Waking Up - Aprendendo a Viver escrita por Soll, GrasiT


Capítulo 34
Capítulo 26 – Difícil é o adeus.


Notas iniciais do capítulo

Eu achei esse capítulo meio sem noção, mas eu juro que amei de paixão! Por favor, leiam as notas finais e principalmente as da Mari (beta) ela sempre me deixa feliz com as notas dela, assim como seus comentários!!! Vamos lá então? Boa leitura!!!



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Narração: Bella Swan.

 De todos os dias que passara em Forks, aquele parecia o mais cinzento e frio. Era uma manhã triste de segunda-feira, onde as portas da escola estavam fechadas e seus alunos em suas casas, se preparando para aquele momento que marcaria a vida de todos.

Abotoava os grandes botões de meu casaco 7/8 preto. Nunca o preto me pareceu pesar tanto. Prendi meus cabelos no alto da cabeça. Tirei meus brincos. Calcei uma sapatilha. Passei a mão pelo casaco o alinhando. Suspirei. Estava no automático. Não queria pensar na morte de Jane. Não queria julgar se aquilo foi merecido ou não. Não desejava imaginar a dor que ela sentiu. Simplesmente não queria ter que pensar nela morta.

Era um beco sem saída pensar nela. Tudo levava a última conversa que tive com ela. Fazia-me lembrar de seu olhar de dor e solidão, e de toda a infelicidade que ela deixava transparecer. Triste era um final como aquele onde há fogo e dor te consumindo de forma equiparável com seu desespero.

Sequei uma lágrima que escapou. Era impossível não me sentir mal por ela.

“Pronta?” Edward entrou no quarto. Eu me olhava no espelho perdida em presunções do que poderia ter sido diferente. Sorri sem vontade para ele e concordei. “Não se culpe Bella.”

“Não é culpa que sinto amor.” Encurtei a nossa distância. “É algo que dói e perfura minha mente em milhões de ‘e se’!”

“Você está triste. É compreensível, eu também estou Bella! Ninguém esperava por isso. Mas não minta para mim, ok?!” Ele me ofereceu sua mão, a peguei. Era quentinha e aconchegante. “Você acha que não vejo nos seus olhos que se sente culpada? Você mal comeu desde ontem de manhã! Chorou durante essa noite inteira… meu amor se perdoe, por favor!” Seus dedos encaixaram-se em meu rosto secando as lágrimas que saiam. “Você sabe que pode encarar a morte de Jane de uma maneira bem menos dolorosa.”

“Quer que eu pense em tudo de ruim que ela nos fez? Esqueça, você sabe que não sou assim.”

“Não. Não estou te pedindo isso. Você se culpa por algo que ninguém tem responsabilidade… sabe que nunca quis o mal dela, mesmo quando ela destruiu o que tínhamos de mais nosso nesse mundo. Você nunca a odiou e nem quis esse destino para ela! É isso que eu digo. Liberte seu coração, amor. Ele está pesado.”

O abracei. Era maravilhoso estar em seus braços e sentir-me realmente amada e protegida. Meus medos se dissolviam perto dele. Toda a dor que me auto-conferia era substituída pela certeza de algo bom e muito superior a todo e qualquer sentimento que já tivera.

(***)

Foi um funeral silencioso. Não se ouvia ninguém cochichando ou comentando sobre ela. A verdade era que pairava sobre todos um grande alívio. Os pais de Jane aparentavam tristeza, mas sobrepunha-se uma expressão de conformismo com sua morte. Talvez estivessem conformados com sua partida, quem sabe até já soubessem o quanto o adeus era doloroso e sabiam lidar com isso… mas ainda assim era um adeus.

O padre foi breve em seu discurso, nos trazendo belas palavras que faziam refletirmos sobre a vida que levamos e o que deixamos pelo caminho. Não queria pensar no que ela tinha deixado, porém todos sabiam que era uma carga relativamente negativa para alguém tão jovem.

As pessoas não choravam a sua partida. Não demonstravam tanta dor ou ressentimento, o que se via era muita pena. Comigo eu carregava nossa última conversa e um grande sentimento que se misturava em culpa, pena e ressentimentos. Culpa por ter lhe dito coisas que talvez fossem a fazer mais infeliz do que já era. Ressentida por não ter conseguido lhe atingir de uma forma que a fizesse enxergar o quão perdida ela estava. E pena por ela. Sem explicações e sem porquês. Só sentia pena.

Sob um céu pálido e sofrido chorei por não ter conseguido lhe perdoar antes de partir. E por Deus, eu queria lhe perdoar. Como fui forte para deixar para trás toda a dor que minha própria mãe me dera. Não sentia mágoas sobre o passado, de nada adiantaria guardar sentimentos que só me faziam chorar e ficar vazia por dentro. Os fracos nunca perdoam. O perdão é uma virtude dos fortes.

Errado estava quem disse que os bons morrem jovens. Não são apenas os bons que se vão. Pessoas como ela também partiam, perdidas em suas loucuras e torturas internas, imersas em dor. O que a meu ver, era muito mais cruel. Por mais maldades que um ser possa ter feito em sua vida, nenhum de nós merece morrer brutalmente. A morte deveria ser pacífica e indolor, diferentemente da vida que é repleta de turbulências e lágrimas.

Ao fim das palavras do Padre, todos se retiraram silenciosamente. Já eu não conseguia mover meus pés. Ainda não era hora de partir. Era cedo demais. Tanto para eu sair de lá, quanto para Jane. Ao lado de seu túmulo ficamos apenas Edward, eu e os pais dela. Joguei o lírio branco sobre o caixão.

“Eu te perdôo Jane.” Edward apertou meus braços dando-me uma força que não tinha idéia que precisava.

“Ela vai ficar em paz.” Ele sussurrou.

“Nós também.” O coveiro lançou a primeira pá de terra sobre ela.

(***)

Um fato que todos sabem sobre a morte: ela chega para todos. Ninguém é eterno. Por maior que seja sua história e mesmo que ela seja repassada por séculos, uma hora seu nome se perderá e então será esquecido. Então você finalmente está morto.

Um fato que nem todos sabem sobre a morte: ela nos faz pensar em nossos sonhos. Em tudo que estamos lutando para conseguir e em todos os momentos em que deixamos a vida simplesmente passar bem diante de nossos olhos. E isso me assustava.

Ela é um fim que sempre marca um novo começo por mais triste que seja. Quando Joshua partiu eu comecei a aprender o que é viver em solidão. Comecei uma nova vida sem sua presença constante e amorosa. Foi difícil a cada dia. Até a “minha morte”. Eu a desejei e a quis mais que qualquer outra coisa que já havia desejado. A partida dele me fazia sonhar com a minha. Vivi uma vida morta e vazia, e depois de muito bater minha cabeça, aprendi que não é uma questão de viver no luto ou não, mas sim uma questão de esperança e certezas.

Um dia a dor passa, a voz se apaga, o cheiro se vai. Mas os sentimentos e lembranças permanecem. Com Jane não seria diferente para qualquer um de nós. Chegará um dia que comentaremos sobre nossa adolescência e pensaremos nela. Recordaremos seus atos e ainda sentiremos por ela ter ido cedo, sem ter tido a oportunidade de ter sido uma pessoa melhor.

Mas a morte para quem fica é um adeus. Um até algum dia (que na maioria dos casos esperamos que seja distante). E o adeus é difícil. É a parte mais dilacerante. Aceitar que não verá aquela pessoa por todos os próximos dias de sua vida. É entender que sentirá falta, mas que nada há a ser feito; é acreditar que essa pessoa vai estar ao seu lado, mesmo você não podendo senti-la, vê-la, falar com ela… o adeus é para sempre. E mesmo com as mortes que tenho que enfrentar, não sei se posso dizer adeus a nenhum dos que partiram.

“Você está bem?” Edward entrou em meu quarto me assustando. Consigo trazia uma bandeja com um prato, que exalava um delicioso cheiro de carne com molho e massa. Percebi que estava faminta.

“Ah! Ficarei melhor agora! O cheiro está tentador!” Disse me sentando na cama e pegando a bandeja para mim.

“Ahm… só pela comida?” Ele sentou-se ao meu lado. “Assim eu acabo pensando que você só liga para meus dotes culinários.”

“Mmm…” Disse de boca cheia. “Seria impossível uma coisa dessas! Até porque você tem outras qualidades que superam essa!” Dei mais uma garfada. “Nossa! Isso está muito bom!” Falei arregalando os olhos e o fiz rir! Edward podia fazer ovos fritos, que ainda seriam os melhores ovos fritos que eu já teria comido.

“Está mais leve! O que houve nesse tempo que te deixei sozinha?!”

“Bem…” Dei um gole no suco de laranja e lembrei da noite que atirei um copo cheio do líquido na cara dele… uma noite muito boa. Sorri com o canto dos lábios sentindo minha pele do rosto superaquecer. “Eu fiz o que sempre faço: fiquei filosofando com meus pensamentos.”

“E por que não divide esses pensamentos comigo?”

“Querido, eu não quero te entediar!” Eu ri, mandando pra dentro mais uma garfada. “Porra Edward! Desse jeito eu nunca vou poder preparar nenhum jantar romântico para nós dois! Vou ter que acabar encomendando a comida no seu restaurante!” Ele riu sonoramente se deitando e me analisando comer em silêncio.

