Waking Up - Aprendendo a Viver escrita por Soll, GrasiT


Capítulo 31
Capítulo 23 - Vinho, Tequila & Charlie Swan.


Notas iniciais do capítulo

Perdooem o espanhol fajuto deste capítulo, mesmo tendo apelado para o GoogleTradutor, pai dos burros, acho que nao rolou muito legal! Amei escrever esse capítulo! Boa leitura!



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Narração: Charlie Swan.

 Respirei fundo uma dezena de vezes. Não sabia se eu tinha mais vontade de matar Isabella, Edward, ou a mim mesmo. Todos estavam empatados no mesmo patamar. Minha filha estava sendo irresponsável e o garoto, que eu não conseguia de jeito nenhum engolir, mais ainda. Carlisle havia me posto por dentro de alguns novos fatos. Talvez a pior decisão que já tomara na vida era ter deixado a minha Isabella vir para cá, e agora esse marmanjo de quase dois metros de altura não desgrudava as mãos grandes dela, pelo o que andava sabendo. Queria saber qual a desculpa que ela teria para mim.

 Não queria pensar que Bells mentiria. Isso não era de sua personalidade. Mas eu tinha sinceras esperanças que aquele exame negativo que Carlisle havia me apresentado minutos antes, fosse apenas devido a coisas da cabeça dele. Bella era uma criança ainda, não sabia nada de nada! Só de pensar que meu bebê já andava fazendo testes para descobrir bebês, me irritava demais! Edward teria uma conversa com o General Swan de perto, bem de perto. Ele que não tentasse escapar, nós ainda não tínhamos nossas contas acertadas.

 Muitos assuntos haviam sido esquecidos pela felicidade de Bella. Sei que ela se sentia feliz ao lado do playboyzinho que Carlisle criara, mas tinha por obrigação garantir a segurança sentimental e psicológica de Bells. Ela era tão frágil quanto cristal. Todos a vêem como uma garota forte e sensacional… Alice pelo visto era sua fã numero um. Porém, no fundo, tanto eu quanto Bella sabíamos muito bem da verdade: o amor a torna resistente e frágil em um mesmo segundo. Força e fraqueza caminham lado a lado junto dela. Se ela amasse menos, se dedicasse menos… mas não, aquela era minha Isabella. A capacidade e amplitude de seus sentimentos devastavam tudo ao seu redor e dentro de si.

 Tamborilei os dedos na mesa de madeira de meu amigo em seu escritório. Estiquei meu pescoço para ver pela janela quando ouvi os pneus rodando no cascalho. O Volvo andava devagar e cauteloso. Aquele era o carro de Edward, contando que todos estavam em casa. Até que gostei do jeito que o garoto dirigia. Fiquei em pé e olhei pelos vidros estacionarem antes da garagem. Do lado do carona quem saiu não foi Bella e sim Edward. Minha boca abriu-se levemente quando a vi saindo animada e brincalhona do lado do condutor. Ela estava dirigindo agora?! Por que ela não tinha me contado?

 Pelo visto havia muitas coisas que desconhecia de Bella nesse período em que ela estava aqui. Sentia-me afastado e excluído de sua vida. Sei que nunca fui um bom pai e nem sequer cheguei a ser o que ela precisa, mas ela era a minha Bells. Machucava saber que perdia uma de suas melhores fases… mesmo que ao lado de um moleque como Edward. A assisti andando de mãos dadas com ele, com a que restou livre ela gesticulava e falava algo que parecia muito interessante, e Edward lhe escutava com atenção. E sorria para Bella. Quem sabe ele gostasse mesmo dela. Ainda lembrava de suas palavras na nossa curta discussão em New Orleans, porém como poderia saber que tudo era verdade?

 Minha cabeça era cheia de questões que não tinham respostas. As obteria nos dias que ficaria por ali. Meu amigo, Carlisle, garantiu-me que Edward só tinha boas intenções com Bella e que não era necessária nenhuma intervenção no namoro. No entanto o tal exame de gravidez, mesmo que negativo, me dizia que era necessário sim uma intervenção. De algum lugar aquela história tinha saído.

 A porta da sala estava aberta, e ouvi com clareza quando Isabella e seu namorado entraram casa adentro. Ela ria feliz e leve como poucas vezes havia visto. Sua risada apenas cessou quando Esme lhe avisou que estava a sua espera no escritório. A sua reação me surpreendeu.

 “Charlie?!” Ela perguntou surpresa e ainda assim contente. “CHARLIE! PAI!” Pude escutar seus passos apressados na escada subindo como um jato apressado. Meu coração gritou no peito de alegria pela felicidade de Bells. Com força ela empurrou a porta entreaberta e correu até mim com um sorriso que se alargava de orelha a orelha. “Pai! Oh pai!” Bella se jogou em meus braços, dando-me um delicioso e acalorado abraço. Bella falava enquanto me apertava em seus bracinhos. Eu lhe retribuí o carinho com o mesmo amor. “Ah! Eu senti tanto sua falta! Como você está? Como foi a viagem? Me conte tudo! E Renée… ela está bem? Ah, você está mais magro! Não tem comido direito?!” Obriguei-me a rir com tantas perguntas.

 “Eu estou bem filha!” Lhe soltei de meus braços e dei-lhe um beijo na testa. “E você como está?”

Narração: Bella Swan.

 Não me agüentava de alegria por estar perto de Charlie. Mesmo ciente de que teríamos uma árdua conversa para enfrentar, me sentia muito feliz por ter meu General mais próximo. Lhe abracei com vontade e lhe joguei um monte de perguntas. Estava tão ansiosa por vê-lo e para saber como tudo estava!

 “Estou bem também, Charlie. Ultimamente muito melhor do que qualquer outra época!” Fui sincera e logo o soltei.

 “Vejo que está muito alegre mesmo Bella. É bom te ver assim… como vai a escola?”

 “Muito bem! Estamos perto das provas para as faculdades, e eu e Edward estamos sempre estudando. Ele tem um pouco de problema com biologia e eu com trigonometria, você sabe… Acabamos compensando um ao outro.” Sentei no sofá branco de couro.

 “Vocês se dão tão bem assim?” Charlie veio logo atrás de mim, sentando-se em uma poltrona só para ele. Tinha algo no tom de sua pergunta que me dizia que ele não teria meias palavras, e nem me daria um tempo para curtir ele como o pai carinhoso que só ele sabia ser… quando queria. Respirei fundo.

 “Pai, você tem certeza que quer entrar no mérito da questão já? Sabe o que eu quero dizer, não sabe? Essa sua pergunta vai levar a outra, e a outra e a mais uma porção delas… não quero brigar com você.” Ele riu sem humor. Nós dois sabíamos ser bem diretos um com o outro sem mágoas.

 “Sim Bella, teremos essa conversa agora. Depois, quando tudo já estiver claro e entendido, nós não voltaremos a esse assunto.” Apenas concordei com a cabeça e lhe respondi a primeira pergunta.

 “Eu e Edward nos damos muito bem. Desde… o segundo dia que pus meus pés aqui. Poucas vezes brigamos. O que isso tem a ver?”

 “Apenas checando.” Disse ele.

“Sei.” Meu pai nunca estava apenas checando.

“Carlisle me mostrou um exame seu Bella… bem recente por sinal.” Eu gelei. Sabia que meu padrinho contaria o porquê tinha chamado meu pai em Forks, mas não pensei que seria assim… tão rápido! Dei uma breve olhada para a mesa e vi o meu envelope. Diante de meu silêncio, Charlie continuou. “Eu quero que chame Edward aqui. Devemos os três conversar sobre isso.”

 “NEM PENSAR!” Gritei balançando as mãos. “Edward não precisa conversar conosco! Ele já ouviu o suficiente de Carlisle! Não precisa ouvir de você também!”

 “Você está o defendendo? Achei que Edward fosse homem o bastante para enfrentar ao pai dele e a mim. Afinal… ele é o homem que você escolheu para si Bella!” De alguma maneira muito sutil, Charlie estava me desafiando. Mordi minha bochecha internamente tentando controlar a fúria.

 “Se quer saber, sim! Eu estou defendendo Edward.” Suspirei. “Olha pai, vocês não se dão bem de qualquer forma! Seu assunto é comigo, podemos evitar estresses e desentendimentos aqui… da última vez ele foi parar no hospital por duas semanas!” Meu pai sabia da história, ele sabia minuciosamente de todos os dias que meu namorado tinha ficado internado por culpa indireta minha.

 “Bella meu bem, te prometo que não haverá mal entendidos ou estresses. Eu exijo conversar com ele. Preciso saber de uma vez tudo o que se passa com você!”

 “Você pode perguntar para mim!” Fazia força para não demonstrar o quanto já estava desestabilizada.

 “ISABELLA. AGORA.” Ele ordenou irritado. Fuzilando meu pai com os olhos, saí dali e fui buscar Edward.

Narração: Edward Cullen.

 “Bom… eu e ela… enfim, sim. É bem isso mesmo.” Ótimo! Tudo o que precisava: gaguejar. Era difícil, uma vez que não sabia o que Bella queria contar ou não a Charlie. Meu sogro me olhou com cara de louco.

