Waking Up - Aprendendo a Viver escrita por Soll, GrasiT


Capítulo 30
Capítulo 22 – Fofocas.


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem o capítulo :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/66060/chapter/30

Narração: Edward Cullen.

“Que diabos vocês dois pensam que estão fazendo?! QUEREM MATAR A MIM E A ESME DO CORAÇÃO?!” Carlisle gritou irado conosco. Bella e eu desabamos nas cadeiras, e eu não deixei sua mão por nada.

Mais um pouco que ela tremesse, sairia quicando pela sala de meu pai. Ok, aquilo era terrível de qualquer jeito. Em um dia você está fazendo compra pra satisfazer sua namorada e a si próprio, e na tarde seguinte seus pais estão com aqueles brinquedinhos interessantes, coloridos e com cheiros e sabores para todos os gostos, em cima da mesa do escritório. Era pura sorte. Ou a falta dela. Respirei fundo, limpei minha garganta e decidi que eu deveria interceder por nós naquele instante.

 “Pai, eu não vejo nisso um motivo para tanto nervosismo.” Eu indicava o pacote com o chicote, os tubos de gel lubrificante, as algemas, os prendedores de mamilos… Enfim, aquilo ali resumia bem o que viria a ser a minha vida sexual e de Bella. Dei uma olhada rápida para ela, que estava realmente vermelha pela vergonha. Eu precisava nos tirar daquela situação da melhor maneira. “E além do mais, eu não acredito que isso seja do respeito de vocês… essa é a nossa vida!”

 “EDWARD ANTHONY CULLEN! Você está dizendo que isso não é da nossa conta? Pois eu digo que é. Principalmente quando isso é só um algo a mais para mostrar o quanto irresponsáveis e inconseqüentes os dois estão sendo! SE FOSSE SÓ ISSO…” Meu pai mexeu na sacola, a erguendo e a largando na madeira em seguida. Ele fazia força para não gritar. “Eu e sua mãe não teríamos nada a ver mesmo! Mas depois do que eu soube essa tarde, esses… utensílios de vocês dois, só me mostrou que eu não tenho a mínima noção do que acontece dentro dessa casa!”

 “É ahm… e exatamente o que… o que aconteceu essa tarde, Carlisle?!” Nervosa, Bella tropeçou em sua própria voz.

 “AH ISABELLA! Você melhor que ninguém deveria saber!”

 “EU?!”

 “ELA?!” Nós dissemos juntos. Em um curto espaço de tempo eu já estava muito mais impaciente. Pelo comentário de meu pai, desconfiei que Bella estivesse me escondendo algo.

 “Sim! Isabella! Eu vejo que vocês dois não estão entendendo, ou estão fingindo não entender… então Carlisle, seja direto, sim?!” Minha mãe disse tão irada quanto meu pai. Eu previa que coisas nada boas estavam por vir.

 “Está certo Esme. Vou ser direto com vocês dois…” Ele respirou tentando se acalmar, mas sua pele ainda era pintada de um vermelho escuro, que subia por seu pescoço. “No meio desta tarde eu recebi uma ligação alarmante do diretor da escola. O Sr. Greene fez questão que eu fosse até lá, mas infelizmente eu estava preso no trabalho, então ele me deu a notícia pelo telefone mesmo. O seu Diretor me fez o digníssimo favor de me comunicar que há uma novidade sobre você, Isabella…” Ele olhou para ela incisivo. Pude a sentir apertando minha mão com mais força. “Que você está GRÁVIDA!”

 “GRÁVIDA?!” Nós dois gritamos. Imediatamente eu pulei da cadeira e levei minhas mãos à cabeça. Não. Não. Não. Não. Mil vezes não! Aquilo não podia estar acontecendo! Não conosco. Não com Bella! Porra! Eu sabia que deveria ter insistido sempre na camisinha!

 “Eu… eu… eu não estou… grávida!” Olhei para ela que parecia muito confusa com tudo aquilo. Meu sol já tinha os olhos cheios de lágrimas. Ah Deus! Eu tinha que ficar ao lado dela nesse momento. E eu… eu ia ser pai?!

 “Bem, não é isso que a escola informou. Eles não podem garantir nada. Só que você saiu algumas vezes da sala de aula alegando não estar bem e enjoada.” Eu não entendia o porquê ela não havia me dito nada. Bella bateu com um soco na mesa, irritada.

 “EU NÃO ESTOU GRÁVIDA! POR FAVOR, DE ONDE A ESCOLA TIROU ISSO?!”

Narração: Bella Swan.

 “Bella querida…” Esme começou a me responder. “A escola tem controle, os professores sabem de suas idas e vindas da sala. Hoje mesmo foi registrada a sua saída da aula de história. Você disse ao professor que não estava bem.”

 “É CLARO QUE EU NÃO ESTAVA BEM! EU ESTAVA, E AINDA ESTOU COM CÓLICAS! SANTO DEUS!”

 “E os alunos estão falando também. Não minta para nós Bella. O diretor disse que uma de suas colegas lhe socorreu hoje mesmo, em um dos seus enjôos na escola.”

 “O QUE?! EU NUNCA… nunca enjoei!” Aquilo estava passando de todos os limites! Minha mente trabalhava em todas as minhas saídas das aulas. Foram duas ou três vezes, contando com a daquele dia. Nunca tinha encontrado ninguém… “JANE! EDWARD CULLEN!” Me virei para ele, que covardemente tinha saltado longe de mim quando tinha ouvido que eu estava grávida, em uma atitude deplorável. “EU VOU ACABAR COM A RAÇA DAQUELA GAROTA DESGRAÇADA! ELA ME PAGA! EU VOU FAZER JANE EM PEDACINHOS!” Eu gritei com ele irritada.

 “Bella, o que Jane tem a ver com isso?!”

 “COMO O QUE JANE TEM A VER COM ISSO?! EU ENCONTREI COM AQUELA CADELA MAL AMADA NO BANHEIRO HOJE A TARDE EQUANTO EU TENTAVA PARAR DE TREMER! EU ESTAVA COM DORES!”

 “Bella! Fique calma, amor! Por esse bebê! Não fique irritada com Jane!”

 “O QUE?! O QUE VOCÊ DISSE EDWARD CULLEN?!” Eu ignorei qualquer um que estava dentro daquela sala. Agora era só eu e ele, e eu já não enxergava um palmo a minha frente a não ser o Ediota, e isso me fez enfiar um dedo na sua cara e gritar mais ainda. “NÃO. EXISTE. BEBÊ. NENHUM! EU. NÃO. ESTOU. GRÁVIDA. VOCÊ NÃO VAI SER PAI. EU NÃO VOU SER MÃE! VOCÊ SABE QUE ISSO É IMPOSSÍVEL, EDWARD!”

 “BELLA, NÓS DOIS SABEMOS QUE ISSO É POSSIVEL!” Ele disse destruindo comigo. Me deixei ser dominada pelo choro. Eu estava com raiva de tudo aquilo.

 “NÃO PODE SER VERDADE… VOCÊ NÃO ESTÁ ACREDITANDO EM MIM? NINGUÉM ESTÁ ACREDITANDO! EDWARD, EU NÃO… NÃO ESTOU GRÁVIDA! ACREDITA EM MIM, PELO MENOS VOCÊ!” Eu não agüentava aquilo, poderia suportar tudo que me fosse dito, mas não suportaria que ele não acreditasse em mim. Limpei minhas lágrimas com a face da mão e olhei para meus padrinhos.

 “Bella, não chore, eu vou estar ao seu lado. Se você está grávida, eu sou o pai… eu não vou sair do seu lado por isso.” Edward tentou me abraçar, eu estava com raiva dele. Muita raiva mesmo. Por que ele não acreditava em mim?! Me debati em seus braços e soquei seu peito com ódio.

 “SAÍ EDWARD! SAÍ DE PERTO DE MIM. Você não acredita no que eu digo! Isso me ofende! Eu não minto pra você! Nunca menti e ainda assim, mesmo eu gritando que isso é a merda de uma mentira, você descrê no que eu te falo. Não tente… chegar perto de mim.”

 “Bella, desculpe, mas isso não irá ajudar em nada. Não haja assim com Edward. Tente se controlar… ninguém aqui vai te julgar por isso. Você dois foram irresponsáveis e terão que arcar com as conseqüências do que tem feito. Cuidar de uma criança não é fácil e exige dedicação… de ambos.”

 “CARLISLE, ME DESCULPE VOCÊ, MAS EU ESTOU FALANDO GREGO PARA VOCÊS, OU VOCÊS TODOS ESTÃO SURDOS?! O QUE EU VOU TER QUE FAZER PARA VOCÊS ENTENDEREM QUE EU NÃO ESTOU GRÁVIDA?!”

 “Bella minha querida. Nosso corpo nos engana. Você pode pensar que não está esperando um bebê, e está.” Esme disse tentando ser solidária com algo que não precisava de solidariedade.

 “AH QUER SABER?! PARA MIM CHEGA! Fiquem vocês pensando que eu estou grávida. Eu sei que não estou. Se resolvam por si. Talvez Edward queira comprar um enxoval já! Eu vou para o meu quarto!” Caminhei com raiva para fora do escritório, mas resolvi voltar. Não tinha sido fácil conseguir aquilo. Fui até a mesa de meu padrinho e peguei a sacola com os brinquedinhos que eu e Edward tínhamos comprado. “E isso, realmente, não é da conta de vocês.”

