I Love Charlie escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 13
Dança comigo.


Notas iniciais do capítulo

Olá...

Desculpe se houver erros de ortografia e boa leitura.



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O barulho costumeiro do meu despertador anunciava que eu tinha que acordar. – Mas um dia – pensei desligando-o.

Me espreguicei na cama esticando meus braços. Levantei sonolenta e peguei uma toalha me direcionando ao banheiro.

Depois de pronta abri a porta do meu quarto com o intuito de descer e ir em direção a cozinha. Vi a porta do “quarto” do Tommy aberta, não resistir a curiosidade e entrei.

O quarto ainda estava organizado se não fosse pelos lençóis da cama bagunçados. Decidi sair rapidamente antes que ele voltasse. Ao me virar dei de cara com Tommy encostado no batente da porta. Ele estava de braços cruzados, apenas uma tolha estava “cobrindo” seu corpo. A tolha estava na altura da sua cintura me dando visão privilegiada do seu corpo. Seus cabelos molhados estavam bagunçados e alguns fios caiam sobre seu rosto. Ele me olhava com curiosidade e tinha um sorriso debochado no rosto.

— O que faz aqui? – perguntou fitando-me de cima a baixo.

— E-eu… é… – seu sorriso alargou-se mais. – Essa casa é minha, entro onde quiser! – falei desconversando. – E você, acha bonito desfilar nu pela casa das pessoas? – me olhando de forma maliciosa ele balançou a cabeça e soltou uma risada.

— Não estou nu, estou de toalha! – ele apontou para toalha em seu corpo. – Mas se você entrou aqui é porque estava querendo vê alguma coisa... — ele deu enfase na tal “coisa”. Seu tom de voz malicioso me fez corar.

— No dia que eu que eu quiser ver alguma “coisa”... – fiz aspas com as mãos. – eu estarei louca!

— É você vai estar louca mesmo, e gemendo também. – eu o olhei com a boca aberta e ele me deu um sorriso sacana.

— Nunca. – falei passando por ele e saindo do comodo.

— Quero ver você dizer nunca quando estiver gemendo meu nome! – escutei mais uma de suas risadas cheia de deboche, entrei no meu quarto e bati a porta com força.

(…)

Desci as escadas e me direcionei a cozinha, encontrando somente Tommy.

— Cade minha mãe? – perguntei sem olha-lo, servindo meu café e sentando-me do outro lado da mesa, de frente para ele.

— Trabalho. – respondeu secamente. Garoto bipolar, eu em!

— E Cody – dessa vez tive que olha-lo e encontrei ele me fitando intensamente.

— Não sei, quando cheguei na cozinha ele não estava mais em casa. – seu olhar sobre mim estava me incomodando.

— Deve ter esquecido de nós e ido buscar Jas. – falei bufando.

— Esquecido só se for de você, porque eu sou inesquecível. – o olhei com uma sobrancelha levantada.

— É claro que é! – falei surpreendendo-o. – é difícil esquecer alguém extremamente chato, babaca, sem noção, idiota.. – eu contava os adjetivos nos dedos. Tommy me lançou um olhar irritado.

— Cale a boca! – falou perdendo a paciência.

— Não calo! – irritei-me também. – o que vai fazer? – olhei para ele com um olhar desafiador. Tommy levantou-se da sua cadeira. Mantinha um sorriso debochado, ele inclinou seu corpo para frente, deixando assim seu rosto próximo do meu. Congelei naquele momento, toda vez que eu sentia ele próximo de mim, ao invés de me afastar eu permanecia. Seu hálito batia em meu rosto, minha respiração que era calma, desregulou-se totalmente.

— Eu podia pegar você te jogar naquela cama lá em cima e fazer você calar a boca de todas as formas possíveis! – ele molhou os lábios passando a língua por eles. – Mas isso só aconteceria se você estivesse louca, não é mesmo?! – desgraçado estava usando minhas palavras! – Se você quiser ir pra escola comigo, trate de se apressar! – afastou-se de mim, mudando totalmente de assunto.

Soltei minha respiração pesada de uma vez só.

— Será que da pra ir mais devagar?  –  perguntei para Tommy que estava quase cinco passos a minha frente.

— Anda logo! – falou entrando em uma rua. – suas pernas são pequenas, mas você consegue andar não é?! – ironizou.

— Essa rua fica mais longe para ir pra escola. – avisei, ele não me respondeu e continuou andando. – Cacete Tommy! Eu estou falando com você! – ele virou para mim.

— Eu vou passar em casa. – falou sem muita emoção.

— Pra que? – indaguei ouvi ele bufar.