 “Você não me disse nada! O que significa esse exame de gravidez Edward Cullen?!” Troquei um breve olhar com Bella. Ela dizia com aquelas grandes esferas cor de chocolate: CONTA LOGO PORRA! Nada delicada, mas bem direta. Tomei coragem ao puxar o ar para meus pulmões. Eu iria dizer com todas as letras o que aquilo significava.

 “Ah santo Cristo! O que mais seria?! É a merda de um exame de gravidez, em nome de Isabella Marie Swan, NEGATIVO devo frisar, o que quer dizer que eu e Edward temos uma vida sexual ativa, SIM. Pai, eu tenho praticamente 18 anos!” Ela foi mais rápida. Me engasguei com o meu próprio ar ao ouvir suas palavras. Era agora que eu podia me preparar para correr. Sentia que podia dar adeus ao brinquedo predileto de Bella. Seria capado pelo General ali mesmo se permanecesse por muito tempo!

 Charlie pigarreou e se ajeitou impaciente na poltrona de Carlisle. Minhas mãos suavam frias e a Monstrenga não desgrudava os olhos do pai. Esfreguei as mãos nas pernas de meu jeans, imaginando o que o General estaria planejando. Certamente era minha morte. Lenta e dolorosa… primeiro ele conseguiria mais informações de qual parte Bella gostava mais, e por ordem decrescente ele iria arrancá-las. Uma por uma, tortuosamente. Cruzei minhas pernas já sentindo uma dor desgraçada nas bolas só de pensar. Olhei para Charlie e engoli o seco de minha garganta, meu sogro coçou a sobrancelha, mau sinal. Alguém me traga uma Vodka, por favor?

 “Certo, o que está feito está feito. Não há conserto para isso… O que eu faço com vocês dois?!” Ele dizia mais para si do que para nós.

 “É bom que não tente nos separar.” Disse Bella. Para minha surpresa ele riu.

 “Para ver você me odiar, se odiar e odiar a ele como da outra vez? Não, obrigada. Tudo que menos quero é você sofrendo, Bella. Agora… Edward!” Ele me chamou a atenção. Lhe olhei da forma mais honrada que podia. “O que você faz pra proteger Isabella dos riscos que sua relação com ela… sabe? Eu não ficaria nada feliz que minha filha de dezessete anos estivesse realmente grávida… de você!” A pausa que ele fez, foi categórica. Ali gritava: Ei seu inútil, não é você quem eu quero traçando minha filha! Só por Deus, mas aquilo me ofendeu, e muito!

 “Eu tomo todo tipo de cuidado com ela Charlie.” Ok. Uma mentirinha não ia fazer nossa casa cair. “Assim como ela toma suas precauções também. Nós não estamos brincando de casinha Sr. Swan. Bella e eu estamos juntos há meses, e pode parecer pouco, mas é tempo suficiente para saber que nós temos um futuro pela frente e que não precisamos adiantá-lo. E quanto ao exame, quero que saiba que não há a menor possibilidade de que ele fosse positivo. Primeiro porque nos protegemos; segundo porque foi feito baseado em uma fofoca escolar e terceiro porque sua filha tem uma grande possibilidade de esterilidade… o senhor sabia disso General?!”

 Acompanhei meu sogro ficar branco como as paredes do escritório. Bella me olhou com orgulho. Eu não a deixaria na mão mais uma vez. Suspirei baixinho esperando uma resposta de Charlie. Será que ele não sabia mesmo?

 “Eu tinha esquecido seu problema Bells.” Ele disse alisando o pescoço, nitidamente tentando se acalmar. “Mas ok, vocês jovens me surpreendem! Bella minha filha, eu não quero receber um telefonema de Carlisle todo alarmado me dizendo que possivelmente você está grávida! Você é uma criança Bella! Aliás, vocês dois! Sei quem eu criei e sei que seu pai fez um ótimo trabalho com você, Edward. Mas é minha obrigação de pai saber o que acontece com você Bells, e é sua obrigação de filha contar o que se passa.”

 “Ora pai! Convenhamos né?!” A Monstrenga disse se divertindo.

 “Convenhamos o que Isabella?!” Por mais que a cara do General fosse de poucos amigos, não pude me controlar e lhe respondi.

 “Qual é Charlie?! Não espere que uma filha conte para o pai que está transando com o namorado!” Os olhos do homem só faltaram saltar para longe de sua cara. Acho que passei dos limites, o vi se levantando bruscamente e sentando-se logo depois. Tinha certeza que ele queria me pegar pelo pescoço.

 “DA MINHA FILHA EU ESPERO!” Ele gritou e bateu com a palma no braço da cadeira. Bella saltou do meu lado.

 “Eu não iria te contar isso nunca Charlie! Iria esperar até os netos chegarem efetivamente! Primeiro que é a minha vida pessoal… e eu não sou burra está bem?! Conheço-te muito bem General Swan… bem demais, para saber que, no mínimo, você iria querer vir me buscar como um caça da força aérea americana! E pai? Eu sei me cuidar! Sempre soube.”

 O General se calou por um momento apenas fitando a filha em um misto de ódio, amor, irritação e admiração. Bella era firme em cada uma de suas palavras. Qualquer um que tivesse conhecido Bella antes ou assim que chegou a Forks, sabia o quanto tinha mudado e crescido. Ela já não estava mais tão frágil e deteriorável, e eu pude acompanhar de perto toda sua transformação de menina a mulher. Não evitei o sorriso que apareceu em minha face ao olhar para ela e ver o quão minha ela era.

Narração: Bella Swan.

 Depois daqueles poucos gritos conseguimos conversar com um pouco mais de civilidade. É difícil fazer seu pai cabeça dura, super protetor e retrógrado aceitar que sua garotinha já não é mais tão garotinha assim. Ele nos deu um longo sermão – longo mesmo – sobre as responsabilidades que nossas ações nos traziam. Nada que já não tivéssemos ouvido de Carlisle. A única diferença era o tom firme e repreensivo do General. Admito que em alguns momentos cheguei a pensar que Edward iria ser um frouxo, mas não… ele não me deixou só desta vez.

 Contei com empolgação a Charlie quando ele questionou sobre eu estar dirigindo. Lhe disse que Edward era um excelente professor e que na próxima semana começaria a auto-escola. Meu pai ficou muitíssimo orgulhoso. Era possível ver até um pouco de ciúme em suas feições por ser meu namorado a me ensinar e não ele. Lhe lembrei que certa vez, logo depois de minha tentativa de suicídio, Charlie me prometera um carro… que nunca veio. Ele apenas riu de mim, o que significava: espere sentada. 

 Nosso jantar foi tranqüilo e animado. Carlisle e meu Charlie não paravam de conversar como bons amigos que eram. Riam de suas bobagens da adolescência e falavam saudosos sobre quando conheceram Esme e Renée na mesma festa. Surpreendeu-me saber que minha mãe e Esme eram amigas de infância, assim como Charlie e meu padrinho. Perguntada sobre sua amizade, ela foi bastante melancólica e resistente ao contar o porquê do afastamento.

 “Nós éramos muito amigas Bella. Até alguns anos depois de seu nascimento. Renée sempre foi um tipo de pessoa que ou você ama ou você odeia e que ama e odeia. Não existe um meio termo para ela. Quando você tinha uns quatro anos e a sua necessidade de atenção já não era tão grande, comecei a reparar nas atitudes dela. Era nítido que havia um preferido. Me desculpe por isso…” Ela falou baixinho se encolhendo, como se fosse culpa dela. Apenas lhe sorri, incentivando a continuar. “Não consigo compreender como uma mãe faz distinção entre suas crianças. Eu amo os meus igualmente, e lhes dou atenção igual. Aquilo não cabia em minha cabeça! Ainda não cabe… Enfim, certa vez Charlie foi para uma convenção em Washington em pleno inverno, e nesse tempo em que esteve fora, fui visitar vocês. Bem, não gostei nada do que vi… você chorava desesperada em seu quarto, enquanto ela ajudava Joshua com as tarefas. Você ardia em febre Bells. Estava beirando os 41º graus. Sem a permissão dela te trouxe para casa… Você lembra disso Charlie?!”

 “Claro que lembro! Cheguei aqui e Bella estava hospitalizada!”

 “É, estava mesmo!” Carlisle interferiu. “Foi difícil te fazer ficar saudável, mas era incrível a força que você fazia para se curar. Nunca reclamou de uma injeção, ou de qualquer remédio que te dava.”

 “Sempre uma grande garota!” Edward beijou-me o rosto.

 “Ai… parem! Estou me sentindo estranha!” Eles riram ao meu pedido. “E então Esme? O que houve depois?!”

 “Ah meu bem! Houve gritos e mais gritos. Renée passou a me detestar um pouco e eu um pouco a ela. Mas como nosso circulo de amizades sempre foi muito restrito, acabávamos nos tolerando, até que um dia a amizade foi acabando… sorte que consegui que você criasse laços conosco! Infelizmente Joshua ela não trazia aqui… Emmet adorava brincar com ele!”

