Regente escrita por Jessy F


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!

Siga eleita no instagram (@eleitatrilogia)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/661409/chapter/6

Aleksei soltou uma caneta prata que estava em suas mãos e olhou para mim. Ele realmente não gostava de falar de política ou qualquer assunto relacionado a regência do reino.

– Porque esse assunto prende tanto o seu interesse?

– Sou a rainha, acho que devo saber o que acontece. – coloquei o cabelo para trás. – Mas como esposa tenho que ser submissa as suas decisões então o que decidir tudo bem, não irei contestar.

Ser uma mulher judia é ser livre, humilde, bondosa e inteligente, principalmente no que diz respeito ao seu trabalho doméstico ou não. Porém aprendemos que uma mulher para ser virtuosa e harmoniosa ela deve ser submissa ao seu marido. Ser submissa não é aceitar tudo, mas é respeitar. Sabendo de toda a história de Aleksei e do que me levou a ser uma eleita eu acredito que ser desrespeitado é a última coisa que ele deseja.

–Submissa a mim? – ele me olhou estranho.

–Sim, você merece o meu respeito, não pelo rei que é, mas por ser meu marido. – olhei nos olhos dele. –Se você não quer me contar o que está acontecendo tudo bem, não vou discutir sobre isso.

Aleksei continuou olhando pra mim, mas eu não conseguia entender aquele olhar. O que eu tinha feito de errado?

–Você sempre me surpreendendo Hanna. – Ele sorriu. – O que posso te dizer no momento é que existem judeus envolvidos em ataques. – Ele pegou um papel branco e voltou a escrever no papel. – Em breve tudo de resolverá.
–Acredito que sim. – tentar falar de modo que não deixasse a minha dúvida transparecer na minha voz.

Passei a noite inteira pensado no motivo que poderia levar nosso povo a fazer isso. Era totalmente absurdo pensar que pessoas cujo os princípios são baseados na não violência, na tolerância, no amor e na humildade poderiam matar indiscriminadamente dessa forma. Judeu não mata judeu. Na verdade não mata ninguém! Não matarás! Estava escrito em nossas leis.

Pela manhã enquanto Aleksei caminhava para a sala do trono vi Phill vindo em minha direção. Ele parecia preocupado.

–Você já sabe? – Ele disse pegando no meu ombro e me guiando para perto da parede.

–Que existem judeus envolvidos nos atentados?

–O que Aleksei falou sobre isso?

– Ele apenas disse isso e falou que logo resolveria o assunto.

Vi uma gota de suor descer pela temporã de Phill. Ele parecia pálido e sua mão estava fria.

–Isso não é bom prima.

–Vamos para um lugar reservado. – falei passando a mão na temporã de Phill. – Pode chamar a Alina, a Julie, a Monique e a Ariel?

–Sim. Vou apenas avisar a Aleksei onde estarei.

–Espero vocês na sala de jantar. Não conheço nada por aqui então acredito que você e Ariel conseguem encontrar um lugar seguro.

Ele balançou a cabeça em afirmativo. Voltei para sala de jantar. Os serviçais já haviam tirado a mesa e as flores estavam sendo trocadas. Comecei a andar em círculos. Quando já estava cansando sentei na sala de visitas.

Era parecido com a sala de jantar, mas em vez de uma mesa havia poltronas negras e vasos com flores delimitando todo espaço da sala. Alina e os outros foram chegando aos poucos. A última pessoa a chegar foi Monique.

–Onde podemos conversar? – perguntei levantado de uma das poltronas.

–No seu gabinete. – Ariel disse com um tom de: isso é óbvio.

–Onde fica?

–Podem me seguir. – Phill disse andando em direção ao corredor da sala do trono, porém tinha uma porta dourada vizinha a sala do trono. Ele tirou do bolso uma chave e quando a girou na fechadura a porta abriu. – Eu iria entrega-la hoje a você.

–Obrigada. – falei pegando a chave que Phill me entregou. Ela era dourada com desenhos de flores e pássaros e uma fita cor petróleo parecia servir como um cordão. Coloquei a chave no pescoço e fui a última a entrar na sala.

Ela era toda branca com móveis vermelhos e vasos com flores brancas, vermelhas e cor salmão cintilante. Também havia uma janela que tinha vista para uma floresta e uma mesa branca que tinha folhas de papel de várias cores, canetas, selos e envelopes devidamente organizados sobre ela.

Alina e Monique sorriam. Estavam achando isso um máximo, mas Julie, Ariel e Phill estavam como eu. Preocupados.

– Eu chamei vocês aqui porque estou preocupada. – Monique e Alina pararam de sorrir e olharam para mim. – Fique sabendo que judeus estão envolvidos nos ataques que aconteceram tanto em Kor como na P2. – engoli em seco. – Mas na minha cabeça isso não faz sentido.

