I Love Charlie escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 21
Pede o beijo.


Notas iniciais do capítulo

Olá...

Aproveitem o capítulo, boa leitura! ❤

Desculpe se houver erros de ortografia.



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Acordei com o barulho insuportável do despertador, eu só não havia tacado-o na parede porque era o meu celular.

Se passaram dois dias desde que a Katie chegou chorando na minha casa. – Tentei falar com Jeff, mas ela sempre me impedia. – Dizia não querer mais brigas.

Mas eu precisava entender porque meu amigo estava agindo feito babaca com ela, e hoje eu daria um jeito de falar com ele.

Eu estava descendo os degraus da escada quando vi Cody e Tommy conversando animadamente. – Eles riam de alguma coisa, me perguntei mentalmente como eles conseguiam ter bom humor de manhã.

— Bom dia. – falei chamando a atenção de ambos.

— Você dando bom dia? Que milagre é esse? – Tommy fez graça pra variar.

Desde o dia em que ele tinha “visto” meus seios marcando na blusa e eu rebolando na cozinha, eu procurava evita-lo. – Não queria ouvi piadinhas dele, por que se tem uma coisa que eu sei, é que ele nunca vai esquecer o que viu.

— Pra sua informação eu sou muito educada! – falei e ele começou a rir ironicamente.

— Sua irmã contando piada, Cody! – meu irmão que até então estava mexendo no celular, com um sorriso idiota estampado na cara, olhou para gente sem entender nada.

— É… O que? – ele perguntou. Eu bufei e fui até ele puxando-o pelo braço em direção a porta.

— Vamos! – falei impaciente. – Você vai ter muito tempo para conversar com a Jas.

— Como sabia que eu estava falando com ela? – ele perguntou surpreso.

— Pela sua cara de idiota! – falei abrindo a porta. – Droga, esqueci meu celular. – bufei ao me lembrar, eu já estava do lado de fora de casa. – Espera ai Cody.

Entrei de novo em casa e vi Tommy deitado no sofá.

— Não vai pra escola? Se continuar ai vai se atrasar. – falei andando em direção as escadas.

— Eu vou, mas não estou com pressa. – respondeu meio grosseiro, me fazendo revirar os olhos enquanto ia subindo os degraus.

Demorei um pouco para achar meu celular, que eu havia colocado embaixo do travesseiro, eu só podia está ficando maluca!

Desci a escada aos tropeços, e corri o máximo que pude, mas quando abri a porta Cody não estava mais lá. – Ao invés do meus irmão, havia Tommy encostado no “seu” carro, com as mãos no bolso da calça. Ele usava óculos escuros, deixando-o mais tentador.

— Desgraçado! – murmurei, era obvio que Cody havia me deixando para buscar Jas.

— Espero que não esteja se referindo a mim. – ele falou indiferente. – Vamos? Cody me pediu para levar você.

— Tem outro jeito? – perguntei com uma sobrancelha arqueada.

Dei a volta no carro e entrei no banco do carona, Tommy entrou logo depois de mim, dando partida.

Nós dois estávamos em total silêncio. – Eu não parava de pensar no maldito beijo, mas como se não bastasse ele ainda me diz que eu tenho que pedir para ele me beijar novamente, garoto irritante!

Ele parou no sinal vermelho, olhei-o pelo canto dos olhos e vi que seu olhar se mantinha fixo em mim, mordi o lábio nervosa. Eu ficava meio incomodada com o olhar dele em mim, pois não sabia o que significava.

— O que é? – virei para encara-lo. – O que está olhando?

— Estou olhando você! – ele sorriu. – Não posso?

— Não! – respondi ríspida.

— O que você tem em? É tpm? –perguntou assim que o sinal abriu e o carro voltou a andar.

— Tem como você calar a boca? –perguntei encostando a cabeça no vidro da janela.

— E se eu não quiser, o que você vai fazer?

