Waking Up - Aprendendo a Viver escrita por Soll, GrasiT


Capítulo 36
Capítulo 28 – A proposta.


Notas iniciais do capítulo

Lembrando que é a continuação do capítulo anterior! (: Espero que gostem! Boa leitura!



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Narração: Bella Swan.

“Jasper?!” Não podia acreditar naquilo que via. “É a magricela engessada que está peitando o cara com a Alice?!”

“Merda! É sim! Tá ferrado!” Edward disse puxando os cabelos furiosamente. Nós assistíamos a cena de meu cunhado balançando a muleta de apoio para todos os lados, tentando ameaçar o cara que tentava segurar a Nanica pelos punhos. Ela se movia como minhoca no asfalto quente.

“Devemos nos meter?” Ponderou Jake.

“Cara! Não sei.” Emm jogou. “Ele ferrou com nossas férias.”

“Qual é… ele é nosso irmão!” Edward tentou argumentar. “Mas eu ainda estou com raiva dele.”

“Ei, aquele cara não é um dos vizinhos que te chamaram de gostosa, Bella?” Rose não sabia ser discreta com nada.

“O QUE?!” Edward gritou.

“Er… então… não consigo ver daqui!” Disfarcei. Não tinha contado o ocorrido daquela mesma manhã quando terminava de lavar a calçada na frente da casa. Os garotos que estavam hospedados na casa da esquina tinham falado coisas absurdas que eu só costumava ouvir quando Edward… bem, quando ele era um maldito maníaco sexual insaciável. Senti os olhos do Ediota queimando de ira sobre mim. Olhei para ele sem compreender onde ele queria chegar com aquela cara de maluco.

“O QUE? Foi o cara quem falou ok?!”

            Ele abriu a boca para falar qualquer coisa, então eu cheguei em seu ouvido e peguei em meus lábios o lóbulo macio e quente, brincando um segundo com ele em meus dentes. Logo Edward já não tinha palavras.

            “Sério gente, parece que a Allie vai cair.” Avisou Rosalie.

            “Ela está bêbada?” Amber investigava.

            “Penso que vai além.” Jake riu. “Muito além!” Nós rimos juntos agora e assistimos a Alice se espantar e gritar o nome de Jasper quando viu, finalmente, que era ele.

            “Afinal, por que diabos o magricela está aqui?” Edward não entendia. “Ele não ia ficar em casa curtindo uma fossa?”

            “Veio defender o território mano!” Emmet bateu no ombro de Eddie. “Sabe como é… uma vez que você mijou no poste ele é todo seu!” O silêncio foi absoluto quando o encaramos incrédulos com aquele comentário. O abelhudo revirou os olhos. “Povo sem cultura.”

            “Gente…” Amm desviou a atenção para ela. “Acho que temos um problema!” Olhamos seguindo seu campo de visão.

            “FODEU!” Emmet gritou e saiu correndo em direção ao irmão que peitava o ogro metido a garanhão da vizinhança.

            Chegamos rápido até lá, onde uma pequena platéia começava a se formar, e os jogamos sem piedade para os lados.

            “JASPERZINHO MEU AMOR!” Alice tentava falar entre seus soluços. “VAMOS NOS ACALMAR RAPAZES?!” Ela se colocou entre os dois e bateu no peito de ambos, parou, bateu novamente em Jasper de leve, apalpando o peitoral, em seguida fez o mesmo no cara que mantinha um sorriso marrento na cara de Frankenstein bombado de araque, e voltou para Jasper passando mais ainda. Ela estava… comparando? Sim. Ela estava. Revirei os olhos e dei um passo à frente, e ela se jogou nos braços de Jazz.

            Nunca pensei que pudesse ver aquele pamonha que era meu cunhado parecendo tão macho quanto ali. Ele tinha os olhos estreitos em uma fenda e até parecia que tinha alguns músculos sob a regata de algodão. Cutuquei Edward com o cotovelo.

            “Ele sabe que se apanhar hoje não sai nunca mais da cama nessas férias?”

            “Acho que ele está querendo um pouco de auto-piedade.”

            “Oh, ele não precisa! Já tem bastante dos outros.” Jazz era uma pessoa boa até demais, o que seguido resultava em pequenos constrangimentos, o fazendo ser visto como um bobo certas vezes. Porém o coração era do tamanho do mundo e esse mundo era só de Allie, por isso eu sabia que se ele tivesse que apanhar até sangrar por ela, ele o faria. O monstro puxou minha amiga pelo braço de volta para ele.

            “EIIIIIIIIIIIIIIII!” Protestou a mini-mini.

            “VOCÊ É BURRO OU SURDO SHREK? EU MANDEI DEIXAR ELA!” O brutamontes riu e antes que pensássemos, voou com o punho no olho esquerdo de Jasper, que cambaleou e imediatamente foi ao chão. VERGONHA ALHEIA. Nossa reação não foi nada menos que voar para cima dele antes que o genocídio começasse.

            Claro que Edward, Emm e Jake se jogaram contra o cara… é aham, vai nessa! Os paspalhos foram socorrer o irmão que agonizava no chão e nós nos colocamos na frente do Frankenstein, jogando Alice para trás de nós 3.

Survivor - Eye Of The Tiger

            “Ei ei ei, vamos falar!” coloquei as mãos para frente pra conseguir alguma distância do animal.

            “Corno bom é corno morto!” Disse furioso ignorando minhas mãos.

            “CARA NÓS ESTAMOS EM OITO! TU NÃO TEM CHANCE!” o homem gargalhou como uma fera contida com a ameaça da Docinha, o rosnado saindo por sua garganta baixo e modesto. Encarou Amber nos olhos como se fosse quebrá-la em pedaços. Assoviou, como se chamasse cachorros. 

De trás dele mais 2 brutamontes, que mais pareciam armários, se mostraram com cara de Pitbull a nossa frente. Ficava fácil de compará-los a gorilas quando se olhava para a estatura e largura de seus corpos. Mais uma vez VERGONHA ALHEIA por aqueles fracotes estarem socorrendo o fracote alpha.

“Ei ei ei meu amigo!” Rosalie disse. “Vamos com calma ok?! Sem violência.”

“É! Nosso amigo ali só está defendendo o que é dele!” Amber não se intimidou.

“E além do mais você não bateria em quatro…” Allie soluçava atrás de nós e chorava como uma carpideira. Rolei os olhos para dentro da cabeça. “Três. Três mulheres e meia, ou bateria?!”

            “Se vocês quiserem a gente pode bater… tu moreninha” Ele apontou para mim e piscou. “Tu tem cara de quem gosta de uns bons tapas.”

            “O QUE VOCÊ DISSE?!” Opa.  Fui empurrada para o lado e para trás. “REPETE! REPETE O QUE TU DISSE!” Edward se colocou a minha frente como um animal.

            “Disse que a moreninha gosta de levar umas pancadas bem dadas!” Disse ele como se fosse superior ao Ediota, olhando de cima e estalando os dedos das mãos.

            “Essa moreninha?!” Edward jogou a cabeça para trás, me indicando.

            “Ela é uma gostosa!” Disse em tom de afronta. Podia sentir o corpo de meu homem tremendo de fúria. Não era preciso ser um telepata para saber as mil e uma maneiras que passavam na cabeça de Edward para fazê-lo sofrer um pouco.

            “Gostosa é?” Ele perguntou rouco. O Frankenstein assentiu. “Tu tá ferrado animal!” Disse isso e se jogou contra o homem o pegando desprevenido, levando a briga para a areia.

            “JESUS ACODE!” Corri pra cima dos dois; se deixasse, Edward iria ser massacrado pelo homem. Antes que eu os alcançasse, os dois gorilas de circo tentaram me alcançar ao mesmo tempo em que dois vultos prateados voaram por de trás de suas cabeças mais rápido que um flash, não dando tempo de porem as mãos em mim; foram de encontro ao chão. Atrás deles surgiram Emm e Jake balançando as muletas de Jasper como um troféu. Parei aos pés dos dois que se socavam e brigavam.

            Tentei de um lado. Tentei de outro. Tentei até me jogar em cima dos dois, mas não conseguia nem chegar perto; eles se engalfinhavam a base de socos e bofetadas. Queria parar com aquilo e parecia uma barata tonta ao redor deles, mas de nada adiantava ficar sapateando. Edward mais apanhava do que batia, o homem sempre que podia o socava sem dó. Emmet e Jake puxavam os dois pelas roupas, mas não paravam de brigar. Sem pensar em nada corri para longe dali, agarrando Rosalie pela mão e a levando comigo até onde ficavam as bebidas. Apunhalei um balde de metal e o afundei no gelo e água, vendo minha idéia ela fez o mesmo.

            Em um piscar de olhos já estávamos de volta, e sem esperar jogamos os baldes de gelo sobre os dois que urraram com o frio da água absurdamente gelada e das pedras que bateram contra seus corpos. Imediatamente os dois se separaram.