 “Isabella?” Carlisle me chamou, eu me virei, já na altura da porta. “Amanhã pela manhã você tem um horário marcado para o exame de sangue. Se quiser, esse é o único jeito de termos certeza que não está grávida.”

 “Eu não vou fazer esse exame. Não conte com isso.” Com o pouco de dignidade e força que eu tinha, abri a porta e saí dali. Edward que se virasse com a bronca que iria levar.

 “Bella! O que houve?!” Alice disse por minhas costas enquanto caminhava para o quarto.

 “Eles… eles acham que eu estou grávida, Allie.” Eu disse já deixando escapar as lágrimas em meu rosto na hora que me virei para ela.

 “Oh Bells, e você está amiga?!” Ela disse vindo para um abraço. Eu sabia que Allie sempre acreditaria e me daria sua confiança.

 “É claro que não… foi Jane. Jane que inventou tudo.” Eu chorei encostando minha cabeça em seu ombro em nosso abraço.

 “Ah Bella, nós vamos dar um jeito nisso. E Edward?” Nesse instante o vi surgir no corredor com o olhar preocupado. Seus olhos verdes grandes encontraram com os meus, e eu só consegui sentir dor por ele duvidar de mim. Não queria conversar com ele naquele momento.

 “Vem Alice, vamos para o meu quarto. Conversamos melhor lá.” Dirigi um olhar mortal para Edward, que fez menção em falar qualquer coisa, o fazendo desistir.

 (***)

 Passei horas com Allie, deitada em seu colo e ganhando um carinho. Ela ouviu tudo e acreditou em mim quando disse que não estava grávida. Lhe expliquei o porque eu não poderia estar grávida. Primeiro pelos comprimidos que não abandonava um dia sequer, apenas para ter meu ciclo, segundo por meu problema no útero. Ela me aconselhou de qualquer forma ir a um ginecologista, pra que eu pudesse fazer uma revisão do meu problema. Deixei claro que Edward sabia do problema que tive no início de adolescência, mas não que eu podia ser estéril. Foram horas chorando.

 Rose também esteve presente e ficou irritadíssima que Edward não tivesse acreditado em mim. Isso era o que mais tinha me irritado. Muito mais que toda aquela história de gravidez, que tinha sido uma fofoca. Por que eu mentiria a ele sobre isso?! Eu nunca esconderia algo de Edward. Assim que ela saiu de meu quarto eu consegui ouvir os gritos dela. Edward para facilitar a situação dele, disse que não entendia como eu poderia ter escondido que estava grávida, ou tendo os sintomas da gravidez. Nessa hora tive vontade de descer e dar um soco na cara de Ediota dele.

 Nunca havia dado motivos para ele não acreditar em mim. Eu sempre fui sincera desde o primeiro momento em que me coloquei naquela casa. E a única coisa que tinha deixado de lhe contar sobre o meu passado, parecia se voltar contra mim. Não achava justo isso comigo, de qualquer forma. Edward estava sendo um teimoso não acreditando no que eu dizia. Isso me feria, me torturava e me fazia lembrar de como ele desconfiava de mim quando cheguei.

Eu desejava que ele entrasse por aquela porta e dissesse: “Bella, meu sol, sei que você não está esperando um bebê, me desculpe por isso”, mas sabia que se ele entrasse por aquela porta, seria para dizer que não era para ficar insegura e que ele não deixaria a mim e a porra do bebê que não existia. Eu o amava por ser esse homem que ele era. O homem que nunca me abandonaria se dissesse que estava grávida na adolescência. Porém, só sabia ficar irritada, estraçalhada e magoada com a desconfiança dele.

Antes de dormir tranquei minha porta, querendo mais que tudo a abrir e ir falar com o Ediota. No entanto ele merecia meu silêncio e não poderia fazer nada para aliviar qualquer arrependimento de sua parte. Sentia como se meu corpo fosse explodir com tudo que sentia. Era tanta raiva, amor, tristeza e indignação. E eu sabia que havia apenas um culpado nessa história. E era Jane. Ela conseguira que todos acreditassem nessa mentira ridícula. Principalmente Edward. Sequei as lágrimas com a colcha.

 Meus olhos eram um rio sem fim. Fazia tempo que não chorava como naquela noite, eu queria dormir, mas era impossível pelo jeito que eu estava. Acomodei-me da melhor maneira possível, ri da minha desgraça, me encolhi como um feto dentro da barriga e me deixei levar pelas lágrimas e pelo silêncio da noite. Meu coração estava inquieto e desesperado por Edward, mas eu agüentaria o tempo necessário, e não cederia. Ele tinha que entender que não havia motivos para a dúvida e que aquela atitude dele, por mais linda que fosse, tinha me irritado. Tinha que ser forte o suficiente para não cair em seus braços quando o encontrasse pela manhã ou deixar me envolver por seus olhos. Com um suspiro curto me ordenei a dormir e logo uma tempestade de sonhos conturbados me dominou.

 (***)

 “Bella. Bella acorda…” A voz doce me chamava. E era tão gostoso ouvir sua voz e sentir sua mão alisando a pele de meu rosto. “Monstrenga, meu amor, levanta.” Ah! Era uma tortura de tão bom que era seu toque.  Talvez, mais um sonho – só que delicioso – entre tantos que eu estava tendo aquela noite. Eu suspirei e mexi. Não queria acordar.  “Linda, acorde. Nós vamos nos atrasar para o seu exame.”

 Ao ouvir a palavra exame, eu abri imediatamente meus olhos. Não estava sonhando. Aquela era a vida real. E Edward estava ali, me acordando da maneira mais carinhosa e doce que ele poderia. Meu peito doeu ao vê-lo e ao lembrar toda a história da noite anterior. Imediatamente deixei uma lágrima escapar e virei de costas para ele.

 “Eu já disse, não vou fazer esse exame… Como você entrou aqui?” Ele passou as mãos por meus cabelos.

 “Esme tem chaves reservas. Bella, meu amor, não faz isso comigo. Não me trate assim. Eu fiquei feliz com a notícia.” Tive que limpar minha garganta antes de respondê-lo.

 “Edward, não há notícia. Você continua achando que eu estou mesmo grávida?”

 “Bella, como você pode saber? Os comprimidos falham. Eu sei que isso mexe muito mais com você, mas sol, eu te amo e não entendo porque você está se negando a fazer esse exame. É importante.”

 “É um boato Edward!” Falei me virando para ele. Os olhos torturados e esperançosos ao mesmo tempo me fitavam com amor. Eu revirei meus olhos e limpei minhas lágrimas.

 “Ok. E se não for um boato? Se os professores disseram que você tem saído da sala, é porque algo você tem! Por que você mentiu para mim?”

 “Eu não menti para você Ediota! Eu nunca iria fazer isso. Se eu saio da sala é para fazer xixi ou coisa assim. Por que você está desconfiando de mim?!”

 “Bella, eu acho que você está com medo desse exame, é isso!” Ok. Aquilo era demais. Ele ia pagar por essa.

 “MEDO?! Ótimo! Eu vou fazer essa porra de exame só para esfregar na droga dessa sua cara que eu não estou grávida. E preste atenção…” Me sentei na cama e joguei as cobertas para longe, o peguei pela gola da camiseta e o joguei no colchão. Subi em seu colo e sentei nos quadris. Ele ficou animado, me inclinei até sua orelha e sussurrei. “Até essa merda de resultado sair, você não vai tocar um dedo seu em mim. E quando sair não pense que eu vou deixar as coisas tão fáceis para você. Você me ofende. Diz que eu estou mentindo e omitindo. Eu achava que você me conhecia tanto quanto eu te conheço Edward. Eu acho lindo que você fique feliz com a possibilidade de uma gravidez minha, mas acho péssimo que você não acredite em nada que eu diga. Eu te amo, mas provavelmente nós nunca vamos ter um filho.” Sem mais a ser dito, dei um beijo em seu pescoço e saí de cima dele. Eu sentiria saudade do cheiro e do gosto dele no tempo em que ele ficaria de castigo.

 “Como nunca vamos ter um filho?!” Edward se levantou me seguindo, ele parecia perdido. “Você não quer ter um filho… esse filho. É isso?!”

 “ESSE filho não existe. E não temos tempo agora para essa conversa, saia do meu quarto, eu ainda estou magoada com você. E já que vou fazer esse exame, tenho que me vestir.” Ele sequer se moveu. “Ok. Fique aí.”

 Segui meu caminho para o banheiro tentando realmente não me irritar com ele. Eu não conseguia permanecer com qualquer resquício de irritação, apenas mágoa. E essa ardia em meu peito, acordar e chorar não era o meu esporte predileto.

  Assim que tirei meu pijama e minha calcinha para tomar um banho, vi a prova mais que concreta que eu não estava grávida e sim menstruada. Tive vontade de fazer Edward olhar aquilo e calar a sua boca, mas ele estava com aquela idéia fixa na cabeça e diria que muitas grávidas menstruam, e eu iria querer matá-lo. Resolvi ficar na minha. Tomei meu banho e fiz minha higiene bucal. Saí enrolada na toalha para dar de cara com Edward ainda em meu quarto, deitado agarrado aos meus travesseiros.