Voltei a olha-lo, ele parecia concentrado em dirigir e mantinha seus olhos no transito a frente, mas eu jurei ter visto um sorriso malicioso em seus lábios.

— Eu vou jogar você deste carro em movimento! – ele me olhou, eu tinha um sorriso sarcástico no rosto, ele soltou uma gargalhada. Do jeito que eu gostava… Natural.

— Você não faria isso! – falou convencido. – Sabe porque? – fiz que não com a cabeça. – Porque você não sabe viver sem mim, baby.

Revirei os olhos e bufei.

— Eu já disse pra você não revirar os olhos pra mim! – olhei-o com uma sobrancelha arqueada pronta para responder quando vi Jeff indo para escola. Ele caminhava tranquilamente pela calçada.

— Diminui a velocidade! – pedi para Tommy, ele me olhou estranho.

— Porque? – indagou.

— Preciso falar com Jeff! – falei apontando para meu amigo que estava um pouco a frente.

— Porque não desce e fala com ele? – Bufei impaciente. Será que ele não podia fazer o que eu estava pedindo?

— Porque eu não quero ir de a pé para escola! – falei como se fosse obvio. – E você pode ir acompanhando ele devagar.

— Preguiçosa. – ele sorriu e balançou a cabeça. – Tá bom, eu vou ir acompanhando ele…

— Obrigado! – sorri amigavelmente pra ele. – Jeff?! – chamei-o. Ele levou um susto quando me viu, ou melhor, quando viu minha cabeça pra fora da janela.

— Charlie? – falou surpreso. – Oi! Quanto tempo…

— É… – sorri para ele.

— Agora você só anda pra cima e pra baixo com a Katie, esqueceu de mim! – brincou.

— Eu tenho que consolar ela, já que você resolveu agir feito idiota com ela! – fui direta.

Jeff me conhecia a anos, e sabia que tudo o que eu tinha pra falar, eu falava e pronto.

— Charlie… – ele soltou um longo suspiro – você não entende!

— É, eu realmente não entendo! – ironizei. – Não entendo porque meu melhor amigo foi um babaca com uma garota!

— É complicado... – ele coçou a cabeça. Seu olhar denunciava culpa.

— Vocês já se resolveram? Porque nesse passo lento nós não vamos chegar nunca na escola! – Tommy falou irritado.

Me virei para ele com um olhar de irritação.

— Eu já estou acabando aqui! – voltei minha atenção para Jeff. – Você, hoje na minha casa! – apontei para ele – Depois da aula, vamos ter uma conversinha de melhores amigos.

— Tá! – ele suspirou, sabia que não teria como fugir.

— Ela é mandona pra caralho não é?! – Tommy entrou no campo de visão dele, que sorriu confirmando com a cabeça.

— Demais! Não sei como consigo suportar! – Jeff respondeu, eu olhei mortalmente para ele.

— Não sei como nós suportamos! – Tommy resolveu montar um complô contra mim – Acho que é porque ela é linda…

Corei assim que escutei o que ele havia acabado de falar.

— Calem a boca os dois! – falei sem paciência e extremamente vermelha. – A gente se vê na escola. E você… – apontei para o indivíduo que dirigia o carro. – Anda logo!

— Falei que ela era mandona! – Tommy falou rindo e logo depois acelerou o carro. Não demorou muito e nós já estávamos na escola, até porque ele dirigia feito louco e eu já estava me acostumando. Tirei o sinto e ia abrir a porta do carro para sair – Charlie…

— O que? – perguntei virando-me para olhar ele.

— Foi legal o que você fez pela Katie... – ele me deu um sorriso, lindo… Eu até diria que ele estava orgulhoso de mim. – Você é tão surpreendente, sabia? – falou me fazendo corar. – Mesmo você e ela tendo se desentendido várias vezes, você ainda a defendeu…

— Nós não nos gostávamos por sua causa. – ri encostando minha cabeça no banco do carro.