            “CHEGA!” Gritei. Emmet e Jake seguraram os dois metidos a machão.

            “VIVA A BELLA!” Alice comemorou batendo palmas. Amber tapou sua boca com um tapa e deixou a mão ali segurando com força. Os dois protestavam, porém já estavam ficando sem forças.

            “ISSO NÃO VAI… FICAR… ASSIM!” Arfava o Frankenstein.

            “TU TE CUIDA!” Edward revidava e apontava o dedo para o outro. “GOSTOSA É A MÃE SEU OTÁRIO!”

            “Chega Edward!” Me coloquei a sua frente o empurrando para trás, tentando o manter longe do outro. Estava possessa de raiva! Era tão difícil ter férias normais? No entanto, quando bati meus olhos sobre o rosto dele, já não me importava mais se as férias estavam indo pelo ralo. Só me importava ele. “Ah meu Deus, Edward! Você está sangrando!” O Ediota imediatamente se acalmou com o toque de minhas mãos em seu rosto.

            “VEM GOSTOSINHA! VEM CUIDAR DE MIM TAMBÉM!” Ignorei o idiota que Emmet segurava. Edward rosnou.

            “Precisamos ir para casa cuidar disso, ou quem sabe…”

            “QUAL É MORENA? VEM QUE EU TE FAÇO MULHER!” Prendi a respiração. Fechei os olhos. Ele continuou falando coisas absurdas. Contei até dez. Nada resolveu. Abri meus olhos e senti meu corpo tremer de ira. “VOU TE DAR UM TRATO E AI QUERO VER TU VOLTAR PRA ESSE MARICAS!” Paciência tem limite. Marchei até o animal.

            “Ih cara! Tá ferrado!” Disse Emm quando cheguei até os dois. Meu cunhado o segurou ainda mais firme com a minha aproximação. Os braços do homem imobilizados para trás e a cara totalmente exposta, sorrindo como um imbecil.

            “Você disse que eu gostava de apanhar, não é?” Perguntei segurando a raiva na garganta e fazendo cara de interessada.

            “Aham… você tem jeito de quem gosta de umas bofetadas. Sabe? Sexo selvagem! Uma coisa animal mesmo!”

            “Ah! Agora eu entendi! Você está falando de sexo?” Sorri. “Oh! Sim! Como sou lerda! Mas sabe? Você tem razão!” Debochei e deixei o sorriso cínico que ostentava morrer. “Eu gosto de umas bofetadas, sim… mas gosto de bater, não de apanhar!” Voei com a mão fechada em punho ao seu rosto o mais forte que podia, atingindo-o.

            “WOW!” Ouvi o “público” exclamar. O animal cambaleou e Emmet não conseguiu segurá-lo, o deixando cair em seus joelhos.

            “Vamos Emmet! Isso é mais podre que um gambá.” Voltamos correndo até nossos amigos. “Vamos, vamos logo! Não quero mais ficar aqui, já deu o que tinha que dar.”

            Saímos dali o mais rápido possível. Tínhamos arrumado um grande problema, uma vez que eles estavam na mesma rua que nós. Tinha quase certeza que mais confusões viriam.

            “Gente!” Alice disse quando colocamos os pés dentro de casa. “Eu não estou…” Se jogou em direção a lixeirinha que colocamos na sala. Sua cabeça sumiu dentro do objeto, apenas ouvimos os sons da tequila saindo. “…bem.” Completou sentando no chão abraçada ao baldinho de lixo.

            “Uh.” Fiz cara de nojo.

            Aquela seria uma longa noite.

            (***)

            “Não Alice.” Bufei mais uma vez.

            “Você tem certeza?”

            “Claro que eu tenho! Eu estava sã! Diferente de você!”

            “Jazz não seria tão corajoso!” Ela estava certa, porém ele tinha implorado para todos nós que não contássemos a Alice que ele tinha caído na primeira pancada. “Lembro de Edward brigando com o cara não o Jasper!”

            “Oh sim! Edward entrou na briga depois… é. Porque no final de tudo o Frankenstein mexeu comigo.”

            “Se você diz… Jasper teve muita sorte! Ainda não compreendo como ele não ficou machucado da briga.”

            “Pois é.” Dobrei um jeans e joguei na mala irritada. “Também não entendo Allie. E você? Está melhor?”

            “Estou!” Disse animada. “Edward concordou de ir a praia?”

            “Não!” Tive vontade de socá-la. Meu namorado tinha um corte no supercílio, os lábios inchados e hematomas pelo corpo inteiro. Isso para proteger não só a mim, mas a ela e ao fracote que é Jasper. “Ele está de mau-humor, vamos ficar por casa. Vou cuidar dele.”

            “Uhm… entendo.” Ela se encolheu. “Você está braba comigo?”

            “Não.” Respondi rápido demais e ela arfou. “Sim Alice.” Me virei para ela. “Você simplesmente sumiu ontem a noite! Ficamos como doidos te procurando! Para te achar bêbada, sendo agarrada por um rato sem cérebro da idade da pedra! Sem falar que eu fui a única que quis cuidar de você essa noite!”

            “Oh Bella! Desculpa! Eu não imaginava que nada daquilo aconteceria!” Seus olhos encheram de lágrimas e vi que ela já se punia o bastante. “E você não precisa mentir! Sei que Jasper NUNCA iria ter coragem de se jogar contra um homem daquele tamanho. Conheço bem ele, assim como a conheço. Você mente muito mal! Sei que foi Edward quem fez tudo aquilo e vi você batendo nele também… sua mão está inchada. Por favor, por favor, me desculpa Bells! Eu não queria ter acabado com a diversão!” Suspirei.

            “Ok. Tudo bem Allie. Estou sendo dura com você.”

“Não! Você está certa! Estava irritada com Jasper… com Rose. Com a vida! Eu estou com medo, na verdade!” Se encolheu abraçando os braços. Em seu rosto lágrimas vertiam. Meu coração se derreteu. Minha amiga sofria bem embaixo de meu nariz e eu não podia notar?! Corri abraçá-la.

“O que há Alice? Conte para mim: medo de que Allie?”

“De perder o Jazudo. De perder você.” Desabafou com a voz cortada.

“Nos perder Allie?! Oh querida! Nunca! Você sabe que somos uma família, nunca vai nos perder!”

“Já sinto isso.”

“Você quem estava se sentindo perdida ontem, já estive no seu lugar.” Ela suspirou e chorou mais. “Alice! Onde está a minha melhor amiga? Você a matou? Eu não reconheço essas lágrimas… Eu sempre vou estar aqui por você. Jasper muito mais.”

            “O que tem eu?!” Atrás de nós a voz de meu cunhado surgiu me sobressaltando. Alice se apertou mais em meu abraço. “Coração? O que houve? Por que está chorando?” Se arrastou com suas muletas, e da mesma forma que acontecia comigo, ao encostar sua mão nas costas de Alice, senti ela se desfazendo em meus braços. Movi minha boca em um singelo sorriso e a larguei.

            “Vocês têm que conversar. Não tenham medo do amanhã sim? Linhas aéreas estão aí para facilitar a vida de todos.” Suspirei e coloquei a mão nos bolsos da bermuda. “Se entendam.”

            Por maiores que seriam as barreiras que a distância nos apresentaria, nós éramos como uma só. Alice e eu éramos da mesma família, mesmo não tendo laços de sangue. Éramos mais que irmãs e pensando em todos os anos que ficamos afastadas, nada entre nós mudou, apenas somou. Seriamos sempre Allie e Bells, as duas pentelhas que adoravam brincar de lama e sujar o carro do tio Carlisle.

            Muitas pessoas pensam que ser irmão de alguém é o maior laço que podemos ter com o outro, mas se refletirmos bem vemos que construir uma relação de carinho e cumplicidade e amor incondicional de algo que não é predisposto, como vínculos sanguíneos, é um laço muito superior. É mais puro e devoto. Amizade é isso, você estar com aquele que ama indiferente do que os liga. Lutar e estar lá para e por ele no que for preciso e nunca esperar nada em troca. É incondicional.

            No corredor, assim que fechei a porta do quarto, avistei Edward. Sorri tímida para ele que não conseguiu disfarçar aquela risada gostosa baixinha que ele emitia quando está feliz.

            “Mesmo com essa boca estourada desse jeito você nunca deixa de sorrir!” Peguei em sua mão quando ele passou por mim pacienciosamente. Aquilo nunca deixaria de ser um gesto de carinho para mim. Continuamos andando, parecia que ele tinha passado ali apenas para me pegar.

            “Impossível não sorrir.” Disse elevando minha mão e a beijando.

            “Devo saber o motivo?”

            “Você já não sabe?” Ele parou, fitou-me rápido nos olhos e rodopiou-me ao entrarmos na saleta, me arrancando um riso quase infantil. Era tão espontâneo. Ao parar movi minha cabeça em um não. “Apenas você me basta para sorrir.” Minhas bochechas arderam como fogo.

