Regente escrita por Jessy F


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Estamos nos aproximando de mais uma reta final de mais um livro da trilogia Eleita. Espero que estejam gostando e aproveito a ocasião para comunicar que como presente de natal eu irei postar em breve um livro contando a história do Phill para vocês. O que acham? Abraços e boa leitura.



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–Vamos Hanna! – Minha mãe disse enquanto caminhava até a porta.

–Espera mãe! Estou procurando o meu avental.

Abri o armário onde ficavam as ferramentas de jardinagem e peguei meu avental. Ele era azul e tinha flores amarelas bordadas, eu me sentia extremamente feliz por trabalhar com ela, era como se eu tivesse nascido para aquela função. Corri pelas ruas até alcança-la.

–Onde estava?

–No armário de jardinagem. – Sorri.

Abri os olhos e levantei devagar. O sol brilhava e não havia nuvens escuras no céu, o dia estava perfeito. Olhei para os lados e vi que tudo estava em profundo silêncio. Tomei banho em seguida o café da manhã e peguei o meu chapéu e minha cesta de palha. Nos últimos oito meses aquela era a minha ocupação, a jardinagem.

–Majestade, você que ajuda? – Um dos servos disse se aproximando.

–Não precisa. – sorri. –Muito obrigada.

O jardim estava lindo e colorido. Os aromas das flores se misturavam com o cheiro do mar que ficava pelos arredores da casa de inverno. Cortei as flores e as coloquei na cesta e depois fui até a horta. Peguei uvas, maças e caminhei até a estufa. Tirei os espinhos das flores e as coloquei numa solução que minha mãe havia me ensinado para conservar as pétalas bem firmes, bonitas e cheirosas. Senti meu bebê chutar e sorri.

–Você também gosta do cheiro das flores?

–Acho que ele gosta. – Ouvi a voz de Aleksei se aproximando de mim. Virei e nos beijamos. – Acordou cedo hoje.

–Acho que sim. –coloquei a mão na barriga. – Ele não anda me deixando dormir como antes.

Ele sorriu.

–Está perto de conhecermos o nosso príncipe ou princesa.

–Está sim, mas acho que é um menino.

–Por quê?

–Por que eu sinto que é.

–Extinto materno é algo que nunca entenderei. – Ele disse pegando uma das maças que colhi. – Vamos ter que voltar a Kor amanhã.

Abaixei a cabeça. Voltar a Kor significava voltar à guerra, voltar aos fantasmas que rondavam a eleição. Não sei se estava preparada para isso, mas uma hora aconteceria.

–Tudo bem. – Coloquei a última flor na solução e depois peguei uma uva e comecei a comer. – Como andam as coisas por lá?

–Nossos guardas já controlaram todo o caos, falta apenas o P2 e P7 serem tomados.

–Espero que dê tudo certo.

–Dará. – Ele sentou em uma cadeira perto de mim e tirou um envelope do bolso. – Chegou isso para você.

–Pra mim?- falei pegando o envelope que ele estava me entregando.

–Sim, mas é bem antiga.

–Como sabe? – Observei todos os dados no envelope, não havia remetente nem data nem endereço.

–Estava entre as cartas que familiares enviavam para as eleitas. – Ele deu de ombros. – Deve ser da sua mãe.

–Por que não entregaram antes?

–Acho que com toda a confusão da morte da Kaira o responsável por enviar as cartas para os destinatários acabou se esquecendo.

–Entendo. - Caminhei até uma cadeira que ficava perto de Aleksei e sentei. Abri o envelope e quando observei a letra, não era da minha mãe. –Não é da minha mãe.

–A pessoa deve ter assinado no final.

–Provavelmente.

A letra era tremida e com poucos floreios, parecia letra de homem.

Olá Hannawia, quando receber essa carta eu provavelmente já terei morrido.

O motivo pelo qual eu estou escrevendo para você simples: uma guerra está prestes a começar, apenas você, como regente, poderá impedi-la. Durante toda a eleição fiquei a observando. O seu coração é bondoso e você possui um jeito especial de tocar as pessoas, talvez esse seja os atributos de uma verdadeira rainha. Você foi um alvo muito fácil durante toda a eleição, mas te protegi porque desde sempre eu sabia que você deveria ser a rainha eleita pelo destino. Sou filha de um dos homens mais duros de Scindet, não é a toa que ele é o príncipe da P7 e antes que eu comece a dizer o que tenho que dizer, eu preciso deixar claro que o amo com toda minha força, mas não posso compactuar com um plano tão diabólico. Meu pai é o líder de uma revolução que tem como objetivo instalar a democracia em todo o reino. Sinto que é a democracia é uma espécie de dadiva quando usada e concebida com sabedoria, mas o que o meu pai quer fazer não chega nem perto de uma dadiva. Ele quer instaurar a democracia para conseguir ser eleito e dessa forma realizar um dos sonhos dos nossos ancestrais – unificar os eslavos e formar uma sociedade socialista e totalitária. Estudamos história e sabemos que o plano de Stálin deu errado então sabemos como tudo isso vai acabar. Meu pai me enviou para as eleições para ficar mais fácil à chegada dele até o poder, mas prefiro morrer a fazer parte de uma história tão suja quanto essa. Acredito que você é a única que pode ajudar por que como regente você tem uma maior facilidade de falar com o rei e alertá-lo sobre essa guerra eminente. Conquiste os judeus e ex-moldavos, assim meu pai perderá soldados e aliados e quando chegar a hora o prenda, apenas peço uma coisa: peça ao rei perdão a minha família. Minha mãe e meus irmãos não sabem do que ele pretende e por isso eles não merecem a mesma pena que ele, minha família é mais inocente do que eu e você nessa história.

Espero que essa carta chegue até você a tempo.

Obrigada.

Kaira Korbelova.

Deixei a carta cair.

“A coroa será sua” A imagem de Kaira se jogando pela janela e a sua ultima palavra me fez tremer.

–Está bem? – Aleksei disse pegando carta e me entregando.

–Estou sim. – Sorri tentando respirar fundo.

–De quem era essa carta? – Ele disse sério.

–Da Kaira. – engoli a seco.

–Porque ela te enviou uma carta no meio da eleição?

–Ela não queria ser eleita e me escreveu explicando o porquê e me explicando alguns dos motivos dela. – Olhei para ele. – Um dos motivos é que o pai dela é o mentor de toda essa guerra.

Aleksei se levantou e se aproximou mais de mim.

–É?

–Sim e ela disse que deveria se unir aos judeus e ex-moldavos porque eles são os apoiadores da revolução.

–Entendo. - Ele se apoiou a mesa onde eu estava e ficou com um olhar misterioso. – Precisamos voltar a Kor ainda hoje.

–Então iremos.

Ele arrumou nossas coisas e ao cair da noite já estávamos em Kor. Phill veio me receber na porta, ele havia voltado ao palácio três dias antes com Monique e apesar de ter sido pouco tempo eu estava com muitas saudades dele.

–Oi. – ele disse me abraçando.

–Oi Phill. – Sorri.

–Phillip eu estou convocando uma reunião de emergência, por favor, você e os outros me encontrem na sala do trono em vinte minutos.

–Sim majestade.

Phill correu e Aleksei foi direto para sala do trono. Havíamos voltado para a rotina normal. Fui para o quarto e guardei a carta junto com minhas joias. Aquilo era um segredo meu e de Kaira, ninguém poderia ler aquilo se caísse em mãos erradas tudo estaria perdido.


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