— Que culpa tenho eu se sou irresistível? – perguntou rindo convencido. – Fazer o que se todas as garotas são afim de mim…

— Ei, ei! – chamei sua atenção. – Eu não sou afim de você! – falei indiferente.

Ele encostou seu braço no banco onde eu estava sentada, próximo a minha cabeça. – Chegou mais perto de mim, seu rosto estava a alguns centímetros de distância do meu. Ele olhava diretamente para os meus olhos. 

— Então porque você não para de me olhar? Não consegue me evitar quando me ver?! – sussurrou rouco contra os meus lábios. – Porque quando eu te beijei você não recuou? – sua voz saiu num tom sexy e provocativa. Nossos lábios estavam quase se encostando. – E eu sei que nesse exato momento você quer que eu te beije, mas você lembra o que eu te falei? Você vai ter que pedir! – consegui sair do transe em que eu estava, coloquei minhas mãos contra o seu peito e o empurrei para longe de mim. Peguei minha mochila, abri a porta do carro, sai e quando ia fechar pude ouvi-lo.

— Você ainda vai pedir, Charlie! – bati a porta com força, para descontar minha raiva.

Passei por Jas e Cody no portão, não falei com eles. – Eu só queria ir pra sala e tentar prestar atenção em algo que me fizesse esquecer o idiota!

Me joguei na cadeira bufando de raiva. – Ele realmente acha que eu vou pedir? Nunca! Nunquinha!

— Olá...? – Katie estava parada na minha frente.

— Oi Katie! – respondi. – Você sabe que essa sala não é a sua né?! – falei um pouco ríspida.

 — Calma, só vim fazer uma visita antes do sinal bater! – falou. – Mas se quiser vou indo já…

— Não, fica! – falei. – Me desculpa.

— O que aconteceu? – perguntou se sentando na lugar a frente, que era o da Jas.

— Tommy… – parei de falar quando Jas chegou. Ela viu Katie sentada em seu lugar e logo fechou a cara. – Depois eu te falo.

— Licença! – Jas falou colocando sua mochila em cima da mesa, fazendo barulho.

— Toda! – Katie levantou-se da cadeira. – Eu já vou indo, Charlie…

— Até o intervalo… – o professor acabará de entrar na sala e lançou um olhar mortal para Katie.

— Katherine! Já para sua sala! – o professor apontou para porta.

— Eu já to indo, calminha ai! – e saiu da sala, alguns garotos olhavam quase babando por ela.

— To vendo que você arrumou uma nova amiga mesmo! – Jas falou, mas logo se calou ao ser fuzilada pelo professor.

As primeiras aulas passaram rapidamente, apesar de eu não ter prestado muito atenção, meus pensamentos estavam no ser incrivelmente debochado e maravilhosamente gostoso, chamado Tommy.

Eu e Jas caminhavamos pelo corredor indo em direção ao pátio.

— O que aconteceu? Você está estranha… – perguntou.

— Nada Jas! – sorri forçado.

Não sei se iria conseguir esconder sobre o Tommy por muito tempo…

Não eu não havia contado sobre o beijo e nem sobre o clima que estava rolando faz tempo entre nós dois. – Sei que ela é minha melhor amiga e devemos contar tudo uma pra outra, mas as coisas mudaram um pouco… e não é que eu não confie mais nela, é só que eu sei que Jas não esconde nada do Cody e eu não preciso que meu irmão brigue com o melhor amigo, por algo desnecessário. – Conheço muito bem Cody e sei que ele da graças a Deus por eu e Tommy nos odiarmos. Ele sabe que o amigo não presta e se soubesse que algo do tipo estava acontecendo entre nós dois, já teria o expulsado da nossa casa.

— Você está muito estranha e não é de hoje! – falou. – Você só anda com a Katie, acha que não percebi? – notei um pouco de magoa em seu tom de voz.