            “Que motivo tolo e infantil.” Ele revirou os olhos.

            “Pois então eu sou uma criança tola, pois nunca me cansarei de sorrir por você.”

            Algo em Edward estava diferente.

NONO DIA.

            Narração: Bella Swan.

            “SEM CHANCE!” Amm era um pouco traumatizada. Eddie fechou o porta-malas e peguei algumas sacolas que ele carregava.

            “QUAL É? Uma noite da tequila meninas?!” Emmet incentivava. “Qual problema nisso?”

            “É porque você não faz idéia o que houve a última vez!” Jake lembrou.

“Nem me lembre.” Sussurrei, mas não baixo o bastante para passar despercebido. Emm saltou na frente de todos nos parando, bati nele e quase caí. “Ai!”

            “Ei, ei, ei, ei! Teve surubinhas? Troca-troca? Contem-me tudo suas crianças deturpadas!”

            “Cala boca Abelhudo!” Edward deu um tapa na testa de Emmet. “Não foi nada disso.”

            “Aé? E o que foi então?” Questionou.

            “Emmet, esse sol está estourando meus neurônios, e diferentemente da sua namorada loira e gostosona, eu costumo usar os meus. Então sai da minha frente Emmetidinho?” Amber não perdoou. Ele ergueu os braços se rendendo, mas não se moveu.

            “Me contem e eu saio!”

            “Pelo menos contem andando!” Impliquei jogando a bola para o Ediotinha e Jake.

            “Nada de mais Emm… bebida, conversa fiada, música… alguns amassos.” Jake começou. “As meninas correndo peladas no jardim…” Disse descontraidamente coçando a cabeça. Amber socou seu braço, mas riu.

            “WOW! Vocês são pequenos mentirosos ahn?! O que mais, o que mais?”

            “Sexo no meu banheiro…” Amber jogou no ar.

            “ESPERA AI!” Gritei nos entregando.

            “BELLA SUA SAFADA!”

            “Desculpa Bella, mas aquele é o único banheiro que tenho no andar superior, foi impossível não ouvir vocês dois se batendo nas paredes!”

            “Merda!” Edward rosnou. “Aquilo foi inesquecível.” Ficou saudoso olhando para o nada. Arranquei a chave de casa de sua mão e fui abrir a porta.

            “Ué, será que aqueles três já voltaram da Praia? A porta está aberta.” Edward se encolheu e Emmet cantarolava baixinho atrás de mim: safadinhos, safadinhos, safadinhos. Abri a porta.

            “AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!” Gritamos os três com o susto. Eu, Ediota e Emm nos olhamos brevemente e então… “AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH”

            “PINK THYTO! OLHA QUEM TEMOS AQUI! A PANTERA COR DE ROSA 22!”

            “JOHN-JOHN ME ABANA QUE EU ESTOU PASSANDO MAL! É O GATINHO SELVAGEM TRANSVESTIDO DE ADONES?!” A bicha colocou a mão no peito.

            “DEUS EU MORRI E ESTOU NO PARAÍSO, THYTO!” Tal John-John colocou as mãos para o alto.

            “Puta merda! Desgraça pouca é bobagem.” Ralhei e me coloquei na frente de Edward o defendendo. Eles deram um passo a frente.

            “NÃO CHEGA PERTO QUE EU TO ARMADO!” Gritou Emmet fechando os punhos.

            “HI HI HI! Deixa eu pegar no cano da sua pistola gatinho, deixa?!” A bicha loira pareceu se perder em Emmet. A outra olhou Edward com extravagância.

“SAÍ DAQUI! NINGUÉM TOCA NO MEU HOMEM SUAS MONAS ASSANHADAS!”

            “MORRE DIABO! MONAS ASSANHADAS? EU QUE O DIGA! BARANGA EGOÍSTA!” O purpurinado de calça cós baixo rosnou.

“NÃO CREIO QUE A RAXADA QUE NÃO DIVIDE O BOFE TA AQUI TAMBÉM JOHN-JOHN?”

            “Quem diabos são eles?!” Jake chegou junto e pediu em meu ouvido, tentando ser invisível.         

            “QUE MORENÃO! OLHE ESSES BRAÇOS PINK T.!”

            “Longa história.” Olhei para as monas que tinham os braços cruzados e não nos deixavam entrar em casa.

“SAÍ DA FRENTE SE NÃO EU FAÇO VIRAR PURPURINA!” Ameacei.

            “Ui que a tilanga é braba Jhon-Jhon!”

            “Thyto, acho que ela não tem provado dos… oh la la…” Se abanou. “22 centímetros.”

            “CHEGA!” Gritou Edward. “SAIAM ANTES QUE EU SENTE A MÃO EM VOCÊS”

            “UHUL MEU BEM! VOCÊ PODE SENTAR O QUE QUISER EM MIM!” Riu baixinho e estreitou os olhos. “Que tal me sentar o cacete ein? Sua panterinha linda!” Piscou.

            “ME SEGURA QUE EU VOU QUEBRAR A CARA DESSE ARCO-IRIS AMBULANTE!” Me joguei contra o Boy George do agreste e Edward foi rápido em me puxar de volta. A Barbie pulou para trás se escondendo dentro da casa. Apenas via seus olhos para fora da porta. “Fracote de merda.” Sibilei.

            “ALGUÉM ME DIZ O QUE ESSES MALUCOS ESTÃO FAZENDO AQUI EM CASA?” Emmet se tingia de desespero, procurando em Edward uma explicação.

            “NÃO OLHA PRA MIM NÃO!”

            “É você quem eles chamaram de Pantera Cor de Rosa 22… só estou dizendo.”

            “Oh! Sim! E você é o que mesmo? Gatinho selvagem! QUE FOFO!” Edward ironizou.

            “PERA AÍ!” Não entendia uma coisa nessa história toda. “De onde você conhece esses dois Emmet?!”

            “HOHOHOHO A tilanga até que pensa!” Fuzilei o tal John-John com os olhos e soltei por entre os lábios um eu vou te matar.

            “É… bem… uma vez eu estava em um lugar…”

            “PÁRA DE ENROLAR BOFE!” Saiu Pink Thyto de trás da porta cheia de panca. “Essa mona toda em forma de músculo estava no sex-shop com você sua raxada egoísta!” Ouvi Emm engolir em seco e Jake e Amber repetindo sex-shop espantados. “Não lembra não?! Aff! Foi ele quem indicou o caminho para a perfeição de 22 centímetros!” Apontou para Edward.

            “22?!” Amber tossiu.

            “Amber! Estou aqui ainda!” Jake repreendeu.

            “Desculpa! Foi só espanto! Só espanto.” Garantiu ela. Fitei Emmet que tentava se esquivar a passos longos andando de ré.

            “EMMET CULLEN! SEU NERD MAGRICELA COMEDOR DE PENTHOUSE*! PARADO AI!” Gritei. “Você estava nos espionando?!”

            “Emmet…” Edward grunhiu furioso o alertando. Meu cunhado pensou em falar algo, até fez menção em abrir a boca, só que não teve coragem. Apenas encolheu os ombros. “VOU TE MATAR SEU MANÍACO SEXUAL!”

Ediota partiu para cima dele que correu como uma criança medrosa. Amber e Jake pareciam assustados. Bufei irada e eles riram. Sentia meu pescoço incendiar em fúria. Devia estar uma pimenta. Me virei para as monas.

            “Vocês! Eu não acabei aqui!” Eles já estavam entrando na casa e voltaram sua atenção para mim. “Seja lá o que vocês fazem aqui, estão no lugar errado. Peguem seus paninhos de bunda e se retirem! Essa casa é nossa!”

            “Está mal informada ein sua catraia!” Ralhou John-John pondo as mãos na cintura.

            “Queridinha, locamos essa… esse… muquifo! Não vamos sair!”

            “Não, vocês não locaram. Nós locamos. Agora vão antes que eu pegue a tesoura de jardinagem e faça um sorriso de coringa em vocês. Já pra rua bando de seca-homem.” Apontei para a estreita via a nossa frente.

            “EDWARD! EDWARD! CARA! ELES PARECIAM QUE QUERIAM ME DEVORAR! VOCÊ TINHA A MONSTRENGA PRA TE SALVAR!” Emmet choramingava enquanto Edward corria com um taco de baseball que ele tinha achado sabe Deus onde!

            “Moço! Moço! Meu tacooooooo!” Um garotinho apareceu dois segundos depois correndo até eles. Explicado.

            “Se você faz tanta questão…” Pink Thyto disse e fitou o amigo/companheiro/irmã… ainda estava trabalhando em uma definição para os dois.

            “NÃO!” Responderam os dois juntos e voltaram-se para dentro da casa, me deixando a ver navios. Respirei fundo e segurei o choro.