— Pra pegar o carro do meu pai. – eu arregalei os olhos – Ele não levou, e já que não posso usar o meu…

— Seu pai vai te matar! – ele riu sem parecer ligar para as minhas palavras.

— Eu não me importo! – revirei os olhos sem ele ver.

— Isso é uma péssima ideia! – falei cruzando os braços no banco do carona.

— Fica quietinha, Charlie. – Tommy ligou o carro e acelerou. Ele andava como um louco pelas ruas, eu gritava para que ele fosse mais devagar e ele parecia se divertir com o meu desespero.

— Você é um louco! – bufei saindo do carro. – Entendi porque seu pai tirou seu carro de você.

— Mas andar dessa forma que é divertido!

Tommy andava ao meu lado, percebi os olhares das pessoas sobre nós. Algumas garotas olhavam para mim com cara de nojo.

(…)

— Ai! – Jas gritou após receber um tapa em sua cabeça, dado por mim. – o que eu fiz?

— Graças a você... – falei apontando para ela – Eu tive que vim para escola com o Tommy! – revirei os olhos.

— Cody me falou que vocês não se importariam se ele fosse me buscar. – ela levantou os ombros e fez cara de inocente.

— Cody falou? – Jas afirmou que sim com a cabeça – Eu odeio vocês dois!

— Para vai Charlie! – ela revirou os olhos – vai falar que foi tão ruim assim?

— Foi péssimo, ele é péssimo. – o professor tinha acabado de entrar na sala, e olhou mortalmente para mim e Jas que ainda estávamos falando.

— Posso falar com você Charlie? - levantei meu olhar para a dona da voz que acabará de atrair minha atenção.

— Katie? – Jeff perguntou olhando-a parada de pé ao lado da mesa em que nós estávamos sentados.

— Pode. – respondi levantando-me.

Katie olhou para Jeff com uma cara nada boa e ignorou ele.

— Vamos até ali... – ela apontou para fora do pátio, andamos em silêncio até um corredor vazio.

— É só falar Katie. – falei sem animação.

Eu e Katie não nós davamos muito bem, pelo simples motivo de que ela “namorava” Tommy.

— Olha Charlie... – começou, ela parecia procurar palavras. – eu só queria deixar bem claro que não odeio você. – prestava atenção olhando-a nos olhos, via sinceridade neles. – E que eu só pegava no seu pé por causa do Tommy, você sabe a gente namorava… – assenti que sim com a cabeça. – E no fundo eu sentia inveja pela ligação que vocês tem, uma coisa que eu e ele nunca tivemos. – sorriu fraco.

— Katie eu e Tommy não temos “ligação” nenhuma! – ela sorriu irônica – só se for de ódio!

— Você pode negar isso e ele também. Mas só não vê quem não quer! – mordi meu lábio pensando em suas palavras.

— Sem chance, Katie! – falei, ela deu de ombros.

— Um dia você vai ver...! – ela sorriu sincera pra mim e eu sorri de volta.

(…)

— Você ainda não me disse o que ela queria. – Jeff disse insistente na hora em que saíamos da escola.

— Fica tranquilo, não é nada sobre você! – falei rindo. Vi sua irritação pelo olhar.

— Você acha que a gente não percebeu a forma que ela olhou pra você? – Jas perguntou se divertindo com aquela situação.

— Foi porque eu dei um fora nela! – Jeff bufou impaciente.

— E porque você fez isso? – indaguei curiosa.

— Porque eu já disse mil vezes que ela não faz meu tipo! – eu e Jas nos entreolhamos e começamos a rir.

— E porque ela não faz seu tipo? – Jas o encarou.

— Não gosto de garotas que “pegam” todos. – seu desconforto era evidente.

— Machista! – falei alto atraindo a curiosidade de algumas pessoas. – Se é homem tudo bem ficar com várias, mas mulher não pode?

— Exatamente! – Jeff afirmou convicto.

— Jeff cala boca que tá feio pra você! – Jas falou.

(…)

Eu fitava o teto do meu quarto. Estava calor e eu não tinha nada pra fazer. Scott não me ligou mais desde o dia em que Tommy pediu desculpas para ele. O tédio tomava conta do meu corpo.

Vim pra casa com Cody e Jas que não demorou muito e foi para sua casa tamnem. – Não vi mais Tommy, mas tinha o palpite que ele deveria está transando com alguma garota. – E desde quando eu me importava com isso?

— Posso entrar?  –  escutei batidas na porta.

— Não. – continuei deitada fitando o teto.

Senti a cama afundar ao meu lado.  – Tommy estava com os olhos fixos em mim, eu tinha essa sensação e a certeza veio quando eu o olhei pelo canto dos olhos.

Fechei meus olhos.