— Jas, eu já disse que você é minha melhor amiga! – sorri. – E quanto a Katie eu estou ajudando ela com o Jeff…

— Ajudando? – ela perguntou sem entender. Expliquei mais ou menos o que estava acontecendo pra ela. – Você sabe que ele já namorou e bem, não deu muito certo… E a Katie não tem uma reputação tão “boa”. Não que eu esteja julgando ela, mas pra um garoto feito o Jeff que já foi magoado ele vai ficar com um pé atrás com ela...

— Eu sei, mas isso não justifica… – falei.

— É! – concordou. – Ele pode ter feito isso pra afastar ela, não acha?

— Sim, mas mesmo assim vou falar com ele. – ela deu de ombros.

Meu irmão vinha em nossa direção e Jas começou a arrumar o cabelo e me perguntou se estava bonita.

Gente apaixonada é tão… Eca!

Não tive nem tempo de dizer “oi” – Cody puxou Jas pela cintura e a beijou com vontade. Eu bufei e segui meu caminho sozinha.

Entrei no pátio e vi Jeff sentando na “nossa” mesa, ele não ficava mais com a gente no intervalo – Motivo: Katie, obvio.

— Olha quem resolveu dar o ar da graça! – me sentei de frente para ele.

— Engraçadinha! – ironizou. – Estou morrendo de rir. Por dentro!

— Se controla Jeff. – falei rindo da cara dele. – Não se esqueça que hoje, eu e você vamos conversar!

— Porque não fala logo? – bufou impaciente.

— Aqui não! Não quero que a Katie escute ou saiba… – falei baixo. – Jas e meu irmão tinham acabado de se sentar, ao meu lado e estavam se agarrando. – Vocês não param não? A gente aqui não é obrigado a ver vocês dois se comendo praticamente! –reclamei.

Jeff riu e Jas corou logo depois ficou emburrada. Meu irmão acompanhou meu amigo na risada.

— Concordo Charlie! Vocês dois estão demais não acham? – Jeff indagou e Jas lhe mandou o dedo do meio.

— Nós estamos apaixonados. Respeitem! – meu irmão deu um selinho na minha amiga, que ficou toda boba.

— Charlie?! – escutei uma voz animada atrás de mim. Me virei e dei de cara com Katie, seu sorriso aos poucos foi sumindo ao ver Jeff. Eles se olharam e ela desviou o olhar – A gente se fala depois! – falou um pouco baixo e saiu apressada em direção ao banheiro.

— Droga! – Jeff falou irritado, via culpa em seu olhar.

— Eu vou falar com ela… – me levantei.

— O que eu perdi? – meu irmão perguntou.

— Depois a gente explica, só fica com o Jeff, tá bem? – Jas disse me surpreendendo. Ela se levantou. – Vou com você!

Fomos rápido até o banheiro que por um milagre estava vazio. – A última cabine estava fechada e deduzi que era lá que ela estava.

— Katie? – chamei depois de bater de leve na porta.

Silêncio.

— Abre a porta. – pedi. – Katie…?

Silêncio.

— Abre por favor… – Jas que não havia falado pediu. – Nós só queremos conversar…

A porta foi destrancada e ela abriu devagar. Katie estava sentada no vaso, que estava com a tampa abaixada.

— Como ele tem coragem de me olhar daquela formar? Depois de falar horrores pra mim? – ela falou deixando algumas lágrimas caírem.

Fui até ela e a abracei, senti Jas juntando-se a mim no abraço.

— Eu conheço o Jeff... – ela falou quando ainda estávamos abraçadas – Se ele fez isso é porque está com medo de sentir algo por você… – desfizemos o abraço. Katie olhou fixamente para Jas.

— Se ele sente algo por mim e me trata assim, imagina se me odiasse! – ela riu forçado. – Quer saber? Eu não vou derramar mais lágrimas, não vale a pena! Não enquanto ele não fizer nada pra mudar isso…

(…)

As aulas se passaram voando e quando dei por mim eu estava na frente do colégio esperando Jeff. Agora que ele não iria mesmo fugi da nossa conversa!

— Não vai pra casa? – Cody perguntou me dando um susto.