            “Alguém me belisca que isso só pode ser um pesadelo!” Fechei os olhos. “AAAAAAAAAAI” Amm ria abobalhada com o beliscão que me dera. “ERA UM PEDIDO RETÓRICO!”

            “Eu sei, mas não pude evitar! Me divirto com você irritada…senhorita 22 centímetros!”

            “Amber! Você… você… sua… sua… ARG!” Entrei na casa pra por ordem naquele galinheiro.

DÉCIMO PRIMEIRO DIA.

            “Quanto tempo?!” Edward cochichou me acordando. Fiz força para me mover e ficar de frente para ele. Algo em minhas costas estalou.

            “Ai minha coluna, merda!” Sussurrei e imediatamente uma de suas mãos correu para o local fazendo um carinho, como se quisesse me curar da repentina dor. Encaixei meu cotovelo entre suas costelas e seu braço e o abracei.

            Ainda era noite e nós nos amontoávamos todos na sala e corredores, uma vez que fora impossível expulsar aquelas duas pragas cor de rosa quando elas apresentaram o mesmo contrato de locação que o nosso. Em resumo: tínhamos sido enganados novamente e as princesas tinham tomado para si os quartos que revesavamos, deixando claro que as únicas pessoas autorizadas a entrar lá eram: o Gatinho selvagem, a Pantera cor de rosa 22, o Pernetinha e o Toraman (apelido carinhosamente dado depois de verem as pernas de Jake… a imaginação faz loucuras), ou seja, eles queriam nossos homens… de todo jeito.

Rose até tentou quebrar o braço de John-John, mas a platinada se vendeu por meia dúzia de tratamentos de beleza. Alice preferia usar a minha tática, assim como Amm: seja um chiclete mascado no cabelo de seu namorado. Trocando em miúdos: não desgrude. As nossas “amigas” até tentavam, mas a área estava dominada e Emmet em apuros na maior parte do dia.

“Quanto tempo o que?” Falei sonolenta.

“Que não ficamos sozinhos?” Suas palmas ainda deslizavam calmamente por minhas costas.

“Uhm… Forks?” Sussurrei.

“Muito tempo para mim.” Apenas balancei a cabeça concordando. “Tenho uma idéia.” Ele tentou se mexer. “Precisa levantar Monstrenga.”

“Preciso de ajuda! Acho que Alice enrolou as pernas nas minhas!”

(***)

Nunca pensei que a praia pudesse ser ainda mais encantadora no meio da madrugada.

A lua prata gigantesca de verão pairava sobre a água que quebrava de leve nas rochas que ficavam nas extremidades da orla, como se quisesse beijá-la e acalmá-la mais. Era uma imagem inesquecível… tão inesquecível quanto ao meu Ediota admirando a beleza que parecia estar a nossa espera.

Nos sentamos na areia fina e fofa, sentindo apenas nossos pés serem tocados pela ponta das ondas que nos encontravam. Minha cabeça apoiada no ombro dele, que apoiou seu queixo em meus cabelos. Nossas mãos sempre unidas. E eu sabia, no silêncio rompido somente pelo ruído das ondas, que havia algo que ele queria pôr para fora. Não o forcei. Como tudo entre nós, isso viria na hora certa.

Não era um daqueles momentos que você precisa falar, rir ou manifestar qualquer coisa, e sim um daqueles instantes que existem apenas para serem vividos. E ficamos por muito tempo daquela maneira, por vezes trocando olhares, outras beijos cálidos e houve aqueles instantes em que o ar faltou apenas por uma brisa suave nos tocar. Romântico, brega? Quem sabe, afinal? Eu definiria como pacífico, bem como o Oceano diante de nós.

E naquela noite de paz, construímos uma das mais perfeitas memórias que carregaria eternamente e a reviveria anos após anos. Eu sabia que o faria. Sabia que ele repetiria. Não tinha certezas, mas a vida não é matemática, a vida é poesia.

Depois de muito tempo sentados, mas não o bastante para cansar, Edward resolveu se mexer dali, oferecendo-me sua mão para me levantar. Segurou-me com segurança e seus dedos quentes apertavam-me com mais força conforme caminhávamos.

“Você sabe que pode me dizer qualquer coisa, não sabe Edward?” Sentia uma tensão nele. Nada ruim… parecia-me um misto de hesitação com excitação. Nunca o sentira assim antes.

“Sim. Você já irá saber.” Ele afirmou, olhando-me nos olhos e sorrindo sincero. “Antes quero te apresentar um lugar.”

E ele me guiou por mais cinco minutos até encontrarmos com o paredão de rochas no final da praia que deveria ter uns três ou quatro metros de altura. As pedras entulhadas naturalmente uma acima da outra, balbuciavam assovios de vento que passavam por suas fendas, e as sombras majestosas projetadas na noite poderiam ser até assustadoras, mas nada temia. Ele me indicou uma pedra.

“Escale.” Hesitei. “Estarei aqui a todo o momento, te ajudando e te apoiando. Você é livre para explorar, mas se estiver em dúvida onde pisar apenas me chame. Vou te guiar meu amor.” Sua frase bateu-me como um soco, aquilo não era apenas uma instrução; era uma promessa.

Subi a primeira pedra que me indicou, sentindo a sua presença em minhas costas. Graças à luz da lua, era fácil identificar onde pisar.  Ele estava comigo a cada novo centímetro que me elevava. Seguindo e me guiando, e quando eu hesitei diante de uma fenda que não me dava visibilidade para o outro lado, sua voz suave ditou:

“Pule a fissura.”

“Não! Não consigo ver o que tem ali.” Reclamei.

“Você não vai cair.”

“Como você pode ter tanta certeza?”

“Estou aqui para te manter em pé, seja como for, estou aqui para apoiar.” Me virei ficando de frente para ele e apoiando as costas na pedra fria.

“Tem noção de que você é muito mais que um apoio para mim?”

“Tenho.” Peguei seu rosto com as mãos.

“Não, você não tem. Você é meu alicerce. Minha base.” Ele sorriu radiante. Pulei a fenda.

(***)

Não sei em que momento Edward descobrira aquele local entre as rochas, mas só de estar ali já me sentia em êxtase. Não era como uma caverna ou gruta, apenas era como se as pedras se formassem em um U criando um vão irregular em seu meio onde a água batia até sua metade para então recuar e voltar mais uma vez.

“É lindo!”

“Sabia que iria gostar.” Abraçou-me por trás, afundando o rosto por entre meus cabelos, aspirando na curva de meu pescoço delicadamente. Embalou-nos como se estivéssemos dançando uma balada que apenas nós éramos capazes de escutar. Uma melodia suave… doce como a noite que vivíamos.

Guiou-me naquela canção inexistente até colocar-me de frente para ele, com minha cabeça em seu peito, meus braços ao redor de seu pescoço e suas mãos espalmadas na base de minha coluna.

“Quando tudo está uma loucura a minha volta sinto a necessidade de fugir. Já se sentiu assim?” Perguntou. Sorri sem ele ver. Foram muitas vezes, porém ainda estava aqui.

“Sim e eu já fui ao extremo da fuga.” Ele me apertou mais em seus braços.

“Não gosto disso… de pensar que você… sabe? Não consigo imaginar a minha realidade… um mundo…” Ele hesitava sem encontrar uma definição. “Eu não quero ser brega, mas não consigo conceber minha vida sem você.” Ri baixinho.

“É romântico!”

“Um pouco dramático demais.”

“Talvez sim. Sei como se sente, porém você não saberia como seria comigo se eu não tivesse falhado!”

“Como você foi tão fundo? Como conseguiu ir até o fim?” Sua voz era aflita.

Remexer naquelas feridas era algo perigoso e nunca conversamos abertamente sobre como cheguei tão fundo. Tudo aconteceu e simplesmente não quisemos revirar com o passado sendo que estávamos desfrutando de um presente singular e abençoado. De todo o jeito ainda doía, mas com ele eu podia falar. Era seguro e certo que não cairia. Respirei fundo.

“Quando o mundo lhe tira tudo que há de mais belo e puro Edward, e a sua concepção do que lhe mantém vivo desaparece, então não há motivos nem justificativas, há apenas você e sua dor vazia e aguda. Há a solidão e a vontade de romper com isso… e quando vê já foi.”

“Você sofreu?”

“Desde a morte de Joshua estava anestesiada, qualquer dor além de sua perda não era nada.”

“E quando acordou?”

“Quando acordei e vi que estava viva, bem… pensei em tentar novamente até conseguir. Só que algo mudou ao voltar para casa… algo estava mais forte, pensei que era seqüela do tempo no coma. A cada novo dia eu planejava minha morte repetidamente, porém nem a própria morte tinha lógica. Estranhamente algo me impelia a sair de casa e partir.” Suspirei lembrando-me de como, no meio da depressão pós-coma, tentava seguir em diante e deixava de lado segundo após segundo todos os planos que idealizava.

