Mamãe, eu sou gay escrita por Caroline Dos Santos


Capítulo 5
05 — Aham, senta lá Gabriel


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE!!! Eu não ia postar esse capítulo hoje, já que estava com meus parentes em casa e eu estava dando atenção a eles (na verdade, ao meu bebê gordelícia ♥ ). Isso porque foi o batizado do E ♥ Não que eu ache que isso foi SUPER importante, mas segundo a religião que eu sigo (eu sigo?), isso é AQUELA coisa.

Mas vamos parar de falar sobre isso, e começar a falar sobre o capítulo. O que posso falar sobre ele é: TRETA ♥ Fim :3

Ah, para quem desejar adicionar a escritora do Facebook (sei que ninguém vai querer, mas ofereço do mesmo jeito u.ú) segue o link:
https://www.facebook.com/profile.php?id=100008307753048 Obrigada, por nada ♥

Agora leiam esse cocô :3



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Mamãe, eu sou gay

Aham, senta lá Gabriel

21 de Março de 2016

8h15 AM

— Como assim vocês terminaram desse jeito? — Thalita perguntou-me dentro da sala sobre o fim de minha conversa com o Leo, sem sequer se preocupar em ser discreta. Querinha, tem um bando de intromeditos sem vida própria olhando para cá como se fossemos duas aberrações, então menos, por favor. — Nem um beijo maravilhoso na boca? Uma transa, nada? Qual é, o Leonardo precisa de uma pílula azul? Sabe, para levantar o pa...

Arqueei uma sobrancelha com a fala da cacheada. Thalitinha, por algum acaso você tomou uma vodka forte no lugar do café hoje de manhã? É só a segunda aula e já está agindo assim. Eu, hein.

— Eu sei para que serve uma pílula azul! — a interrompi, antes que falasse mais merda. — E não precisa se preocupar, bem. É claro que o Leo sente o maior tesão por mim, afinal, eu sou um cara muito gostoso. — modéstia a parte, eu sou mesmo, beijinhos.

A cacheada riu, provavelmente por eu ter dito isso. No fundo ela adorava minha maravilhosa e divina vaidade. Fazer o que se todos me amam, né, bem? Ou melhor todos não. Alguns me odeiam, e provavelmente são as pessoas que já sabem — ou suspeitam — que eu corto para o outro lado. O Arthur principalmente. Erámos amiguinhos quando crianças, mas aí ele descobriu que gosto de caras q cortou relações com medo que eu "afetasse a masculinidade dele".

Um claro exemplo de homem que não se garante. Claro que não são todos assim, gente. Não confundam, tem muito macho aí que garante e dá gosto de ver. Até porque, tenho um amigo assim. Felipe, da sala do lado. Garoto. Hétero. Cis. Gordinho. Com muita coisa para apertar. Nunca me julgou pela minha sexualidade. Nem quando me declarei para ele — pelo amor da divindade que vocês acreditam, nunca contem isso ao Leonardo, pessoas —.

Bem retornando a minha pessoa, que por ventura é o foco principal aqui, eu gostava do Fê, mas ele preferia uma bela pepeca. Pois é minha gente, nem todo mundo se encata com a minha beleza. O importante é que não fui desprezado nem nada, ele apenas disse que não curtia a fruta. Tudo bem, eu chorei muito que nem uma criança quando rala o joelho, superei e conheci meu boymagia delicioso. Isso é o que importa.

Agora, eu estava tendo uma aula de Sociologia, da qual finalmente me arrumaram um professor. Ele é maravilhoso, e fala palavrões pra caralho, mas isso é detalhe, porque esse homem é lindo. Não que eu esteja interessado, já namoro mesmo.

— Gabriel, está prestando atenção no professor? — com uma cutucada, Thalita me chamou e me fez acordar para a vida. Claro que eu estu prestando atenção nesse gostoso bem dotado, gata. Se não fosso comprometido, ou meu professor, eu chamava para a cama.

— Aham. — apenas concordei, e passei a mão pelos meus cabelos. Não tem sentido ter os olhos azuis e o cabelo ruim. Ah, caros leitores, antes que pensem que meus cabelos são cacheados, eu respondo a essa dúvida: quem me dera. São lisos. E parecem fios de lã de aço. Beijos.