“Por que você omite seus pensamentos para mim?” Falou depois de um tempo. Larguei o garfo e limpei a boca, e lhe olhei com as sobrancelhas arqueadas.

“Quando eu lhe omiti algo Edward? Qual o ponto?”

“Você não me disse o que pensava antes de eu entrar. Entenda que pensar sobre algo não é o mesmo que falar. E mesmo que eu te veja tão bem… adoraria te ouvir.”

“Ok, é algo tão difícil assim de se adivinhar no que eu estava pensando?” Não obtive resposta. “Certo.” Tirei a bandeja a colocando no chão e fiquei apenas com o suco em mãos. “Pensava sobre Jane e sobre dizer adeus. Pensei em tudo o que a morte nos traz, suas certezas principalmente. Pensei sobre Josh e cheguei a conclusão que eu nunca vou conseguir dizer adeus para ele. Para Jane quem sabe um dia eu diga… mas não para ele.”

“Você a perdoou mesmo?”

“Sim. E você?”

“Ainda estou trabalhando nisso.” Dei o último gole do suco e o deixei de lado, me deitei de frente para ele. Pousei minha mão em seu rosto e o admirei longos segundos até encontrar as palavras certas.

“Amor, não cabe a nós perdoarmos Jane ou não. Apenas a desculpe. Ela tinha uma mente doentia. Se ficarmos remexendo nas péssimas memórias que temos dela, a nossa paz não chegará nunca, e sempre viveremos a sombra desse passado.”

“Então me diga o que lembrar para eu poder… desculpá-la.”

“Não posso fazer isso. Tem que achar esse ponto dentro de você. Eu a desculpei por tudo, porque na verdade nunca senti nem ao menos raiva por ela. E você o que sentia?”

“Não era raiva também… era algo como pena e desgosto.”

“Isso é um bom começo. Eu sentia muita pena de Jane. Ela tinha sérios problemas…”

“Por que está se sentindo culpada?” Ele enfiava a mão em meus cabelos, a deslizando por todo meu couro cabeludo e pairando em minha nuca. Ali seus carinhos eram tímidos e gostosos.

“Não sei. É como se eu tivesse uma parcela de culpa na tristeza dela. E eu e Allie falamos, na mesma noite, em como seria a morte dela. E isso… ah! Parece que atraímos isso para ela.” Balançou a cabeça discordando de minha tese.

“Monstrenga, ela estava bêbada, ela atraiu isso. Não foi você, nem Allie.”

“Sim… eu sei! Mas Edward, é como…”

“Sem mas Bella!” Sorriu divinamente para mim. “Você não tem culpa, coloque isso na sua cabeça.” Bateu três vezes em minha testa com o indicador.

“Ei! Isso dói!” Resmunguei pegando em sua mão e enlaçando a minha. Sorri tímida para ele ao pensar mais uma vez no suco de laranja.

“Mmm. Eu conheço esse seu sorriso… quais são seus pensamentos sujos?”

“Que calúnia!” Fiz cara de ofendida.

“Ah é?! Então vai me dizer que esse seu sorrisinho sacana no canto dessa boca deliciosa, junto com essa sua pele corada no rosto, não significa que você está pensando em… sexo?”

“É… bem… não!” Menti sem sucesso.

“Uhum.” Ele manteve seus olhos nos meus. Sua mão, que antes estava em minha nuca, desceu até a barra da minha blusa do pijama. Enfiou seus dedos por debaixo do tecido, buscando minha pele na barriga com vontade. Ediota! Apertou com mais desejo quando mordi meu lábio inferior. Encaixou sua mão em meu seio esquerdo e a deixou imóvel. “Então, o que você estava pensando?”

“Agora.” Engoli a seco. “Já não sei de mais nada.”

“Aposto uma mordida que você sabe.” Seu polegar brincou com o bico, que já estava todo eriçado.

“Isso é jogo sujo.” Apalpou com vontade a carne. “Oh ok! Estava pensando no suco de laranja!” A decepção passou em seu rosto.

“SUCO DE LARANJA?”

“Vai me dizer que esqueceu a noite que te joguei um copo cheio dele na cara?” Arqueei a sobrancelha.

“Jamais esquecerei, uma das minhas preferidas. O que quer?”

“É. Eu quero…” Corei. “Você hoje à noite… se possível até o amanhecer.” Ele sorriu e tirou a mão de meu peito, a encaixando em volta de minha cintura e puxando-me para mais perto dele.

“E desde quando você fica tímida com isso?” Me acomodei em seu peito e ouvi seu coração bater junto de meu ouvido.

“Bem, levando em consideração que ontem de manhã estávamos em um velório, achei que não seria indicado…”

“Bella! Que bobagem!” Ergui minha cabeça e lhe fitei. “Amor, não é porque alguém morreu que você vai negar suas vontades. Isso faz parte da vida, dos seus instintos… e bem, dos meus também!” Estreitei os olhos. Instintos. Me joguei e fiquei sentada em cima dele.

“Então eu não sou uma louca que fica tendo pensamentos eróticos enquanto penso sobre o evento da morte?”

“Desde que você não queira fazer sexo no cemitério, para mim está tudo certo!” Eu ri alto. Olhei no relógio, era tarde.

“Que droga.” Bufei fingindo desgosto. “Perdi a aposta.” Sorri. Peguei suas mãos e as deixei em minha cintura. “Pelo menos posso escolher onde será a mordida?” Ele concordou com a cabeça. “O que acha de matarmos aula amanhã?”

“O que acha se eu rasgar esse pijama?”

“Acho que você terá que conviver com os meus de flanela.”

“Penso que vou mantê-lo por mais um tempo.”

“Mas eu não.” Tirei a blusa do pijama me mostrando para ele. “Então, ainda quer mantê-lo?” Ele voou como uma águia em cima de mim, enchendo sua boca com minha carne.

Perdemos-nos em carícias nada delicadas e um amor urgente. Nossos corpos eram magnetizados com polaridades opostas. Um negativo, outro positivo. Nos atraíamos assim. Era uma força invisível que nos impelia a ficarmos perto um do outro, e eu não podia deixar de pensar que era divinamente maravilhoso.

Minhas mãos eram urgentes quando tirei sua camiseta. O toque de sua pele na minha despertava-me os mesmos calafrios desde a primeira vez. Uma sensação indescritível, que me fazia ser rendida a todas as suas vontades, manhas e manias.

Rolou-nos na cama, me deixando presa entre seu corpo e o macio do colchão. Ele se aproveitou de mim. Brincou com meus seios, mordeu-me o ventre, atiçou-me com sua língua em minha orelha e beijou-me. Beijou-me com fervura e paixão. Ferozes e quentes, nossos lábios dançavam em uma sintonia perfeita. As línguas duelavam divertidas tentando descobrir que canto ainda não havia sido explorado naquele carinho. Céu da boca, bochechas, dentes… lábios. Cada mínimo espaço era saboreado com prazer.

O peso de Edward sobre mim, só fazia-me desejá-lo mais. Gostava de o sentir respirando de forma descompassada em meu rosto e ainda mais de notar o quanto ele se sentia animado aos meus toques em seus quadris, quando, sem pedir licença, enfiei minhas mãos dentro de sua calça de moletom. Raspava minhas unhas em sua pele e de imediato ele se espremia mais contra mim. E meus seios… ah meus seios! Eles sabem o que é serem amados mais do que muitas mulheres por ai!

Ele foi rápido tirando o que restava de nossas roupas. Seus lábios e dentes descobriram cada parte de meu corpo, trazendo-me gemidos e sussurros baixos que o motivavam a continuar naquele jogo de me enlouquecer. Edward era incrivelmente quente e necessitado quando sua língua arrastou-se por meu sexo. Era mágica aquilo. Suas carícias eram sedentas e quanto mais ele tinha de mim, mais o fogo me dominava. Em seus cabelos meus dedos se entrosaram não lhe dando chance de me deixar. Suas mãos apertavam minhas coxas aplicando uma força insana. Ele gostava de me marcar nessas horas. Puxei seus cabelos quando a ponta de sua língua se enterrou em mim. Indo e vindo ele murmurava coisas desconexas baixinho como eu. Dançando em mim ele se divertia, e por vezes chegava a rir.

Sua boca deixou meu instinto e explorou meu corpo rumo ao pescoço. Era gostoso o jeito que ele me deixava louca, a beira de uma combustão espontânea antes de me dar tudo de si… ou eu dar tudo de mim a ele. Buscou minha boca no mesmo instante em que levou minha perna esquerda para envolver sua cintura. Enquanto me provocava com sua língua derrapando por meus lábios, entrou em mim suavemente, indo até o fundo, sentindo me preencher. Me dominar.

Ritmo constante e na medida certa, nós nos movimentávamos juntos testando o que agradava ao outro. A cada investida que recebia, entregava a ele um pouco mais de pressão de meus quadris contra os dele. Poderia passar a noite daquele jeito que não seria entediante em qualquer momento. Estocadas fundas traziam-me delírios sobre o inferno. Podia jurar que já queimávamos no fogo dele. Nos olhos de Edward o desejo se mostrava muito mais forte do que ele fazia comigo. Lhe beijei, com o mesmo ardor das chamas que nos motivavam. Enfiei a língua com fúria em sua boca o buscando urgente para lhe dizer: não se segure. Funcionou.