 “O que você está fazendo?”

 “Tenho que guardar seu cheiro de algum jeito.”

 “Ok. Então acrescento mais uma coisa… além de não poder me tocar por tempo indeterminado, não pode me ver nua, muito menos sentir meu cheiro, e menos ainda roubar minhas roupas para ter lembranças. Ah sim… e nem entrar nesse quarto sem minha permissão!”

 “Bella o que você está fazendo?! Ditadura agora? Não posso te tocar, te cheirar, entrar aqui, não posso sequer ter lembranças…”

 “É simples Edward Cullen. Você está de castigo de mim. Agora por gentileza eu preciso me trocar.” Lhe disse apontando a porta.

 (***)

 “Tudo certo Bella. Agora é só esperar o resultado, sairá na terça-feira.” Meu sogro disse tirando a borracha de meu braço.

 “Isso é gasto desnecessário de dinheiro Carlisle.”

 “Bella meu anjo. Eu quero muito acreditar nisso e o exame é o melhor caminho. E não é gasto de dinheiro Bella, eu sou o dirigente deste hospital.”

 “Por que você não acredita em mim Carlisle? Por que Edward, principalmente, não acredita em mim?! Isso me machuca! Eu menstruei hoje pela manhã. Eu já disse que não estou grávida.”

 “Primeiro porque você é nova e não conhece seu corpo como deve conhecer. E Edward ficou realmente encantado com a idéia. Ele sofreu muito com o verdadeiro pai, e um dos sonhos de Edward é ter filhos para ser totalmente diferente e dar aquilo que ele não teve de verdade.” Eu pensei na história de meu namorado, e ele realmente tinha passado por coisas horríveis.

 “É, eu sei Carlisle. Mas ele não confia em mim, hoje de manhã disse que eu estava mentindo para ele! Nunca eu mentiria.”

 “Bella vocês são jovens… têm muito que aprender. Inclusive confiança. E a propósito, eu liguei para seu pai. É bom você ir se preparando para caso esse exame der positivo, ele chegará na quarta-feira.”

 “VOCÊ O QUE?!” Acho que eu morreria.

 (***)

 Aquele final de semana foi conturbado. Emmet não parava de fazer brincadeiras sobre a minha falsa gravidez. Edward tentava chegar perto de mim, mas por mais que eu desejasse deixar aquela infantilidade de lado, eu só o olhava com toda a ira que havia em mim, e ele ia para outro lado. Era triste nos ver daquele jeito, eu detestava tratá-lo assim. Eu me odiava por isso, mas ele poderia parar de me olhar com aquela cara de “ela vai ser a mãe dos meus filhos” a cada momento. Ele ficaria com a cara no chão quando saísse o resultado. Eu não queria que Carlisle o pegasse para mim, e em um acordo tínhamos combinado que eu pegaria o exame, porém leria pela primeira vez na frente de todos. Isso não seria problema para mim.

 O que seria problema chegaria um dia depois. Charlie. Carlisle não tinha que tê-lo chamado ali. Mesmo que o resultado fosse negativo, o que de fato seria, certamente meu padrinho iria pedir para Charlie ter uma conversa comigo. Eu deixaria Edward fora disso. Sabia que nem ele ia com a cara de meu pai, e nem meu pai com a dele. Tinha que estar mais que preparada, deveria estar munida para conversar com o General, não seria fácil para nenhum de nós.

 Amber passou o domingo conosco e ela, assim como Allie e Rose, acreditou em mim. Jacob preferiu não se manifestar, mas o ouvi brincando com Edward que teria que providenciar charutos pro nascimento da criança hipotética. Por muitas vezes os deixei sozinhos indo para o lavabo ou para o meu quarto chorar. Seriam longas 48 horas de sábado à segunda de manhã. Na segunda, sabia que mataria Jane se me deixassem. Eu tinha que achar um apoio no meio daquela tormenta toda, se não logo cairia. Alice conseguiu me distrair no final do domingo com algumas coisas para a corrida de votos para Rei e Rainha da escola. Quando vi, estava fazendo um cartaz cor de rosa com purpurinas, no melhor estilo Alice, com fotos minhas e de Edward.

 “Vê? Você o ama tanto que até quando está magoada com ele não consegue esconder seus sentimentos.” Alice disse me fazendo rir um pouco.

 “É, eu sei. Só que ele deveria acreditar em mim… ele seria o primeiro a saber se eu estivesse com os sintomas de gravidez. Ele obviamente seria o pai, não esconderia dele.”

 “Ah Bella! E por que você não conta logo da sua possível esterilidade?!” Rose disse passando uma pincelada de guache amarela em meu nariz. Ri um pouco mais, me limpando.

 “Eu não quero que seja algo como se eu estivesse atirando na cara dele. Edward não merece isso!”

 “GAROTA! Então ele não merece esse iceberg que você está dando nele!”

 “Não Allie, também não merece, mas merece pensar muito nas suas atitudes. E só assim ele vai poder refletir sobre a confiança que tem em mim e em minha palavra.”

 Nenhuma delas comentou mais nada daquilo, e nosso assunto se desviou para as dicas de Rose sobre como ganhar a coroa. Alice ouvia tudo atentamente e algumas vezes até anotava. Minha fadinha era tão cheia de sonhos juvenis e simples. Uma coroa de rainha da escola lhe faria feliz pelos próximos dez anos! Ficamos até tarde no quarto de Allie, e quando saímos dali, pareciam que todos estavam dormindo.

 Fui ao meu quarto e coloquei um pijama de flanela com um xadrez suave cinza e rosa. Era largo e confortável. A porta do quarto a frente estava fechada e não havia luz. Assim como na noite anterior, precisaria de um calmante para dormir. Desci até a cozinha atrás deles. Eu até tinha tentado dormir na noite anterior, mas fora impossível, já que eu ainda chorava. A noite estava clara no domingo, e a luminosidade de fora que invadia pelas paredes de vidro, me permitiu andar pela casa sem ascender uma única luz.

 Na cozinha peguei um copo com muita água e um comprimido calmante. Tudo silenciosamente, mesmo que a casa tivesse isolamento, detestaria acordar alguém. Tomei a água e a pílula rapidamente e parei mais um instante para pensar. Apoiei minhas mãos na pia fria, e olhei para a porta que dava para o jardim. Fiquei com muito medo quando a vi aberta. Mesmo assim deslizei até lá e o que vi partiu meu coração. Edward sentado sozinho no balanço de ferro, antigo, branco e de dois lugares que Esme tinha no jardim. Ok. Por alguns instantes eu levantei minha bandeira branca. Fui até onde ele estava.

 “O que você faz aqui Edward? Você vai ficar doente.”

 “Eu não me importo com a doença.” Ele disse baixinho. Sentei-me ao lado dele.

 “Mas eu me importo com você. Então você deveria entrar.” Ele só podia estar louco, usava uma camiseta de mangas curtas e a calça fina do pijama.

 “Que diferença faria? O maior frio eu sentiria em minha cama.” Eu tive que rir.

 “Ora Edward, não seja dramático. Você sabe o porquê eu estou fazendo isso, e espero do fundo do coração que você acredite em mim daqui para frente.” Ele me olhou com tristeza.

 “É tão errado assim eu querer um filho seu?! Eu não entendo Bella. Qualquer mulher ficaria feliz de ter um homem que vibra de alegria quando ele descobre a sua gravidez, mas você não. Você me aplica um castigo absurdo!”

 “Nisso você tem razão.” Disse segurando seu olhar no meu. “Mas Edward, a questão maior aqui é que eu sei que não estou esperando um filho seu. Eu te disse ontem, eu amo que você fique feliz com isso, porém eu precisava de você ao meu lado na frente de seus pais e você simplesmente disse a eles que era muito possível eu estar esperando um filho. Você não acreditou em mim quando disse que não havia um feto em mim. E sei que ainda não acredita.”

 “Só vou acreditar quando o resultado sair.” Tive que segurar todas as lágrimas em mim. Sentia-me uma traidora impotente e soube que mais cedo ou mais tarde eu moveria céus e terra pra dar a ele uma criança.

 “Isso vai te machucar, não vai?! Sabe? Vai dar negativo.”

 “Vai. Mas não mais do que isso que você está fazendo comigo.”

 “E o que eu estou fazendo exatamente? Porque até onde eu sei, levantei minha bandeirinha de paz e estou conversando com você.” Ele riu.

 “Agora você está fazendo isso, Bella. Mas olhe a sua distância de mim…” Ele mostrou com a mão. Realmente estava bem distante dele no balanço. “Você está me evitando e me fuzilando com seus olhares punitivos. Sei que eu mereço isso por não estar acreditando no que você diz, porém não mereço por todo o amor que eu sinto por você.” Eu suspirei e comecei a chorar. “Bella o que é agora?!”

 “Eu me odeio por isso Edward, por tudo isso. Por favor, acredita em mim? Apenas por essa noite? Eu não tenho um bebê para você, não dessa vez. Eu menstruei ontem de manhã, amor. É tão… tão infantil isso que eu estou fazendo, mas você deveria confiar quando eu digo.” Eu disse desesperada entre as lágrimas.

