Mamãe, eu sou gay escrita por Caroline Dos Santos


Capítulo 6
06 — O primo. O primeiro homem (e um grande fofoqueiro)


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo, minha gente ♥

Espero que gostem desse aqui também, e que gostem dos personagens novos que serão apresentados nesse capítulo ♥ Beijos e até lá no final ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/660881/chapter/6

Mamãe, eu sou gay

O primo. O primeiro homem (e um grande fofoqueiro)

22 de Março de 2016

8h43 PM

— Podemos conversar?

Antes de me atirarem pedras por ter ido até a sala daquele viado loiro pedir desculpas, quero que pensem naquele relacionamento de vocês no qual amavam muito — ou achavam que amavam — a pessoa. Pronto, espero que tenham se encontrado na minha situação atual.

E para completar: o pessoal da sala dele, o povo do terceiro ano que sempre implica com o segundo, ficou me encarando como se fosse um retardado, ou uma aberração, melhor dizendo. É tudo puro recalque. Invejinha. Só isso. Será que nem se pode falar em paz com o boymagia que um monte de gente intrometida fica olhando?

Vão cuidar das próprias vidas. As divindades em quem vocês acreditam deram uma para cada um. Coincidência? Acho que não.

— Estou em horário de aula.

Ah, sério? Nossa Leonardo, como você fez para chegar nessa brilhante conclusão? Minha Inês Brasil, você é incrível — ironia gente, ironia.

— Eu também, mas fiz o esforço de sair da minha sala de aula e vim até aqui falar contigo. Será que pode me dar cinco minutos? Por favor. Precisamos falar sobre a gente.

— Será que ainda existe "a gente", Gabriel?

Isso. Doeu. Pra. Caralho.

— Não diz isso... — tá bom, chega bicha. Não chora por esse filho de uma puta, não vale a pena. Não chora... Não chora... Ah, foda-se, chorei. — É claro que existe! Eu não fiz um oral maravilhoso pra você simplesmente dizer isso.

Calma gente, calma. Eu não disse essa última parte em voz alta até porque o bando de animais do terceiro ano não precisam saber sobre a nossa vida sexual. Apenas disse e exuguei os olhos. Não dpedir novamente, se o Leonardo não queria me ouvir, não havia porque insistir.

Não, mentira, amanhã eu estarei na porta da sala dele de novo.

— Nos falamos na saída, tudo bem?

Não pude evitar um pequeno sorriso de esperança. Talvez ele quisesse terminar quando disse isso, ou talvez eu ainda pudesse acreditar em nosa relação. Mas se aquele louro aguado por acaso dissesse que não tinha mais jeito eu seria obrigado a armar o maior barraco.

Fazer o que? É a lei da vida.

22 de Março de 2016

12h35

Assim que me despedi da minha diva de cabelos cacheados — Thalita, gata — fiquei esperando o Leo na pracinha na frente da escola, onde uma colega dele disse que ele havia pedido para eu ficar. A Kamila — com K — foi quem veio me avisar, e ainda por cima me olhou com aquela cara de "Ain, eu queria que seu macho me comesse". Filha, acorda, da fruta que tu gosta ele chupa até o caroço.

Ah, e como chupa bem, minha Inês Brasil!

Caham, voltando ao foco princípal aqui, não me sinto muito bem em ficar sozinho nessa praça. Sempre tem pessoas da escola que vem aqui fumar uma ervinhas depois da aula, ou aqueles carinhas que passam e ficam me olhando como carne nova — e muito gostosa, diga-se de passagem —, como se estivesse escrito no meu rostinho lindo que eu gosto de liberar o orifício anal.

Queridinhos, só gosto de fazer isso com meu namorado — ainda é meu? —, porque sou super fiel. Qual é, acha que ser gay é dar para geral? Nojo de quem pensa desse jeito tão... Século dezenove.

— Gabriel, quer tirar esse dedo da boca? Sabe o quanto eu odeio que você fique roendo a unha, é ridículo.

Só para constar, quem disse isso foi meu querido e amado Leonardo de Castro Sanches, que acabou de chegar. More, está oito minutos atrasado, merecia uma bela de uma puniçãa na ora do oral.

— Prefere que eu lamba seus dedos? — perguntei, piscando. Creio que nem precise falar que estava me insinuando para o garoto.

Leo revirou os olhos castanhos, do jeito que o conhecia sei que pensou um lindo "idiota" sobre mim.

— Você é insuportável às vezes. Não sei quantas vezes já te disse para não agir desse jeito!

— E eu não sei quantas vezes já te disse que você não manda em mim. Sói porque fica por cima acha que tem algum direito sobre o que eu falo? Ah, me poupe Leo! Eu te amo para cacete, mas você não é meu dono! — minha dona é mainha.

E foi nessa hora que ele passou as mãos pelos cabelos loiros e respirou profundamente. Ficamos em silêncio por um tempo, e achei que o Leo fosse se levantar e ir embora. No entanto, o mais velho continuou ali, como se procurasse palavras certas para dizer algo. Pelo amor da minha deusa homem, diz alguma coisa ou eu vou surtar!

— O que eu estou tentanto fazer, Gabriel, não é mandar em você. — ah, claro! Só quer que eu seja o submisso e você o sádico. — O que eu quero dizer, é que você sempre se expõe demais... — parece mainha falando, suspeito... — Do jeito que age, daqui a pouco vai provocar algum homofóbico por aí, e sabe muito o que acontece nessas horas — acho que os dois andaram conversando... — Me diga, o problema sou eu? Se quiser, eu posso muito bem me afastar, para que pare com isso... Eu também te amo muito, mas não quero que você se machuque.

