital em que estou, mas o que será que aconteceu? Estou ficando preocupado, só acontecem desgraças na minha vida! Fico no corredor e logo vejo Priscila em cima de uma maca sendo encaminhada para a ala de emergência também!

Priscila

Horas depois acordo e vejo que estou com um curativo enorme na barriga, logo Joaquim entra no quarto desesperado.

— Você está bem? - ele pergunta e eu assinto. Somos interrompidos pelo médico adentrando a sala.

— Preciso dar um comunicado importante aos dois! - ele exclama sério - Sr. Meneses e Sr. Vaz, vocês acabam de perder seu filho - ele responde.

— Não meu filho não, por favor doutor diga que isso é mentira! - exclamava Joaquim.

Fiquei paralisada, lágrimas e mais lágrimas escorriam pelo meu rosto e eu entrei em estado de choque.

— Vou deixá-los sozinhos - ele fala e saí do quarto. Joaquim me abraça e então compartilhamos nossa lágrimas, confesso que nessa hora me senti muito culpada, o filho nem dele era, e ele estava sofrendo tanto quanto eu.

— Joaquim! - exclamo - o...O filho não é seu - respondo e ele se afasta e me olha confuso. - Mas como!? - ele pergunta secando as lágrimas.

— Eu menti... O Mathias era o pai dele, me desculpe mas eu precisei - ele me abraça novamente, e sinto como se ele me perdoasse.

Joaquim

Não fiquei bravo com Priscila, se ela mentiu, era porque tinha seus motivos, mas eu sinto que ela está arrependida e eu irei perdoa-la.

— Atrapalho? - um homem entra no quarto e rapidamente eu e Priscila nos separamos do abraço.

— Prazer Renato - ele me cumprimenta. - Está bem Priscila? Pode contar comigo pra qualquer coisa, já deixei tudo pago aqui pra você - ele diz e ela o abraça e agradece.