 “Você menstruou? Por que você não me disse?! Iria ter poupado essas suas lágrimas e essa culpa que eu estou carregando! Eu estava pensando que você não queria essa criança e por isso estava negando!”

 “Você é louco! Se eu pudesse ter um filho seu, eu nunca negaria isso! Eu o amaria e você seria a primeira pessoa a ter conhecimento disso!”

 “Bella? Se você pudesse ter um filho meu?! Eu não entendi isso.” Ele iria querer me matar. Respirei o mais fundo que pude e busquei algumas forças internas.

 “Sabe aquele meu problema com o tumor no útero na adolescência?” Ele confirmou com a cabeça. “Então, desde aquele tempo eu sou ciente que o problema e o tratamento que tive podem me impedir de gerar bebês.” Eu suguei o ar com força mordendo minha boca para não cair ainda. “Eu tenho uma possibilidade de 94,7% de ser estéril, Edward.”

 Ele ficou mudo me encarando. Pude ver um milhão de expressões e sentimentos rondando sua face. Eu deveria ter contado aquilo há tempos. Não naquela situação. Ele me odiaria por aquilo, ele nem sequer iria me querer por perto, já que aquele era um de seus sonhos mais desejados. Esperei pacientemente por uma resposta a tudo aquilo. Meu coração estava apertado e já não sabia mais como fazer as lágrimas pararem. Ele suspirou.

 “Bom. Nós ainda temos 5,3% de chances. Eu sempre vou me apegar a isso.” Eu não sabia se ria ou se chorava mais. Em um pulo me joguei em seu corpo, o abraçando fortemente. Em um segundo seus braços estavam ao meu redor. “A parte do castigo de não te tocar não existe mais?!” Edward questionou suave.

 “Você acredita em mim hoje?”

 “Sim. Sou obrigado a acreditar, você se conhece e eu te conheço. O único que mentiu aqui fui eu certa vez. Eu tenho tanto medo que aquilo se repita com a gente.” Ele afagava meus cabelos no abraço.

 “Shiii, shiii… não se lembre disso. Já passou e nos fortaleceu. Você não está mais sendo castigado.”

 “Eu te amo Bella.”

 “Eu te amo também. Promete que não vai mais desconfiar?”

 “Prometo.” Ele me balançou em seus braços. Lhe dei um beijo no pescoço e me afastei dele.

 “Vamos entrar Edward, você vai congelar com essa roupa!” Ele concordou e pegou em minha mão para caminharmos para dentro. Na porta de meu quarto ele me deu um beijo tão doce e apaixonado que meu corpo inteiro tremeu. Sua língua rodopiava pela minha e seus lábios acostumavam-se aos meus, suas mãos me mantinham pela cintura e eu só queria poder amá-lo naquela noite infinitamente. Amá-lo com calma e suavidade. Suspirei quando ele me dava pequenos e deliciosos beijos na boca.

 “Boa noite minha Monstrenga.” Ele disse finalmente dando-me mais um beijo e virando-se para seu quarto.

 “Edward! Posso dormir com você? Sabe? Eu sinto sua falta. Falta do seu cheiro.” Ele apenas sorriu grande me oferecendo sua mão.

 (***)

 Aquilo teria um fim naquele dia mesmo. A escola inteira na hora do almoço já comentava minha falsa gravidez, e eu sabia que não tinha sido nenhum de meus amigos a espalhar a fofoca. Aliás, fofoca é algo que realmente me estressa, nos trás problemas desnecessários e muitas dores de cabeça. Jane teria o troco que ela merecia. Não adiantava mais tentar manchar seu ego. Eu adoraria, a partir do instante em que Lauren – a Poodle do salão de beleza – veio falar comigo na aula de Física me parabenizando sobre a minha gravidez, acabar com a maldita cara da loira cheira-cheira. Nunca tive tamanha vontade de dar uma boa surra como eu desejava dar nela.

 Edward me pediu calma e que eu pensasse bem em minhas atitudes, afinal Charlie chegaria na quarta-feira. Alice apoiava e até já tinha um plano montado para ela fora da escola. Todos se metiam. Jake disse que a melhor coisa era ignorar. Amber acrescentou que depois da surra era bom ela gravar uma retratação pelas fofocas, e Jasper… bom, ele me surpreendeu ao indicar uma série de bons métodos de tortura. Eu até que gostei de alguns. De todo o jeito o que era dela estava guardado em meus punhos. E de nada adiantaria ela tentar se esconder ou fugir. Ela tinha exatas três horas até eu destruir com a cara dela.

 Jane me olhava vitoriosa, mas em todos os momentos eu lhe exibia minha mão unida a de Edward. Se ela pensou que aquilo poderia nos destruir, ela tinha errado. Nada, absolutamente nada que ela fizesse nos separaria. Se Edward não tivesse duvidado, aquela tentativa ridícula dela não teria nem nos feito cócegas. No final da aula já estava tudo certo. Edward me chamava de maluca, mas estava todo empolgado com a possibilidade de umas bofetadas na vaca loira. Eu fui embora com Amber e Jake e deixei Edward para trás. Ele tinha a missão de atrair a louca até onde eu queria que ela estivesse. Isso seria mais que fácil. Seria como o doce é para a criança. Edward era o meu demônio no deserto. Sedução e destruição. Era isso que ele faria a ela. Era isso que eu desejava.

 Em La Push, eu sentei em um tronco e esperei até o momento em que Edward chegaria para me pegar e levar para a cabana. Eu apenas daria a ela a ilusão de que ela entraria ali. Era só isso que ela merecia: dor e ilusão. Nós a encontraríamos às 18 horas em frente à velha casa. Eu tinha mais que certeza que ela nem pensaria em se atrasar, se tratando de Edward. Desejei mais que tudo que existisse forças suficientes em mim para não cometer uma loucura. Seria nosso acerto de contas, e se ela não colaborasse depois, então eu nada poderia fazer, mas teria descontado tudo o que eu tinha de ruim. Não gostava da minha atitude tanto quanto Edward, e no tempo em que estive ali sentada e sozinha, eu refleti.

 Certamente violência gera violência, mas ela tinha passado de todos os limites. Enquanto tudo girava em nosso pequeno círculo, estava ótimo para mim. Porém ela ultrapassou algumas barreiras e destruiu algumas cercas ao inventar aquilo para o Diretor, e depois para a escola. Quando a fofoca desaforada e falsa invadiu as paredes do escritório de meu sogro, quando isso envolveu meu pai, e principalmente quando aquela história tinha me feito magoar o meu Edward, ela deixou todas as possibilidades de piedade que eu tinha por ela caírem por terra. Se Jane queria provocar, deveria saber com que animal estava lidando desde o início.

 Então não. Eu não estava errada. E não, não iria deixar aquilo passar em branco. Estava decidida e irredutível. Edward saberia a hora de me parar.

 Narração: Edward Cullen.

 Apenas buzinei para Bella ver que tinha chego. Alguns minutos antes do previsto, eu tinha vontade de beijá-la e ficar um pouco com ela, antes que tudo fosse acontecer. Jane realmente concordou imediatamente com a história da cabana. Quanta ilusão! Mesmo com tudo que já havia acontecido, ela ainda insistia que eu realmente poderia sentir algo por ela. Jane só sabia ser baixa e mesquinha… se não coisa pior. Ela merecia umas boas marcas, mas ainda assim me sentia um louco concordando com tudo aquilo. No entanto, aquela sua última brincadeirinha tinha me deixado quebrado e a Bella também. Eu fiquei tão cego por haver a possibilidade de um bebê em Bella, que nem sequer ouvia minha Monstrenga negando a existência do mesmo. Isabella e eu saímos magoados. E com todas as novidades que Bella tinha revelado, ainda acreditava nos 5,3% que nós tínhamos. Claro, para um futuro distante da adolescência.

 Meu sol veio correndo até mim com um sorriso divino de orelha a orelha. Era perfeito vê-la feliz ao meu redor. Nunca gostei de nossas brigas, principalmente as fúteis, mas no fim, todas elas serviam para nos deixar mais unidos. Sempre seríamos um.

 “Maserati, Edward?!” Bella perguntou intrigada.

 “Sim! O melhor para nossa amiga Jane! Você acha que ela merece essa ilusão?!” Cheguei mais perto dela e a puxei pela cintura, dando lhe um beijo nos lábios. Ela era faminta e se entregava à minha língua com desejo e paixão. Bella gostava de beijos mais calmos e doces – diferentemente do sexo – e sabia que quando ela me beijava daquela maneira, as vontades dela estavam se multiplicando por cada centímetro de seu corpo. Eu podia fazer do Maserati o palco de mais uma cena de sexo e amor nossa, porém fui forte como tinha que ser. Precisávamos ir logo para a cabana. Puxei seus lábios com os meus e a acalmei com diversos e rápidos beijos.

 “Mmm… isso é injusto, começar e parar assim…” Ela disse envolvendo meu pescoço em seus braços delicados.

 “Temos um compromisso, só por isso eu parei.” Meu amor colou seu rosto em meu peito e aspirou fundo.