O beijo se tornou impossível quando me senti sendo levantada da cama com um único propósito. Ele me jogou de bruços no colchão levantando apenas meus quadris e os segurando firme. Mal tive tempo de me firmar, e Edward se colocou em mim com força mais uma vez. Indo forte, fundo e rápido. Ele tocava todos os meus pontos mais sensíveis, sem ser comedido ou delicado. Edward pulsava cada vez mais forte e insano, e isso era bom. Sentia que ele estava cada vez mais próximo de explodir em mim, e dessa vez queria ir junto. Era fodidamente perfeito quando conseguíamos ter o ápice juntos. Como um incentivo a mais, massageei meu clitóris inchado e super sensível. E sem que percebesse como veio, logo já estava tremendo toda, pronta para estourar em milhões de pedaços, só bastou uma investida a mais que tocou fundo em mim. Queimei em chamas e desabei quando Edward se libertou com um gemido abafado.

“Morri e estou no céu.” Disse me jogando de braços abertos na cama. Ele se deitou em cima de um deles, o enlaçando em seu pescoço.

“Se estamos no céu, posso dizer que ele é muito, muito, muito quente!” Beijou-me novamente.

Narração: Edward Cullen.

POW POW POW.

Aquilo era o inferno.

POW POW POW.

Parecia que iam arrancar minha cabeça ou que estavam apertando meu cérebro com as mãos.

“Que merda!” Disse Bella se virando na cama e cobrindo a cabeça com o travesseiro.

POW POW POW POW POW POW.

Levantei irritado não pensando em nada! Fui direto para a porta e a escancarei. Era Alice.

“OH MEU DEUS!” Ela cobriu os olhos virando de costas.

“O que é???”

“VOCÊ!” Disse ainda de costas e apavorada.

“EU O QUE? VOCÊ VEIO ME ACORDAR PRA QUE???”

“EDWARD! VOCÊ ESTÁ PELADO!!!” Bella gritou da cama. Ouvi a risada de Emmet e um se ferrou, vindo das escadas. “AI QUE BUNDINHA BONITA!” Ela riu.

“MERDA!” Corri para a cama e peguei os lençóis que Bella estava enrolada.

“EI! EU AINDA ESTOU DORMINDO!” Reclamou.

“Desculpe, amor!” Voltei para a porta agora coberto. “Pronto Alice. Desculpe por isso.”

“Posso olhar?” Ela tinha as mãos nos olhos quando se virou para mim. “Não quero ver o playground da Bella!”

“Pode, você não vai ver o… Deus!” Rolei os olhos. “O playground da Monstrenga!” Ela tirou as mãos dos olhos e foi rápida ao dizer.

“Vocês não estavam ferrados, mas agora estão!”

“É O MEU PLAYGROUND! EDWARD DEVOLVE O LENÇOL, ESTÁ FRIO! NÃO SEI ONDE VOCÊ JOGOU MEU PIJAMA ONTEM! QUE MERDA! EU QUERO DORMIR!” Bella gritava irritada. Nós ainda nos recuperávamos da noite anterior. Tinha sido o último dia de aula e nós tínhamos bebido algumas garrafas de tequila do estoque de meu pai. Jake e Amber dormiam no quarto de Bella, e ela comigo.

“É, agora mais do que nunca.” Esfregou a testa com a mão.

“Do que você está falando Alice?” Estava confuso e sonolento.

“COMO ASSIM ESME? EU OUVI PELADO?! COM A BELLA?!” A voz de trovão ecoou subindo as escadas. Os passos furiosos batiam contra a madeira.  Eu estava paralisado. Ele apontou na escada e já me apontou um dedo. Olhei para Bella. “GAROTO…” Falou ele. Bella saltou na cama apavorada. “VOCÊ NÃO TEM VERGONHA NA CARA?” Ele marchou para nós. Só conseguia olhar para ela e seus olhos assustados.

“Charlie?!” Ela sussurrou. Senti o baque quando fui empurrado porta adentro. “MERDA!” Ela caiu para fora da cama ficando apenas com a cabeça aparente. O General nos encarou pronto para nos fuzilar. “Er… oi pai?!” Cumprimentou totalmente sem jeito e envergonhada. Eu segurava o lençol como segurava a minha vida.

“Levante daí Bella.” Ele ordenou e logo voltou os olhos para mim. Eles correram de cima abaixo. “Playground da Bella, é?!” Charlie bufou. “Isabella…” Ele advertiu.

“Eu não posso levantar.” Declarou escondendo a cara no colchão.

“E por que não?”

“Eu estou nua.” Ela resmungou com a boca na cama.

“VOCÊ O QUE?”

“ESTOU NUA! É TÃO DIFICIL DE ACEITAR?” Gritou irritada. Ele olhou pra mim.

“OK. EU VOU TE MATAR GAROTO!” Partiu para cima. Emmet e Carlisle surgiram do nada para segurá-lo.

(***)

            “O que você está fazendo aqui?! Era para você chegar só na metade da semana!” Bella estava irada. Ainda estávamos em meu quarto e Rosalie tinha chegado com uma roupa para ela. Enquanto me vestia ouvia a conversa.

            “Eu decidi vir antes! Não posso?!”

            “PODE CHARLIE! Mas não pode querer matar Edward por ele estar sendo… MEU NAMORADO!”

            “Isabella! Ainda sou seu pai! Tenho direitos!”

            “Claro que tem! O direito de ser meu pai! Mas não de invadir minha privacidade desse jeito!” Ouvi Bella suspirar alto e pesado. “Sinceramente Charlie? Achei que já tínhamos superado essa fase depois da sua última visita. Pensei que você tinha entendido que passei do estágio de menina à mulher!” Saí de meu closet e ambos me fitaram.

            “Charlie, você tem que entender que Bella…”

            “Cala boca Edward.” Ela me mandou. O humor estava péssimo, esperava que não fosse assim pelos próximos dias. Ergui minhas mãos e sentei-me no sofá quieto. Charlie tinha a expressão de uma fera.

            “É, é eu sei! Nós já tivemos toda essa conversa da última vez! Porém não é fácil pra mim mocinha, chegar à sua casa e encontrar vocês nesse estado! É constrangedor!”

            “Se é constrangedor por que não ficou lá embaixo? Alice já tinha vindo nos avisar que você tinha chego!” Falei sem pensar. Bella e ele me fuzilaram com os olhos.

            “O que você queria que eu fizesse Edward? Quando escuto que você é o playground da minha filha?!”

            “Ouviu da boca dela inclusive!” Bella me deu um tapa violento nas costas. Ok. Aquilo tinha ido longe demais. “O QUE É BELLA? VAI SER SEMPRE ASSIM?! É só seu pai estar por perto que você fica de mau humor e faz isso?!”

            “ISSO O QUE? ESTOU SÓ TENTANDO RESOLVER NOSSA SITUAÇÃO!”

            “UMA NOVIDADE PARA VOCÊ: EU TAMBÉM POSSO FALAR SOBRE ISSO!”

            “MAS EU SOU A FILHA DELE!” Ela se levantou e apontou o dedo na minha cara. “E VOCÊ DE NADA TEM A VER COM ISSO!” Levantei-me também.

            “EU NÃO TENHO NADA A VER COM ISSO? ACHEI QUE ERA COMIGO QUE VOCÊ TINHA PASSADO A NOITE! QUE MERDA! EU FICO CANSADO COM TODA ESSA SITUAÇÃO, TÁ LEGAL?” Bella cruzou os braços e me fitou com cara de debochada. “Desfaz essa sua cara de deboche Bella! Pode parar! É só seu pai chegar que a gente acaba brigando! E brigando feio! É insuportável! Não vou poder conviver com ele e você ao mesmo tempo nunca?!”

            “Você está me dizendo para escolher?! É isso Edward Cullen?!”

            “VOCÊ ESTÁ DE TPM? É ISSO BELLA? EU NÃO ESTOU PEDINDO PARA ESCOLHER! Só estou pedindo para não começar uma briga inútil comigo porque ele nos pegou acordando juntos.”

            “Nus. Devo acrescentar.” Charlie falou. Eu e Bella o olhamos um segundo e nos fitamos de novo.

            “Não fui eu quem começou essa briga Ediota!” Ela disse com o dedo apontado para mim.

            “NÃO? Não fui eu que te mandei calar a boca e nem te dei um tapa nas costelas! Que por sinal ainda está doendo!” Ela respirou fundo.

            “Eu não gosto de brigar com você! Você é tão teimoso às vezes! METIDO E IRRITANTE!” Não agüentei e ri alto.

            “Metido e irritante?! Bella! ARGUMENTE MELHOR! Eu estou junto com você nisso! QUE DROGA! Porque está fazendo isso?”

            “EU ME RESOLVO COM MEU PAI! MAS SE VOCÊ QUER FAZER ISSO, VAI LÁ! CONVERSE COM ELE! TODO SEU! NÃO CONTE COMIGO, PORQUE EU CANSEI DISSO! CANSEI! ESTÃO ME ENTENDENDO?! VOCÊS SÃO HOMENS, QUE SE VIREM! JÁ FIQUEI COM VERGONHA DEMAIS POR UM DIA! VOCÊS DOIS SÃO DOIS CABEÇAS DURAS! DOIS TEIMOSOS QUE ME TRATAM COMO UMA DONZELA EM PERIGO! EU NÃO SOU UMA DONZELA EM PERIGO! E VOCÊ EDWARD CULLEN, SABE DISSO MELHOR QUE MEU PAI! BRIGUEM VOCÊS PORQUE EU NÃO QUERO MAIS ISSO!”