 “WOW! A gente jogava baseball e atirava bolas de neve nos carros! Papai ficava malucão! Era divertido… sem falar nas revistas!”

 “QUE REVISTAS?!” Meus sogros e Charlie perguntaram juntos. O restante de nós apenas riu. Lá vinha bomba.

  Narração: Amber Moore.

 Jake. Jake. Jake. Todo dia eu tinha uma overdose de Jacob. Não estava reclamando, muito pelo contrário. Eu só agradecia. Tínhamos aulas, monitorias, jantas, almoços, cafés da manhã juntos! Seguido ele dormia comigo, ou melhor, dormia em minha casa. De alguma forma, muito estranha mesmo, ele seguia me respeitando e nunca avançando qualquer limite que achava que eu tinha. Isso às vezes me tirava do sério. Ele era comportado demais para o meu gosto.

 Não estava insegura com nosso namoro, Jacob demonstrava que gostava de estar comigo, mas havia isso. Eu era tímida demais para me insinuar, e ele relutante em tomar frente quando se dizia respeito a uma relação mais física. Tinha que conversar com alguém, e esse alguém era Bella. Era reconfortante ter encontrado, justo em Forks, uma amiga como ela. Alice também era incrível, mas nada se comparava a amizade com Bella. Nossos gênios coincidiam perfeitamente. Eu só tinha um pequeno empecilho em meu caminho: General Swan.

 Fazia dias que ele estava em Forks, e sempre que conversávamos na escola Bella contava que ele tomava todo seu tempo. Quando não estava com Edward, Alice e Jasper estudando na sala sob olhar mortal de Charlie, Bella estava com seu pai ouvindo suas histórias ou apenas fazendo nada. Eu teria que dar um jeito nisso… e logo. Parecia que meus hormônios explodiriam a qualquer momento perto de Jacob. Ele também não facilitava em nada as coisas para mim! Sempre vinha com aquele perfume matador, ou sua língua nociva e aquela pele quente… sem falar nas mãos largas que se agarravam freqüentemente em minha cintura.

Inferno. Inferno. Inferno. Precisava de conselhos.

Narração: Bella Swan.

 Estava à beira de um ataque de nervos. Era impossível ter um momento longe de Charlie e perto de Edward. Meu pai tinha essa coisa de ficar supervisionando cada respiro que eu dava, era terrível! Ele me olhava torto apenas por Edward mexer em meus cabelos! Mal ele sabe o quanto os carinhos em minha cabeça me ajudaram a sair do buraco. Foi o primeiro gesto de carinho que tive do Ediota, sempre será meu preferido.

 Acabava meu banho e pensava na cara de Jane que tinha aparecido apenas na quinta-feira depois do almoço na escola. Ela tinha as marcas de minhas mãos e sua expressão era de pouquíssimos amigos, e mesmo que tentasse disfarçar com maquiagem, era impossível não notar que algo tinha lhe acontecido. Sua face era um pouco inchada com manchas avermelhadas e suavemente roxas, e eu rejubilava internamente sempre que via seus olhos correrem para o chão quando me pegava lhe fitando. Mesmo sabendo que essa sua rendição seria muito curta, não pude deixar de aproveitar com gosto minha breve vitória. Ela bem que merecia levar mais umas pancadas, mas a vida se encarregaria disso. Não eu.

 Enrolei-me na toalha e desejei encontrar meu namorado esperando por mim na cama, como muitas vezes ele havia feito. Porém, os lençóis estavam perfeitamente intactos, e meu quarto em completo silêncio. Não entendia o porquê meu pai ainda estava em Forks, ele só sabia me fazer estudar mais e mais para os exames. Enquanto vestia minhas roupas meu celular tocou. Corri atendê-lo – aquela era a nova forma de comunicação mais íntima que eu e Edward tínhamos, por telefone conseguíamos falar tudo aquilo que não podíamos na frente do General. Vi que era Amber e prontamente lhe atendi.

 “Oi docinha! Que bom que você ligou!” Disse animada, era bom falar com alguém que não vivesse no mesmo teto que eu.

 “Ei Bella! Eu realmente preciso falar com você!” A voz dela era alterada.

 “O que houve Amm? Você parece… desesperada?!”

 “AH DEUS!” Ela exclamou impaciente. “Está dando para notar tanto assim? Eu já nem tenho mais unhas, Bella! Você pode vir aqui em casa para a gente conversar direito?! Ou eu ir ai… não sei.”

 “Olha vai ser bem difícil Charlie me deixar sair com Edward, está escurecendo e ele vai ter que me levar… e você vir aqui, penso que é quase impossível meu pai nos dar uma chance, ele sufoca as pessoas querendo saber de tudo! Sinto-me em uma prisão militar domiciliar!” Desabafei com ela, que riu.

 “Tudo bem, mas e se eu tiver uma idéia? Ainda consigo um tempo para você e Edward, sozinhos!” Aquilo parecia como água no sol escaldante.

 “Já disse que te amo hoje Amm?!”

 “Não, mas pode começar… você vai ficar me devendo essa!”

 “Ok. Conte-me sua idéia!”

 Nada como uma noite só para meninas para convencer Charlie a me deixar sair. Era sexta-feira e eu precisava de alguma diversão. O pequeno e maquiavélico plano de Amber era simples, mas eficiente. Um bem arranjado esquema de caronas foi armado e então todos estariam no mesmo lugar. A única coisa que não entendi foi o porquê de Amber querer algum tempo só comigo e Alice antes dos rapazes chegarem. Enfim, logo saberia.

 Quando marcou sete e quinze no relógio da cozinha de Esme, eu e Alice nos despedimos de todos. Charlie quis impor limites de horário, mas Esme, literalmente a minha fada madrinha, alegou que não havia problemas de chegarmos tarde e que Forks era pacata demais para oferecer algum perigo. Quando lhe dei um beijo no rosto, antes de sairmos, ela murmurou em meu ouvido que eu e Edward tomássemos cuidado e nos divertíssemos. A mulher era perspicaz. Ele tinha ficado para trás e alegado que não sairia. Rumamos à casa de nossa amiga.

 Narração: Amber Moore.

 “Jake, lindo. Eu preciso de um favor seu!” Pedi assim que ele atendeu ao telefone.

 “Tudo que quiser! Mas eu já estou saindo para sua casa!” Podia ouvir o barulho das chaves do outro lado da linha.

 “Ah não! Você terá que esperar até a hora que te disser para vir e fazer uma coisinha antes de vir!”

 “Er… ahn… ok!” Ele parecia hesitante. “Me diga o que precisa, linda?”

 “É simples, eu e as meninas vamos fazer uma janta aqui em casa. Claro que você deve vir também… é mais como um favor a Bella e Edward!” Eu tentava disfarçar meu nervosismo, tudo para encobrir que precisava de um tempo com minhas amigas para falar de sexo. Ele balbuciou um ok e eu continuei. “Sabe, o General está aí, e Bella meio que está presa em casa, daqui uns minutos ela vem com Alice… você poderia ir por volta das nove buscar Edward? Sabe, ele já está por dentro de tudo. Chega e convida para dar uma volta, mexer nas motos… sei lá!”

 “Entendi… só as nove?! E o pai dela não vai sacar não? Tudo o que eu menos quero é problemas com o pai da Swan. Já basta ela ser toda… mandona! Como Edward agüenta ein?” Eu tive que rir.

 “Ela só é assim contigo porque você não deixou boas impressões no início Jake, e você sabe disso! E lindo, só às nove horas mesmo! E não! Pode ficar tranqüilo que ele não sabe sobre nós, ele nem me conhece ainda… não vai ligar a sua saída com Edward a nós!” Não podia deixar de pensar que meu modesto plano era realmente eficiente.

 “Ok então! Vou deixar algumas coisas prontas para o Billy e depois mais passo no Edward!”

 “Está certo! Beijo.”

 “Beijo minha ruiva, sinto sua falta!” Assim que ele se despediu, a campainha tocou, deviam ser as meninas.

 “Também sinto, até daqui um pouco lindo.” Corri abrir a porta assim que desliguei.

“Alice, Bella… Rose?!” Me assustei quando ela apareceu de trás de Bella. Ok, agora eu tinha o time completo.

“Sim! Eu! Você achou mesmo que eu ia perder? Assim que Bella me falou que você queria um tempo a sós com as meninas e que estava meio… fora de si, garota, eu já processei a informação…” Ela dizia enquanto adentravam em minha casa. “Elas ainda estão se perguntando do que se trata Amber! Você acredita?!” Apenas encolhi meus ombros.

“Ela nos atacou na garagem! Não tivemos como dizer não Amm!” Defendeu-se Alice. Não que não gostasse de Rosalie, mas muitas vezes o gênio dela me irritava.

“E você sabe platinada?!” Bella perguntou com um leve sarcasmo e se jogou no sofá depois de me dar um beijo.

“Claro que sei! O assunto que vocês sempre que precisam recorrem a mim!” Falava a mãe da experiência com autoridade e convicção.

“E o que seria Rosalie?” Alice indagou impaciente com as mãos na cintura.