 “É, eu sei. Eu não gosto de sentir raiva, sol.” Disse ela tão suavemente que não parecia que iria explodir a qualquer segundo.

 “Podemos desistir dessa loucura… se você quiser.” Sugeri receoso.

 “Você acha que ela não merece umas boas bofetadas naquela cara pálida e doente?!” Pronto, ali estava a leoa que eu sabia. A gana em sua voz era palpável. “Ela deveria ter pensado antes de mexer comigo, Edward. Antes de se intrometer em minha vida. Na nossa vida.”

 “Você está certa, mas eu não quero que você se machuque.” Ela desviou sua cabeça para me olhar.

 “Eu não faria isso se eu não me garantisse Edward. Agora, porque mesmo do Maserati?!”

 “Sempre foi o sonho dela. Nunca usei com ela para ir a lugar algum. E os vidros são muito mais escuros.” Ela balançou a cabeça brevemente concordando.

 “Promete me parar?!”

 “Sim.”

 “Está na hora.” Ela disse firme. Dei-lhe mais um beijo e seguimos nosso curto caminho até a estrada da cabana. Em dez minutos já estávamos adentrando a estrada de chão batido que ia até a cabana. A minha frente, as marcas de pneus se estendiam. Obviamente ela já estava lá. Bella respirou fundo quando viu Jane sentada na cadeira de balanço larga da varanda. Qualquer coisa que estivesse ali tinha nossa marca, já tínhamos nos amado naquela cadeira, assim como em qualquer canto e coisa daquela casa. Desliguei o carro e fitei a Monstrenga.

 “Você já quer se apresentar?!”

 “Não! Deixe-a dentro da cabana… ou você não quer que ela entre?!” Ela estava apavorada com algum tipo de revelação que tinha passado pela cabeça dela.

 “Esse lugar é seu também meu amor, se você se sente mais forte lá dentro, será lá dentro.” Ela me deu um sorriso, beijo e mandou-me sair. E assim eu fiz. Caminhei com um sorriso de idiota no rosto até Jane, balançando as chaves da casa na mão.

 “Você está cinco minutos atrasado Edward!” Jane disse tentando forçar uma brincadeira.

 “Ah! Você sabe, não é fácil fazer a Isabella largar do meu pé! Ainda mais agora com essa história de gravidez! Ela sabe que eu detesto crianças. Certamente, está querendo me amarrar.” Eu vi o rosto dela brilhar com aquilo tudo que eu disse. Idiota.

 “Eu imagino, mas fico feliz que você ainda encontre em mim um caminho para relaxar.” Sem dúvida Bella iria relaxar a mão na cara dela. Apenas sorri.

 “Vem, vamos entrar.” Eu disse indicando a porta. Segui sem cavalheirismo nenhum na sua frente, abri a porta e entrei. Ela veio atrás. “Bom, então essa é a cabana que você sempre quis conhecer e eu nunca tive a chance de te apresentar!” Ela olhou ao redor com os olhos levemente abertos.

 “É tão… tão… ahm… simples.” Jane disse com desdém. O que ela esperava? O luxo da mansão?! Aquilo não combinava comigo.

 “É meu lugar preferido…”

 “Oh, mas ainda assim é lindo.” Complementou rapidamente para me agradar.

 “Claro! Sim! Jane você poderia esperar só um minuto? Esqueci algo que será muito importante para nós no carro…” Eu lhe falei com a voz mais macia que tinha. Como Bella disse: sedução e destruição. Estava me sentindo o Diabo no deserto.

 “Sim… vai lá! Enquanto isso eu… te espero. No quarto.” Ela usou o tom mais sedutor que podia, não fez nem cócegas.

Narração: Bella Swan.

 “Só tente deixar a cama intacta, sim?! É a única coisa que eu preciso, além de você nessa casa.” Eu tive que rir com aquele comentário dele.

 “Juro que a cama vai ficar inteira, afinal não planejo uma guerra de travesseiros.”

 “Ela está no quarto… me esperando.” Ele me alertou erguendo uma sobrancelha.

 “Eu vou matar essa vadia!” Disse com raiva, saindo do carro e o deixando lá. Trinta segundos foi o tempo que eu levei para cruzar o jardim e entrar na casa em silêncio. Ela tinha colocado até uma música, e eu fiz questão de mudar. Cheguei quieta na abertura que dividia o quarto da sala, e a vi de costas, tirando a blusa. Juro que poderia dar um fim na raça dela só por seu gesto ridículo.

 “Você me dá nojo.” Disse simplesmente a fazendo saltar.

 “O que você está fazendo aqui?!” Ela me olhou furiosa só de calças e sutiã.

 “O que eu faço aqui?! Você deveria me responder essa pergunta! Essa cabana é MINHA.”

 “Não Isabella idiota! Essa cabana é do Edward!” Jane tentou me provocar e chegou mais perto estufando levemente o pouco – muito pouco – peito que tinha. Aproximei-me mais ainda ficando a um passo de distância.

 “Oh! Jura?! Não é isso que ele acabou de me dizer lá fora. E menina… onde estão seus seios?!” Puxei o elástico da alça de seu sutiã com força, que bateu contra sua pele, a fazendo gemer de dor.

 “Desgraçada! Não tente encostar um dedo em mim! Se não acabo com a sua cara de idiota!” Ela ergueu o dedo em minha cara.

 “Baixa essa porra de dedo Jane! Você não me mete medo. Você não deveria estar aqui e nem se iludir tão fácil! Não é você que é a inteligente e esperta?! Agora me diga sua vadiazinha barata: você pensou em algum momento que iria por essas suas mãos imundas em cima do MEU HOMEM novamente?!”

 “SEU HOMEM UMA MERDA! EDWARD ME QUER! ELE ME TROUXE ATÉ AQUI… DIVERSAS VEZES!”

 “AMORZINHO ABAIXA A VOZ E NÃO TENTA ME ENVENENAR CONTRA ELE…” Juntei meu rosto no dela e sussurrei em seu ouvido. “Nunca, nunca, nunca mais. Por que não vai adiantar! Você não sabe de nada!”

 “Oh e quem sabe aqui é você?! Aposto que ele não quer te ver nem pintada de ouro depois que descobriu que você está de golpe da barriga pra cima dele! VADIA!” Ela empurrou meu corpo para trás e tentou passar. Era tudo que eu queria, uma leve agressão. Peguei no seu punho e a puxei para trás, a empurrando contra a parede, seu corpo bateu e voltou. Ela ficou assustada.

 “EU NÃO SEI DE ONDE VOCÊ TIROU ESSA IDÉIA RIDÍCULA DE GRAVIDEZ, MAS SE QUER SABER, ELE ADOROU A FALSA NOTÍCIA!” Eu não dei tempo de ela me responder um “ai” que fosse. A peguei no ombro seco e a juntei pelo rabo de cavalo que ela sustentava. A sua mão livre segurou meu punho em sua cabeça. Eu não largaria nem com a força de dez Emmets “E se você pensou que isso iria acabar com o meu namoro sua vadia sem coração, pensou errado! Isso nem sequer foi cogitado ser verdade! MEU HOMEM SABE O QUE TEM NA CAMA! ALIÁS, CAMA ESSA QUE VOCÊ NUNCA VAI FRENQUENTAR!” Girei seu corpo pela cabeça e a joguei para longe de mim. Fiquei com um tufo de cabelo loiro seboso na minha mão.

 “SUA CADELA MAL AMADA! EU VOU TE MATAR!” Jane gritou e correu em minha direção. Como não sou nenhuma super heroína, consegui apenas me defender colocando as mãos na frente de meu corpo para aparar a colisão, o que a fez ir longe de mim. Ela parecia perdida e eu segui com três passos firmes até onde ela tinha ido parar. Sem pensar larguei toda a potência que eu tinha em meu braço, lhe dando um tapa na cara que seria bonito ver a marca. E em seguida lhe dei outro, do outro lado, e com mais ira continuei a estapeando com boas bofetadas de mão aberta. Ela tentava me parar, mas era tudo inútil, tudo o que eu tinha para ela era fúria e força.

 “CADELA MAL AMADA É VOCÊ… VOCÊ ESTÁ APROVEITANDO A HOSPEDAGEM DA CABANA? EU PODERIA ACABAR COM ESSA SUA RAÇA DE VERME!” Gritava com a garota enquanto a batia mais no rosto. Ela se encolhia como uma criança sem ter defesas, e eu não tinha um pingo de dó. A cólera só aumentava a cada novo tapa que aplicava. Em troca eu recebia socos nas pernas, quase sem força, ela era fraca demais. Busquei os seus cabelos no topo da cabeça, a levantando antes que ela caísse. “FICA DE PÉ PORCA DESGRAÇADA! FICA DE PÉ E OLHA ONDE O HOMEM QUE NUNCA VAI SER SEU ME AMA!” Ela era mole em minhas mãos. Juntei seus punhos atrás de seu corpo, empurrei até as bordas da cama, e com violência juntei seu rosto no colchão e apertei sua cabeça ali. Finquei minhas unhas em seu couro cabeludo.