Ela se virou pronta para nos deixar sozinhos. A segurei pelo punho e a virei para mim. Encarei-lhe nos olhos e pude ver que ela estava prestes a começar a chorar. A trouxe mais perto e a beijei.

A beijei sem me importar com Charlie. Sem me importar se ela se importaria. Só queria parar com aquela briga desnecessária e lhe dizer que estava tudo bem! Ela lutou contra por um momento, mas isso foi até eu conseguir encontrar sua língua, então ela cedeu. Sendo doce e tranqüila, ela retribuía o beijo com alívio e culpa. Segurei sua cabeça em minhas mãos e seus braços delicados envolveram-se ao meu pescoço, deixando seus dedos penetrarem em meus cabelos. Como eu adorava beijá-la! O amor que tinha por ela parecia que explodiria a qualquer segundo em meu peito quando a beijava daquela forma: tranqüila e deliciosamente. Sem vontade de acabar, deixei que nossas bocas fossem morrendo uma na outra com selinhos curtos e gostosos.

“Eu sou uma otária.” Ela disse encostando sua testa em meu queixo.

“Não. Você é muito teimosa. Só isso.”

“Você tem muita paciência.”

“É. Dizem por ai que é porque eu amo você.” Ela riu baixinho. Charlie limpou a garganta, o fitamos.

“Eu vou… er… desculpem por isso!” Ele bufou. “Tenho que me acostumar mesmo. Desçam logo, preciso te mostrar algo Bella.” E sem mais ele se retirou do quarto. Esperei até ele fechar.

“Um dia ele supera.” Falei olhando para o nada que era porta.

“Supera, sim. Ele é um general.” Bella se abraçou a mim.

“E daqui uns meses temos a universidade.”

“Definitivamente ele tem que superar isso.”

“Você quer ser minha colega de quarto?” Ela riu e depois me olhou com a sobrancelha direita levantada.

“Mmm, é um bom convite. Difícil vai ser convencer o reitor do campus que eu sou um homem ou você uma mulher.” Eu a larguei de meus braços, coloquei uma mão na cintura e lhe olhei sério com os olhos semi cerrados.

“OH QUERIDINHA! ISSO NÃO É PROBLEMA!” Desmunhequei falando com a voz totalmente afetada. Ela ficou de boca aberta. “Cadê aquelas botas rosa de Alice?! Uh lá lá! É UM ESCÂNDALO!”

“Meu Deus! Estou traumatizada!” Colocou a mão no peito chocada. “Acho que perdi meu namorado em algum lugar!” Ela puxou o cós de minha calça e olhou. “Ufa! Não! Ele ainda está ali!” Eu gargalhei alto e a puxei para o banheiro. Precisávamos de um banho!

Narração: Bella Swan.

            “Renée?!” Gritei quando entrei na sala de lazer, atrás de Charlie. Deduzi que era isso que ele tinha para mim. Fiquei paralisada. Edward esbarrou em mim quase me levando para o chão, quando entrou na sala distraído conversando com Jacob.

            “Opa.” Ele sussurrou, não por ter batido em mim, mas por Renée estar ali.

            “Olá Isabella.” Ela olhou para meu namorado. “Olá Edward.”

            “Oi Renée.” Falamos juntos. Edward me deu um empurrão nas costas, como se dissesse: vai lá! Eu fui.

            “Posso te dar um abraço de boas vindas?” Pedi tímida. Ela sorriu fraco.

            “Claro.” Abriu os braços. A abracei com vontade e carinho. Não me poupei de pensamentos bons enquanto tínhamos aquele contato.

            “Você está diferente.” Constatei. Ela realmente parecia melhor. Um pouco mais gordinha e corada e parecia mais satisfeita com a vida.

            “Talvez um pouco melhor do que quando você partiu.”

            “Fico feliz que você decidiu vir com Charlie.”

            “Já fui ausente o bastante de sua vida. Acho que posso participar disso, já que você me convidou.” Sorri aberto para ela.

            “Renée. Nossa relação nunca foi fácil, porém nunca acreditei que seria impossível.” Ela me fitou séria e fez algo inesperado para todos ali: acariciou minha face.

            “Então, como você está se sentindo? Charlie disse que uma amiga sua morreu semana passada…” Jacob riu. Todos nós o encaramos. Edward o tirou da sala e Charlie foi atrás deles nos dando espaço.

            “Jane podia ser tudo Renée, menos minha amiga.”

            Narração: Jacob Black.

            “Cara que tensão era aquela?” Perguntei na cara dura para Edward assim que chegamos à cozinha.

            “Renée. Essa é a tensão.” Respondeu-me atirando uma pêra.

            “Ok. E quem é a tal Renée para Bella ter ficado tão… chocada?”

            “Você nunca ouviu a história?” Meu amigo parecia confuso, porém confuso estava eu.

            “Que história Edward?! Fala logo!”

            “Renée é a mãe de Bella.”

            “E…?”

            “E? A Amber ou a própria Bella nunca te falaram?”

            “NÃO! Fala aí!”

            “Renée foi a razão de Bella ter vindo para cá.”

            “Mas não foi por que ela é uma suicida?” Ele jogou a pêra que comia em direção a minha cara. A peguei e mandei de volta.

            “Disso tu lembra não é animal?!”

            “FOI ISSO QUE ME CONTARAM!” Pensei melhor. “Quer dizer, foi isso que eu li no diário de Bella.”

            “Isso foi baixo! Já te disse!” Ele rosnou entre os dentes pra mim apontando a faca com que cortava a fruta para mim.

            “Qual é Edward?! É passado já! Até Bella já me perdoou por isso!” Ele respirou fundo.

            “Então, como dizia, ela é a mãe de Bella. Sempre houve uma predileção da parte dela por Joshua, o irmão morto. Bella tentou o suicídio basicamente pela situação na sua casa… depois que ele morreu, Renée enlouqueceu e o que era ruim se tornou insustentável para Bella.” Houve uma breve pausa então ele sussurrou. “Algum tempo depois que Bella voltou do hospital, Renée chegou a sugerir que ela tentasse se matar novamente, daquela vez com uma corda.”

            “Oh!” Eu processei a informação. “E o que ela faz aqui agora?”

            “Quando nós fomos a New Orleans, houve brigas e mais brigas. Como eu e a Monstrenga tínhamos rompido, não estava lá, mas parece que foi ela, Renée, quem ajudou Bella a ver que eu tive meus motivos para omitir a verdade e que realmente a amava. E antes de Bella partir de volta, ela meio que se desculpou e prometeu melhorar.”

            “Ok! Mas o que ela faz aqui Edward? Você é enrolado demais para contar histórias! Que droga, velho!”

            “Bella a chamou para a formatura, anta!” Ergui as sobrancelhas, compreendendo a situação.

            “Então Bella está dando uma chance para a família dela… é isso?”

            “DEMOROU EIN!”

            “Já falei que é essa sua atitude grossa e antipática que me faz ser seu amigo?”

            “Não! O que faz você ser meu amigo é que sou um dos pouco que agüenta teu mau humor.”

            “Também.” Dei de ombros. “Amber já devia ter levantado.” Falei quando vi que horas eram.

            “Realmente, já é tarde.” Ele se inclinou pra mim e cochichou. “Tem certeza que ela estava respirando Jake?!”

            “VOCÊ PIROU?!” Me levantei irritado, pronto para subir ao quarto. Quando me virei, ali estava ela entrando pela porta.

            “Aquela é Renée?” Ela disse apontando com o polegar para a sala.

            “Sim.” Edward respondeu.

            “Bella não me disse que ela vinha.” Ela me deu um beijo rápido.

            “Nós não sabíamos que ela viria junto, e não fazíamos a menor idéia de que eles chegariam hoje.”

            “Uhm… que gritos foram aqueles antes?” Ela perguntou pegando a minha pêra. Mordeu, mastigou, olhou para a fruta, olhou para mim. Beijou-me de novo. “É. Bem típico.” Balançou os ombros e se sentou na bancada de mármore. Não questionei, mas fiquei curioso para saber o motivo do “típico”.

            “Foi Charlie descobrindo que eu e Bella temos uma vida sexual bem ativa.” Edward bufou irritado.

            “Oh! E o general quis te matar?” Ela perguntou rindo.

            “Não mais que a Bella! Ela chegou a bater no Edward!” Meu amigo me olhou com aquela cara de paisagem. Eu gargalhei alto. “Qual é irmão?! Ela bateu mesmo!”

            “Não gosto quando as coisas são assim entre mim e a Monstrenga.” Desabafou.

            “Falando de mim?” Ela entrou sorrindo e prendendo os cabelos no alto da cabeça. “Bom dia Amm!”

            “Bom dia Bells. Então, seu pai deve ter pirado hoje de manhã, uhn?”

            “Uma vez Charlie, sempre Charlie.” Ela se serviu um copo de suco de laranja. “Oh!” Deu um pulinho. “Suco de Laranja Edward.” Eles riram. Amber e eu nos olhamos sem entender.

            “Vocês são estranhos.” Disse.

            “Não, nós temos boas lembranças. Só isso!” Alegou Eddie.