Queria ter os mesmos cachos que minha mãe, Thalita ou Thainara. Mas não, o destino conspira contra o homossexual aqui! Não se pode ser apenas gay e pobre com grande tendência a engordar só de comer um mísero chocolatinho, ainda tem que nascer de uma mulher — e um homem — que não te quer e ter cabelos que não gosta.

Mas bem, só me resta aceita, porque a vida chama vida porque não é fácil. Se fosse fácil chamava puta.

— Sei... Estou vendo essa sua atenção. — revirou os olhos. Eita mulher sarcástica.

Fazer o que, né? Eu amo essa travesti de qualquer jeito — e se ainda fosse homem, eu pegava.

21 de Março de 2016

10h05 AM

Intervalo. Um dos melhores momentos da escola, só não supera a hora de ir embora, essa que é a minha Deusa. Junto com mainha, é claro. E o bom desses poucos minutos antes de voltar para a sala de aula é que eu posso ficar junto com o meu namorado. Só que, como sempre tem um problema — porque se não tiver problema não é a vida do Gabriel, claro —, os amiguinhos do Leo que ficam me olhando como se eu fosse um demônio.

Deixe-me explicar a situação: não é novidade para muita gente que eu sou aquele que é conhecido vulgarmente como morde fronha do segundo ano, e muitos se sentem incomodados com a minha presença, como se eu os fosse transformar em gays passivos a qualquer momento. E com os amigos do Leonardo não é diferente, por mais que ele já tenha se assumido.

Pelo amor da divindade em que vocês acreditam, hein? Será possível que eu não posso dar o cu em paz nessa escola — só para deixar claro: logicamente eu não vou fazer isso dentro da escola. Para essas coisas tem minha casa, e a casa do Leo.

— Leo — um deles chamou. David, o carinha que vivia me encarando com cara de bosta. — será que a gente pode convesar pra lá?

Longe de mim? E com o meu namorado? Tá brincando, né? J-a-m-a-i-s.

— Pode falar na minha frene mesmo, bem. — disse, e passei meu braço por cima dos ombros do meu loiro. Aproveitei para aumentar o tom de voz para as garotas que estavam ali também. — Mas só para deixar claro: se for paquerar, saiba que ele já tem dono e sou eu.

Sabe aquele momento que todo mundo na mesa olha para você e só para você? Então, estão assim comigo agora, como se a minha pessoa fosse uma grandfe aberração, ou como se a minha sexualidade declarada em alto e bom tom fosse novidade.

— Não estou falando com você viado. — foi a resposta dele. Sério, viado? Sério? Sério mesmo? Nossa, fiquei até magoadinho agora.

— Queridão, se isso foi para ofender saiba que não deu certo e que já ouvi isso até demais, agora faz favor e passa para o próximo argumento, aí quem sabe você me ofende.

Ouvi um "Bicha lacradora" lá no fundo do refeitório e suspeito que seja obra da Thalita. Suspeito não, tenho certeza que isso é coisa dela, apoiando minhas loucuras em público.

Isto é, até uma pessoa chata que eu chamo se amor me mandar calar a boca e sair dali completamente irritado. Agora para tudo! Como assim ele faz isso comigo? Ah, mas não iria ficar assim, não iria mesmo! Por isso tratei de ir atrás daquele loiro filho de uma chocadeira para tirar satisfação dessa atitude.

— Onde o senhor pensa que vai?

— Para longe de você!

Nossa, que bicha agressiva. Deu até medo — ironia, eu te amo tanto.

— Ah, que história é essa Leonardo? Vai fugir, é? Os teus amiguinhos me ofendem, tudo o que eu faço é me defender — porque não sou obrigado —e você fica bravinho comigo? Ah, faça-me o favor, viu? Que tipo de homem é você.

E nesse ponto ele parou. Parou de verdade e se virou para mim, os olhos castanhos exprimindo pura raiva. Puta merda, ele está vindo na minha direção nem um pouco feliz. Adeus mãe. Adeus Thalita. Adeus Thainara. Adeus baldinha. Adeus vida cruel e cheia de purpurina.

— Um homem que não precisa ficar gritando aos quatro ventos que está pegando outro que nem você. Isso tudo é inseguraça, Gabriel? Pois saiba que eu não gosto de pessoa inseguras.

