No Ritmo escrita por JéChaud


Capítulo 56
Estrela


Notas iniciais do capítulo

Oláááá amores ♥
Aqui vai mais um capítulo cheinho de carinho pra vocês ♥ ♥ ♥
Muitooo obrigada pelo carinho das mensagens, dos favoritos, sério mesmo ♥ ♥ ♥
Espero que gostem...



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Cebola chegou na Le Ballet sentindo um vazio, é ela não estava mais lá. Se sentia em partes culpado por ela ter desistido de tudo que queria, ele viu o tanto que ela lutou para conquistar seus sonhos. Bom agora era passado e ele teria que aceitar isso.

Provavelmente agora Alice já sabia que não teria mais sua melhor bailarina na escola, e certamente quando ligassem na ONG querendo contratar a dupla de dançarinos a resposta seria não, se esforçava ao maximo para não pensar nisso.

O Celular dela simplesmente não funcionava mais, eles ligaram e agora o número já não existia, pois é, ela realmente tinha desistido deles, então agora era a hora dele desistir dela também.

—-

Passar os dias nessa melancolia não foi nada fácil, mas o tempo não para, para esperar que as feridas se fechem, Cebola continuou sua rotina e onde antes a tarde havia um ensaio, agora ele tinha ocupado com criações de novas coreografias. 

Magali e Denise demoraram um pouco para se readaptar ao apartamento sem a Monica, quase um mês já tinha se passado e a baixinha só se comunicava esporadicamente via facebook.

Monica estava tentando se acostumar com idéia de trabalhar em uma empresa, onde seus pés ao invés de se equilibrarem na ponta de uma sapatilha, se equilibravam no calcanhar, na ponta de um salto.

Foi um tremendo tédio o primeiro dia em que entrou pela porta da empresa do seu pai, primeiro porque a colocaram em uma mesa ao lado do Fabio, o que já era complicado, depois porque era papel que não acabava mais. Ela sempre admirou os empresários, que tinham paciência e entendiam de toda burocracia de um escritório, mas ela tinha definitivamente nascido para ser livre e voar por entre as melodias, dando forma fisica a interpretação musical.

Hora ou outra o Fabio a pertubava de alguma forma, sempre inundava a mesa dela de chocolates, bilhetes, flores, alegando que ela era a mais bonita por entre o jardim, em momentos assim Monica revirava os olhos e se voltava para a janela, admirando a cidade, a vista ela não podia negar, era incrível, a empresa de seu pai ficava em um dos prédios mais altos do Rio de Janeiro em Copacabana, de lá ela conseguia avistar a praia inteira, na maioria das vezes a paisagem que a distraia das cantadas falidas do seu parceiro de sala.

Não gostava muito de como os funcionários a tratavam, por onde ela passava ou até mesmo quando apenas se levantava para pegar um copo de água, algum dos colaboradores estremeciam, largavam os celulares, paravam de falar, a respeitavam como se fosse a dona da empresa e isso realmente a incomodava.

Era diferente do Fabinho, ele andava de nariz empinado, impondo respeito, ela tentava conversar com todos, mesmo que sem sucesso, era claro que ela intimidava por ser a herdeira da empresa, mas tentava ao máximo mostrar que podiam confiar e chegar perto que ela não oferecia perigo.

A segunda semana que estava na empresa chegou, Monica se encontrava sentada no escritório analisando no mais novo programa caríssimo que seu pai havia implantado, as estatísticas de desempenho de todas as áreas, eram flechas e números que subiam e desciam, a fazendo lembrar de um passo no qual o Cebola a jogava para cima, e logo após a segurava firme para não cair no chão.

Balançou a cabeça rapidamente e bebeu um grande gole de café que tinha comprado naquele dia logo que voltou do almoço, estava agoniada, absolutamente nada daquelas informações a importavam, ela queria dançar e essa vontade ficava mais evidente a cada dia que passava.

Olhou no relógio, hora de ir embora, correu até a mesa do seu pai, lhe pousou um beijo na testa e saiu correndo rumo a sua escola de balé.

Entrou na sala do seu professor em silencio, ele estava no meio da aula das crianças, a saudade voltou a lhe atingir em cheio, era a aula que ela dava antes de ir para São Paulo, sentou observando sorridente, reconheceu algumas, outras não, provavelmente alunos novos.

Esperou pacientemente a aula acabar, e assim que a musica parou ela se levantou para parabeniza los. Antes que chegasse ao professor uma menininha veio correndo em sua direção e abraçou suas pernas a desequilibrando.