            “Ótimas lembranças!” Bella o corrigiu.

            “Oi crianças.” Esme entrou na cozinha junto de sua empregada. “Quero todos fora daqui! Temos visitas e o almoço hoje é para muitos. Então, a menos que queiram nos ajudar, sintam-se livres para fazer qualquer coisa.”

            E a cada momento que passava com aquela família, mais certeza tinha de quanto eles eram uma família de verdade! Agora entendia as razões de Bella de uma forma um pouco melhor, e ainda tinha o sentimento de culpa com relação a tudo que fiz a ela de ruim antes de virar gente! Mas ali estava ela falando comigo, sorrindo e brincando. Isso já me fazia ficar um pouco melhor e eu realmente sentia-me bem perto deles e como se fosse parte dali.

            Narração: Bella Swan.

            Era algo completamente estranho e, no mínimo, saudosista ter toda a minha família presente ao meu redor. Aquilo coincidiu com o final de semana de folga de Carlisle, uma viagem da mãe de Amber a Seattle, o final das aulas, a conclusão dos trabalhos de Emmet e Rose com a oficina (agora só faltava a parte burocrática) e com uma briga de Jake com o pai. Enfim, estávamos todos enfiados na casa dos Cullen.

            Renée entre nós era a mais calada. Muitas vezes ela ria tímida com alguma briga boba e costumeira de Edward e Jasper, ou das palhaçadas que eu, Allie e Emm fazíamos quando estávamos juntos. Rosalie e Jasper pareciam dois chatos nerds envolvidos com um jogo de xadrez. Coitado de meu cunhado! Adorava levar Check Matte!

            Meu pai e Carlisle não paravam de conversar, já Esme e Renée trocavam trivialidades. Sem muitos sorrisos e falatórios. Esme sabia que ela era perturbada desde muito tempo e que uma amizade entre elas não seria mais possível pelas coisas feitas no passado. Elas eram apenas conhecidas e minha mãe uma completa desconhecida para todos ali, vivendo em seu mundo de dor e solidão e ainda com meia mente presa em suas memórias.

            Aquele primeiro final de semana de férias foi agraciado com um sol magnífico e quentinho em Forks. O que me fazia só ter mais sorrisos para todos, uma vez que ninguém ali estava triste em demasia. O clima entre todos era aconchegante e sentia como se um grande sonho meu estivesse se realizando… minhas duas famílias unidas e convivendo sem brigas e sem tristeza. Isso era meu sol brilhando.

            Foi-se aquele tempo em minha vida que não se via o céu ou que não se sorria com constância. Era uma boa época, talvez não a melhor – isso é algo que ninguém pode alegar, a menos que esteja no fim da vida – mas uma época de escolhas e conhecimento. Aprendizado e crescimento. Era tempo de correr sem cansar até alcançar a felicidade ou, o que para mim é o mesmo, aquela satisfação que nos faz ter certeza que é bom estar vivo e que te faz acreditar que mesmo com os problemas que temos, tudo sempre fica bem.

            (***)

            “Temos um problema.” Edward entrou no quarto enquanto eu vestia a saia de cintura alta com uma cor neutra… Amm tinha a mania de chamar aquilo de nude, para mim era bege!

            “O que foi? Allie está nervosa?” Fechei o zíper, estava pronta.

            “Não ainda, mas vai ficar se Rose não parar de irritá-la.”

            “Rose?! O que ela está fazendo?” Rosalie ultimamente passava dias sozinha. Emmet não sabia o que estava acontecendo e estava preocupado. Ninguém conseguia arrancar qualquer coisa que fosse dela. Essa mudança aconteceu em um dia que ela chegou em casa gritando com alguém ao celular, coisas que ninguém entendia. Ela estava irada e depois simplesmente se recolheu.

            “Está dizendo que não vai. Elas estão no quarto do Abelhudo tentando se resolver.” Disse tranquilamente.

            “COMO ASSIM NÃO VAI?! VOU ARRANCAR TODOS AQUELES CABELOS LOIROS DELA!!!” Saí de meu quarto batendo os pés no chão, totalmente furiosa! Ela não podia fazer aquilo conosco! Ninguém tinha feito nada para que ela agisse de tal forma. Abri a porta do quarto sem bater ou pedir licença.

            “Dizem que bater é bom.” Rose falou sem ânimo.

            “Não venha me dizer o que é bom ou não! Isso que você está fazendo com Alice, por exemplo, não é bom! E não é bom com nenhum de nós!”

            “Ah Bella! Mais você para me atormentar não!”

            “MAIS EU SIM!” Respirei fundo. “Olha Rose! Olha para mim e Allie! Nós estamos felizes e lindas! Enquanto você está com essa cara emburrada! HÁ DIAS! Não sei por qual motivo você tem se trancado aqui e olhado para as paredes contando as horas passarem, mas isso não justifica sua ausência hoje! Então trate de levantar essa bunda da cama antes que ela vá do manequim 38 ao 44, coloque a roupa que compramos juntas e dê um jeito nessa cara! Você parece uma velha de noventa anos! Emmet vai e não quer ir sozinho! Assim como nós precisamos dele, precisamos de você lá!” Ela suspirou profundamente, se levantou e me olhou.

            “Saiam.” Ela apontou a porta. “Saiam todos e me deixem em paz!” Nós ficamos quietos sem reação. Engoli com dificuldade.

            “Você está nos expulsando Rose? É isso?”

            “Saiam.” Ela repetiu. Em sua voz não havia nenhum sentimento. Nada. Estava vazia e no automático.

            “Essa é sua escolha?” Questionei.

            “Sim, é. Por favor.” Continuou apontando para a porta.

            “Ok.” Disse segurando a raiva. “Não se espante quando eu não quiser ir ao seu casamento ou na inauguração de sua oficina. Posso escolher ficar sozinha odiando o mundo, sendo orgulhosa demais para pedir ajuda.” Saí mais irritada do que entrei, porém quando cheguei ao meu quarto lembrei que aquele era o dia que encerraria uma fase importante em nossas vidas e o primeiro de algo muito maior.

            Narração: Alice Cullen.

            Estavam todos sentados a minha frente e eu tinha algo a lhes dizer. Antes de começar olhei para cada rosto e imaginei cada sonho e desejo. Quantas coisas que planejavam conseguir e tudo o que queriam ouvir. Eram rostos felizes, realizados e até aliviados. Era nossa formatura, estávamos irradiantes e loucos para que o tão sonhado tempo de faculdade começasse! Lá estávamos nós, prontos para jogar os capelos para o alto e deixarmos de sermos crianças e começarmos a sermos adultos.

            Respirei fundo.

Florence + The Machine - You Got The Love.

            “Todos sempre nos disseram que o importante da vida é ser feliz. Que devemos correr atrás de nossos sonhos e nunca desistir, mas nunca nos contaram o quão difícil é chegar até lá. Nunca nos contaram que chegaria o dia que deveríamos deixar tudo para trás: amigos, pais, mães, namorados… e partir para conquistar o mundo. Mas isso não é necessário, é algo que nos é dito dia após dia.

Nós crescemos aprendendo lições de química, inglês, a tão detestada matemática e junto entendendo o que queríamos para nós mesmos. E nesse ponto em que estamos nós sabemos o que queremos para o momento: nós queremos sair. Sair daqui e buscar um lugar com sol… ou talvez com mais neve. Sair de casa e viver com um bando de pessoas totalmente desconhecidas em uma república de uma universidade qualquer. Sair para o mundo com uma mochila nas costas e ir escalar alguma montanha porque você não faz idéia do que vai ser o amanhã. Sair e ficar longe de casa pensando o quanto era bom acordar e ter seu café da manhã preparado esperando por você. Sair para cometer loucuras com seus amigos, sem se importar com a hora que vai chegar para não acordar seu pai… mas principalmente é nesse momento que decidimos sair para a vida. É a hora de vivermos.

Viver todos os erros e acertos. Persistir e buscar os sonhos ou, porque não, construir novos. Viver com a certeza de que está brigando para ser feliz. Viver para que um dia, bem distante de hoje, você possa sentar numa varanda e pensar: eu realmente me diverti. Pensar que mesmo você tendo passado por poucas e boas – ou não tão boas assim – você soube viver.

Há pessoas que já partiram e para nós restaram as memórias. Talvez um dia voltemos a nos ver, talvez nem deixemos de nos ver. Quem sabe do amanhã, afinal? Citando Shakespeare: Nosso destino não está escrito nas estelas, mas em nós mesmos! Então sejam vocês. Não se esqueçam.  Não se arrependam. Não digam que sentem muito. Vivam as suas vidas e mostrem a todos o quão belo é o destino de quem é dono de si.

Nós estamos partindo daqui, deixando muitas coisas para trás, mas nós vamos lutar, vamos correr, vamos errar e chorar, rir, vamos enlouquecer de tanto estudar, vamos amar, não vamos nem sequer nos importar, mas ainda assim, no fim de tudo, vamos ter a certeza de que cada passo que foi dado valeu, e então saberemos o que é ter nossos sonhos realizados e o que realmente significa ser feliz.”

Narração: Bella Swan.

Os alunos estouraram em palmas, assovios e gritos. Finalmente o ensino médio tinha acabado! Estávamos emocionados, motivados e ansiosos para a “nova vida”. Alice tinha usado sábias palavras, aquele era o tempo de viver e tínhamos força, juventude e nenhum pingo de medo de sermos aquilo que queríamos ser.