Como é que é?

— Como é que é? — perguntei, me colocando nas pontas dos pés para tentar ficar do mesmo tamanho que ele. — De que merda está falando, Leonardo de Castro Sanches? Me diga agora, por algum acaso fui eu quem fiquei coagindo o namorado para contar sobre a sexualidade para família? Fui eu quem ficou uma semana amaeçando uma droga de separação caso não falasse com a mãe sobre o namoro? Fui eu quem depois de tudo isso ficou revoltadinho por esse mesmo namorado ter se defendindo das ofenças dos seus amigos? Hein, Leonardo, fui eu?

Odeio chorar na frente das pessoas, sejam elas quem forem e ele não seria exceção. Nem imaginam o quanto me xinguei mentamente por estar fazendo aquilo, e comecei a esfregar os olhos freneticamente, na tentativa de fazer aquilo parar. Resultado: só piorou a situação e comecei a soluçar. Oh, merda.

E para piorar, o loiro delícia suspirou daquele jeito. Do jeito que sempre suspira quando a gente transa — ou faz sexo, para ficar mais bonitinho —, e que sempre me faz cair nos braços dele. Mas não dessa vez.

Nenhum pedido de desculpas, nenhuma palavra proferida por aquela boca maravilhosa que eu tanto amo. Era só isso o que faltava, o nosso caso terminar aqui.

21 de Março de 2016

18h22 AM

— Gabriel, aconteceu alguma coisa na escola?

Sabem quando dizem que mãe sente? Que mãe sabe de tudo? Pois é, acreditem pois é a pura verdade, e digo isso com base na minha própria mãe, a dona Manu, que mal chegou do trabalho e já veio me perguntando isso. Palmas para a mulher da minha vida.

— Estaria mentindo se dissesse que não. — até porque a senhora sabe e faria da minha existência um grande inferno caso não contasse, que eu te conheço há catorze anos e sei muito bem disso. — Mas não foi nada que precisse se preocupar.

A negra arqueou uma sobrancelha. Pode ter certeza que vem coisa por aí.

— Você é meu filho, claro que preciso me preocupar. Agora me conte o que foi.

Sabe quando ela senta do seu lado, e te olha do jeito compreensivo que simplesmente te faz chorar? Então, né? Eu sou um baita de um chorão, acostumem-se com isso.

— Brigou com o namorado, foi isso?

Mulher, você lê mentes?

— Por aí...

— E está chorando por causa disso?

— É...

— Ai, Gabriel... O que eu faço com você?

Ela se levatou e começou a dar voltas pelo quarto, penssando em uma possível solução para a situação. Só não consigo entender o porquê da colocação "O que eu faço com você?", mamis, o Leo brigou comigo e a culpa é minha, é isso? Mas que injustiça, vinda logo da senhora!

— Fez escândalo pelo que, dessa vez? — perguntou. Ah, como se eu vivesse de escândalos, né? Pelo amor de Deus, mãe, pare de estar certa o tempo todo.

— Foi tudo culpa do David! Ele quem ficou falando umas coisas lá e...

Mamãe voltou a se sentar na ponta da cama e suspirou pesadamente, da mesma forma que fazia quando eu era um pirralho — fui um catarrento muito lindo, só para constar —, e encarou-me com aqueles olhos castanhos.

— O seu problema, Gabriel, é que você se expõe muito. Talvez seja isso que tenha incomodado o Leonardo, creio que eu ele apenas tenha tentado te proteger. Já imaginou se por acaso você e esse tal de David estivessem sozinhos? Franzino do jeito que é, ele te mataria fácil, fácil...

Sinceridade de mãe é algo incrível, minha gente. No entanto, não podia negar que a dona Emanuelle estava completamente certa — ela sempre está, para flar a verdade. — e agora provavelmente devo ir pedir desculpas ao loiro idiota.

Tsc, odeio quando estou errado.


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Notas finais do capítulo

Antes que me taquem pedras sobre o relacionamento do Leo o de Gabe: CALMA GENTE, NINGUÉM SE SEPAROU!!!!11onze

Eles estão numa boa, só brigados. E no próximo capítulo vai ter personagem novo