“Sexo, obviamente!” As duas, Bella e Allie, me encararam incrédulas com um milhão de perguntas nos olhos. Eu apenas balancei minha cabeça em um sim, confirmando o assunto. As duas explodiram em perguntas enquanto Rosalie ria, abraçando-me os ombros e me conduzindo até o “pufe” grande e roxo que tinha no centro de minha sala. Respirei fundo e tentei decifrar os milhões de perguntas que Alice e Bella tinham para mim. Demorei dois segundos para ver que aquilo seria impossível.

“Uma. De cada. Vez.” Pedi pausadamente. Elas imediatamente se calaram e no mesmo instante, Alice ergueu o braço.

“Eu começo!” Declarou saltitante no sofá. Elétrica, elétrica, elétrica! Ligada no duzentos e vinte!

“Não! Eu começo!” Impus. Eu só queria… explicar.

(***)

“Não, não, não, Amber! Ele não te rejeita!” Alice tentava me convencer.

“Duvido que seja isso…” Rose alisou o queixo. “Vocês não conversaram sobre isso ainda, não é?!”

“É, Rose, nunca falamos. Sou tímida demais para isso e ele parece não se importar.”

“Ah, mas ele se importa Amber! Eles sempre querem! Edward quis resistir, mas não dei chance!” Aquela parte eu não sabia.

“E você me ligou desesperada por uma lingerie no dia!” Rosalie riu lembrando. “Mulher desesperada pra dar essa! Duas semanas e pronto: fato consumado!” Alice riu com o comentário de Rose, quase espirrando o vinho que tomava em nós!

“Como você conseguiu Bella? Você diz que é tão tímida quanto eu, mas você foi…”

“Promiscua?” Alice me interrompeu ainda rindo da cara de Bella.

“Oferecida?” Rose completou.

“Ei não me chamem assim!”

“NÃO! Nada disso meninas! Só… rápida. Você foi rápida!”

“Muito obrigada Amber, depois de promiscua e oferecida, rápida é um mega elogio!” Ela ergueu o polegar em positivo. “Eu apenas me decidi que queria ter esse momento com Edward. Nós estávamos começando com tudo e eu tinha medo que fosse, sei lá… um sonho! No primeiro dia ele me odiava mais que tudo, na manhã seguinte nós nos beijamos! Tudo foi uma loucura com a gente! Mas o sexo, não houve luta da minha parte, eu queria muito e não sou o tipo de pessoa passiva, esperando que as coisas venham… afinal o que eu tinha a perder? Foi só uma questão de tentá-lo.”

“Eu não sei se eu consigo… tentar Jacob!” Admiti sincera.

“Você tem que ser sutil!” Alice balançou a taça de vinho.

“E sedutora!” Rose deu uma piscadinha tomando um gole de sua bebida.

“E um tanto promiscua!” Bella jogou os braços atrás da cabeça e olhou para o teto e então riu. “Promiscuidade é necessário.” Nós a fitamos de boca aberta.

Narração: Bella Swan.

Acho que todos estavam meio bêbados já. Não havia janta nenhuma, apenas vinho, muito vinho. Edward e Jacob riam como uns condenados de qualquer coisa que falavam. Duas mentes maliciosas. Não que a nossa não fosse.

Alice e Rosalie queriam ir embora e fiquei como uma louca preocupada de como poderia explicar para Charlie. Certamente era Edward que nos levaria para casa, e mais certo ainda que meu pai estivesse esperando. Confesso que estava ficando paranóica com essa história! Acho que o General nunca pararia de ser assim. Edward me segurou forte pela cintura quando me dei por vencida que teria que ir junto com minhas cunhadas.

“Não vai não!” Ele disse covardemente beijando minha nuca.

“Edward, ou é isso ou morreremos nas mãos do meu pai!” Disse eu meio que soluçando. O vinho estava fazendo efeito!

“Ah! O General estará dormindo quando a gente voltar!”

“Aposto que não! Agora ele sabe que passou de consumidor a fornecedor! Me larga Edward!” Ele me espremia mais e mais em seus braços. Rose e Allie estavam na porta rindo da minha cara.

“E se você disser que vai dormir aqui?!” Amber veio com a idéia salvadora.

(***)

“Ok. Concentra e faz voz de quem está sã!” Amber me entregou o telefone de sua casa.

“Eu estou sã Amber!”

“Pfff… Está nada!” Ela colocou três dedos na minha cara. “Quantos dedos tem aqui Bellinha?!” Dei um tapa na sua mão a abaixando.

“Estou sim!” Não estava completamente bêbada… eu acho.

“Quer mais vinho?!” Ela rodopiou com a garrafa na mão.

“Me dá aqui!” Todos riram. Amber alcançou o litro e dei um gole do bico mesmo, já que estava no fim. Depositei na mesa com um barulho desnecessário e me concentrei no telefone. “5-4-6-1-3-9… Edward qual o final do número de casa mesmo?!” Ele tomou o aparelho de minha mão e terminou de discar.

“Se fizer tudo direitinho, a gente dá um jeito mais tarde pra… você sabe!” Ele disse me entregando o telefone com um sorriso desgraçado de tão malicioso. OMG! Era vida ou morte agora. Coloquei o objeto no ouvido.

“Alô?!” Disse a voz delicada de Esme. Deus seja louvado! Deus seja louvado!

“Esme! Ainda bem que é você! Meu pai está acordado ainda?”

“Ele já foi para o quarto, mas as luzes ainda estão acesas. Quer que o chame querida?”

“Ah não… dê apenas um recado a ele?!”

“Claro!”

“Avise que vou dormir na casa de Amber!”

“AHAHAHAHA!” Do que ela estava rindo?! “Edward está ai querida?!”

“Você pode jogar na loteria que vai ganhar Esme!” Mais uma vez ela riu. “Não conte a ele sobre isso… Jake também está aqui, estamos nos divertindo.”

“Tudo bem, eu aviso a ele… só cheguem em horários diferentes amanhã!” Ela me alertou. “Eu não poderia livrar vocês dois caso ele veja vocês chegando juntos.”

“Obrigada, obrigada, obrigada!” Quase gritei em empolgação. “Ah! Alice e Rose já estão indo para casa!

“Certo, Jasper e Emmet estão esperando por elas ainda… Se divirtam!” Então ela desligou.

Narração: Esme Cullen.

Ainda bem que Charlie já tinha ido para seu quarto. Não seria fácil para ele ouvir a voz alterada de Bella. Essas crianças… era melhor mesmo que ficassem pela casa de Amber. Não queria ninguém alcoolizado andando pela noite. Não que Edward não fosse responsável, mas sempre os instrui a não fazer isso. Sei que podia contar com isso.

Vesti meu roupão e olhei para o lado vazio de Carlisle na cama. Se ele não amasse tanto a profissão, poderia até sentir raiva de sua ausência ao meu lado em suas noites de plantão. Suspirei pensando que na noite seguinte ele estaria ali junto de mim. Calcei meus chinelos fofos e felpudos e desci para o andar inferior. Charlie estava no quarto de Jasper. Meu marido e o General achavam mesmo que ele dormia junto com Emmet, Rosalie no quarto de Alice e essa por conseqüência com Bella. Doce ilusão! Preferia que eles fossem felizes embaixo de meus braços.

Desci as escadas de mogno com calma e rumei para o final do corredor onde ficava o cômodo em que nosso velho amigo se encontrava. Havia um fio de luz que saía por debaixo de sua porta. Com delicadeza bati na madeira.

“Olá Esme. Algum problema?!” Ele questionou, perfeitamente vestido, como se estivesse pronto para sair atrás de Bella a qualquer momento. Algo na atitude de Charlie quanto a Edward me incomodava mais que o necessário. Ele parecia não confiar em meu filho e nem em suas intenções com Isabella. Talvez fosse uma boa hora para ter uma pequena conversa.

“Não há problema nenhum, só vim lhe trazer um recado de Bella.”

“O que há com ela?!”

“Ela vai dormir na casa da amiga, Rose e Alice já devem estar chegando em casa.”

“Por que ela não veio junto, então?” Pronto, ia começar o autoritarismo.

“Porque ela quer se divertir um pouco mais, ora!”

“Ah tá… E Edward, onde está?” Ele perguntou desconfiado. Não sei porque, mas tinha certeza que ele questionaria sobre meu filho.

“Bom, até onde sei, ele está com o amigo, Jacob, e não sei a hora que irá voltar.”

“Minha filha sabe que ele saiu?!” Sim, ele encontraria qualquer coisa pra instigar o romance dos dois.

“Você não confia em meu filho, Charlie?!” Minha pergunta pareceu desarmá-lo. Apoiei-me na madeira da porta, e ele se afastou. “Responda Charlie.”

“Não é questão de confiança, Esme. Na verdade, é Bella quem confia demais nele. Não se ofenda, mas não vejo motivos de um garoto como ele estar com minha filha.”

“Bom, eu vejo! Muitíssimos motivos, para ser sincera. Falando isso você está desmerecendo sua filha e não o meu…” Lhe dei um tempo para pensar.