Edward não estava ao meu lado, mas no momento em que jogamos nossos chapéus ao final do discurso do diretor, corremos um para os braços do outro, achando o conforto e alegria que sempre compartilhávamos. Tudo o que queríamos falar podia ser dito apenas com um olhar, aquela era uma fase onde construiríamos um futuro juntos, caminhando sozinhos, cometendo nossos tropeços e tendo um ao outro para nos levantarmos. Era assim que queríamos que fosse. Era assim que deveria ser.

Narração: Rosalie Hale.

Esperei todos entrarem e se acalmarem para ir até lá. Aquilo já era demais para mim. Eu não podia agüentar sozinha e de qualquer forma eu teria que explicar tudo antes de… ah! Isso doía tão fundo em mim. Emmet com certeza nunca mais iria querer ver minha cara. Esme e Carlisle talvez se sentissem usados, mas o fato era que aquilo tinha ido longe demais para mim. Não suportava ter que ficar em cima do muro.

            Quando entrei na sala, o quadro que tive foi de uma família feliz, com algumas exceções como Renée, mas nada que estragasse aquela imagem: Esme abraçando Alice e Jasper ao mesmo tempo, enquanto Emmet socava o ombro de Edward e Carlisle lhe chamando a atenção. Charlie segurava as mãos de Bella e sua mãe ficava um pouco atrás, mas ainda assim ela não deixava de sorrir. Assisti a todos por inúmeros segundos até Bella me ver. Ao contrário do que eu esperava, ela sorriu aberto para mim e veio me puxar pelas mãos.

            “Você é uma boba birrenta! Você perdeu um discurso maravilhoso de Alice! Está melhor?”

            “Não está irritada comigo?” Por sua resposta ao sair de meu quarto algumas horas antes, achei que ela ficaria irada para o resto da vida!

            “Por que deveria estar? Todos temos nossos momentos de reclusão. Nós deveríamos te respeitar. Desculpe pelos gritos.” Sorri para ela.

            “Eu que tenho que me desculpar Bella.”

            “E pelo o que? Já disse que aquilo não foi nada. Certo Allie?” Olhou para a nanica.

            “Nadica de nada.” Ambas me abraçaram, me fazendo forçar o choro a descer pela garganta.

            “Ainda assim eu devo desculpas.” Falei me desfazendo do abraço gentil. “Devo desculpas a todos, principalmente a Emmet. Você sempre será a pessoa mais importante para mim.” Ele me olhou confuso.

            “O que foi Rose, você está bem?” Respirei fundo.

            “Estou indo embora. Meu pai conseguiu o cargo de diplomata e… bem está indo para a Irlanda.”

            “Irlanda? E por que você vai embora?” Esme perguntou.

            “Olhem, eu só sei que tenho que ir. Eu não posso ficar aqui! Eles são a minha família! É… Irlanda! É um oceano de distância e… eu não posso, me desculpem.” De todos ali eu só conseguia enxergar Emm e toda a decepção que ele sentia.

            “Mas Rosalie, você é dessa família.” Isso veio de quem menos esperava: Edward. Lhe olhei sem saber o que dizer. Apenas desviei meus olhos para o chão.

            “Rose, qual é o problema?” Carlisle veio até mim, fazendo-me sentar.

            “Carlisle, não há problemas! Há a minha família! Obrigada por tudo nesse tempo que fiquei aqui, porém não tenho possibilidades, ou eu vou ou eu não tenho mais laços… com meus pais.”

            “ISSO É UM ABSURDO!”

            “Não existe!” Bella e Alice se revoltaram.

            “Meninas é isso, se eu ficar meu pai já disse que não irá mais ter gasto nenhum, isso vai de ligações a passagens aéreas. Eu não quero perder minha família. Esse tempo todo eu estive aqui por um sentimento muito forte, mas eu sinto falta deles. Muita.” Houve aquele momento de silêncio em que ninguém sabe as palavras certas para usar. Então o que eu mais temia veio à tona quando olhei Emmet. Seus olhos pareciam famintos e cheios de fúria.

            “Quando? Quando pensava em me contar isso? Você não acha que eu deveria saber disso primeiro? Não pensa que eu poderia ter tomado uma atitude? Não pensou que temos uma solução? Eu teria dado um jeito nisso… mas preferiu ficar quieta! Quando você vai Rosalie?” Ele falava com aquela calma controlada. Eu não queria magoá-lo.

            “Emmet… me desculpe.”

            “Eu não quero suas desculpas!” Falou com o tom de voz mais alterado. “Quando você vai?”

            “Emmet, não faça assim…” Pedi segurando as lágrimas.

            “QUANDO ROSALIE?”

            “Hoje à noite. Meus pais virão me buscar, nós vamos direto…” Ele balançou a cabeça concordando.

            “Eu vou sair.” Disse se virando para Carlisle. “Não sei que hora volto.” Meu coração se desfez em um milhão de pedaços. Emmet estava quebrado e eu… eu tinha o partido.

            (***)

            Escrevi uma carta a ele. Ao que parecia tinha acabado com todas as alegrias do dia. Edward que é Edward e sempre me detestou veio me pedir para ficar. Carlisle disse que me assumiria e que nunca me faltaria nada e que eles eram minha família também. De fato eram, mas eu não podia brincar com meu pai. Ele sempre conseguia de um jeito ou outro o que queria. E naquele momento ele me queria na Irlanda morando com eles. E era de se esperar que ele cortasse relações comigo se eu decidisse ficar.

            Deixei o bilhete junto de um moletom de Seattle que tínhamos iguais. O meu ficou para ele, e o dele eu levei para mim. Nós compramos aqueles casacos no dia em que começamos a namorar. Poderia passar cinqüenta anos, eu tinha certeza que apenas amaria Emmet, e só a ele.

            Meus pais esperavam no andar de baixo. Esme ainda tentava dobrar meu pai, até Charlie que nem sequer conhecia-me direito tentou intervir, mas era uma missão impossível. Emmet ainda não tinha retornado e meu coração se apertava sem saber se um dia voltaria a vê-lo. As despedidas foram breves e aquilo, podia sentir, magoava a todos.  Antes de entrar no carro novo e luxuoso de meu pai dei mais uma olhada para todos que ainda estavam do lado de fora da casa. A imagem de Emmet ali só fazia parte de minha imaginação. Aquilo era cruel.

            Dois minutos depois que saímos da casa dos Cullen, meu pai olhou para mim pelo espelho retrovisor e deu um sorriso, que a meu ver não havia nada de reconfortante, pelo contrário, parecia desafiador.

            “Então meu bem, está feliz?” Perguntou ele esperando de mim uma resposta no mínimo simpática. Eu sorri igualmente.

            “Vá se ferrar!”

            Narração: Emmet Cullen.

            Eu odiava isso que ela tinha feito. Me perguntava o porque de seu silêncio. Tudo bem que o pai dela sempre foi um tirano, e que para deixá-la aqui em Forks só aceitou porque queria viajar e aproveitar a vida sem interrupções. Rose sempre foi mimada, mas sempre soube seu lugar. Se eles a queriam longe ela ficaria longe, se eles a quisessem perto eles a teriam perto. Mas essa não era Rose, era seu pai.

            Dirigi sem saber pra onde ir. Não queria dizer adeus e só eu sabia como estava me sentindo. Já estava tudo pronto para na semana seguinte irmos para Califórnia, iríamos ter férias divertidas com todos! E então essa bomba estoura. No mês seguinte teríamos nosso trabalho, ganharíamos nosso dinheiro e não precisaríamos de ninguém nos regulando ou mandando em nossa vida. Eu não queria deixar que nossos sonhos morressem, não sei se seria capaz de dizer adeus para minha anjinha.

            Eu não poderia deixá-la ir.

            Voltei rápido em direção ao caminho de casa. Esperava que ela ainda estivesse lá. Eu iria enfrentar aos pais dela e se fosse preciso a seqüestraria para mim. A levaria para longe, onde fossemos só eu e ela. Tinha sido um tolo de deixá-la lá. Rosalie cometeu um erro e eu já lhe dou as costas, já cometi um milhão deles e ela ainda estava lá.

            Quase não parei quando vi a porta da garagem fechada. Corri para dentro da casa esperando que ela ainda estivesse ali. Invadi a sala e não tinha ninguém. Alguns barulhos vinham do andar superior, já passado das 22 horas e certamente todos já estavam se acomodando para dormir, em um silêncio completamente estranho para aquela casa. Subi correndo os degraus e dei de cara com Bella saindo do quarto de Alice.

            “Ela… onde ela está?” Perguntei sentindo uma dificuldade extrema em conseguir falar.

            “Rose partiu Emmet.” Senti como se a casa desabasse abaixo de mim. “Fazem duas horas. Onde você esteve?”

            “Estive sendo um boçal.” Ela se encolheu.

            “Quer um abraço?” Se ofereceu.

            “Você faria isso por mim?” Bella sorriu e me abraçou.