— Tia Monica, você voltou? – Ela perguntou com seus dois olhos azuis cintilantes a olhando feliz.

— Beatrice, que saudade – Monica a pegou no colo, lhe dando um abraço.

— Saudade tia – Bea falou sorridente.

— Como você está linda, e sua mamãe? – Monica perguntou feliz.

— Mamãe tá bem, jajá vem me buscar, você vai voltar a ser nossa professora? – Bea perguntou animada.

— É então.... – Monica não soube o que responder – Acho que não Bea.

— Ah tia, você é a melhor professora de balé do Rio todo – Beatrice elogiou graciosamente.

— E você por um acaso sabe o tamanho do Rio inteiro? – Monica perguntou a fazendo cócegas na barriga.

— Não hahahaha, mas queria que você voltasse – Beatrice riu e a abraçou novamente.

  Monica a colocou no chão novamente emocionada, segurou as lágrimas o máximo que conseguiu e a viu correr para a mãe assim que a mesma chegou.

Tornou a olhar para seu professor que sorria de braços cruzando analisando a cena.

— Nem vem, que meu choro ta preso aqui – Monica respondeu percebendo o que ele lhe falaria.

— Não sei como conseguiu desistir diante de tudo isso – Marcos alfinetou.

— As vezes nem eu sei, hoje foi um tédio na empresa, quer dizer, é legal lá, é uma empresa ótima, mas pra quem gosta. Eu não consigo ficar dentro da minha sala... – Monica contou arrumando sua sapatilha.

— Agora também já não faz mais diferença, você já desistiu de tudo – Marcos concluiu a olhando atencioso.

— Eles já cancelaram a minha inscrição? – Monica perguntou choramingando.

— Já, entraram em contato hoje avisando e lamentando a desistência – Marcos contou decidido.

Monica respirou fundo ao ouvir a noticia, seu coração martelou como se tivesse espinhos, era a assinatura embaixo da sua certidão de desistência.

—-

Cebola saiu do ensaio correndo para a quadra de futebol, era dia da noitada com os amigos, se trocou o mais rápido que conseguiu no vestiário, fechou sua mochila e correu em direção a porta, encontrou o Cascão e o Xaveco juntamente com o Ricardo e seguiram rumo a mesma quadra de toda semana.

— Fala Careca como está? – Cascão perguntou animado.

— De boa e você, firmeza? – Cebola o cumprimentou.

— Firmeza, acabei de deixar a Maga em casa, ela ia fazer alguma coisa do balé com a Denise, não entendi direito.

— Iam ensaiar a musica nova cabeção - Xaveco explicou rindo.

— Ah, saquei! Legal – Cebola respondeu com descaso, falar de balé ultimamente não lhe agradava em nada.

— Senta falta dela né? – Cascão perguntou quando não tinha mais ninguém por perto.

— Cara, se me conhece, não sou dessas coisas... Mas está complicado, ela está fazendo falta, sei lá o jeito como ela ria quando eu tropeçava, ou que pulava nas minhas costas quando eu estava distraído, cara eu sinto saudade – Cebola contou passando as mãos sobre os cabelos rebeldes.

— Imagino como é difícil, acho que sentiria a mesma coisa pela Maga – Cascão concluiu dando um tapinha nas costas do amigo.

— Pois é, mas é isso ai, ela que escolheu assim, borá jogar um fut e deixar esse papo pra lá – Cebola concluiu se levantando.

— Demoro – Cascão o seguiu.

—-

Monica seguiu para a casa pensativa, parou um pouco no quiosque já ladeado do anoitecer, colocou os pés na areia e ficou admirando a maré que balançava calmamente em sua imensidão.

Olhou para uma estrela que brilhava cintilantemente ao longe, como se piscasse para ela, a estrelinha desaparecia e aparecia por entre as nuvens, sentiu um arrepio pelo corpo e uma saudade invadir sua memória...

—-

Cebola abriu a janela do seu quarto após o banho e deitou na cama admirando o céu no seu tom azul escuro, a Lua formava um semi circulo e ao seu lado uma estrela despontava, sozinha, brilhando fortemente, por instantes acreditou que ela o mirava, sentiu um frio pelo corpo e seu coração apertado...

... Era quase que como se alguém do outro lado da estrelinha compartilhasse dessa mesma saudade...


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥
Se puderem deixem suas opiniões, são sempre super mega bem vindas ♥

“E se a saudade apertar, procure no céu, a estrela que mais brilhar... Ela será meu olhar ♪” -A Estrela que mais brilhar - Sandy & Junior.

Beijinhos e espero vocês no próximo capítulo ♥ ♥ ♥



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