 “Você está sentindo o toque desses lençóis nessa sua pele podre? Está vendo o branco deles? Sente o macio do colchão? Sabe o que acontece aqui? É BEM AQUI QUE EDWARD ME AMA! ELE ME AMA!” Empurrei mais uma vez sua cabeça na cama. “Ele não me come como ele fazia com você em um motel qualquer, ou na sua cama pulguenta de solteiro! É AQUI QUE ELE DIZ QUE EU SOU A MULHER DA VIDA DELE, e não que eu grito demais fingindo meus orgasmos! Está sentindo Jane querida?!” Ela só movia os olhos para cima tentando me enxergar. “RESPONDA QUANDO EU PERGUNTO SUA GAROTINHA FÉTIDA E ASQUEROSA!”

 “Eu estou sentindo que quando você me largar eu vou matar você Isabella!” Ela disse abafado e com raiva contra o colchão.

 “RESPOSTA ERRADA VADIA!” Pulei pra cima da cama a arrastando pelos cabelos. “Eu sei o quanto aqui é macio e confortável…” Eu cochichei enquanto me colocava em cima dela e apoiava meus joelhos em seus braços. Peguei seu queixo com uma mão e continuei. “E sei também o quanto você deseja estar aqui, e sentir o corpo dele, do MEU EDWARD, pesando no teu. Mas a única coisa que vai pesar em você é a minha mão na sua cara. OLHA PRO LADO VAGABUNDA.” Girei seu rosto em direção a porta. Edward estava ali de braços cruzados. “Vê por quem ele está aqui? Olhe na mão dele. Está vendo aquele anel?” Levantei meus olhos rapidamente para ele, que exibiu o nosso símbolo, e virei o rosto dela para mim. “É algo que você nunca vai ter nessa sua vida vazia. Porque você não é nada. Você é pó, e poeira a gente descarta. VOCÊ É LIXO JANE. Aproveite essa cama, é a única vez que você vai senti-la.” Só ouvi um murmúrio baixo surgir de seus lábios. Ela me chamou de bastarda infeliz. Lhe sentei a mão com força e diversos outros tapas se seguiram.

 Edward não precisou me parar, eu mesma soube que aquilo já era demais até para mim. Não era uma louca sem limites. Não era Jane. Quando eu já tinha vontade de chorar com tudo aquilo, eu parei. O rosto dela estava levemente inchado e eu tinha que fazer forçar para segura-la sob meu corpo, ela não parava de se debater.

 “Eu realmente não queria ter feito isso…” Disse recuperando meu fôlego. “Mas você não me dá saídas. Eu não consigo mexer com seu coração, porque você não tem um. Não consigo afetar sua alma, porque você não a tem. Eu só posso atingir o seu físico e te marcar para todo mundo ver. Você não consegue nem isso comigo. Essa foi a última vez que você me incomodou. Se eu souber que você inventou mais alguma fofoca, eu vou te humilhar assim como você fez comigo certa vez. E vai ser pior. Muito pior. Agora você vai levantar dessa cama e vai sumir. E se você contar para alguém, eu juro por tudo que é mais sagrado Jane, eu conto todos os seus podres. E eu te prometo, nem seus pais vão te querer por perto. Sem falar que eu te levo direto ao inferno.”

 Eu saí de cima dela e me coloquei firme em meus pés. Jane demorou um instante para se mexer e quando se levantou, ela estava tonta. Juntou sua blusa e apenas nos encarou com fúria. Ela hesitou um olhar entre mim e Edward e eu soube que ela tentaria vir para cima de mim.

 “SE VOCÊ ENCOSTAR UM DEDO EM ISABELLA, SEREI EU A TE BATER JANE.” Edward disse firme, os olhos da garota se arregalaram. Me surpreendia como ela não conseguia soltar uma lágrima. Ela engoliu o que tinha na boca e nos declarou ódio saindo dali. Assim que vi suas costas passarem pela porta, eu cedi em meus joelhos. Edward tentou vir até mim.

 “NÃO! Garanta que ela vai embora!” Eu o pedi e ele saiu atrás dela. Pude ouvir os gritos dela com Edward. Quando sua voz soou furiosa e baixa a ordenando ir embora, tive certeza absoluta que ela nunca nos deixaria em paz. Com raiva arranquei os lençóis da cama. Edward me ajudou a colocá-los fora depois. Não queríamos mais nada da presença dela ali, e para apagar tudo o que acontecera naquele final de tarde, dormiríamos ali na noite seguinte.

Tudo que nós desejávamos era que o ano escolar acabasse logo e então toda essa dor que ela nos causava se diluiria. Poderíamos ser felizes, sem perturbações ou preocupações externas ao nosso redor. Apenas dois meses, era tudo o que tínhamos que suportar. Nossa primavera logo chegaria ao final e logo nosso Sol brilharia complemente.

Quando chegamos em casa, Alice não acreditou que eu estive em uma briga até eu mostrar os poucos roxos que já começavam a surgir em minhas pernas dos socos que levei. Me sentia culpada e má. Não por ter dado a Jane uma surra, mas por ir contra tudo que eu acredito em minha vida. Nunca havia me metido em brigas, nunca sequer me importei tanto com alguém para ter vontade de bater. Jane simplesmente invadiu e destruiu todas as barreiras dos meus limites pessoais. Mesmo com todas as antigas provocações nas escolas por minha esquisitice, eu mantinha uma linha tênue de controle e calma. Joshua me ensinou que de nada adiantava usar as próprias mãos para machucar a carne, se o espírito é fraco. Estava culpada e má por mim mesma, me sentia traindo a mim, ao Edward… ao Joshua.

No momento em que me coloquei nos braços de Edward naquela noite, cedi a toda a mágoa e mais uma vez, lá estava ele, sendo meu amigo, meu ouvinte, meu namorado. Sendo meu.

(***)

“Vamos, vamos Bella!” Ele me apurava.

“O que eu posso fazer se meus livros caíram? Você deveria estar me ajudando ao invés de estar me apressando, Edward!” Imediatamente ele correu em minha direção pedindo desculpas. Eu estava cheia de livros de química, matemática, física e algumas bibliografias para ler. Faltava apenas uma semana para o SAT – nosso exame que garantiria vagas em boas universidades. Era muita coisa, e mesmo com Edward carregando uma parte, nós carregávamos os livros para Alice e Jasper também.

“Ok. Fique em pé que nós vamos ajeitar isso tudo.” Ele pediu deixando os livros dele de lado no chão e pegando os meus. “Me dê sua mochila.” Eu lhe entreguei. Espaço tinha de sobra ali, mas não queria ter dores na coluna, não naquela noite. Ele os colocou todos ali dentro e o zíper não fechou.

“Eu não vou carregar isso Edward! Vou ficar torta e impossibilitada para essa noite.”

“Quem falou que você vai carregar Bella?! Eu não sou louco e sou o homem ainda! Querendo você ou não, ainda suporto mais peso.”

“Eu não vou me opor.” Ele riu colocando a mochila dele em um ombro e a minha no outro. Saímos de mãos dadas e apressados pelos corredores da escola.

Jane não tinha aparecido naquele dia, certamente sua cara devia estar terrível. Porém o nosso foco não era a loira cheira-cheira e sim o meu exame. Edward podia negar o quanto quisesse, mas podia ver em seus olhos que ele adoraria que eu realmente estivesse esperando um bebê. Era lindo de sua parte, e se isso realmente fosse verdade, eu amaria tanto quanto ele. No entanto, a única verdade naquela história era que a gravidez nada mais era do que uma grande fofoca. Ediota seguiu para o hospital acelerado.

“Ediota! Você pode tirar o pé do acelerador um pouco, o hospital não vai fugir, muito menos o exame!” Pedi, não havia pressa.

“Que horas sai o resultado?!”

“O resultado negativo, saí às cinco e meia. Temos tempo!”

“Amor, já são cinco e vinte!”

“Edward! Seu paranóico! Isso é Forks! Você vai estacionar na frente do hospital em um minuto.”

(***)

Aquela era a hora. Todos me olhavam com olhos bem abertos. Carlisle esfregava as mãos e Esme parecia tremer. Todos sabiam que se o exame desse positivo uma bomba iria estourar por ali, ainda mais que o General chegaria até nós na quarta à tarde. Minha convicção era inabalável e com o envelope na mão eu viajei em um futuro meu e de Edward. Nós e nossas crianças, em algum lugar com muito sol e acima de tudo: felizes. Lancei um breve olhar para Edward com o canto de meu olho e pude ver o quão pensativo ele estava. Era engraçado vê-lo daquele jeito, quando tudo fosse verdade eu poderia jurar que ele sairia gritando pelas ruas e falando com todos. Aquilo era típico dele.

“Abra.” Eu disse lhe dando o envelope e iniciando um dialogo só nosso, no meio de nossa família, que só tinha olhos para nós.

“Não, eu confio em você.” Ele disse se afirmando.

“A questão não é a confiança, e sim o que você merece e de como seria… eu lhe disse, se estivesse grávida você seria o primeiro a saber, e assim é o único jeito…” Dizendo aquilo, sabia que estava concordando com tudo o que ele havia me mostrado. Havia esperança e possibilidade. Havia 5,3% de possibilidade e muita esperança. Não naquele momento. Mas elas estavam lá. Sorri sincera e feliz para ele. Seu rosto se iluminou.