            Foi um consolo a ter comigo. Ela era incrível, ficava feliz por Edward ter a ela e vice versa. Bella ficou comigo quando eu li a carta que Rose havia deixado. Ali dizia o quanto doía ter que partir sem mim, o tamanho do amor dela e que esperava que eu a perdoasse algum dia e que jamais nessa vida ela deixaria de ser minha. Bella segurou minha mão e me prometeu não contar a ninguém que chorei como uma garota com seu primeiro coração partido. Merda! Eu era uma criança perdida sem Rosalie. Só fazia burradas! E tantas delas foram com a própria.

            “Você deveria considerar a possibilidade de ligar para ela.” Disse saindo para seu quarto.

            “Ela me atenderia?”

            “Tenho certeza que sim.” Bella sorriu. “Tenha uma boa noite. Qualquer coisa, me chame, estou no final do corredor.”

            E eu liguei. Pelo menos umas dez vezes. Todas às vezes estava desligado. Uma hora ela me atenderia, nem que fosse pra dizer o adeus que não tivemos.

            Narração: Bella Swan.

            Abri a porta de seu quarto bem devagar. Edward estava deitado com as pernas sobrepostas uma a outra, lia um livro e parecia concentrado. Me arrastei até ele, cansada e triste. Deitei-me ao seu lado, levando o seu braço direito pra baixo de meu pescoço. Enlacei nossos dedos e encostei-me a seu ombro. Ele sorriu.

            “Onde você estava?” Perguntou ele sem tirar os olhos do livro.

            “Conversando com Emmet.”

            “E ele? Como está?”

            “Triste, desolado, perdido, quebrado… enfim, aquele um milhão de coisas de quando perdemos um amor.”

            “Ele não perdeu um amor. Ela simplesmente partiu.”

            “E você acha que isso não é perder alguém? Daqui algumas horas ela vai estar a meio mundo de distância. E ele ficará contando as horas do dia para acordar desse sonho ruim.”

            “Você entende dessas coisas do coração não é?” Ele finalmente abaixou o livro.

            “Não sei se entender é a denominação certa… mas penso que é isso, uma vez que já estive lá.”

            “Já esteve? Quando seu namorado foi para o outro lado do mundo?”

            “Pode não ter sido para o outro lado do mundo, mas foi o bastante para eu querer acordar do seu lado.” Ele me apertou em seus braços.

            “Nunca mais. Nunca.” Disse ele. Sabia que era uma promessa que nunca mais ficaria longe.

            “Nunca.” Ficamos em silêncio um ouvindo o outro respirar na tranqüilidade do quarto. Meus pensamentos iam e voltavam sobre como Rosalie e Emmet ficariam com essa situação, mas logo eles se voltaram para aquele momento meu e de Edward.

            O cheiro de canela leve que ele emanava me deixava um pouco perdida na linha de tempo de nossas vidas e os seis meses que estávamos juntos pareciam a eternidade. Uma doce eternidade. Finalmente depois de tanta luta, naquele momento em particular eu me sentia um pouco em paz. Sentia-me feliz por ter ele comigo sem interferências. Era sublime o que sentia, me dava vida e me renovava.

            “Você sente isso?” Ele disse.

            “Eu me sinto bem agora.”

            “Será que isso é o que chamam de paz?” Ele beijou o alto de minha cabeça.

            “Se é, eu não posso ter certeza, mas eu sinto essa calmaria. E é tão bom!” Suspiramos juntos e rimos em seguida.

            “Adoro quando isso acontece. Eu faço… você faz e se fosse ensaiado não seria tão perfeito.” Disse ele.

            “Não mesmo.” Pensei um momento. “Acho que devemos ajudar o Emmet de alguma forma.”

            “Como?”

            “Não sei… Será que conseguiríamos uma passagem para a Irlanda?”

            “Você quer mandar ele para Irlanda? Sozinho? O Emmet?!” Perguntou como se fosse a coisa mais ilógica do mundo.

            “Sim! Qual é o problema com isso?”

            “Bella ele nem ao menos tem o endereço de Rosalie!”

            “Edward, um homem inteligente como você deveria saber que não deve ser nada difícil de achar um diplomata americano na Irlanda! Sabia que existem as embaixadas?! Além do mais, o endereço de Rosalie é fácil de descobrir.”

            “E posso saber o que se passa nessa sua cabecinha esperta?!”

            “Ediota, não estamos mais na idade da pedra. Ninguém aqui é neandertal! Ainda existe email, SMS… código Morse! Nós vamos dar um jeito! Ela foi embora, mas não foi morar nas cavernas. Vamos conseguir.”

            “Amo essa sua determinação. Você não se cansa de pensar nos outros?”

            “Não! Sou egoísta suficiente para pensar em mim boa parte do tempo também.” Ele riu.

            “Segunda-feira todos vamos a Port Angeles comprar algumas coisas para a viagem…”

            “OH MEU DEUS!” Dei um pulo na cama. “Eu esqueci!”

            “Você se esqueceu da viagem de férias?!” Ele arregalou os olhos.

            “Por um momento sim!” Fui sincera.

            “Você me surpreende.” Ele me olhou com aquela cara de diabinho. “Por favor, não se esqueça dos micro-biquínis.”

            “Para fazer o que com eles? Desfilar pela praia ou para você acabar com eles ao final do dia?”

               “Prefiro a opção 2.”

            “Se for por isso, bem… eu prefiro ficar nua e nem sair da casa com você.”

            “TOUCHDOWN! Essa sim é uma opção que eu realmente não hesitaria em escolher.” Gargalhei alto e ele tampou minha boca com um daqueles beijos deliciosos e de tirar o fôlego! Era possível eu ficar cada dia mais apaixonada por aquele homem?

            “Segunda.” Disse quando ele me deixou respirar. “Segunda irei comprar biquínis.” Ele resmungou e beijou-me mais uma vez de uma forma muito mais desejosa. O empurrei para longe. “Espere Edward.”

            “O que?!”

            “A porta está aberta!” Corri até lá e a fechei. “Agora você pode me beijar do jeito que quiser!”

            (***)

            “EU NÃO VOU!”

            “E POR QUE NÃO VAI?!” Rebati.

            “PORQUE ELA NÃO ATENDE MINHAS LIGAÇÕES!” Grande motivo aquele! Ela estava na Irlanda! O celular dela não devia nem ao menos funcionar!

            “PAREM DE GRITAR OS DOIS!” Olhei para ele séria.

            “ENTÃO NÃO GRITE VOCÊ TAMBÉM EDWARD!” Ele ergueu as mãos como quem diz: “eu vim em paz”. Me segurei para não rir. “Emmet. Não dá! Nós adiamos a viagem pra a Califórnia e já compramos sua passagem para a Irlanda! O que quer que você diga, não irá fazer diferença nenhuma agora!”

            “Mas Bella, ela não me atende!!! Isso significa que ela não quer falar comigo!”

            “Não! Isso significa que você é um rato cego que não sabe correr atrás do que quer!” Cruzei meus braços em sua frente. “Mas eu sei correr atrás do que VOCÊ quer.” Emmet franziu o cenho. “Edward, me empresta aqui o notebook.”

            (***)

            Emmet também me fazia pensar no adeus e o quão terrível era ter que dizê-lo aos vivos. Era, de certo modo, muito pior do que dizer aos mortos. Todos fomos ao aeroporto com ele, quando finalmente ele acreditou que o email que lhe mostrei era mesmo de Rosalie.

            Tinha lhe enviado ainda na mesma noite em que ela partiu. Edward ajudou-me a escrever. Nós dizíamos a ela que Emmet estava louco e que precisava encontrá-la, que queria o endereço dela para ir buscá-la e que nenhum de nós conseguiria viver longe dela – principalmente Emm. Para finalizar acrescentei que possivelmente ele nunca mais largaria do pé dela, mas que estava tudo bem, porque ele era um chiclete de boa qualidade. No final da tarde de domingo ela me respondeu, avisando que o pai tinha tirado o celular e que por Deus ele não podia interferir no sinal da internet na embaixada… então ali estávamos nós no aeroporto de Seattle.

            Vimos Emm embarcar em seu vôo em busca de Rosalie. Nós a queríamos de volta. Os queríamos felizes, para que aqueles dias de cão finalmente tivesssem um fim.

            Narração: Emmet.

            Tinham sido longas 14 horas de viagem. Eu precisava de algum descanso, no entanto não queria descansar, queria chegar até ela, abraçá-la e raptá-la para mim e para sempre. Deixei meus pertences em um armário no aeroporto, comigo só carreguei o dinheiro e nem o passaporte. Cheguei à embaixada dos Estados Unidos era passado de cinco horas da tarde. Pelo que Bella disse, se usasse a desculpa certa, conseguiria entrar facilmente lá. E de fato foi muito fácil. 

            Falei para um dos guardas que era americano e estava passando férias na Europa e que, por uma infelicidade do destino, minha mochila tinha sido roubada e junto com ela meu passaporte. Quando bateram cinco horas e trinta daquela tarde no meu relógio, eu estava sentado em uma sala luxuosa da casa que servia de embaixada. Os homens me deixaram ali sozinho, e eu tinha que aproveitar e ir atrás dela.

            (***)

            Estava no segundo andar da mansão. Pelo que via, ali ficava os aposentos, e não havia seguranças nos corredores largos e compridos. Caminhei colando meus ouvidos às portas, mas era impossível ouvir qualquer coisa. Continuei andando e tentando dar a sorte de encontrar Rosalie. As coisas poderiam ser mais fáceis para mim. Seria muito bom, por exemplo, se todos aqueles quartos, salas e afins do segundo andar tivessem uma placa avisando de quem era! Seria incrível pra falar a verdade!