Nós estávamos em total silêncio.

— Sai da minha cama. – falei com os olhos fechados.

— Não! – escutei sua risada.

— O que quer? – abri os olhos.

— Preciso da sua ajuda... – me surpreendi ao escutar suas palavras. Me virei e o encontrei com os olhos ainda fixos em mim.

— Para? Não vou te ajudar a roubar um banco! – escutei o som da sua risada sincera ecoar por todo meu quarto. Era essa risada que eu gostava, sem deboche, sem malicia ou sarcasmo.

— Física... – sua risada havia sessado. – Sei que você é boa, mesmo estando um ano a menos que eu. – isso era verdade. – E eu sou péssimo, preciso que você me ajude.

— Hum... – me virei voltando a fitar o teto – Porque eu faria isso?

— Eu fico te devendo uma. – analisei sua proposta.

— Tudo bem, eu irei cobrar! – falei – Agora sai da minha cama. – escutei ele bufa e senti seu peso sair da cama.

— Quando começamos? – indagou. Me levantei, ficando sentada na cama, cruzei as pernas igual índio.

Tommy estava na porta do meu quarto com as mãos no bolso da calça.

— Hoje se quiser…  –  respondi.

— Ta. – falou concordando. – Quer estudar aqui mesmo?

— Pode ser... – falei me levantando e indo em direção aos meus cadernos. – Pegue os seus pra mim ter mais ou menos uma noção do que você está estudando. – ele assentiu e saiu do quarto. Minutos depois voltou com um caderno em mãos.

Sentei-me em minha cama, sendo acompanhada por Tommy, olhei algumas da suas lições e vi a maioria das questões estava sem respostas. – Comecei a explicar algumas coisas para ele que assentia com a cabeça e sempre falava algo como “caralho isso é difícil” me fazendo rir. – Já tinha se passado quase uma hora e meia e nós ainda estávamos estudando.

— Chega! – falou depois de eu ter tentado explicar mais uma questão. – Isso é cansativo, já tá bom! – eu ri de sua cara de confuso.

— Eu não disse que ia ser divertido! – falei dando de ombros. Me levantei indo guardar meu caderno na mochila.

Voltei a olhar Tommy que tinha um sorriso divertido nos lábios e um olhar de quem queria aprontar.

— Você precisa se divertir! – eu fiz que não com a cabeça. – Vem, dança comigo.

— Nem pensar! – eu falei cruzando os braços.

— Vem logo! – ele veio até mim, sua proximidade me fez estremecer. – Uma música só e eu prometo que saiu do seu quarto.

— Ta bom!

Tommy pegou seu celular e colocou a música “I Wouldn’t Mind”.

— Você sabe que eu não sei dançar... – falei quando a música começou.

— Não tem problema. – ele chegou perto perto de mim. – É pra você se divertir e não me dar uma aula de dança. – Sorri. Fui surpreendida quando ele colocou suas mãos em minha cintura. – Acho que essa é a hora que você coloca as mãos aqui... – ele pegou minhas mãos e levou elas até a altura do seu pescoço.

Entrelacei minhas mãos ali.

Começamos a nós mexer, fora do ritmo – Eu não sei dançar e piora com música lenta. – Senti Tommy colando seu corpo ao meu. Eu tentava não olhar pra ele que mantinha seu olhar sobre mim.

— A gente tá totalmente fora do ritmo! – falei rindo da situação.

— Fecha os olhos. – demorei alguns segundos e fechei meus olhos. – Agora escuta a música, se concentra nela. – fiz o que ele me pedia. – Tenta fingir que você está voando, deixa o corpo leve... – imaginei deixando meu corpo totalmente leve, como uma pena. Tommy me conduzia perfeitamente, abri os olhos e nós vi dançando em ritmo perfeito. Sorri pra ele que me girou, me fazendo dar mais um sorriso. Encostei minha cabeça em seu peito, ele pareceu surpreso. A música chegava ao fim e nós nos afastamos.

— Isso foi…  –  falei enquanto ele caminhava até seu celular em cima da minha cama. – legal.

— Eu disse que você ia se divertir! – falou sorrindo.

Seu sorriso era… bonito. – Ele pegou seu caderno junto com o celular e foi em direção a porta.

— Onde vai?  –  me surpreendi ao perguntar isso.

— Eu prometi que depois da dança eu sairia como você pediu. – Tommy se virou pronto para fechar a porta.

— Tommy... – ele me fitou. – Eu acho que não te odeio tanto assim.

— Eu também… – assim ele saiu, fechando a porta sem fazer barulho.

Me joguei na cama, fechando os olhos e me perguntando se aquilo que acavou de acontecer era real.


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Notas finais do capítulo

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