Estão ouvindo essa escola de samba aí, minha gente? Pois é, isso é meu doce coraçãozinho. Pensar que o Leo pensa nesse assim me deixa tão... Alegre. Tirando a parte de se afastar de mim, claro.

— Nem pense nisso, seu viado enrustido. — reclamei e cheguei mais perto dele. Dei um rápido beijo na ponta de seu nariz, como sempre fazia no inicio do nosso namoro.

Eu não ia deixar o Leo escapar dos meus braços, de jeito nenhum. Ainda íamos ser muito felizes juntos, nos casar, adotar uns pirralhos caterrentos, comprar um apartemento com vista para o mar e ver o pôr-do-Sol alaranjado em todo o final de tarde.

Ah, Gabriel, pare de sonhar alto!

22 de Março de 2016

13h12

Meu namorado estava indo à minha casa pela primeira vez após eu ter revelado a verdade sobre mim para mainha. Apesar de não dizer nada, podia ver em seus castanhos o nervosismo. Fazer o que, né? O louro só havia visto a Dona Manu uma vez, há três meses. E para piorar demoramos um pouco mais qued o normal para chegarmos, porque... Hm... Passamos na casa da Thalita e... Bah, vocês sabem o que aconteceu, me deixem.

Retornando... Achei estranho de fato de mamãe não berrar quando abri o portão, ou não chegar na porta reclamando e perguntando o por quê da demora. Estaria tudo muito silêncioso lá dentro de não fosse pelo som de risadas que me deixaram um tanto quanto curioso. E não tardei para descobrir o que fazia minha nega rir tanto. E isso tinha nome e sobrenome.

Alexandre da Silva de Lima — ou apenas Xande —, meu primo uns anos mais velhos. Aí você me perguntam: "Tá legal, é seu primo, mas e daí?". E eu lhes respondo: o Alexandre foi o primeiro homem com quem eu fiquei — calma, foram só uns beijinhos —, ou melhor, o primeiro que eu agarrei no sofá, quando tinha uns onze anos. Sim, sempre fui uma bicha abusada.

E agora a minha pessoa está desesperada. Meu atual namorado está aqui, e o cara que eu sempre fiquei anos antes também, olhando para mim e para o Leo toda hora, assim como a negra da minha vida — sabe quando sua mãe te olha com toda aquela malícia? Então. —. Acho que vou morrer aqui.

— Biel, há quanto tempo! — exclamou e o olhar do Leo caiu sobre mim, como se pedisse alguma explicação, já todo mundo me chama pelo nome ou simplesmente de "Gabe". Pelo amor da Lady Gaga, Xande, não destrói meu relacionamento. — Quem é esse? Seu namoradinho novo? Já terminou com o tal de Thiago?

— Quem é Thiago? — ninguém Leonardo, você nunca ouviu isso.

— Quem é Thiago? — mãe, se não ajuda também não atrapalha, por favor.

Xiu, Thiago nunca existiu, isso é invenção da mente perturbada dele. Vamos apenas interná-lo em um hospício antes que apresente riscos para a sociedade.

— Calado. — resmunguei para o intrometido do meu primo, agarrando a manga da blusa do Leo. Amor, vamos sair daqui? Tem um destruidor de relacionamentos por perto. — Amor, vamos pro meu quarto?

— Quarto? Nem pensar. — Manu cortou meu barato, e me encarou como se dissesse que não queria gozo nos lençóis de cama. — E Gabriel, quem é Thiago? — mulher, pare de me perguntar sobre os caras que beijei no meu passado, por favor. Não tá vendo o homem com quem eu traso bem aqui na sua frente?

Para quem sabe — não seja burro Gabriel, ninguém aqui sabe — Thiago foi um dos carinhas com quem eu fiquei lá pelos meus doze anos. Muito bonito e amável, mas queria fazer sexo comigo de qualquer jeito, e eu não estava a fim. O nosso romance acabou, aí eu peguei o Xande outra vez, fiquei um tempinho pulando de galho em galo e conheci o Leonardo. Fim das minhas histórias de sair com qualquer um.

Expliquei rapidamente sobre isso para as duas pessoas que queriam me matar, e lancei um olhar irritado em direção ao meu primo que apenas deu de ombros. Filho de uma puta!

Mas vamos dsixar isso aí pra lá. Fui para casa pra apresentar o boy pra mainha, e é isso que vou fazer.

— Mãe, esse aqui é o Leonardo... Leon... — olha, se teu nome começa com "Gabriel" o mundo inteiro vai conspirar para que você não consiga falar algo. Digo isso porque fui interrompido por um homem chegando a cozinha. Um. Cara. Que. Nunca. Vi. Na. Vida.

— Amor, já guardei nossas coisas. — disse, e pelo tom mais afeminado eu notei que pertencia a minha querida legião dos homens que curtem uma purpurina.

Claro que eu ia perguntar quem era, mas para variar alguém resolveu me interromper. Dessaa vez foi o maldito lingua cumprida do Xande.

— Que bom Nathan. Ah, esse aqui é o meu primo, Gabriel. — sorriu. — O carinha que me agarrou no sofá.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, meus bebês ♥ Até o próximo ♥