“Esme, não confunda o que eu digo…”

“Ah Charlie! Não sou eu quem está confundindo, é você quem está cego! Se quer saber, Edward ama muito sua filha por inúmeras razões. Ela é divertida, decidida, um pouco maluca, espontânea, LINDA, meiga, singular, carinhosa, forte, intensa, bem educada! Eu poderia passar a noite falando das qualidades que Bella tem e que parecem ser ignoradas por você! Acha que meu filho está com ela por que General? Seja sincero!”

“Eu sei de tudo isso sobre Bella, Esme! Mas olhe Edward, ok?! Admita! Ele não tem cara de quem gosta de garotas como Bella! Ela é introvertida e muitas vezes estranha! Ele é o tipo de garoto que se vê de longe que gosta de loiras, peitos, bunda e futilidade!”

“Você pensa mesmo que eduquei meus filhos para isso?!” Ele encolheu os ombros. “Veja Charlie, sempre fomos grandes amigos e por isso me admiro desse seu pensamento. Claro que meus filhos gostam de peitos e bundas! ELES SÃO HOMENS! Vai me dizer que você não gosta?!” Ele deixou escapar uma risadinha. “Eu me lembro muito bem quando Renée entrou na sua vida. Admita, ela era estranha e introvertida! E você, quantas namoradas tinha tido antes dela? UM MONTE CHARLIE! Todas ficavam loucas com o capitão do time de futebol com seus olhos castanhos profundos! Lembra quando sua mulher começou em nossa escola? Você simplesmente… caiu por aqueles olhos azuis! Mesmo ela sendo deslocada e diferente!” Despejei tudo de uma vez, e soube que aquela era a questão de toda a implicância. A reação dele foi explosiva.

“EU TENHO MEDO OK?! Você pensa que eu não vejo que é praticamente a mesma coisa que aconteceu comigo e Renée? O jeito que eles se olham e como são cúmplices… veja o que aconteceu com meu casamento Esme! Eu não quero isso para Isabella! Você não sabe como é bom saber que ela tem alguém que a ame! Mas e se as coisas forem assim só no começo como foi comigo?! E se ela descobrir que não pode ser feliz presa a uma pessoa! Renée é assim! Eu ainda não contei para Bells… mas estamos nos divorciando! Eu não quero que minha filha sofra! Eu já deixei Renée tantas vezes de lado! E seu filho lembra TANTO como eu era com ela! Não posso deixar de pensar nessas coisas! O que você quer que eu faça, se a história da mãe está se repetindo com ela? É muito amor muito cedo Esme!”

“MEU FILHO NÃO É VOCÊ CHARLIE SWAN! NÃO TEM SEU SANGUE E NEM SEU GENE! NÃO FOI VOCÊ QUEM O CRIOU E NÃO SABE COMO ELE É!” Respirei fundo, tentando me acalmar. “PODE SER…” Dei mais uma pausa, ainda estava gritando. “Pode ser, que a história de Bella se pareça com a sua e de Renée, mas isso só aos seus olhos, pois não é nada parecida. Eu que acompanhei as duas sei que é diferente! Você nem ao menos os dá chances de ficar junto perto de seus olhos para você poder notar que eles são tão diferentes!”

“E QUAL É A DIFERENÇA ESME? ME MOSTRE JÁ QUE EU NÃO ME PERMITO VER!”

“ELES LUTAM UM PELO OUTRO! COISA QUE VOCÊ E RENÉE NUNCA FIZERAM E CONTINUAM NÃO FAZENDO! ELES DÃO VALOR AO QUE SENTEM!” Gritei mais alto que ele. Na ponta da escada no andar inferior, ouvi Emmet perguntar se estava tudo bem. Apenas o ignorei deixando minha atenção toda para Charlie. Silenciado por meus gritos, ele sentou na cama em uma postura totalmente derrotada.

“Só não quero a ver machucada.” Me sentei ao seu lado na cama abraçando seus ombros. A vida tinha sido dura com Charlie, e Renée só tinha dificultado o seu caminho.

“Edward nunca iria fazer isso, meu amigo… ele luta tanto para não deixá-la cair naquele buraco escuro e profundo de quando ela chegou aqui. Quem você acha que é responsável por essa alegria dela? Por essa vontade de viver e ser feliz que ela emana agora?”

“Sei que é Edward, mas…”

“Não.” Lhe interrompi. “Não é Edward, e sim o amor que eles têm um pelo outro. Assim como ele a cura a cada novo dia, ela o melhora e o molda como homem a cada segundo. Eles crescem juntos. Eu sei que meu filho era um pirralho sem noção antes dela… foi incrível a mudança. Sua filha dedica muito amor pra quem se permite receber… Edward o aceita e o retribui. Você não entende? Os deixe viver isso… o futuro não cabe a você!” Ele suspirou pesadamente.

“Ela está com ele agora não está?” Eu ri baixinho.

“Está, mas não estão sós. Estão no meio de amigos, aproveitando a juventude antes que a responsabilidade chegue.”

“Por que eles não me disseram que sairiam juntos?”

“Você aceitaria?” Ele balançou a cabeça em um não. “Então, está ai sua resposta. Ela não quer te magoar, mas também não quer deixar de estar ao lado de Eddie.”

“Ela é apenas uma garotinha, Esme… minha garotinha!” Disse melancólico e saudosista.

“Charlie, sua garotinha… cresceu.”

Narração: Bella Swan.

“Oh! Acabou!” Amm choramingou virando a garrafa de boca para baixo na taça. Lhe dei uma boa olhada. Ela alisava as pernas a mostra. Tínhamos a obrigado a colocar uma roupa mais ousada. Aproveitamos que era um dia mais quente e a enfiamos em um short jeans e uma blusa de mangas compridas justa ao corpo e com um decote redondo avantajado. No pouco tempo que tivemos com ela antes de Edward e Jake chegarem, a convencemos de passar uma maquiagem leve nos olhos e lhe ensinamos alguns truques para fazer Jacob perder a cabeça.

“Ok! Eu busco mais vinho…” Avisei, me levantando. “Aliás, de onde você tirou tanto vinho Amber?!”

“Do dinheiro que mamãe manda!” Nós rimos. “Não, não… na verdade Jacob compra pra mim! Não tem lareira aqui em casa e é frio demais! O vinho ajuda!”

“Jacob! Que absurdo seu mané! Sabia que tu era um canalha, mas não um criminoso!” Edward disse se divertindo. “Não sabe que dar bebidas para menores de idade é crime não?!”

“Quem falando! Quem falando!” Disse rindo da cara dele. “Me embebeda até hoje, sempre que tem a possibilidade!”

“É você que é uma alcoólatra Bella!” Ele me deu um apertão na bunda.

“Ei! Antes eu costumava beber só para me suicidar! Mais respeito comigo! Você quem me viciou!”

“Vai logo mulher!” Jake disse tentando mandar em mim.

“Vai se ferrar Jacob!” Virei e fui para a cozinha. No caminho escutei a pequena conversa de Edward e Jake.

“Cara, ela é muito mandona!” Jacob comentou.

“Filha de General, guri! Mas ela é demais!” Sorri com a resposta de meu namorado.

“Estou ouvindo panacas!” Alertei os dois antes que falassem qualquer coisa caluniosa.

“Como tu agüenta?!”

“Ela me dá aquilo que eu preciso!”

“E MUITO MAIS!” Eu gritei já da cozinha. Edward riu demais concordando. Então me concentrei em pegar mais uma garrafa na geladeira. Amber devia ter algum petisco para comermos. Abri os armários em baixo de sua pia e comecei a procurar. Apoiada em meus calcanhares investiguei. Tinha cereais, granola, bolachinhas, biscoitos… um pacote de batatas fritas. Olhei para o saco um instante.

“Não acho que isso combine com vinho Bella!”

“AAAAHHHH!” Cai sentada de bunda no chão com o pacote em mãos ao ouvir o sussurro baixo de Edward em meus ouvidos. Ele riu demais com o meu susto, mas ok, eu supero. Ofereceu a mão para me levantar e prontamente aceitei. Sem ter tempo para que eu pensasse se estava firme em meus pés ou não, Edward logo me empurrou contra os armários e me deixou sem saída de seus braços. Seus lábios quentes sugaram suavemente em meu pescoço. “Essa aproximação é perigosa Edward.”

“Sou louco por perigo… e por você… e por seu cheiro…” Ele dizia enquanto subia sua boca até meu queixo. “E por seu gosto.” Se atirou contra minha boca não me dando chance de protesto… mas quem disse que eu iria protestar? Deliciei-me com aquele beijo violento e sagaz que ele me dava. Era quente e urgente. Sua língua macia acariciava a minha com precisão, e seus dedos brincavam por dentro de minha blusa com o fecho do sutiã. De mansinho ele os trouxe até a minha frente e apertou meu seio direito me deixando sem saída. Gemi abafado em sua boca já não agüentando o desejo. A reação dele foi rir mais um pouco de mim quebrando nosso beijo.

“Seu idiota! Sabe que não pode fazer isso comigo!” Disse encostando minha cabeça no seu peito. Ele enfiou as duas mãos em meus cabelos e me fez encará-lo.