“Você sempre quis estar viva, só precisava quebrar a barreira que te mantinha morta.”

“Ediota?” Ergui a cabeça para lhe fitar me encontrando com seus olhos verdes brilhantes.

“Monstrenga?” Devolveu e roubou-me um beijo estralado.

“Desde quando você tem teses sobre meu psicológico?”

“Desde que você se tornou o meu mundo.” Não soube como respirar. O ar ficou preso na garganta. Estranhamente ele mostrou o caminho que o ar deveria seguir até meus pulmões ao colidir seus lábios aos meus. Quem sabe fosse ele o meu oxigênio, a matéria básica para continuar viva.

Amava o ter em minhas mãos e sentir de leve a batida de seu coração próximo ao meu. Uma explosão de beijos se seguiu, vindos cada vez mais tépidos de saudades. Sempre era como na primeira vez. Sucessivamente como o primeiro toque. Como o primeiro olhar daquela manhã… primeiro gosto. Ele sempre seria o primeiro em tudo e, para mim, o único. Não havia nenhum antes. Não existiria ninguém depois.

Senti o toque frio e úmido da parede de rochas em minhas costas. Com todo aquele cuidado que ele tinha por mim, procurou uma superfície quase completamente lisa para nos apoiar e não me causar machucados. Sem pressa tirou a blusa de alças finas que eu vestia por minha cabeça e todas as outras mais que nos cobriam. Fui colocada seguramente em seu colo, abraçando sua cintura e nuca, apoiada por meus quadris em suas mãos.

Não existia a necessidade devoradora de termos um ao outro naquele momento. Apenas fomos nós. Sem pressa. Sem fúria. Sem brutalidade. Fomos naturalmente nós e nosso amor. E como é bom amar! Entreguei a ele todo o meu ser naquela noite. O deixei nos guiar. Não hesitei com seus toques e nem tentei lhe dizer como fazer qualquer coisa, apenas o sentia dentro de mim daquela maneira que me fazia ter delírios e nunca o querer fora.

Em meio aos baixos e cortados sussurros que deixávamos rolar por nossas gargantas dentre os beijos, a orquestra que o mar fazia ao quebrar nas pedras era, de longe, o que nos permitia atingir um ponto do surreal naquele pedaço de noite em que me permitia sentir mais que nunca. E eu senti cada segundo o poder que exercíamos um sobre o outro, nos olhos dele podia vislumbrar a serenidade se misturando ao fogo que corria por nós e que emanavam pelos nossos poros.

 Os olhares nos manteram presos em um eixo fora do paralelo até o instante em que deixamos o lado primitivo nos tomar. Foi intenso e quieto enquanto os corpos se atritavam com o desejo cada vez mais ardente. Podíamos ser eternos sob o firmamento brilhante acima de nós. Carne com carne. Alma com alma. Abri meus olhos apenas quando consegui respirar normalmente outra vez.

“Quero lhe dar algo.” Sussurrou depois de um longo silêncio feito apenas para contemplarmos a perfeição que existia naquele pequeno pedaço de quimera que vivenciávamos.

“Bom, se você aceitar, claro.” Completou. Acomodei-me melhor em seu peito. Já tínhamos voltado à praia e pela cor que começava a tingir o céu no horizonte, podia dizer que em breve o dia nasceria.

“Penso que aceitarei qualquer coisa vinda de você.” Ouvi seu coração acelerar imediatamente em batidas desesperadas sob meus ouvidos. Sorri. Edward se moveu inquieto e limpou a garganta. “Você está bem?”

“Sim. Só não sei como fazer isso.” Aquilo era novidade para mim. Apoiei-me em um cotovelo e lhe fitei um segundo. O olhar era vago, porém continha um brilho estranho que não conseguia definir sobre o que era.

Por um segundo tive medo que Edward estivesse tentando romper comigo ou falar qualquer coisa sobre nos afastarmos. Isso me apavorava, no entanto, quando ele finalmente olhou para mim, meus receios se dissiparam com seu sorriso. Acariciei seu rosto o encorajando, mesmo não tendo a mínima idéia do que viria a seguir.

“Apenas faça. Seja como for meu amor, apenas faça.” Ele se sentou ficando cara a cara comigo. Fixei-me sobre meus calcanhares, meus joelhos raspavam na areia. Esperei por suas palavras sem perder seu rosto de vista nem por um segundo. Ele suspirou.

“Bella… eu… então… você…” Ediota brigava com as palavras. Peguei em suas mãos e coloquei sobre minhas pernas não as soltando. Mais um suspiro impaciente de sua parte. “Merda, eu tinha pensado em um milhão de palavras pra te dizer! Tinha imaginado cada reação sua… até mesmo como você sorriria! Como se pudesse te controlar! Merda! Tudo evaporou da minha cabeça!” Segurei um riso vendo que ele falava de cabeça baixa de vergonha.

“Edward?” Ele ergueu o rosto. “Quer ajuda?” Ele concordou. “Ok. Então vamos lá… talvez possa adivinhar do que se trata?”

“Não será romântico.” Revirei os olhos.

“Depois de uma noite como essa? Você só pode estar maluco!” Ele riu baixinho. “Vamos lá seu Ediota lindo, do que se trata?”

“É tipo um pedido.”

“Mmm. Uma proposta?” Concordou. Estreitei os olhos. “Indecente?”

“Nem perto disso!”

“Então me deixe recapitular: você irá propor algo que é romântico e nada indecente, você pensou em cada detalhe, mas está tão ansioso que não sabe nem formular uma frase? Seria isso?” Rimos juntos.

“Você é ótima com isso. Estou me sentindo um pouco mais seguro.” Ele tirou uma mecha de cabelo para trás de minha orelha e voltou a segurar minha mão.

“E está ansioso por que não quer me pegar de surpresa, mesmo querendo o elemento surpresa a seu favor?”

“NOSSA! Como você faz isso?” Ergui suas mãos e beijei o anel que ele usava, depois o meu e então, o beijei.

Lifehouse - You And Me

“Qualquer que seja sua proposta, a minha resposta sempre será sim.” Murmurei em seus lábios. Ele me abraçou, envolvendo minha cintura e fazendo-me colar junto de seu corpo. “Eu amo você.” Sussurrei e por alguma razão, meus olhos se encheram de umidade. Edward respirou fundo, sugando o ar com força.

“Casa comigo meu amor?”

Mais uma vez, fiquei sem ar. Por cinco segundos me senti voar. Afastei-me para lhe olhar. Aquelas duas bolas verdes cintilavam felizes em uma pequena poça de lágrimas prestes a transbordar. Em mim, já não podia as conter. Suas mãos seguraram meu rosto.

“Casa comigo?” Ele repetiu em meio a minha falta de fala. Senti um esboço de sorriso em meu rosto. “Estou em meus joelhos te pedindo pra ser minha para sempre! Pode ser amanhã, ou daqui alguns anos, a escolha é sua, mas casa comigo?” Minhas lágrimas rolavam pelo rosto, passando por seus dedos e caindo sobre minhas pernas. Intermináveis lágrimas de uma felicidade insonhável.

“Eu…” Entre o pranto uma risada apareceu. “Oh meu Deus!” Ele me segurava com mais força. “Edward, eu…”

“Bella… minha Bella.” Ele sorria e aproximava-se sabendo o que eu diria. Parou a um centímetro de meu rosto. Ainda conseguia vislumbrar uma ponta de seu sorriso mais arrebatador quando fechei os olhos.

“Seja o que for, para você, sempre será sim.”

Beijou-me da forma que amava ser beijada. Calmo e doce. Beijou-me com devoção. Ao abrir os olhos o céu se tingia de dourado.

“Bom dia vida!” Disse animada lhe fitando.

“Bom dia sol!” Ele respondeu.

(***)

“Vamos contar a eles?” Edward queria uma resposta.

“Bom, vamos deixar isso para Forks, contamos a todos de uma única vez, já que não vamos nos casar logo, não há pressa.” Sorriu e beijou minha bochecha. Estava pronta para abrir a porta e encarar a loucura novamente que estava sendo nossas férias.

“Espere!” Edward me brecou. “Disse que tinha algo a lhe dar!” Apenas o fitei. Remexeu em seus bolsos e então tirou uma pequena caixinha preta e depositou em minha mão.

“Oh Deus! É um anel?” Os olhos dele cintilaram.

“Abra e descubra.” Então, afobada como só eu poderia ser, tentei abrir a caixinha. Diante de minha notória falta de habilidade, seus dedos foram precisos a abrindo em um piscar de olhos e a exibindo para mim.

“Edward!” Olhei deslumbrada. “Isso são… diamantes? Você é louco!” Ele riu alto e negou.

“Ainda não sou tão rico quanto meu pai. São cristais Swaroviski, mas não diamantes.”

“É lindo!”

