Regente escrita por Jessy F
Notas iniciais do capítulo
Esse é o penúltimo capítulo do livro dois. Espero que gostem.
Subi no meu cavalo sentindo minhas costas doerem e o galopar do meu alazão só fazia a dor ser maior. Olhei no horizonte e vi as portas de Kor, guardas reais me aguardavam e acabaram me recebendo com água e um grande banquete no jardim. Olhei em volta e não vi Hanna. Observei e vi Phillip falando com Ariel. Peguei meu copo com chá gelado e fui até eles.
–Onde está Hanna?
Ariel me olhou sorrindo.
–Está dando o primeiro banho no herdeiro de vocês.
Soltei o copo e esquecendo toda a dor que sentia corri para dentro do palácio. Muitas mulheres com roupas cinza estavam espalhadas por todos os cômodos.
–Com licença. – Falei enquanto corria me esquivando de algumas mulheres que estavam no corredor.
Abri a porta do quarto e vi uma jovem vestida como todas as outras que vi desde que entrei próxima a cama de Hanna colocando um vestido em uma cesta. Quando ela me viu se inclinou.
–Onde está minha esposa?
–Está no quarto do bebê majestade. – ela disse ainda curvada.
–Obrigado.
Corri para o quarto a frente. Quando entrei vi Hanna com algo no colo. Parecia um embrulho feito de vários panos azuis. Ela levantou a cabeça e sorriu.
–Oi. – Sua voz parecia cansada.
–Oi. – Falei sem jeito.
–Pode chegar mais perto.
Dei alguns passos e ao me aproximar vi um bebê no colo de Hanna. Ele era alvo e estava com as bochechas vermelhas. Seus olhos eram como os da mãe e o seu cabelo era ruivo como o do meu avô.
–Posso pegar?
–Claro. – Ela disse sorrindo.
Mesmo com medo de pegar aquela pequena e frágil pessoa no colo eu a peguei em meus o braços e meu coração disparou ao vê-lo sorrindo. Hanna se apoiou no meu braço para levantar e sorriu quando o viu.
–Ele te ama. – Ela passou a mão nos cabelos ruivos dele. – Assim como eu.
Nos entre olhamos.
–Ele é muito bonito.
–Com certeza é. – Ela olhou para mim. – Pensei em um nome para ele.
–Ele? – falei surpreso.
–Sim, é um menino. – Ela sorriu.
–Que sorte. –ri. – Meu primeiro herdeiro é um homem.
–É sim. – ela passou o dorso da mão na bochecha dele.
–Em qual nome pensou?
–Davi.
–Por que Davi?
–Davi foi um rei do meu povo. Ele era forte, corajoso, humilde, encantador e o principal. – ela abaixou a cabeça. – Ele seguia tudo o que Deus dizia ao ponto de ser considerado o homem segundo o coração de Deus.
–Esse homem parece muito importante para o seu povo.
–Ele é um exemplo para nós, mas o homem que é o nosso maior exemplo é Jesus.
–Por quê?
–Porque ele é o filho do nosso Deus e foi Ele quem nós redimiu com o seu pai.
–Desculpe, mas isso é confuso para mim. – Ri. – Mas gostei da sua história. – Entreguei o bebê a Hanna. – O nome do nosso filho será Davi. - Ela sorriu. – Agora preciso tomar um banho.
****
Sorri enquanto olhava Aleksei saindo do quarto. Todo o nervosismo que eu sentia se foi e a surpresa ficou em seu lugar. Eu não sabia se estava mais surpresa pela chegada de Aleksei ou por ele ter aceitado o nome que eu havia entregado a ele.
–Vamos dormir Davi? – Sorri.
Em pouco tempo ele estava dormindo. Com apenas um dia de vida Davi conseguia me fazer à mulher mais feliz do quê um dia eu pensei que seria. Coloquei o pequeno no berço e sai. Esbarrei em Phill quando estava descendo as escadas para me encontrar com as mulheres com quem orava.