“Você. É. Uma. Tentação. Isabella.” Ele pressionou os quadris em minha cintura. Arregalei meus olhos quando assimilei as suas palavras a sua condição.

“Você. É. Um. Tarado! Estamos na casa de Amber!”

“Aposto que ela não se importaria em emprestar o colchão em que Jake dorme!” Lhe olhei sem entender, ele revirou os olhos. “Jake não dorme com Amber, Bella! Ele fica aqui com ela, mas tem medo que ela ache que ele só quer isso!”

“Ahn… Edward? Acho que temos um pequeno conflito.” Ele me fitou curioso.

Expliquei tudo para o Ediota o mais rápido possível, e com um plano montado e esquematizado, voltamos para a sala, munidos de vinho e batatas fritas. A cena que vimos foi no mínimo… sensual! Talvez nosso plano não fosse mais necessário.

Jake e Amber estavam se beijando violentamente. Pareciam desesperados um pelo outro. Ele tinha uma das mãos enfiadas na barra do short dela, que por sua vez envolvia a cintura magra de Jacob com uma perna. Ele estava deitado por cima de minha amiga no pufe e as bocas não paravam de se mexer, eles riam entre os beijos, aproveitando o nítido prazer que aquilo estava despertando. Amber se agarrava aos cabelos curtos de Jacob que tinha a outra mão segurando firme a de Amber acima de sua cabeça. Era palpável a tensão sexual na sala. Não posso negar, mas depois daquilo fiquei realmente tentada a aceitar o colchão em que Jacob dormia. Edward me olhou maliciosamente e sussurrou:

“Lembre-se do colchão.” O que? Agora ele lia meus pensamentos? Sorri sacana enquanto os dois a nossa frente não paravam de se agarrar e beijar. Nós assistíamos de camarote a cena. Esqueci de Edward um instante e deixei meu queixo cair. Tinha certeza que eu e o Ediota éramos bem daquele jeito em nossos dias mais necessitados e violentos. Amber não tinha nem um pingo de timidez, muito pelo contrário, em meio aos beijos quentes ela deslizou a boca para o ouvido de Jake mordeu-lhe o lóbulo e em seguida deu uma leve sugada.

“WOW GOLPE BAIXO!” Edward gritou, e quando vi estava prensada na parede com seus lábios juntos ao meu.

Narração: Jacob Black.

O grito maldito de Eddie me trouxe a realidade. Não estávamos a sós. Amber nunca tinha se soltado tanto em minhas mãos. E nunca esteve tão sedutora. Ela parecia diferente. Foi impossível resistir aos instintos quando ela apertou minha coxa logo depois que Edward saiu da sala. Relutei, olhando em seus olhos azuis, que pareciam levemente mais escuros, em sair de cima dela. Eu a queria por inteiro. Amber me deu um beijo doce nos lábios e então soube que tinha que abandonar aquele contato tão próximo. Sua pele estava vermelha.

Quando olhei para os dois que tinham nos interrompido, não consegui evitar rir. Bella estava com um saco de batatas fritas na mão esquerda e a garrafa de vinho na direita, seus braços estendidos ao lado do corpo. Edward a segurava contra a parede com os quadris e pela cabeça. Não sei o que tinha sido liberado dentro daquela casa, mas nós todos estávamos… soltos e prontos! Fitei Amber que os encarava boquiaberta.

“O que está acontecendo aqui?!” Ela sussurrou para si mesma, não acreditando em toda aquela tensão. Não consegui conter minha boca fechada.

“Isso se chama desejo, minha ruiva. Muito desejo.” Murmurei em seu ouvido, em troca ganhei um olhar rápido e uma pergunta tímida.

“Você também sente? Todo aquele desejo?” Ela apontou com a cabeça para os dois que ainda estavam se beijando, e voltou seus olhos para mim.

“Por você?” Ela assentiu envergonhada. “Muito, muito mesmo.” Era a primeira vez que falamos dessas vontades. Talvez a bebida e a companhia do nosso casal de amigos, que eram tão… carnais, tivessem liberado o receio e dado espaço aos desejos. “Você sente, não sente?” Lhe devolvi a mesma questão de uma maneira muito delicada, não queria assustá-la.

“Inferno! Em cada gesto que você faz o desejo me consome! É tão forte!” Involuntariamente já estávamos com nossas bocas próximas mais uma vez. “Você quer falar disso?” Mexi a cabeça concordando.

“Você quer fazer isso?” Olhei para Edward e Bella, eles agora apenas se olhavam firmes nos olhos e respiravam pesadamente. Eles podiam estar vestidos, ele apenas com o toque dela em suas mãos e ela com o dele em seu rosto, mas era claro como água. Eles faziam sexo apenas com os olhos.

“Quero.” Amber disse baixinho.

 “Eu não quero ser um canalha…” Disse para ela mais baixo ainda. “Olhe para aqueles dois… eles são amantes e cúmplices. Olhe o sentimento que Edward passa apenas pelos olhos. Você vê?”

 “Estou ficando quente de tanto que vejo.” Ela disse e riu, como se não acreditasse em suas palavras.

 “Eu vou te amar daquele jeito e muito mais.” Ela se apoiou no cotovelo e me encarou erguendo uma sobrancelha sedutoramente como se dissesse: Esqueça minha timidez. Vamos agora pro meu quarto. “Mas…” Eu continuei. “Nós não estaremos embriagados como hoje!” Amber riu alto se jogando no meu peito.

 “TRAGAM-ME O VINHO! EU PRECISO BEBER!” Ela gritou fazendo o clima de sensual passar a divertido.

 A noite depois disso foi bastante tranqüila e nada de muito interessante aconteceu. Bebemos um pouco mais e apenas conversamos…

 MENTIRA!    Narração: Edward Cullen.

 “Nós vamos ficar doidões!”

 “RÁ! Nós já estamos com o pé no manicômio, mon amouuuuur!” Bella gesticulava com as mãos moles para os lados.

 “Quem vai virar primeiro?!” Nós três olhávamos para as quatro pequenas xícaras de café que improvisamos como nossos copos de doses. A única dispersa do assunto era Amber, que brincava com os cabelos de Jacob. 

 “Cinco patinhos foram passear… além das montanhas para brincar! A mamãe gritou QUÁ-QUÁ HAHAHAHAHAHAHAHAH! ME TRAER EL TEQUILA MUCHACHOS! QUIERO PERDER POR LA NOCHE!” Em um rompante Amm soltou a voz em um espanhol mixuruca e pegou a canequinha cor de rosa.    “AI AI AI CARAMBA! SÍ VAMOS A HACER ESTO JUNTOS!” Bella surpreendentemente entrou na dela e bagunçou os cabelos agarrando sua dose também. Restou a mim e Jacob rir das duas e pegar nossos copos.

 “No três, sim?!” Avisei a todos. Prontamente colocamos os copos rentes à boca.

 “Uno!" Começou Jake.

 “Dos!” A ruivinha arregalou os olhos para a bebida.

 “Tres!” Gritamos unidos. Engolimos imediatamente o líquido. Minha garganta protestou por um momento com a ardência do destilado bem diferente do vinho. Balancei minha cabeça para descer e, meio tonto, bati com o copinho na mesa, no mesmo instante em que todos fizeram o mesmo. Nos olhamos um segundo em silêncio.    “Eu vejo estrelas.” Bella confessou suspirando. Explodimos rindo. Depois mais e mais doses vieram.

 (***)

 “TIRA ESSA PORRA DA MINHA CARA!” Ela brigava para eu sair de cima dela.

 “NÃO! VOCÊ TÁ… OH LÁ LÁ… SELVAGEM!” Eu me divertia.

 “EDUARDO MÍ DELICIOSO! La tequila é só minha e da Dociiiiiiinha!” Ameaçou a Monstrenga, se esticando embaixo de mim com o rosto espremido no meu peito enquanto eu tentava pegar a garrafa de suas mãos. Fiz cócegas na sua barriga.

 “AH! AH! PÁRA! PÁRA! YO VOY A MATAR-TE!”

 (***)

 “TIRA! TIRA! TIRA!” Elas gritavam.

 “Seeeem chances! Suas taradas! Vão abusar do meu corpo!”

 “Você quem quis jogar Strip Poker! É INJUSTO! Agora que eu ganhei você não tira?!” Minha Monstrenga reclamou.

 “Tá com medinho de mostrar o tanquinho Edinho?!”

 “BELLA FALA PRA ELA QUE NÃO É EDINHO!”

 “Amor eu já disse que é Edzão! Mas o que eu posso fazer se minha palavra não vale nada?!” Disse ela toda cínica piscando os olhos. Bandida.

 “AHAHAHA! Tira essa porra de camisa logo Edward! Todo mundo sabe que tu tem o peito magrelo!”

 “Jake?!”

 “Ehn?!” Voei pra cima dele.

 (***)

 “O que eu ganho se eu fizer isso?!” Elas se apoiavam com as mãos nos joelhos no meio do jardim atrás da casa e se olhavam nos olhos. Era escuro como carvão. “Tá frio pra porra Bella.”