— Estou esperando o Jeff. – falei impaciente.

— Hum... – ele coçou a cabeça, já sabia o que estava por vim, ele iria pedir pra mim ir pra casa com Tommy. – Vocês dois podem pegar uma carona com o Tommy? É que eu vou sair com a Jas…

— Novidade! – resmunguei. – Não tem outro jeito não é? Mas um dia eu vou jogar na sua cara!

— Não faz drama, Char! – escutei a voz de Jas, que até então estava conversando com Katie em um lugar mais afastado.

Só espero que elas não se juntem e me deixem, porque já basta a Jas ter me deixado!

— Você fala isso porque não é você que tem que aguentar aquele ogro! – apontei em direção ao Tommy que estava encostado no carro.

Incrível como todas as garotas babam por ele!

— Dramática. – cantarolou Jas.

— Você também é bem implicante! Não se faça de vitima. – Cody resolveu defender o amigo.

Revirei os olhos.

— Vamos? – Jeff acabará de chegar para me salvar daqueles dois.

— Vamos! – entrelacei meu braço no dele. – Eu não aguento mais esses dois!

— A gente ouviu isso! – protestou meu irmão.

— Era pra ouvir mesmo! – falei sorrindo.

— Você não presta. – Jeff riu junto comigo.

— Talvez! – falei.

Nós andávamos em direção ao carro do Tommy que estava conversando bem animado com uma garota qualquer do terceiro ano. – Ela era bonita, morena, alta, tinha um corpo definido, os olhos azuis... Eu me senti feia só de olha-lá de longe.

— Será que você pode me levar pra casa? – indaguei cortando o “clima” entre os dois.

— Eu não sou seu taxista! – ironizou.

— Tom eu já vou! Você tem que levar sua… Irmã? Pra casa. – a garota falou, ela me olhava com certa indiferença.

— Ela não é minha irmã. – riu debochado.

— Não? – perguntou surpresa. – Então o que ela é?

— Não é da sua conta! – respondi ríspida. – Dá pra gente ir logo, ou eu vou ter que pegar a chave do seu bolso? –perguntei olhando diretamente para ele.

Ele tirou a chave do bolso e me entregou.

— Vai entrando no carro que eu já vou! – o cara de pau teve coragem de me falar isso.

Entrei e me sentei no banco do carona enquanto Jeff se sentava atrás, no passageiro.

— Da pra você ir logo! – apertei a buzina com força. A garota agora me fuzilava. – Que saco! – resmunguei.

— Se eu não te conhecesse bem, diria que está com ciúmes! – Jeff me olhou sério pelo espelho do carro.

— Ainda bem que você conhece! – sorri irônica pra ele.

— Pronto! – Tommy entrou no carro. – Satisfeita? – não respondi, só lancei um olhar de irritação pra ele.

(…)

— Vamos lá! Chegou a hora da nossa conversinha. – falei séria olhando diretamente nos olhos de Jeff.

Nós estávamos no meu quarto. – Me sentei na cama, ficando de frente para ele.

— O que ela te disse sobre nós? –achei tão fofo a forma como ele se referiu a ela. Seria ainda mais fofo se ele não tivesse bufado.

— Disse que vocês brigaram. Que você mandou ela esquecer o beijo de vocês… – dei uma pausa. Jeff me olhava sério. – Falou também que o Tyler tentou agarrar ela e você a defendeu, mas depois disse que a culpa era dela…

— Eu sei que não deveria ter falado que a culpa era dela! Porque ela não tinha culpa nenhuma! – ele me interrompeu. – Mas você sabe a raiva que eu senti quando eu vi aquele cara agarrando ela? É obvio que ela não tinha culpa, mas eu descontei nela assim mesmo… – ele passou a mão nervosamente pelos cabelos bagunçados.

— Você falou que não queria nada com ela, porque ela já havia ficado com metade da escola… E que ela não se valorizava. – falei baixo. Eu olhava diretamente nos olhos dele e pude ver a culpa ali.