Meu primo estava sujo e sua roupa fedia a sangue. Os olhos de Phill eram vagos e uma cicatriz vermelha estava perto da sua testa.
–Phill você está bem? – Falei tocando o rosto dele.
–Sinceramente não Hanna. – Ele me abraçou.
–Querido! – Ouvi a voz de Monique atrás de mim.
Phill se afastou de mim subiu o ultimo degrau e abraçou Monique.
–Porque está assim? – Falei me aproximando deles.
–Eu estou cansado de tanta morte Hanna. – Phill disse olhando para mim com seus olhos cheios de lágrimas.
–Mas se estão aqui é porque conseguiram pegar os mandantes de todos os atentados não é?
–Sim, mas o rei quer matar todos os prisioneiros.
–Todos os prisioneiros?
–Ele quer matar os príncipes da P2 e P7 e as a família deles.
–Mas eles não têm nada com isso.
–Eu disse, mas Aleksei não me escuta. - O pedido de Kaira veio na minha cabeça. – Estou farto disso.
Toquei o rosto dele.
–Acalme-se Phill, eu irei falar com Aleksei e vou conseguir salvar a família deles.
–Espero que consiga ou o rei cometerá o mesmo erro que os rebeldes.
–Eu sei. – Coloquei o meu cabelo atrás da orelha. – Monique fica com o meu primo, por favor?
–Claro rainha.
–Obrigada.
–Cuidado Hanna. –Phill me advertiu.
–Nada de ruim acontecerá comigo.
Sorri tentando tranquiliza-lo. Desci as escadas enquanto arrumava as mangas do meu vestido. Vi as mulheres abraçando os seus maridos e algumas outras servindo os guardas que estavam entrando no palácio.
–A rainha Hanna! – Uma deles gritou e logo o silêncio dominou a sala principal e todas se inclinaram em reverência.
–Podem levantar. – Falei descendo o ultimo degrau. – Preciso que intercedam por mim durante as próximas horas. Eu precisarei entrar na sala do trono e falar com o rei, por favor, orem para que eu consiga.
–Sim majestade. – Elas bradaram em uma só voz.
Inclinei-me em reverencia a elas e depois levantei.
–Obrigada.
Subi e voltei ao quarto. Aleksei estava amarrando sua capa quando eu cheguei. O cheiro dele me embriagou, eu realmente sentia a falta dele.
–Vou à sala do trono, volto em breve. – Ele disse dando um beijo na minha testa. – Prometo que ficarei mais perto de vocês.
–Eu acredito. – sorri.
O esperei sair para ir até o closet e escolher um vestido bonito. Procurei vários, mas escolhi um que nunca vesti e que Monique o guardava como se eu fosse precisa-lo quando um grande e importante evento acontecesse. Aquele não era um evento, mas era muito importante.
Coloquei o vestido de cor ouro rose e notei que ele tinha uma grande fenda na perna. Monique tinha certa mania de fazer vestidos assim para mim com a desculpa que me deixava mais sofisticada e me fazia parecer mais alta. Rolei os olhos e fiz uma trança embutida no cabelo, coloquei um sapato revestido de cetim com a mesma cor do vestido e coloquei minha coroa. Eu parecia uma rainha digna de entrar na sala do trono.
Antes de sair do quarto voltou a minha memória a cena de uma das eleitas, Tatiana Moldova da P1. Ela havia perguntado se poderia entrar na sala do trono e Vladimir foi seguro ao dizer que ninguém poderia entrar na sala do trono sem autorização, caso contrario, se o rei não descesse o seu cedro diante da pessoa ela seria morta.
Balancei a cabeça para tentar expulsar esses pensamentos da minha cabeça e a cada passo que eu dava até aquela sala eu pedia a Deus proteção. Engoli a seco quando cheguei diante a porta e os guardas barraram minha entrada.
–Majestade ninguém está autorizado a entrar na sala.
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O que acharam?