Regente escrita por Jessy F


Capítulo 14
Capítulo 14




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Eu estava no meio do deserto. O vento soprava e a areia fina dançava pelo ar sob a luz de uma lua cheia e das suas companheiras brilhantes. Olhei para os lados e vi um homem alto, cabelos escuros e barba. Sua roupa era cor de sangue e seus olhos me faziam recordar as chamas de uma brasa que insistia em queimar. Senti medo, principalmente quando vi um exército se aproximou dele. Os soldados vestiam roupas de linho e estavam todos montados em cavalos brancos.

–Não tenha medo. – Ele disse se aproximando de mim. – Eu amo você, não farei mal algum. – Sua voz era forte e relampejava dentro de mim.

Andei receosa até ele e quando me aproximei o homem ergueu a mão em minha direção. Tremula toquei seus dedos e cuidadosamente ele envolveu minha mão na sua.

–Quem é você?

–Eu sou o Rei dos reis. - Instantaneamente cai e me curvei diante dele. Eu já tinha ouvido falar dele quando era criança, mas aquilo não era possível. Levantei lentamente a cabeça e vi que na altura da sua coxa estava escrito “rei dos reis”. – Levanta-te. – Ele me ergueu com suas mãos. – Você me alegra muito Hanna, você não me decepcionou e nunca duvide que Eu a coloquei no lugar em que você está.

–Senhor, mas eu não estou conseguindo fazer nada que tenho certeza que Tu não aprova. Pessoas estão se matando.

–Eu te coloquei no lugar onde está para que salve todo o meu povo. Eu sou o Senhor dos exércitos e vou te falar apenas uma vez. Reúna todas as mulheres que conseguir, clamem ao meu Pai e estarei no campo de batalha com vocês.

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Senti uma eletricidade correr pelo meu corpo e levantei. Olhei para os lados e vi que o sol estava brilhando no céu. Cocei meus olhos e vi um bilhete em cima do travesseiro de Aleksei. Ele dizia que já estava na sala do trono. Suspirei e ouvi alguém batendo na porta.

–Pode entrar. – falei pondo os meus cabelos para trás.

–Bom dia. – Phill disse enquanto entrava.

–Oi primo. – falei pegando na minha barriga. – Eu dormi muito, acho que a viagem me cansou.

–Tenho certeza Hanna, precisa descansar.

–Eu sei. – sorri. – O que Aleksei falou na reunião que convocou vocês ontem?

–Ele declarou guerra a P7 e P2 caso eles não se rendam em 24 horas.

Fleshes do meu sonho veio na minha cabeça.

–E ainda resta quanto tempo?

– 4 horas.

Respirei fundo.

–Tive um sonho muito confuso Phill. – ele dez uma careta. – Sonhei que Jesus me mandava orar com as mulheres enquanto vocês iam para a guerra.

–O que tem de confuso nisso?

–Jesus não falaria comigo Phill.

Ele riu.

–Não seja incrédula Hanna, faça o que ele manda.

–Vou parecer uma louca.

–Loucura é continuarmos vivendo como estamos.

Abaixei a cabeça e comecei a fazer círculos imaginários no tecido que cobria a cama. Phill tinha razão, minha mãe diria o mesmo que ele.

–Convoque todas as judias do reino. Quero que elas estejam aqui ao anoitecer. – Olhei para Phill e vi um sorriso se abrir. – Quero que tenham lugar suficiente para todas dormirem, providencie comida de boa qualidade e roupas confortáveis para as que precisarem.

–Sim majestade. – Ele disse sorrindo.

****

Coloquei minhas adagas no coldre e ao virar vi Hanna parada na porta do banheiro. Seus olhos estavam cheios de lagrimas e suas mãos repousavam sobre a sua barriga.

–Não fica assim. - falei tocando o rosto dela. – Voltarei em breve para casa.

–Ainda sim é uma guerra e você está indo para o meio do campo de batalha. Nós sabemos o que pode acontecer.

Sorri e abracei-a. Eu já tinha ido para várias guerras e nada me aconteceu, não seria nessa que eu morreria.

–Pode ficar tranquila, irei voltar em breve.

–Eu e nosso bebê esperamos.

Beijei a testa dela e de mãos dadas ela me acompanhou até a fachada do palácio. Dei outro beijo nela e subi no meu cavalo. Vi Hanna se distanciar cada vez mais na medida em que eu andava. Levaríamos aproximadamente dois dias para chegarmos na P7, mas poderíamos levar até mais devido às armadilhas que poderiam ter no caminho.

Depois de três dias de longa caminhada chegamos a província 7, fomos recebidos com tiros e flechas, mas de uma forma fantástica, toda a munição que usavam contra nós tinham um alcance limitado, e nada nos aconteceu. Prendemos o príncipe da P7 e a família dele. Encontrei-me com outro grupo que havia seguido para a P2 e verificamos que eles também conseguiram pegar Eric, o príncipe da província 2.

Tudo parecia correr bem, até que no meio da noite escutei o barulho de tiros. Peguei minhas adagas e sai da minha tenda. Olhei em volta e nenhuma alteração eu conseguia ver. Logo senti um puxão e notei que correntes estavam pressionando o meu pescoço.

–Você vai morrer majestade. – minhas adagas caíram e respirar estava ficando cada vez mais difícil. – Você vai perecer como todos da sua família.

Minha visão começou a embasar.

–Majestade! – A voz de Phillip bradou perto de mim.

Tudo ficou preto e senti meu corpo cair. Ao acordar eu estava na minha tenda olhei para os lados e levantei. Minha cabeça doía o suficiente para me fazer vomitar. Phillip entrou e me ajudou a levantar.

–Quem fez aquilo comigo ontem?

–O príncipe da P2.

Cuspi no chão.

–Esses covardes vão ser mortos quando chegar a Kor, eu mesmo quero mata-los. Todos eles. - Olhei para Phillip e ele pareceu espantado. - O que foi Phillip?

–É que a vossa majestade também trouxe os familiares deles e se vossa majestade me permite dizer, os filhos e nem as esposas deles tem culpa de tudo isso.

–Quem me garante isso Phillip?

–Não sei.

–Eles pensaram nisso antes de começar isso tudo?

–Não majestade, mas eles pensaram como o senhor está pensando agora. –Ele se curvou. –Com licença majestade.

Eu não poderia me dar ao luxo de pensar como Phillip. Eu era o rei e às vezes eu deveria tomar decisões duras, foi assim que fui criado e ensinado a ser. Sou um monstro? Talvez, mas de uma coisa eu estou certo. Ninguém mais ameaçará o meu reino e muito menos a minha família.


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