— Eu fui um idiota com ela, mas… –ele soltou a respiração pesadamente. – Só não quero me machucar de novo, você sabe o que aconteceu Charlie. Da última vez…

— Mas como você sabe que vai acontecer de novo? – indaguei.

— A Katie me lembra ela… Não consigo evitar. Ela me lembra depois de tudo o que aconteceu, da forma como a Clai… eu não gosto de falar o nome dela! Você sabe. – ele fez uma pausa. – Ela ficou com vários garotos depois que nós terminamos.

— Jeff, elas não são iguais! – falei. – Você deveria saber disso! A Katie mesmo com esse jeito louquinho, você sabe, ela não te machucaria! Mas parece que foi você quem fez isso com ela…

— E o que você acha que eu tenho que fazer? – perguntou meio envergonhado.

— Tenta falar com ela… Peça desculpas pela merda que você fez! Pelo o que eu conheço da Katie, ela vai perdoar você. 

— Você tem razão… – concordou.

— Eu sempre tenho! – falei convencida.

— Ah cala boca vai! – ele jogou um travesseiro em mim. – Obrigado…

— Só não vai fazer mais besteiras em! – Jeff envolveu seus braços em minha cintura e me puxou para um abraço. Eu passei meus braços ao redor do seu pescoço.

— Obrigado, pequena Charlie. – sorri com o apelido infantil que ele havia me dado.

(…)

Eu me encontrava sentada no sofá da sala. Era noite e meu amigo já tinha ido embora. – Cody e Jas estavam no quarto, fazendo o que eu não estou afim de saber. – Minha mãe estava trabalhando como sempre. E Tommy estava com seus olhos fixos em mim (ou no pequeno decote da minha blusa).

Estou evitando ele – de novo – desde a escola, quando eu o vi com aquela garota.

Mas estava ficando difícil com ele olhando fixamente pra mim. E com ele sem camisa, apenas de calça moletom, com os cabelos molhados.

— O que foi? – entrei no joguinho dele. – O que você tanto olha pra mim?

— Admirando… –  ele mordeu os lábios olhando para o meu decote.

— Tarado! – murmurei.

Ele sorriu cafajeste, o que me irritou. Eu me segurei para não jogar uma almofada na cara dele.

— Da pra você parar de olhar para os meus seios? – indaguei já sem graça.

— A culpa não é minha! – ele se fez de ofendido. – Eles que estão chamando a minha atenção…

— Cala a boca! – eu deveria está muito vermelha agora. Coloquei uma almofada na frente dos meus seios tapando-os.

— Não adianta esconder… – encarei-o, e ele mantinha um olhar malicioso. – Sabia que a imagem deles marcando na sua blusa, aquele dia… – ele mordeu os lábios me olhando fixamente. – Não sai da minha cabeça.

— É... vo-você deveria esquecer! –tentei voltar minha atenção para o programa qualquer que passava na televisão. Quando dei por mim Tommy havia se sentado no sofá ao meu lado, muito próximo de mim.

— Eu não consigo… – ele sussurrou no meu ouvido. – E eu acho que você gostou, tanto quanto eu…

Fechei os olhos tentando evita-lo. – Mas eu sabia que não iria conseguir.

— Não! – falei baixo, mas audível. Meus olhos permaneciam fechados.

Senti sua mão tocar meu cabelo e joga-lo por cima do meu ombro, deixando meu pescoço totalmente descoberto. Ele se aproximou mais, antes de sussurrar no meu ouvido.

— Mentira! – sua voz saiu rouca, a proximidade me fez ficar arrepiada. – Você é uma péssima mentirosa…!

Senti ele chupando o lóbulo da minha orelha. Sua mão deslisou rapidamente para minha coxa.

— Tommy... – arfei quando senti sua mão apertando minha coxa com força.