– Porquê? – Ariel disse se encostando na mesa.

–Vocês sabem os nossos princípios.

–Mas isso nunca impediu de termos maçãs podres no nosso cesto. Desculpe Hannawia, mas você é muito inocente em pensar que ser judeu garante que alguns tenham princípios como os nossos.

– Ela está certa. – Julie se pronunciou. – Ser judeu não garante que alguns não estejam envolvidos. Depois de tanto tempo alguns deixaram sua fé de lado. De corromper é muito fácil hoje em dia.

–Não podemos confiar em todos que se diz judeu. – Phill complementou. – Porém a maioria que guardam os princípios como nós podem estar correndo perigo assim como todos aqui. Podemos ser colocados pelo rei no mesmo cesto das maçãs podres.

–Ele não pode fazer, porque se fosse verdade vocês já teriam matado ele há anos. – Alina disse apontando para Phill e Ariel.

–Acontece que ele pode entender que estávamos esperando um momento apropriado. E caso ele veja como você não podemos assegurar a segurança dos outros. – Meu primo disse sentando em um sofá vermelho próximo a uma das paredes que tinha uma pintura cheia de figuras geométricas coloridas.

–Temos que confiar em Deus. – Monique disse se encostando em Alina. – É a única coisa que nos resta.

– Temos que confiar e pedir direcionamento de como devemos agir. – Ariel disse sentando do lado de Phill.

–Ou talvez devemos apenas esperar. – Alina disse sentando do outro lado de Phill.

–O que acha Julie? – falei olhando para ela.

–Acredito que devemos pedir um direcionamento de Deus e nos preparar para uma guerra. Nenhum de nós está seguro. Os moldavos não sabem da sua origem.

– Eu posso ajudá-la a treinando e fazendo a Guarda pessoal da rainha. Não que eu já não faça a última parte. – Ariel levantou e ficou do meu lado.

– Eu posso ajudar fazendo roupas mais apropriadas com algum tipo de proteção contra balas ou algo parecido. A moda não é apenas uma diversão sabia? – Monique disse preocupada.

–Obrigada Monique. – Sorri para ela.

– Eu ajudo no que for necessário. Eu sou a dama real então posso fazer tudo o que me pedirem e tiver ao meu alcance. – Alina disse olhando para Ariel. Ela estava enciumada.

– Eu organizo festas diplomáticas e tudo que for necessário para sabermos mais de tudo que está acontecendo.

–Certo Julie.

– Eu vou tentar usar tudo que posso para ajudar. - Phill disse levantando. – Agora preciso ir, o rei deve estar me esperando.

Abracei meu primo e logo me despedi de Julie, Monique e Alina. Depois que voltamos das províncias Alina passou a ser uma espécie de ajudante de Monique o que nesse momento era uma alívio para mim porque eu sabia que a minha amiga estava segura.

– Eu irei treiná-la Hannawia.

–Apenas Hanna, por favor.

– Ok Hanna.

Ouvi batidas na porta, mas Ariel foi abri-la. Era um servo com uma bandeja de frutas vermelhas e iogurte. Após colocar sobre uma mesa de centro feita de vidro o recipiente onde as frutas estavam o servo fechou a porta e girou uma adaga da manga da sua roupa.

–A rainha vem comigo.

–Ela não irá. – Ariel falou ficando na minha frente e jogou uma adaga na direção do homem.

Gritei ao ver a lâmina acertando o ombro do homem. Ele foi para cima de Ariel e ela o imobilizou.

Corri até a mesa e peguei uma pequena faca que servia como suporte para abrir envelopes e joguei na direção do homem mirando a perna dele. Por um milagre acertei o alvo. Ele começou a gritar e Ariel o apertou ainda mais entre seus braços o mantendo imobilizado. Porém quanto mais ele se mexia mais vermelho ele ficava. Foi então que ele desmaiou.

Ariel o vasculhou ele em busca de mais armas, mas não encontrou nada. Saímos do gabinete. Ela foi andando atrás de mim. Paramos diante da sala do trono.

–Houve um ataque a rainha. – Ariel disse aos guardas reais.

Um deles espantado entrou na sala e quando voltou pediu para que entrássemos. Aleksei desceu os degraus vindo em minha direção com uma cara furiosa.

– Onde ele está?

–No gabinete da rainha majestade. – Ariel respondeu se curvando.

Aleksei olhou para mim e depois seguiu me deixando junto com Ariel na sala do trono. Phill saiu de perto do trono e correu até mim.

–O que vai acontecer agora? - Perguntei a Phill.

–Não sei, o rei é imprevisível.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então ? O que acharam? Quais seus palpites sobre a reação do rei? Acham que Alina está com ciúmes do Phill?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Regente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.