            No final do corredor havia acesso a mais uma escadaria. Subi com os mesmos passos apressados antes que me pegassem! Tinha uma missão a cumprir. Ali naquele terceiro andar, as portas eram diferentes e o ambiente um tanto mais moderno, sem deixar todo aquele luxo que a casa ostentava. E vou te contar que se era pra viver daquele jeito, compensava ter que passar uma vida estudando pra conseguir aquilo. É. Compensava, mas ainda assim era esforço demais.

            Estava concentrado na minha busca quando escuto um grito de raiva vindo de uma porta que estava a dois metros de distância de mim. Andei até lá e os gritos não paravam.

            “AHHHHHHHH EU VOU ACABAR COM A RAÇA DELE! MALDITO FILHO DE UMA MÃE! MAS DEIXA PRA MIM! DEIXE EU ENCONTRAR COM ELE DE VOLTA! PODE SER DAQUI A 100 ANOS!!!” Sim! Aqueles gritos! Tão conhecidos meus… Rosalie! “EU VOU BATER ATÉ…” Abri a porta e me deparei com ela aos berros com um urso de pelúcia pronta para… “ARRANCAR A CABEÇA DELE!” E puxou a cabecinha do bicho que não saiu do lugar. “MORRE DESGRAÇA!” Puxou de novo e nada. “EU VOU ARRANCAR A CABEÇA SIM!” Tentou mais uma vez e não conseguiu. Bufou e jogou o urso no chão. “TE ODEIO! TE ODEIO! TE ODEIO!” Ela falava enquanto pisava no pobre brinquedo. Parecia uma criança mimada. A mesma de sempre. Sem conseguir me controlar eu gargalhei alto chamando sua atenção.

            “Você!” Ela me olhou totalmente pirada! “É bem você que eu queria mesmo!” Falava ameaçadoramente.

            “Eu sei Rose! Fui um otário, também senti sua falta, mas por…” Ela correu em minha direção com as mãos em garras.

            “EU VOU TE MATAR EMMET!” Eu só soube correr dela.

            Descemos correndo os três andares, ela louca para me bater e eu louco para não apanhar. Ela gritava que eu iria morrer e eu gritava que a amava! Sempre mantinha cerca de três metros de distância. Ela jogou em mim alguns vasos da decoração que eu nem queria pensar quanto custavam! Por sorte nenhum deles me acertou. E continuávamos como cão e gato. Eu rodopiava os sofás antigos de uma sala e Rose tentava me alcançar. Não entendia o porquê ela fazia aquilo! Ficamos naquela bobagem por uns dez minutos! Rodamos toda a embaixada e para facilitar a minha vida os seguranças estavam no meu encalço também.

            Entrei na cozinha da casa, não sabendo para onde correr, os funcionários me olhavam assustados. Atrás de uma senhora baixinha de ancas largas vi uma porta de metal, devia ser a saída! Corri até lá e empurrei saindo para a noite que já caia. Fui tão rápido que não vi onde dava, só consegui parar de correr quando o muro se meteu na minha frente. Bati com força e fiquei um pouco tonto. Ouvi os passos de todos chegando até mim. Quando ergui os olhos, umas dez automáticas estavam apontadas para mim.

            “O Senhor está preso!” Disse o homem que era tão grande que era possível que desse dois de mim.

            “NÃO!” Essa foi Rose que gritou rompendo entre os homens. “Saí da minha frente seu brutamontes!” Disse ela aparecendo a minha frente. “Que diabos vocês estão fazendo com essas armas apontadas para ele?! Ele é cidadão americano!” Eles abaixaram as pistolas e ela me olhou e bufou. “Que merda é essa Emmet? Você não fica para me dar tchau e de repente Bella me manda um email dizendo que você está vindo me tirar daqui! E quando eu menos espero está você invadindo meu quarto!”

            “Eu fui um idiota! Ainda havia tempo para te fazer ficar!”

            “MERDA! Não havia tempo e não há tempo! Por favor! Não tente concertar algo que não tem concerto! Meu pai nunca vai me deixar voltar para Forks! Não sem ele! Eu não queria ter vindo, mas não tinha escolha! E por Deus! Você ter vindo pra cá só me faz ter mais certeza do quanto eu te amo! E isso vai me machucar quando você partir! MAIS DO QUE EU JÁ ESTOU MACHUCADA!” Minha Rosinha falava e deixava a força de lado que sempre a acompanhou e chorava.

            “Não há uma mínima possibilidade?”

            “Não Emmet. Você sabe como é meu pai!”

“Nenhuma chance?” Ela balançou a cabeça negando. “Ele não é tão ruim assim, vai acabar deixando sim… e se eu lhe pedir em casamento?”

            “Já disse que nã… O QUE VOCÊ DISSE?” Tirei a caixinha do bolso interno do casaco grosso, abri e mostrei a ela.

            “Casa comigo?” Ela colocou a mão na cintura. Torceu a boca. Suspirou.

            “Vamos. Meu pai tem uma reunião daqui a uma hora, é tempo suficiente para ele gritar, querer nos matar, me deserdar e me mandar de volta para Forks.”

            “Então isso é um sim?”

            “Não!” Deixei meus ombros caírem. Ela riu. “Claro que é um sim!”

            (***)

Dia seguinte…

            “Ele não vai me perdoar nunca nessa vida!”

            “Não, é mais fácil ele não perdoar a MIM!” Ela riu e segurou forte na minha mão.

            “Talvez ele se comova quando receber o convite do casamento. Esme já sabe que você me pediria em casamento?”

            “Ninguém sabe… Bella desconfiou, mas não disse nada. E não se preocupe! Sua mãe vai dar um jeito de contornar essa situação com seu pai!”

            “Ela sempre dá!” Ela suspirou. Chegamos ao guichê da companhia e pedi pelas passagens que já tinha deixado reservadas desde Forks. “Vamos para casa?”

            “Não.” Olhei para ela e ajeitei a gola pesada do casaco. “Vamos para Califórnia.” Pisquei.

            “É meu bem.” Deu tapinhas do meu ombro. “Na sua nova qualidade de noivo terá que me comprar biquínis e tudo mais o que precisar. Estou indo da neve ao sol em um dia!” Ela disse. Parei, ajeitei a mochila que estava em meu ombro, olhei bem em seus olhos com os meu em uma fenda.

            “Interesseira.” Disse brincando.

            “Então? Onde vamos ficar mesmo?” Debochou olhando para as unhas. Nós rimos.

            Agora eu podia dizer que estava bem. Talvez eu devesse ter tomado certas decisões antes de tudo isso acontecer. Quem sabe tenha demorado muito para reagir, mas o que importava naquele momento é que tudo estava em seu lugar e que o pior tinha sido evitado e tudo que viesse daquele momento em diante seria fácil, porque nada nessa vida é mais difícil do que dizer adeus a quem se ama.

            Continua…

N/a: Nossa ficou enorme esse capítulo! Mas enfim... eu adoro escrever capítulos assim! Que tem de tudo um pouco, teve drama, romance, um pouco de comédia (eu acho) e o meu total cansaço pra escrevê-lo!! Sei que demorou exatos um mês para sair… é que com o final de Kansas Revenge eu tenho estado muito mais focada nela! Mas calma! Falta apenas um capítulo e ai sou toda de WU! Ahauihfuis Ok, não sei se essa parte da história teve lá muito sentido para vocês, porque para mim pouco fez sentido!

            Enfim, espero que vocês tenham gostado!! E daqui para frente é reta final… antes escreveria até o capítulo 30, mas acho que não vai dar, então está aí uma boa novidade: vamos ter mais capítulos!!! Mas não deverá passar de 35! No máximo! Não sei… então comente, me motivem e quem não indicou: indique. Um beijo para cada um e eu sei o número exato de quem lê ok?! Espero mais que 30 comentários!!!! São muitos mais que lêem, aliás!

Beijos da Grasi!!!

Sinto que temos uma autora mega inspirada, uhm?!

Aiiii como eu amei esse capítulo! Eu tive todas as emoções que uma pessoa pode ter betando o capítulo de hoje!

Ri, chorei, me emocionei demais, principalmente com o discurso da Alice!

Enfim...eu amei demais! Acho sempre tão gostoso betar WU!

Beto Kansas, já li um capítulo de uma mini fic que a Grasi pretende escrever, já fui beta emprestada da Gabi...e devo dizer que todas tem um lugar enorme no meu coração! Mas nenhuma supera WU!

Nem consigo passar em palavras oq eu sinto por essa história! Só sei dizer que é muito imenso, do tipo gingante mesmo!

Tá que eu devia falar do capítulo 26 e não essas coisas que eu disse, mas enfim!

Peço que leiam, se divirtam e se emocionem muito, mas não fique de BBB! Quem gosta de espiadinha é só o Bial, gente! Vamos comentar muito e deixar nossa Grasi feliz! E de quebra vcs deixam uma beta feliz tb! Pq é mega emocionante ver que o capítulo que vc “cuidou” foi bem aceito, teve repercussão..

Ahhh to tão sentimental e emotiva esses dias! São os hormônios, não liguem!

MAS COMENTEM, OK?! Hauhauhauahuahuahua

AMO VOCÊS COISAS LINDAS!


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