 “Jake vai te dar uns pegas mais tarde Amber. Se concentra só nisso que o frio passa, te garanto.” Minha namorada deu dois tapinhas no ombro da amiga. Elas estavam tão loucas que nem viram nós chegando mais perto.

 “Ele já faz isso sempre.”

 “Mas dessa vez é diferente.”

 “E por quê?”

 “Porque agora ele sabe que você quer dar.” Ri alto, elas nem ligaram. Bella se levantou e tirou o casaco junto com a blusa. A tentação agora estava só de jeans e sutiã. Tampei os olhos de Jake.

 “Não olha seu vadio porque sei que tu já bem quis dar uns pegas na minha morena.”

 “Vai a merda Edward!” Ele me respondeu.

 “Eu to encostado nela!” Jake bufou comigo, mas nem tentou tirar a minha mão.

 “AMBER EU NÃO VOU FAZER ISSO SOZINHA!” Bella se rebelou com a covardia da amiga.

 “A culpa é toda sua Bebelildis! Ninguém mandou dar uma de macho e tentar virar quatro doses!”

 “Eram cinco! CINCO DOSES! Não me desmereça! E você apostou a meu favor por isso está aqui junto! Tira logo Amm!”

 “Ela já tirou?” Jake perguntou baixinho quando Amber se deu por vencida e tirou a parte de cima expondo a pele branca.

 “Uhum.” Recebi uma bofetada na cara e a mão grande de Jake cobriu meus olhos.

 “Sei que tu acha ela bonita Edinho!”

 “Vai tomar no meio desse seu…”

 “Ei seus frouxos!” Bella chamou. Ambos abrimos os dedos para espiá-las.

 “WOW!”

 “TÁ MALUCO!” Meu amigo e eu babamos nas duas que estavam só de lingeries e com as mãos presas para trás. Elas tinham aquela cara de Santas, como se fossem as mães imaculadas da inocência. Ahhh General! Ahhh General! A filha dele ia sofrer mais tarde!

 “Querem tomar um banho?!” Eu e meu amigo nos olhamos. Então o jato de água veio direto na minha cara. Fitei as duas que riam como crianças. Bella balançava uma mangueira de um lado para outro. Tivemos um momento para pensar no que fazer a respeito… até que a água bateu em Jacob.

 “Ahhhhhhhh agora você me paga!” Ele saiu correndo em direção a Bella que jogou a mangueira para Amber, que resolveu molhar os dois. Jake a agarrou pelas coxas e jogou nos ombros quando a alcançou. Ele corria para um lado e para o outro do jardim sobre os socos fracos e risos de Bella. Fiquei tipo um pato molhado apressado atrás dos dois enquanto Amber não se cansava de gargalhar e molhar a todos nós. Jake se movia como se quisesse fazer um TouchDown com Bella e seguia se desviando de mim, quando passamos perto de Amber que estava completamente seca, ela me atingiu com um jato nas costas.

 “Chegou tua vez ruivinha!” Ameacei parando de correr.

 “Oh Não! NÃO! NÃO! NÃO!” Ela gritava enquanto corria com a mangueira, molhando todos os lados. Agarrei-a e virei a própria arma contra si.

“FOGE AMM! FOGE! AHAHAHA” Bella incentivou a amiga ainda se debatendo contra o Quarterback de jardim.  Agora eu estava no comando. Ela era escorregadia e se livrou de mim, correndo e chamando por Jacob. Dando uma boa olhada para nós, parecíamos quatro retardados brincando. A grama estava ensopada e o barro já começava a espirrar em meu jeans. Joguei água em todos e quando consegui me aproximar da Monstrenga, lhe mandei uma piscadinha e esguichei direto na sua cara.

“NÃO… EU… VOU… ACABAR…” Ela tentava falar se defendendo da água e tentando me alcançar com os braços magros. “COM… A… SUA… RAÇA!” Jacob se virou deixando a bunda dela na minha cara. Com uma mão a segurava. “VOU MATAR VOCÊS DOIS! AMBEEEEEEEEER!” Ela protestava. Mandei um jato na cara de panaca de Jacob e ele tentou arrancar a mangueira de mim. Nós lutamos pelo objeto. “Ei parem! Eu vou cair! Não, não, não… eu vou vomitar! Parem de balançar! Vou dar de queixo no chão!” Bella implorava, mas estávamos mais preocupados com o nosso duelo. Sobre protestos e gritos, esquecemos de Amber.

“EI SEUS IDIOTAS!” Ela chamou e nós olhamos. “SORRIAM!” Tão rápido que não pude reagir, ela jogou um balde enorme com água em nós.

“HAHAHAHAHHAHAHA! De onde veio essa água?!” Bella perguntou sem entender. “Uma mangueira gingante?!”

 “AMBER!” Eu e Jake falamos juntos. E tentamos correr até ela e o que houve a seguir foi rápido demais. Me enrosquei na borracha alaranjada da mangueira e deixei meu pouco equilíbrio de bêbado ceder. Torci o pé e tombei para o lado de Jacob, que sentiu o meu peso vindo sobre ele e não soube em que lado se apoiar, em uma tentativa inútil de ajudar consegui reparar Amber vindo para nós. Eu não senti a queda, mas quando vi estávamos no chão. O pé de Amber, sujo de lama, estava na minha cara, notei o cotovelo de Jake em minhas costelas, ele amorteceu a minha queda. Amber, eu e Jake riamos feito completos loucos daquela cena patética… Mas e Bella?

 “Ai minha bunda!” Ela chorou. Estávamos todos em cima dela.

Narração: Bella Swan.

 Dor. Muita dor.

 Em minha cabeça, braços, pernas… bunda. Tudo em mim doía. Fiquei feliz de acordar e não estar em cima de alguém como Jacob. Mas um fato me preocupou: eu estava sentada no colo de Edward, apoiada com a cabeça em seu ombro, no banheiro de Amber, apenas de calcinha e sutiã. SIM, NO BANHEIRO. E sentia como se meu cérebro estivesse pulando dentro de mim.

 Só lembrava que depois do banho de mangueira na madrugada nós entramos e acabamos com o resto da tequila, e o que veio após foram apenas pequenos pontos em minha mente: Jacob e Amber se beijando como dois famintos; Edward estudando se eu não tinha quebrado nada pela queda; os meninos apenas de cueca, por suas roupas estarem na secadora, dançando “SEX BOMB” como dois completos retardados; Amber desesperada por mais tequila; o nosso casal de amigos subindo para o quarto; Muitas risadas minhas e do Ediota; alguns beijos quentes… no banheiro.

AH MEU DEUS!

[FLASHBACK ON]

“Edward eu estou…” Solucei. “Bem! Não vou passar mal!”

“Tá! Eu sei! Só quero limpar você!” Ele disse me colocando no balcão da pia no banheiro de Amber e fechou a porta com chave. “Não posso te deixar tão suja! Olha quanta terra…” Ele parou frente a mim com as mãos nos joelhos. “Nesse seu corpo semi…” Separou minhas pernas rapidamente e me trouxe contra ele. “Nu.” Resolvi fazer daquele um jogo para dois, mesmo sabendo que não teria muito tempo para jogos.

“Então me permita?” Cheguei junto de seu pescoço. “Você tem umas sujeirinhas aqui…” Beijei sua jugular. “Oh! E mais uma aqui.” Em baixo de seu queixo dei uma leve sugada. “Outra muito, muito, muito grande mesmo, bem aqui!” Deixei minha boca tocar a sua, prontamente ele a abriu. Lambi seus lábios e tomei como minha sua língua. Nos beijamos insanamente. Era quente e necessitado. Nossas bocas se mexiam nervosas enquanto minhas mãos tiravam a camisa de botões. A joguei a seus pés e abri sua calça. Enquanto ele me atormentava apalpando meu seio por debaixo do sutiã de renda, uma de suas mãos trouxe minha calcinha para o lado. Ele a tirou bem de seu caminho e deslizou aqueles dedos incandescentes por meu sexo, que gritava por ele. Loucamente úmida ele me deu um pouco de atenção com minha excitação. Não deixava sua boca por nenhum momento, nem para tomar ar.

Edward agarrou minhas pernas e as prendeu em suas costas. Segurou em minhas nádegas, apertando com desejo a minha carne. Minha respiração era quase escassa e meu desejo imenso. O homem me levantou do mármore frio e com violência nos jogou contra a porta. Sem querer mordi sua língua e senti o gosto de seu sangue. O suguei tornando aquilo mais erótico e delicioso.

“Você foi uma menina muito má hoje… Sabe o que você merece?” Ele dizia sedutoramente ao morder meu ombro.

“Oh… não!” Murmurei sentindo o seu membro roçar em mim.

“Uma surra.”

“Ahhh… Edward! Me puna!” Implorei por ele.