“Vendo que já usamos anéis e que esse noivado é apenas para confirmar nosso compromisso, não vi problemas nessas pequenas alianças! Olhe dentro delas!”

Imediatamente levantei uma das duas pequenas correntes que estavam na caixa até meus olhos. Elas eram feitas de ouro branco e as juntando duas minúsculas alianças enlaçadas uma a outra, incrustadas de pedras de cristais.  Dentro delas uma inscrição tão pequena quanto elas, porém legível.

Eterno enquanto o sol brilhar. E&B.

Sorri para ele como uma geléia derretida só para derreter mais quando ele colocou o colar em meu pescoço e beijou minha nuca.

“Perfeito.” Disse ele.

“Posso ter a honra?” Indiquei a caixinha com o dele, que era em todos os detalhes iguais, porém com uma corrente mais comprida e sem cristais. Fiquei na ponta dos pés e coloquei. Beijei seu peito. “Puro charme Panterinha 22!” Pisquei sacana e ele gargalhou alto deixando morrer a risada em um choramingo.

“Pronta pra vida real?” Perguntou agoniado. Respirei fundo.

“Vamos acabar logo com isso. Só mais 3 dias.” Entramos.

Narração: Edward Cullen.

“QUE MERDA É ESSA?!” Gritei apavorado.

“SOCORRO!” Emmet se escondia atrás de Jacob como uma criança medrosa.

“ME LARGA SEU PEIDO DE FESTA!” Jake se debatia para meu irmão o largar. Ao redor deles Pink Thyto os rodeava com um… chicotinho rosa de plumas?! POR DEUS! Era um chicotinho.

“ME DEVOLVE ESSA PORRA SE NÃO EU TE DIVIDO EM DOIS COM A FACA DA COZINHA!” Jasper mancava de um lado para outro tentando por as mãos em John-John que o fazia de bobo com suas muletas, saltitando como uma gazela de um lado para outro da sala.

“Vem pernetinha! Vem atrás do seu canguruzinho vem? Me bate todo, me deixa roxo e me faz gritar!” O afeminado o provocava. Jurei que meu irmão podia enfartar a qualquer momento.

“Meus Deus Edward, acho bom nós fugirmos daqui enquanto você ainda não foi reconhecido. Podemos ir para o México e começar uma nova vida lá!” Bella debochou arrastando-me pelo braço por onde entramos.

“EDWARD! CARA ME SALVA MANO!” Emmet gritou. Bella grunhiu quando os dois gliterinados se viraram para nós.

“PANTERINHA!” John-John jogou as mãos pro alto, assim como as muletas de Jazz e veio para cima.

“Ora, ora! É o nosso garotão de 22 cm!” Disse o outro.

“SE DEREM MAIS UM PASSO SÃO 22 FUROS DE CANHÃO NA CARA DE CADA UM! E ACREDITEM: EU CONSIGO UM CANHÃO.” Bella ameaçou se pondo na minha frente. “O homem é meu. Os centímetros são meus e nenhum dos dois vai chegar perto! Fui clara?”

“AH POUPE-ME SUA TILANGA DE BERA DE SANGA MAL RESOLVIDA! SAI DA FRENTE TRIBUFU!” Pink Thyto engrossou balançando o chicotinho de plumas no ar.

“Aí mona! Até rimou esse lança de tilanga e sanga!” O outro bateu palminhas para o amigo. “Tilanga da bera da sanga larga de ser baranga e saí daqui com essa…”

“Xana!” Thyto estalou os dedos quando completou… como se tivesse descoberto água em marte. “Vamos virar rappers!” A loiraça se jogou pra cima do… amigo e se deram as mãos. Olharam pela janela.

“Não! Seremos repentistas!”

“Repentistas Little Johnny?” Desanimou o criador da idéia. “Tá querendo virar Tieta?”

“Ganharíamos o mundo! Imagine!” Começou a explicar e gesticular com as mãos. “Veja os luminosos dos teatros da Broadway piscando como se fossem milhares de estrelinhas furta-cores: JOHN-JOHNNY & THYTO THE RABBIT - Os repentistas mais rápidos do velho Oeste!” Thyto se deslumbrou com a idéia que mais parecia uma piada sem graça.

“Só não entendo uma coisa!” Ele puxou as costeletas irritantemente para o lugar. “Por que The Rabbit?!”

“Porque é rapidinho oras! Entendeu?”

“Ahhhhhhm sim! Agora… falando em rapidinha: PANTERINHAAAAAAAAAA!” Cantarolou para mim. “Deixa dessa baranguinha e vem me dar umas bitoquinhas!” Abriu os braços em minha direção.

“SAÍ DE MIM SATANÁS!” Dei um pulo para longe.

“Se me chamar de baranga, tilanga, catiroba ou qualquer coisa do gênero, eu prometo que acabo com a tua raça seu baitola despudorado!” Ela estava furiosa. A conhecia bem demais para saber que aquilo não era só uma implicância.

“Estou ouvindo uma mosquinha rodando por ai Thyto?” Debocharam de Bella.

“CHEGA!” Me alterei. “PRESTEM ATENÇÃO: Se vocês chegarem perto de mim ou de Bella mais uma vez eu não vou sentir culpa de quebrar as costelas de vocês! Uma. Por. Uma. Se eu ouvir qualquer piadinha ou palavra que julgue que estão se insinuando a ela, vocês vão desejar nunca terem nascido!” Cuspi as palavras neles e por um segundo eles se calaram… como disse, foi por um mísero segundo.

“QUE ABSURDO!” Thyto colocou a mão no peito. “BICHA! Que bofe escândalo! Mau-humor reina nesse corpitcho! Me amarrota porque eu estou passada!”

“É amiga! Vejo que essa… essa… essazinha ai só sabe falar! Cachorrinho que late, não morde, sabe?! O homem é meu; os centímetros são meus e blábláblá… mas assistência que é bom…”

“ACHO BOM TU TER TOMADO UM BOM CAFÉ, PORQUE HOJE TU VAI ALMOÇAR NO INFERNO!” Antes que eu visse ou pudesse reagir, lá estava a Monstrenga voando pra cima de John-John. Mesmo tão leve, derrubou o abusado em um só empurrão. Ela começou a estapeá-lo. Pink Thyto só sabia gritar pelo amigo que apanhava de Bella. Enquanto ela estivesse batendo a deixaria batendo.

Bom… demorou para ela cansar e quando acabou, John-John se colocou cambaleante em pé, os cabelos comicamente se espalhando espetados por todo lado da cabeça e com algumas unhadas na cara.

“Essa tilanga é uma maluca mesmo! M A L U C A! Baranga da rafuagem vou vir puxar teus pés essa noite!” Ele não entendia.

“Descontrolada” Disse Thyto. “Esse bofe deve ser fraquinho! E sabe o que eu acho?”

“O que colega?” Se apertava o rosto onde a Monstrenga tinha batido.

“Que essa coca é FANTA! De 22 não deve ter nada!” As duas caíram na risada e saíram como se nada acontecera. Bufei.

“Ei vocês!” Bella chamou.

“O que é que foi agora Maluca da Vila?” Respondeu impaciente John-John. Ela apontou um dedo para eles e fechou a cara.

“Se cuidem. A guerra não acabou.” Avisou.

(***)

“Onde vocês estavam?” As três desaparecidas entraram em casa já quando era final de tarde.

“ONDE ESTÃO AQUELAS BORBOLETAS DA BARBIE?” Rose entrou batendo os pés mais que furiosa.

“EU VOU ACABAR COM OS CÍLIOS POSTIÇOS DELES!” Alice largou a bolsa pesada em cima da mesinha de vidro velha que a casa tinha. Imediatamente o vidro se estraçalhou. “MERDA! AGORA EU VOU ACABAR COM A CARTEIRA DELES… ALÉM DOS CILIOS!”

“Eu vou trucidá-los.” Rose andava de um lado para outro.

“Enforcá-los.” Alice repetia seus gestos inconscientemente.

“Parti-los ao meio!” A platinada fútil continuava. Aposto que sairia as melhores idéias dali.

“Eu vou… fazê-los sofrer.” Amber entrou porta adentro.

“MEU DEUS, O QUE HOUVE?!” Bella perguntou indo ao seu encontro.

“NÃO TOQUE.” Amber se esquivou. “Primeiro eu lhes darei um banho de sol, então vou refrescá-los com suco de limão… PURO, ainda no sol! E quando eles estiverem queimados e cheio de bolhas… é! Vou sim! Vou oferecer junto com minhas desculpas uma massagem para melhorar suas feridas: COM ÁLCOOL! Depois pegarei Rose e seu alicate de unha sem fio mais Allie e a faca da cozinha e então os matarei lentamente…” Ela suspirou e se calou. Todos estávamos boquiabertos e mudos com o nível de seus pensamentos. “Ah, mas antes de tudo isso, não me deixem esquecer que precisamos dar um tapa na carteira deles, estão com nosso dinheiro meninas.”