Sua boca deslisou mais para baixo e ele começou a distribuir beijos por toda curva do meu pescoço. Senti uma leve chupada, depois ele voltou a distribuir mais beijos. – Não me contive e levei minhas mãos até seus cabelos macios. – Quando os beijos e as chupadas foram ficando mais intensas eu arranhava sua nuca. – As mãos dele subiram até minha cintura e ele me fez deitar no sofá, assim ficando por cima de mim. – Tommy enterrou seu rosto nos meus cabelos e continuou a beijar por toda extensão do meu pescoço. – Me deixando... Excitada? Sim! Tommy Radcliffe, o cara que eu achava mais odiar no mundo, estava me deixando assim. 

Suas mãos que estavam na minha cintura me apertavam contra o seu corpo. Já as minhas puxavam seus cabelos com um pouco de força.

— Pede... – ele sussurrou no meu ouvido, sua voz saiu rouca e sexy. – Pede o beijo. – ele depositou um beijo molhando no meu pescoço. Depois levantou seu rosto, para poder olhar diretamente nos meus olhos.

Abri a boca para falar. – Sim eu ia pedi aquele maldito beijo! Eu queria aquilo e porque ficar negando algo que eu tanto quero? Mas fui interrompida ao ouvir vozes e passos. – Tinha me esquecido totalmente de Cody e Jas.

— Tommy tem gente vindo…! – foi tudo o que eu falei.

Ele saiu rapidamente de cima de mim. Se sentou no outro sofá e ajeitou seus cabelos que estavam muito bagunçados. Eu ainda arfava e minha respiração estava desregulada. Tentei me controlar mordendo os lábios.

— Joga o cabelo pra esse lado... – ele apontou para onde tinha chupado meu pescoço. Certamente deveria está marcado.

Ótimo! Joguei meus cabelos por cima, tentando esconder.

Cody surgiu no topo da escada junto com Jas. Eles estavam animados e riam. Enquanto eu estava em pânico.

— O que vocês estão aprontando? –meu irmão perguntou descendo a escada vindo em nossa direção.

— Nada! – Tommy respondeu tranquilamente. Como se nada, realmente estivesse acontecendo.

— Achei que vocês estavam se matando. – Cody falou me fazendo rir. Se ele soubesse que na verdade o amigo estava por cima de mim, me deixando de uma forma que eu nunca imaginei que ele me deixaria… – Tá rindo do que? –perguntou desconfiado.

Apontei para a TV. – Estava passando um filme de terror, cujo a cena que acabará de acontecer era da mocinha sendo assassinada.

— Tem gosto pra tudo. – Jas deu de ombros.

— Vou levar a Jas em casa. – meu irmão passou o braço por cima do ombro dela.

— Tchau Tommy, Tchau Char... – ela se inclinou dando um beijo na minha bochecha. – Que cheiro é esse, parece perfume masculi… – interrompi antes que ela chamasse a atenção do meu irmão que conversava com Tommy.

— Tchau Jas! Se cuide e use camisinha! – falei alto, fazendo-a corar. Os meninos começaram a rir.

— Cala boca! – murmurou antes de sair porta a fora com meu irmão.

— Se você não se importa, eu vou dormir. – falei me levantando do sofá.

Tommy se levantou e ficou na minha frente, me impedindo de passar.

— Na verdade eu me importo… A gente podia continuar da onde parou… – olhei envergonhada para ele que mantinha um sorriso de lado.

— Acho melhor eu ir dormir, não quero fazer besteira! – falei decidida.

— Na verdade, você quer. – ele levou sua mão até meu cabelo e descobriu meu pescoço. – Eu sei que quer… – mordi os lábios encarando-o. – Você vai ter que passar maquiagem nisso. – ele se virou e foi em direção as escadas, subindo-as e me deixando sozinha.

De novo ele havia feito aquilo, me deixado sozinha! Eu estava ficando cansada dessa palhaçada.

Qual era o problema daquele garoto? Ele queria me enlouquecer? Ele estava jogando comigo, e eu entrei no joguinho dele. Agora era tarde demais pra sair.


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Notas finais do capítulo

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