“Ok.” Edward pegou o envelope e não hesitou em abri-lo. Olhei para cada pessoa na sala. Nenhum desgrudava os olhos um segundo sequer dele. Fitei meu namorado que passava os olhos pelas linhas. Depois de alguns segundos ele se jogou no encosto do sofá e ria como uma criança feliz. O exame tampava sua cara. E naquele momento, tive medo que estivesse realmente grávida. Ficamos paralisados. Estava sendo dominada pelo medo. Ele tentou se acalmar. “Bom… Bella! Não sei porque eu continuo não escutando você! É negativo!”

“NEGATIVO?! Negativo, tipo NEGATIVO MESMO?” Roubei o exame dele, e li enquanto ele afirmava o resultado. “Eu te disse!”

“É Monstrenga! Negativo, negativo! MESMO!” Eu me joguei por cima dele ignorando todo mundo que estava ao nosso redor e o beijei com vontade e satisfação. Parecia que meu coração explodiria no peito de felicidade. Mesmo tendo esse desejo, ser mãe aos dezessete não estava em meus planos. Agarrei-me aos seus cabelos e pude ouvir as piadinhas infames de Emmet e os assovios finos de Alice. Edward me apertou na cintura e buscou minha língua com muito mais fervor. Perdi-me na linha de tempo e espaço em seus lábios, até que a tosse forçada de Carlisle nos despertou.

“Opa! Desculpa… por isso!” Eu disse constrangida, saindo de cima de Edward.

“É por isso que nós acreditamos mesmo que vocês seriam pais. Vocês têm que ser mais responsáveis. Mais cautelosos.” Carlisle começou com o discurso. “Vejam, nós damos privacidade a vocês para todos a usarem com zelo. O que vocês fazem em seus quartos não nos cabe saber. Só que Esme e eu não podemos deixar de nos preocupar com a saúde e estabilidade de vocês. E isso serve para todos!”

Edward e eu nos endireitamos no sofá. Aquela conversa seria longa.

Narração: Edward Cullen.

Ficamos lá até a noite já ter baixado sobre nós. Explicamos tudo a Carlisle e que tudo não passava de uma grande fofoca. Foi difícil convencê-lo que Bella e eu tínhamos todos os cuidados com relação ao sexo, devido ao pequeno fato que dias antes eu havia confirmado as possibilidades de uma gravidez. Não sentia mágoa por a Monstrenga não ter me contado sobre suas chances de gerar crianças antes daquele fato. Bella funcionava daquela maneira diferente de todas, e cada novidade dela ia surgindo aos poucos. Não a forçava, tudo o que ela queria me dizer vinha naturalmente, na hora certa. Ou nem tão certa assim.

Todos têm seu tempo, e agi como um idiota sonhador apaixonado com toda aquela história de gestação, forçando algo que não existia. Gerei desconfiança por todos os lados e deixei Bella insegura. Ela não precisava de mais inseguranças do que já tinha. Ao mesmo tempo em que comemorava algumas barreiras destruídas dentro dela, ou a via mais firme e confiante sobre si mesma, lá estava eu impondo algumas pedras em seu caminho. Não me sentia satisfeito por isso, mas minha Bella é incrível, não existe mágoa em seu coração agora. O poder de perdão de Bella é esmagador. Sempre seria o que ela precisasse, não importando hora, razão ou local. Porque ela me fazia feliz como nunca tinha sido. Ela é tudo que eu sempre quis. Ela é tudo para mim.

“Pronta Bella?!” Bati em sua porta e logo fui entrando.

“Oi amor! Quase! Você pode me ajudar?” Concordei com a cabeça. “Pegue um jeans e um suéter para eu vestir amanhã?!” Ela andava de um lado para o outro arrumando alguns livros com pressa e estabanada.

“Sabe, você pode fazer isso com mais calma. Nosso lugar vai continuar no mesmo… lugar!” Disse enquanto olhava suas roupas. Pensei que algo mais fechado iria agradar o General. Escolhi uma blusa de linha, de gola alta e azul petróleo junto com um jeans mais escuro e não tão justo.

“Eu não posso estar calma. Charlie chega amanhã e seu pai deixou claro que vai contar a razão que o fez vir até aqui!” Ela se jogou na cama. “Será que nunca vamos ter paz Edward?!” Me joguei ao seu lado a abraçando.

“Acho que apenas quando formos somente eu e você. Sabe? Marido e mulher?!” Ela me olhou envergonhada.

“Ótimo! Vamos fugir para Las Vegas! Nos casamos na quinta!” Nós rimos juntos.

“Minha Bella, eu adoraria que fosse assim, mas Las Vegas não é o que eu pensei para nós!”

“Ok, então podemos fugir para alguma ilha paradisíaca! Não seria nada mal também!” Eu ri mais ainda afagando seus cabelos. Ela se acomodou mais em meu peito.

“Está tão desesperada assim para casar?!” Disse ainda rindo.

“Não. Para casar não. Mas para sermos apenas eu e você!”

“Mas isso é mais fácil que você imagina! Já ajeitou tudo?!” Ela esfregou sua cabeça em meu peito em um sim. “Então vamos linda, na nossa cabana somos apenas nós.”

(***)

Já havíamos lido tudo o que era necessário naquela noite. E eu já não agüentava de saudade de seu corpo. Era um louco viciado em suas formas e expressões. Seu cheiro, o toque de sua pele, os olhares, o jeito que seus dedos pairavam sobre minha coluna, suas pernas… ah eu adorava a curva de seu pescoço, era sempre tão quente! Eu não suportava mais. Enquanto ela lia aquele inferno de biologia, eu só pensava em estar dentro dela. Sabia que era errado, porque tinha prometido mais que tudo que iríamos tirar um bom tempo para o estudo aquela noite, mas estava impossível. Meu jeans me apertava de todos os lados. E eu só queria uma única coisa se apertando em mim.

Ela molhou os lábios e aquilo foi a gota do meu autocontrole. Bati com o punho na mesa de madeira lhe dando um susto. Minhas mãos suavam e eu queria mais que tudo tirar minhas calças e ficar um pouco livre. Limpei minha garganta.

“Desculpa, só está um pouco quente aqui.” Se ela não sentia, eu sentia. Não queria a interromper nos estudos, ela estava, assim como eu, em dúvida se queria ir à Nova York ou para New Orleans. E as notas para entrar em medicina deveriam ser muito mais elevadas do que para gastronomia.

“Então tire a camiseta!” Ela sugeriu inocente, então em um breve segundo sua sobrancelha se arqueou daquele jeito todo dela. Os olhos brilharam. “Ou você quer ajuda com isso?!”

“Não quero te atrapalhar com sua… ahn, leitura.” Disse vendo ela se levantar e arrastar a mão pela tábua da mesa.

“Você me atrapalha dando socos na mesa.” Bella chegou até mim e se inclinou ao meu ouvido. “E mesmo que sua preocupação seja com meus estudos, eu vou te ajudar. Vou mesmo.” Então ela se sentou em meu colo, ficando de frente para mim. “Primeiro, eu vou tirar a minha blusa. Afinal, gosto de ser solidária.” Eu estava ficando louco com ela. Passou sua blusa preta pela cabeça e a jogou para um lado qualquer. Seus seios perfeitamente macios e deliciosos em minha cara, sendo sustentados por um sutiã desgraçadamente transparente e de renda. Senti a ponta de seus dedos rondarem a barra de minha camiseta e passarem delicadamente em minha pele nas laterais. “Agora… eu vou tirar a sua. Só para aplacar esse calor maldito que você está sentindo!” E então lá estava a camiseta passando por minha cabeça. Ela me olhou um segundo e então se jogou em meu corpo e beijou meu peito de todos os lados, subindo pelo pescoço e parando em minha boca.

Ela foi faminta à minha língua. Porra! Aquilo já me fazia dolorido. Meu pau pedia por um pouco de liberdade, calor e umidade. A peguei pela cintura, trazendo seu corpo mais perto do meu. Queria sentir sua pele se eriçando na minha. Nossa pequena dança era na verdade uma luta feroz de nossas bocas. Era o inferno na terra! Ela sugou-me com violência e logo me mordeu os lábios com os dentes, a ponta de sua língua afiada raspou ao redor de toda a minha boca, e então ela suspirou largando mais de seu peso em mim. MALDITO JEANS. MALDITO JEANS.

“Mmm… Edward?!” Ela disse descendo sua mão por minha barriga.

“O… o que?!” Nossas respirações saiam pesadas.

“Aqui ou na cama?!”

 “Merda! Aqui Bella!” Não precisava perguntar duas vezes. Rápido, levantei da cadeira a segurando para não cair, e a coloquei sobre a mesa. Ela se sentou na borda e trabalhou em minha calça. Puxou todos os botões de pressão do jeans, os abrindo imediatamente. Ela me olhava por debaixo dos cílios enquanto sorria para si mesma. Suas mãos levaram calça e cueca até a metade de minhas coxas. Aquilo era o que bastava para nós. Peguei pela sua cintura e a trouxe mais ao limite da mesa. Deixei minhas mãos explorarem sua pele arrepiada. Brinquei com sua barriga, arranhei suas costelas, atravessei para suas costas e fiz um caminho de cima a baixo com a ponta de meu dedo polegar, levemente tocando sua pele. Isso a fez envolver suas pernas em minha cintura. Eu estava desesperado por ela. Rasguei a renda fina do sutiã em suas costas e o tirei por seus braços. Lhe admirei por um minuto como sempre gostava de fazer.

