Regente escrita por Jessy F


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Boa leitura.



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Julian já estava me esperando na porta da sala do gabinete de Hanna. Minha cabeça fervia. A ideia de que poderiam ter machucado a minha esposa somado ao fato de que possuíam infiltrados dentro do meu palácio me fazia ter sede de sangue. Aquilo era inadmissível!

– Pode abrir Julian. – Rosnei.

–Sim senhor.

Quando Julian abriu a porta vi uma homem sendo algemado pelos meus guardas. Me aproximei e abaixei para ficar no mesmo nível daquele homem.

–Qual seu nome? – disse olhando nos olhos do homem ruivo de nariz aquilino.

–Peter.

– Você entrou como aqui?

– Não posso falar.

– Porque não pode? Alguém que te ajudou está nessa sala? – falei pegando uma adaga que estava jogada no chão próximo de mim.

– Não.

–Então porque não conta? – coloquei a adaga próximo ao pescoço dele.
– Eu cumpro as minhas promessas.

Abaixei a cabeça e respirei fundo.

– Porque vocês complicam as coisas pra mim? – disse travando a mandíbula.

Eu tinha vontade de matar ele. Eu queria mata-lo é o que ele merecia e eu era o rei eu podia fazer isso. Porém meu pai disse que um rei nunca deve ser guiado pelas emoções. Não seria inteligente de matar aquele traidor. Pelo menos não agora.

–Vocês mataram pessoas.

–Vocês ameaçaram a paz de todo mundo. – olhei para ele novamente. – Porque essa vingança agora. Isso não vai dar em nada. Será que não vê que isso só vai fazer as coisas complicadas para vocês?

–Milhares de judeus morrem naquele dia. Vocês não viram que estavam matando crianças, mulheres e idosos. Será que somos lixo para vocês? Não somos lixo não!

Meu pai era um traidor mentiroso e para comportar eu estava sofrendo a consequência do que ele tinha feito. Como vingança pela morte da minha mãe ele havia bombardeado a província zero. Não era para ter ninguém naquele lugar, mas meu avô concedeu aquele lugar para os judeus viverem do modo deles. Sim, sim. Foi um plano perfeito. Todos saiam ganhando, mas um judeu moldavo fez o favor de matar a minha mãe. Na verdade não acredito no homem que se diz meu pai. Afinal ele mentiu dizendo que amava minha mãe quando na verdade a traía com uma serva. As vezes penso que meu pai fez aquilo em um momento de fúria e colocou a culpa em alguém. Mas isso não me importa. O fato é: eu não vou aceitar mais esses ataques.

–Você é judeu?

Ele cuspiu na minha cara.

–Aqui está sua resposta.

Levantei tentando manter o meu raciocínio claro.

“Eu não posso matar ele. Eu não posso degolar ele. Eu não posso ferir mais ele. Ele pode me dar informações. Ele já está preso. Você não é como o seu pai.”. Fiquei repetindo para mim mesmo.

–Levem ele para uma cela.

–Sim senhor. – Julian respondeu.

Depois dos guardas, Julian e o prisioneiro saírem peguei um dos jarros de flores e joguei no chão. Eu precisava extravasar.

****

Cheguei na sala do trono e meu pai estava tomando vinho em uma taça. Ele sorria para a mãe de Irina. Não parecia que ele tinha perdido a esposa a menos de quinze dias.

–O que faz aqui Aleksei?

–Vim saber se é verdade que mandou bombardear a província zero.

– Porque esse assunto te interessa garoto. Você é jovem demais meu filho.

–Então é verdade pai?

–É. – Ele disse entre goles de vinho.

–Existem civis inocentes lá pai.

Meu pai saiu do trono veio até mim e se abaixou olhando nos meus olhos.
–Eles pensaram na sua mãe quando a mataram? Ela também era inocente. – Abaixei a cabeça. Ele tinha razão. A raiva tomou conta de mim. –Um rei precisa ser racional não sentimental Aleksei. Aprenda que sentimentos não sustentam um reino. – Ele voltou ao trono. – Tem que ser forte Aleksei. Agora vá brincar.

****

–Majestade? – Phillip disse entrando no gabinete.

– Como Hanna está ? – falei me recompondo.

– Alina e Ariel a levaram para o quarto. Estão cuidado dela.

–Tudo bem. – passei a mão na nuca. Ela estava doendo de tanto estresse. – Quero que separem os judeus de todo o povo de Scindet. Quero que os coloquem em um bairro especial em cada província até eu decidir o que fazer.
–Como assim majestade?

– Eu quero saber quem está com eles e quem está conosco. Depois que eu tiver certeza irei tomar as providências devidas.

–Não aconselho isso majestade. O senhor sabe que os judeus não são bem vistos pelos outros súditos. Inocentes podem morrer.

–Chegamos a um impasse porque pessoas aqui também podem morrer. – Quero saber de todos os judeus de Kor primeiro. Quero que compareçam ao jardim. Preciso saber quem facilitou a entrada daquele homem aqui.

– Sim senhor.

Segui para o jardim e sentei perto da estufa em uma cadeira embaixo de uma árvore. Aquele dia teria tudo para ser perfeito. Não haviam nuvens cinzas no céu. A temperatura estava agradável e a brisa era fresca. Porém meus planos de ficar com a minha esposa e aproveitar um dia tão raro foi destruído.
Cruzei as pernas e vi alguns servos chegando no jardim. Alguns cidadãos entraram pelos portões principais do palácio. Eu poderia contar aproximadamente quarenta pessoas. A maioria eram mulheres e idosos. Haviam poucas crianças e homens. Eu não conseguia ver nenhuma pessoa aparentemente suspeita. Julian ficou ao meu lado e logo Phillip entregou um envelope. Provavelmente havia a ordem que eu tinha decretado por escrito apenas para eu assinar.

–Aqui está sua ordem majestade.

–Obrigado Phillip.

Uma ruga provavelmente surgiu entre a minha sobrancelha quando vi Phillip se aproximando de alguns judeus e os cumprimentando com abraços e se colocando entre eles. Então ele era um deles. Logo Monique e Julie surgiram pelos portões e foram em direção ao primo de Hanna. Porém minha surpresa transpareceu meu rosto quando observei Ariel se juntando a eles seguida de Hanna.

Ela era um deles. Recompus minha expressão. Um rei precisa ser neutro.
“Ela era um deles? Porque ela escondeu aquilo de mim? Não, não. Ela estava sendo gentil. É do caráter de Hanna ser caridosa e doce. Não ela era um deles.” Pensei enquanto andava na direção de Hanna. Ela havia trocado de roupa. Estava com um vestido cinza e capuz.

–O que vocês fazem entre eles? – Falei olhando para Hanna e cia. Phillip se colocou diante dela, mas Hanna o afastou. A esperança de que aquilo era apenas gentileza havia indo embora.

–Você disse os judeus deveriam vir. – Ela abaixou a cabeça. – Estamos apenas obedecendo ordens majestade.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?



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