“Que dinheiro? Quero saber!” Sentia que não viria coisa boa por ai.

“Senta que a história é longa!” Alice disse.

“Vem sentar Amm… vou achar uma pomoda para você.” Bella se prontificou.

“Pomada não vai resolver Bells. Já virei Siri do mesmo jeito.” Disse conformada com sua condição: torrada do sol como um tomate maduro.

            “Aceita uma loção? Sabe? Aquelas pós-sol? Isso deve estar ardendo!” Ofereci. Nós éramos todos brancos demais devido ao clima nublado de Forks, era visto que mais cedo ou mais tarde alguém iria ficar tempo demais no sol ou algo do gênero. A premiada da vez foi Amm.

            “Pode ser.” Ela se encolheu. “Cadê o Jacob?” Perguntou olhando ao redor.

            “Fugiu com Emmet depois que livramos a cara deles com as peruas de cueca!” Bella bufou a frase revirando os olhos.

            “Maricas.” Amber ralhou se encostando na cadeira. “MERDA! Isso dói!”

            Narração: Bella Swan.

            “Vocês estão me dizendo que eles lhe deram um ‘passaporte’ para um salão de beleza… é isso?” Difícil era acreditar que elas tinham caído nessa.

  “Sim… não é Rosalie?” Alice a fuzilou com os olhos. Rose devia ter caído na lábia dos malucos e as convencido.

            “E o que mais?” Insisti.

“Era longe pra cacete o tal salão. E eu sugeri que fossemos de ônibus.”

“Ônibus? O carro que alugamos não está ai não?” Ediota pareceu não entender.

“É… bem Edward… veja…” Rose tentou interromper Alice, que não deixou.

“Eles deram o dinheiro para nós… trocadinho. E no fim da linha… NÃO EXISTIA SALÃO!”

“E…” Senhor impaciência, Ediota, pressionava.

            “Quando vimos que não existia salão fizemos o lógico: viemos para casa.”

            “Ok e que horas foi isso? Vocês não devem ter passado uma manhã inteira dentro do ônibus!” Jazz finalmente falou.

            “Bem… quando abrimos nossas bolsas e vimos nossas carteiras… não tinha dinheiro nenhum!” Amber erguia gradativamente o tom de sua voz.

            “Apenas um bilhetinho… nojento. Insolente. Repugnante e TOTALMENTE IRRITANTE!” Alice berrou em fúria.

            “O que dizia? O que dizia?” Minha curiosidade estava me matando.

            “Diz aí Rosalie Sou-a-Rainha-da-Esperteza Hale.” Amber bufou e Rose cruzou os braços emburrada.

            “Fale de uma vez Rose, pára de fazer drama! Não estamos em um teatrinho caseiro!” Jazz mandou. O encaramos espantados; ele não entendeu o olhar.

            “OKOK!” Estressou-se. “Aquela merda falava o seguinte: Ei vaquinhas, é bom vocês serem mais espertinhas, não ficamos de gracinha e gostamos de uma boa suru…” Ela limpou a garganta. “Bem vocês devem imaginar do que os dois gostam.”

            “O que mais?” Rose pegou a bolsa e tirou rápido da carteira o pedaço de papel. Li alto.

“Ei vaquinhas, é bom vocês serem mais espertinhas, não ficamos de gracinha e gostamos de uma boa surubinha. Abram seus olhinhos que estamos com seus gatinhos e obrigada pelo dinheirinho. Bom passeio suas tilangas mal resolvidas.

Ps.: Esperamos que curtam esse dia de salão! HAHAHAHAHAHA… oh wait! Vocês estão lendo esse bilhete lindjo certo? HAHAHAHA então: MORRE BARANGUEDO QUE OS BOFE JÁ SÃO NOSSOS!

Com carinho,

Thyto The Diva & Little Johnny”

Encarei meu namorado e meu cunhado manco. Em minha garganta algo queria explodir. Mordi o lábio as encarando, só sentia por Amber e sua pele, que mais parecia uma pimenta. Voltei para os dois homens da casa. Isso durou apenas um mísero segundo. Respirei fundo, mas não adiantou.

“HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!” Nós gargalhamos delas como três dementes descontrolados.

(***)

Tínhamos conseguido colocar Amber e Jake em um quarto antes dos pavões cor-de-rosa voltarem para casa naquela noite. Compramos loções e pomadas para a pele sensível de nossa amiga e molhamos quase todas as toalhas da casa para refrescar. E para eles… bem nós tínhamos algumas surpresinhas.

Por mais que ríssemos da inocência delas éramos seus amigos e jamais deixaríamos uma idiotice daquelas sem troco. Quando os dois entraram porta adentro gritando como hienas apaixonadas se depararam apenas comigo e Edward por ali. Propositalmente estávamos sentados um no outro, eu com minha saia acima das coxas e apenas de sutiã e ele sem camisa. Tudo programado.

“UH! FESTINHA! Cadê o resto da ralé?!” John-John arrastou a mão pelo sofá e deslizou pelos ombros de Edward, passando seus dedos pelos cabelos de meu namorado. Os olhos de Edward diziam o quanto eles queriam matar os dois. Sorri cínica.

“Querem se divertir também meninos?” Levantei o taco de baseball que Edward tinha roubado do guri que morava no quarteirão. Os dois arregalaram os olhos.

“Descontrolada! Eu disse!” Thyto falou baixinho puxando o amigo para sumirem dali.

(***)

“Ok.” Chequei o relógio. “Eles estão ouvindo essas músicas há duas horas. Estão fazendo para provocar, mas já é 1 da manhã. O volume está alto demais.” Estávamos do lado de fora, sentados na grama tomando algumas cervejas que tínhamos conseguido salvar das mãos deles.

“Tem algo em mente? Com eles acordados não dá para fazer nada!” Alice choramingou.

“Eu sempre tenho um plano.” Me fitaram. “Chamem Jake e Amber. Vamos sair da casa.”

“E fugir?” Edward não acreditou.

“Falei em fuga?” Rolei os olhos para dentro. “Os dêem o seguinte recado: que estamos saindo para comer e que alguns amigos… que amam brincar de polícia e ladrão, chegarão para a diversão de todos.”

(***)

Dez minutos depois, estávamos todos do outro lado da rua, atrás de arbustos, apenas na espreita. Na esquina, luzes rodopiavam vermelhas para todos os lados e uma sirene apitou. 

            O carro parou em frente à casa, dando o aviso que a Polícia estava ali. Os dois não saíram por cinco minutos, até os policiais se cansarem e irem bater a nossa porta. As monas quando os viram de imediato lançaram as mãos para o alto e pude ouvir o grito fanho de Thyto, claramente.

            “ATÉ QUE ENFIM A DIVERSÃO CHEGOU!” Os dois se jogaram para os braços dos tiras. Imediatamente foram jogados para trás e caíram como duas jacas podres de bunda no chão.

            “Você é má Bella.” Amber elogiou.

            “Nada que não mereçam.” Jake constatou.

            Assistimos de camarote os dois levando um esporro memorável dos tiras sobre moral, família e respeito às leis. As purpurinadas se encolhiam a cada dedo na cara que levavam.

            Aquele era apenas o começo da noite deles. 

            (***)

            “Silêncio!” Pedi cochichando. Abri a porta do quarto pausadamente, pé por pé. Do lado de fora da janela vi as sombras monstruosas de Emmet e Jake a espreita. Com os dedos convoquei Rose para vir comigo. De todas nós, as suas mãos eram as mais precisas.

            Eles dividiam a cama ridiculamente pequena que o quarto possuía. Estavam dormindo no 0x0. Todo esse tempo, pensei que eles tinham uma relação um pouco mais íntima.  Uma de cada lado da cama, estávamos prontas para puxar o lençol que os cobria. O máximo era o cheiro de nicotina, álcool e os dois roncando como dois porcos.

            E o fizemos lentamente. Puxando e revelando a bizarrice do que estava por baixo dos panos. E era perturbador.

            “OH M…” Rosalie quase me fuzilou com os olhos com cara de nojo para o que via. Me calei na hora, mas a risada se formava em uma tosse presa a garganta.Aquilo era hilário e constrangedor.

Thyto usava um baby-doll quase transparente rosa bebê e o busto da blusinha era todo de renda de flores. Ele dormia com uma máscara que pelo cheiro julgava ser de pepino. Já para meu desgosto John-John estava em meu lado, e ele usava uma camisola de seda preta, que era muito bonita – devo admitir – mas o que realmente era terrível era o que a roupa escondia… ou no caso não escondia: uma calcinha fio dental vermelho sangue era revelada por sua camisola safada que subia na cintura, tudo isso era muito, muito, muito sensual, ainda mais quando você vê em um peru cor de rosa que não se depila.

Uma visão memorável. Uma visão do inferno.