 “Ah minha Bella! Você é tão… boa!” Ela riu envergonhada. Seus braços envolveram meu pescoço e nos beijamos. Enquanto nos envolvíamos em nossos lábios perseguidores, tratei de tirar seu short do pijama. Aquela porra da desgraça que Alice devia ter feito Bella comprar só para me provocar! Era justo, curto e um pouco transparente. Me levava a demência completa toda vez que ela usava. A ergui um momento, sem deixar aqueles lábios de diaba, e puxei aquele pedaço de pano por seu quadril. Ela me ajudou a tirar, deixando suas pernas caírem ao lado me meu corpo. Agora estava uma briga justa. Lhe olhei mais um momento, percorrendo seu corpo, desde seu rosto até a parte mais deliciosa de Bella. Minhas bolas se contraíram de dor quando a vi totalmente nua.

 “Bella! Bella! Bella! Cadê sua calcinha mulher?!”

 “Ops! Acho que esqueci.” Ela olhou para baixo inocentemente. “E olha quem está pronto!” Ela possessivamente pegou em meu pênis que insistia – graças ao bom Deus – em ficar cada vez mais duro para ela. Apertei suas pernas desde as coxas até as virilhas. Deslizei meus dedos por suas dobras, sentindo que umidade era pouco para chamar o que ela tinha ali. Apertei seu clitóris com o polegar enquanto a invadia com o indicador. Ela choramingou por mais. Sua mão deslizou por minha extensão e voltou. Ela brincava feliz comigo e eu aproveitava a visão mais divina de Bella em minhas mãos.

 “Eu retiro o que disse antes… você é mais que boa… Porra Bella tu é muito gostosa!”

 “Mmm… Deus! AH! Edward! Eu não consigo pensar em um adjetivo melhor para você… só… OH!” Nós ainda nos masturbávamos cada vez mais velozes. Bella já tremia e se apertava em minhas mãos. “Vamos, vamos logo homem! EU PRECISO DE VOCÊ DENTRO!” Levantei suas pernas e as abri para as laterais. Ela apoiava seus pés nos calcanhares. Eu já ia explodir em suas mãos. Me inclinei para ela, que se deitou jogando nossos cadernos e livros para todos os lados no chão. A puxei pelos quadris e antes de mergulhar naquele paraíso que era Bella, beijei o fundo de sua barriga, todo o meu amor depositado naquele singelo beijo. Quando vi seus olhos, soube que ela sabia o que queria dizer. Talvez. Um dia. Nosso Fruto.

 Ela enfiou suas mãos em meus cabelos e fez um carinho. Levantei um pouco seus quadris, me encaixando ali. Com calma me deslizei para dentro, sentindo suas paredes quentes, macias e molhadas me receberem. Eu já conhecia todos os seus pontos, todos os seus gostos e sabia o que a faria ir ao céu. Estoquei devagar, a sentindo com gosto. Seus quadris remexiam junto comigo no mesmo passo lento. Eu a empurrava com meus quadris e a puxava para mim com as mãos. Saí todo de dentro dela só para ver aquela carinha de terror que ela fazia. Parecia uma criança pedindo seu doce perdido. Sem aviso me enterrei todo nela. Seu grito de prazer ecoou pela casa, me fazendo continuar em um ritmo mais forte de socadas. Eu deslizava com facilidade para dentro e para fora, seu corpo era todo meu e ela o entregava para mim, para que eu fizesse o que eu bem entendesse. Aumentei a força e Bella gostou, gemendo coisas desconexas. Suas mãos corriam pelos cabelos e os agarravam com força. Éramos um só, nossos corpos se moviam nas direções certas para que tudo nos trouxesse a libertação.

 Eu a levava com força e brutalidade do jeito que ela gostava. Tinha a vista privilegiada de seu corpo conectado ao meu. Era fodidamente divino ver como ficávamos juntos. Difícil de raciocinar em qualquer merda que fosse. Seus peitos saltavam para cima e para baixo, enquanto seus dedos apertavam os mamilos que eu ainda não tinha provado naquela noite. Sua coluna se curvava e eu podia ver todas as suas caras deliciosas de deleite cada vez que tocava seu ponto mais sensível. Ela era a minha perdição e meu caminho. Eu amava aquela mulher, e meu corpo ficaria exausto de tanto fazê-la minha todos os dias. A empurrei com fúria e um tremor percorreu suas formas. Insisti naquela força, o que a fez gritar meu nome entre seus gemidos. Eu precisava de mais. Mais tremores se repetiram, e Bella se apertou toda ao meu redor. Ela estava vindo para mim. Me mantive dentro dela, estocando até onde eu podia ir daquele jeito. Mais uma vez Bella me levou ao doce céu. Explodimos juntos, tudo que era meu virou seu, e o que era dela me pertencia.

Apenas continuei dentro dela aproveitando a calmaria que vinha a seguir. Deitei meu corpo sobre ela e deixei meu ouvido junto de seu coração acelerado. Procurei suas mãos e enlacei nossos dedos. Minha pequena e delicada mulher. Minha menina. Minha vida. Beijei seu peito com carinho enquanto nos estabilizávamos. Uma de suas mãos se soltara da minha e foi parar em meus fios, brincando suavemente em pequenos círculos por ali.

“Eu te amo sabia?” Ela falou serena.

“Que bom, porque eu também te amo.”

A tirei da mesa segundos depois, aquilo faria mal para ela. Nós decidimos que estávamos bem de estudos por aquela noite. Preparei algo para comermos enquanto ela arrumava algo no quarto. Quando cheguei com nosso modesto jantar, fiquei feliz com o que vi. Ela tinha acendido velas aromáticas por todos os lados, e displicentemente deixado o prendedor de mamilos em cima da cama. Estava sentada no meio do colchão, apenas com aquele short infeliz de pijama transparente e de seios a mostra. Quase deixei a bandeja cair no chão. Puta merda! Por que ela insistia em ser tão fodidamente gostosa?

Sentei-me na beirada da cama e a assisti se mover até mim. Levantou-se, tirou a comida que ainda estava comigo para a mesa que tínhamos ali, voltou até mim e me deitou no colchão. Me beijou por diversas vezes, se aproveitando com seus quadris matadores em cima da minha ereção cada vez mais presente. Entre um beijo e outro eu consegui falar.

“Nossa comida vai esfriar.”

“Mmm, ainda existe microondas Edward.” Ela disse sentando em minha cintura. “Agora… vamos usar isso ou não?! Vamos ter que inventar um jogo.” Bella colocou o prendedor de mamilos em meu abdômen. A combinação Bella + Metal me fez arrepios. Ela mordeu o lábio inferior e sorriu diabólica. Em suas mãos novamente, balançou a corrente.

Passamos muito tempo brincando com aquilo, era incrível ver como a dor dela ia se transformando em prazer. Não podíamos deixar os prendedores por muito tempo para não machucar realmente, mas ela gostou tanto daquilo! Sem falar que Bella ficou sexy até a morte com aquele enfeite sado. A cada puxão que eu dava ela abafava seus gritinhos de felina e em minhas mãos eu media o quanto aquilo a excitava. Fiz a mim mesmo uma nota mental de visitar mais vezes Seattle e nosso mais novo lugar favorito. Bella veio mais três vezes para mim aquela noite. Em minha mão, minha boca e em mim. Nos amamos todas as vezes, sem selvageria e sem violência, mas com carinho e paixão. Íamos descobrindo todas as possibilidades de nossos corpos com os novos acessórios. Tudo só se tornava melhor.

Não soube que horas fomos dormir, só lembro-me de lhe desejar os melhores sonhos e que não se preocupasse com meu sogro. Nós éramos o que éramos e nada poderia ser feito a respeito disso. Procurei acalmar a mim mesmo com essa história, para passar confiança a ela, precisava ser confiante. Não temia mais o General, uma vez que a barreira que tinha com ele já não existia mais. Nós amávamos o mesmo ser e isso nos unia em todas as diferenças que tínhamos. Desejei com todas as minhas forças que os dois meses que restavam das aulas logo acabassem. Tinha conversado com Carlisle sobre uma viagem curta de férias de verão para a Califórnia. Todos precisávamos de um tempo longe de chuva e ventania. Só queríamos ver o sol brilhar. Com nossas mãos e corações unidos, deslizamos para o universo do possível. Em meus sonhos só existia Bella e tudo era paz.

Continua…


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom hoje eu nao tenho uma nota gigantesca... só quero saber por que tantos comentários a menos? Assim como voces dispendem de tempo para ler deixando outras coisas de lado, eu também deixo uma porção de coisas de lado, como por exemplo meu sono, para escrever o mais breve possivel. E ENTÃO, um comentário nem que seja de "MAIS" leva bem menos tempo do que escrever um capitulo... Vamos comentar sim docinhas?! Uma motivação a mais nunca é demais. Beijo no coração.