Meus olhos lacrimejavam e sentia que se não fosse rápida explodiria em uma gargalhada. Alice não facilitou em nada quando chegou ao meu lado e saiu correndo para rir tropeçando nos pés e quase caindo quando passou pela porta.

“Vamos logo!” Edward pediu silenciosamente. Fitei Rosalie que sorria malignamente. Ediota e Amm se movimentavam procurando a bolsa das malucas atrás de nosso dinheiro. A Platinada deu o sinal quando Thyto se moveu e ficou de barriga para cima. Imediatamente começamos a Operação: Rala Perua.

Ela com um e eu com outro, jogamos um lindo pó de mico misturado a pó de pimenta pelo corpo dos dois. Rose ousou mais e teve coragem de jogar dentro da bermudinha que Pink Thyto usava. Eu como boa pessoa que sou coloquei um pouco perto do nariz, e bem… um pouco nas mãos também. Feito isso só estávamos nós duas no quarto. Para finalizar peguei a pena que tinha no bolso de meu shorts. Esfreguei nos pés de ambos que se debateram como se brigassem enquanto dormiam. Corremos para fora.

Fiquei na porta os espiando por uma fresta. Em menos de um minuto eles começaram a se coçar, e quando despertaram de uma vez, se coçavam e se roçavam um no outro, nas paredes, nos colchões, nos armários velhos do quarto… e gritavam. Gritavam muito! Como duas galinhas prontas para morrer!

Antes que elas saíssem do quarto em apuros, saí para encontrar os outros. A casa estava com as luzes todas apagadas. A iluminação que entrava era a que vinha da rua. Cada um estava em um canto específico. Passei por Edward ganhando o lençol que todos vestiam. Fui para meu canto ao final do corredor que ligava a cozinha. Escuro como breu. Em exatos 5 segundos eles pularam para fora totalmente descontrolados. Jazz ligou uma sinfonia de dar medo e batia uma de suas muletas no chão. Então, os fantasmas do casebre se jogaram pra cima das gazelas.

Não sei quanto tempo durou, mas foi divertidíssimo vê-los aos prantos a cada vez que um de nós se jogava para cima deles rindo como fantasmas malvadões. Mas o pior foi quando Emm e Jake começaram a bater nas paredes ao redor da casa. Posso dizer que as gliterinadas são bem corajosas ou tem os reflexos muito automáticos mesmo; Os dois bateram na porta com uma força estupenda quase estourando as madeiras. Thyto se jogou e a abriu de imediato, e assim como a abriu caiu para trás com nossos amigos que usavam dois sacos de papel na cabeça. Emmet segurava o taco de baseball furtado e Jake uma garrafa de cerveja quebrada.

John-John se jogou aos pés do amigo e chorava por sua “morte”. Eu não agüentei e ri desesperadamente. Preciso dizer que não fui a única? Era nossa vez de chorar.

Choramos de tanto gargalhar deles. O pobre realmente acreditava que o companheiro de maluquices tinha batido as botas. Emmet, coitado! Riu tanto que chegou a cair no chão, Alice não conseguia respirar com as risadas… Eu poderia dizer que estávamos regredindo mentalmente ou que teríamos alguma seqüela pela falta de oxigênio no cérebro, porque era impossível respirar.

John-John ficou embasbacado ao ver que éramos nós e que não se tratava de fantasmas coisa nenhuma e o fingido Pink Thyto se sentou rapidinho.

“SUAS BARANGAS MAL AMADAS!”

“É TUDO ARMAÇÃO DESSA TIFUZADA!” Eles gritavam. “VOU CHAMAR A POLÍCIA!”

“Vai… lá! Chama valentão! Quero…” Jacob respirou fundo. “Quero ver se vão ajudar as duas!”

“Ahhhh! Socorro! O Thytinho morreu Deus! Ó me leve para o céu das monas, mas não leve ele! Deus, ME LEVE, ME LEVE!” Jasper debochava arrancando mais risadas de todos.

“NUNCA FUI TÃO INFERIORIZADA!”

“E EU HUMILHADA!”

“VOU EXIGIR MEUS DIREITOS!”

“Que direitos filho do arco-íris?!” Amber questionou.

“VOCÊS ESTÃO NOS DISCRIMINANDO!”

“Ok vai lá colega!” Disse Emmet dando duas bofetadas fortes nas costas de John-John. “MAS não se esquece de dizer que vocês roubaram o dinheiro de nossas mulheres falou?”

“Ah! Bem lembrado abelhudo!” Olhei para eles. “Nós temos provas babaca!”

“Fica quieta que o assunto não é contigo tilanga egoísta!” Pink Thyto abanou as mãos como se me dispensasse.

“É baranguinha! Bem quietinha! O assunto não chegou no galinheiro ainda.” John John me desaforou. Estreitei os olhos. Edward foi até ele furioso.

“O que eu disse sobre você falar com ela assim?” Edward o pegou pelos punhos e, se via nitidamente, apertou com força, mas não suficiente para realmente machucar.

“Que… que… q-q-q…” Gaguejou.

“QUE O QUE?”

“Que você ia nos machucar!”

“ÓTIMO!”

“Agora você quer apanhar de mim ou pedir desculpas a Bella? Aliás, pedir desculpas a todos.”

“Não peça JOHN JOHN! NÃO SE ENTREGUE AS FORÇAS DO MAL! NÃO SE RENDA!” Revirei os olhos para a cena patética.

“Quer entrar na dança também princesa Barbie?” Rosalie se meteu.

“Diz ai qual vai ser… graveto de marshmallow?” Jake tirou sarro. John John respirou fundo.

“Desculpa.” Resmungou.

“Desculpa? Foi isso? Não entendi! Repete?” Pedi.

“Desculpa.” Falou revirando os olhos.

“EIN?! Alguém aqui ouviu o que ele disse?”

“NÃO!”

“EU NÃO!”

“NINGUÉM!”

“DESCULPA!” Gritou.

“Ok. Está desculpada.” Sorri. “Agora podem ir.”

“IR PRA ONDE?” Thyto alterou sua voz até ela sair esganiçada.

“Embora daqui ué!” Amber disse. Edward e Emmet jogaram os dois porta a fora. Alice e Rose jogaram as malas.

“ADIOS MUCHACHOS! E só para avisar, na casa da esquina tem uns bofes que adorariam conhecer vocês! Mas bem do jeitinho que vocês são!” Alice despediu-se.

“Você vão amar… e ah! Ouvi dizer que um deles tem uma régua entre as pernas, 22 é pouco perto dele!” Fechei a porta e passei a chave. Nos encaramos e todos respiramos aliviados e nos jogamos nos sofás e pelo chão.

“Eu sugeriria uma tequila nessa hora.” Alice disse.

“Eu sugeriria sexo.” Emmet comentou pensativo.

“Eu sugeriria ambos.” Essa fui eu e longos segundos de silêncio.

“Eu pego a Tequila!” Rosalie disse se levantando e Emmet indo atrás.

“E eu já adianto que o quarto é meu e de Amber!” Jake piscou e abraçou ela.

“EI JAKE! CUIDADO! ISSO DÓI!” Amm reclamou das queimaduras do sol. Num canto Alice e Jasper se devoravam. Fitei Edward, suspirei e encostei minha cabeça em seu ombro.

“O que você quer Monstrenga? Tequila e sexo selvagem?”

“Nenhum dos dois.” Ele me olhou curioso.

“Só quero…” Baixei a voz para um sussurro. “Meu noivo, ao meu lado, cantando aquela melodia que só ele sabe, me fazendo dormir em seus braços.”

“Mmm que romântica!” Ele murmurou.

“Isso é brega.” Corei.

“Serei brega então, quantas vezes você quiser, seja.” Beijou-me suavemente. Sorri com uma falsa timidez para ele. “O que foi agora?”

“Então bora dançar Aviões do Forró!” O puxei levantando. O riso dele dominou meu espírito naquele fim de noite.

Continua…



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Notas finais do capítulo

Decepcionada com a quantidade de comentários aqui, cada vez estão diminuindo mais. Será que a história é tão ruim assim? Ou não está agradando... eu não sei, só sei que penso seriamente em parar de postar no Nyah! Eu não posso demorar mais que duas semanas que voces somem! Já disse e repito que eu não abandonaria essa história tão facil, mas pela quantidade de gente que lê e de gente que comenta realmente desanima. Só não parei de postar ainda por que tenho leitoras incríveis aqui que merecem meu respeito e empenho.

Fico triste de dizer isso ao final de um capítulo tão esperado por mim quanto esse, porém não me deixam escolha: só posto o próximo quando tiver pelo menos 25 comentários. Infelizmente é isso. Sem comentários, sem capítulo.

Beijos, e para quem leu, já sabem (: Comentem pq mesmo que eu não responda (pela completa falta de tempo) eu os leio com amor e carinho! Vocês não tem noção como seus comentários me motivam e me deixam bem!

Beijos e até o próximo, Grasi! o/



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