Sem esperar mais de mim, ele deslizou para dentro totalmente em uma única estocada funda. E continuou mais e mais forte. Sempre me levando com fúria e desejo. Eu não me importava com nada, nem ao menos com os barulhos que fazíamos. Ele ia o mais profundo que podia e eu lhe retornava com reboladas, o ajudando. Agarrei-me com força em seu pescoço quando ele aumentou sua força dentro de mim. A cada investida eu expandia e o recebia mais, pronta para dar a ele o que era de seu desejo. Seu membro pulsava comigo no fundo de meu ser. Ainda batendo em mim como um desesperado nos levou contra uma parede. Certamente ela resistiria mais que a madeira fina da porta com o impacto que fazíamos. Mantendo em mim aquele ritmo infernal, meu corpo se entregou ao prazer com tremores fortes e espasmos constantes. Me apertei ao seu redor cravando meus dentes em seu pescoço, abafando o grito que deixei escapar quando senti ser desfeita em pedaços com um orgasmo enlouquecedor. Edward liberou um uivo rouco e fodidamente sexy em minha nuca, permitindo-me sentir sua libertação.

Inverteu nossas posições e deslizou pela parede, sentando-se. Respirando precariamente fiquei sentada nele ainda com minhas pernas ao redor, apenas me mexi para tirá-lo de mim.

[FLASHBACK OFF]

 Suspirei lembrando. Aquilo tinha sido divinamente foda, mas esperava não ter feito barulho demais. Tentei mexer minhas pernas para levantar, mas estavam amortecidas. Insisti e Edward parecia morto de tão profundo que era seu sono. Tirei minhas pernas dele com calma, deslizei sentando ao seu lado e ajeitei minha calcinha. Não devia fazer muito tempo que estávamos ali, contando que era quase dia quando subimos. Eu precisava de um banho.

 Levantei e senti mais dores ainda. Aquela noite tinha sido incrível. Acostumei meu corpo com a circulação correta e senti as extremidades de meus dedos amortecidas. Minha cabeça girava. Enquanto não fosse meu estômago estava tudo bem. Sentei-me na banheira antiga que tinha no banheiro e chamei por Edward. Levei uns dez minutos até acordá-lo. Ele estava assustado com o nosso estado. Tomamos banho juntos, mas não tínhamos condição nenhuma de qualquer coisa.

 Limpos e com muito Listerine na boca, decidimos ir embora e não esperar por Amber quando vimos que já era passado do meio dia. Não me preocupei um pingo que Charlie nos veria chegando juntos. Estava na hora dele superar aquela bobagem de implicância com Edward. Antes de sairmos tomei um remédio para que meu fígado agüentasse até em casa sem me deixar na mão e escrevi um bilhete.

“Amber, a noite foi demais. Obrigada por dar a mim e Edward um momento juntos essa semana! Te devo mais uma! Irei providenciar menos vinho e mais tequila para nossa próxima “noite das meninas” que será na cabana. Boa sorte com Jacob, e não tenha vergonha… lembre-se promiscuidade dentro de seu quarto é necessário! Me ligue assim que acordar. Besos mí hermana.”

 “Ela vai querer te matar quando ler esse bilhete!” Edward disse por cima do meu ombro.

 “Não, ela vai rir. Posso apostar cinco pratas.”

 “Não conte com isso, na sua última aposta você perdeu e teve que correr pelada no jardim dos fundos.”

 “Não me importo. No fim acabei me dando bem.” Pisquei para ele que sorriu safado. “Agora me diga: estou cheirando a álcool?!” Lhe perguntei balançando os cabelos e abrindo a boca perto dele.

 “Só sinto cheiro de sabonete de amora e listerine.”

 “Ótimo, porque vinho, tequila e Charlie Swan não é uma combinação muito boa.” Ele riu.

 “Nem me lembre. Vamos embora?!”

 “Já devíamos ter ido!” Peguei em sua mão.

Narração: Charlie Swan.

 Parei o carro no mesmo instante em que Edward estacionou seu Volvo a minha frente. Por um momento a raiva me percorreu quando vi Bella sair do carro dele e olhar para dentro do meu com cara de culpada. O garoto a abraçou firme na cintura e encarou-me, soube o que ele dizia com aqueles grandes e expressivos olhos verdes: Eu vou estar com ela, não importa o que você faça.

 Então eu vi, ali estava tudo o que Esme havia me dito na noite anterior. Amor, carinho, reciprocidade… luta. Algo que emanava deles dois juntos comunicava ao mundo que era impossível separá-los. Respirei o mais fundo que pude. Sim minha garotinha havia crescido bem diante de meus olhos e eu negava mais que tudo que ela já era uma quase mulher. Suas atitudes, decisões, compreensão e entendimento do mundo haviam mudado. Ela ainda era minha garotinha, sempre seria, mas agora era a minha grande garotinha. Caminhei até eles e os cumprimentei da maneira mais amistosa e amigável que podia. Edward não foi ríspido e nem grosseiro, nem suas expressões demonstravam isso. Eu realmente esperava isso de um dos garotos de meu amigo?! Eu só podia estar louco.

 “Pai, eu sei que nós saímos separados, mas posso te expli…” Bella começou a se defender.

 “Shiii! Está tudo bem Bella. Não precisa explicar nada.” Edward pareceu confuso e Bella não conseguiu esconder a careta de espanto. “Ei qual é?! Vocês dois não queriam que eu aceitasse esse relacionamento de vez?!” Bella concordou de boca aberta. “Então é isso! Estou aceitando! Você tem uma mãe incrível Edward. Lembrem-se de chamá-la para madrinha no matrimônio… claro, se vocês casarem um dia!”

 “Esme?!” Edward pareceu estranhar mais que tudo.

 “É… Esme! Tivemos uma excelente conversa ontem. Dou um voto de confiança para vocês.”

 “Sem prisão domiciliar, nem olhares irritados, postura de General e muito menos tosses indiscretas por Edward estar pegando no meu cabelo?!” Bells questionou como se discutisse tópicos de um acordo.

 “Nunca mais, nada disso!” Respondi rindo.

 “AH PAI! TE AMO TANTO!” Ela jogou-se em meus braços em mais uma daquelas demonstrações de afeto que me deixavam desconcertado. Apertei-lhe junto a mim, dando um adeus mental a minha garotinha de boina vermelha e trancinhas.

 “Só tenha juízo.” Cochichei.

 “Sempre tenho!” Ela soltou-me, dando um grande beijo em minha bochecha.

 “Obrigado, Charlie. Por nos aceitar. Isso nos deixa mais tranqüilos.” Edward estendeu a mão ao encontro da minha. O aperto era forte e digno.

 “Só cuide dela como você já faz! E não quebre o coração da minha pequena!”

 “Pai!” Bella protestou com Edward rindo.

 “Acho que ela cuida muito mais de mim do que eu dela Charlie!”

 Nossa conversa evoluiu normalmente depois de tantas desconfianças. Refreei meus impulsos durante todo o final de semana quando os dois estavam juntos perto de mim, era difícil acostumar com a nova visão que tinha de Bella. Visão de uma mulher e com um homem ao seu lado. Na verdade era aterrorizante! No entanto, eu tinha que suportar e me acostumar. Edward agora era sua família também e por conseqüência, um filho para mim.

 (***)

 “Agora penso em minha aposentadoria, mesmo que faltem alguns anos.” Respondia a todas suas perguntas com cautela, sabia que era um momento delicado para nós.

 “E você acha que ela vai reagir bem depois que o processo for concluído? Sabe como é Renée pai!”

 “Ela está bem… ainda não arrisco um feliz, mas contente. Ela tem que ficar em repouso, e a mente dela está cansada demais. Saiba que quando ela sair a darei todo o apoio que precisar, e quero você ao meu lado.”

 “Eu estarei…” Ela suspirou. “Só sinto por estarem se divorciando, acreditava que vocês ainda teriam salvação. Na verdade, eu tinha muita fé nisso.”

 “Não sinta Bella. Eu e Renée já não éramos um casal há muitos anos, muito antes de Joshua. Nós só tínhamos essa insistência em continuar algo que não saia do lugar.”

 “Nem por isso você deixou de amá-la.” Minha filha constatou.

 “Nunca. Renée foi e é o amor da minha vida! Só que eu não vejo mais uma felicidade plena para nós, nem ela. Decidimos juntos isso. Somos novos e temos muitas coisas a aprender e para viver, afinal é sempre tempo de ser feliz. Talvez quando estivermos mais evoluídos e a saudade bater, tentaremos mais uma vez… mas o futuro não nos pertence.”

 “Você ainda luta por ela, não luta?”

 “Não. Eu nunca lutei.” Admiti com uma pontada de dor. “Por isso ela está como está hoje. E agora ela disse que aprendeu um meio de lutar por si só. Ela quer se curar da dor sozinha.” Bella apenas balançou a cabeça concordando e desviou do assunto.

 “Agora me conte, como foi encontrar o General Churchill?”

 “Ah sim! Excelente! Ele estava empolgadíssimo que com minha rebelião de não mandar tropas para aquele fim de mundo, a base daqui foi escolhida para montar um pelotão. O governo preferiu enviar grupos de diversas bases.”

 “Isso é bom?!”

 “Por um lado é, já que dizem que a missão é de paz e que não vai durar mais que dois meses. Mas por outro, se as coisas não saírem como os grandes esperam, será mais vidas perdidas de qualquer forma.”

Narração: Bella Swan.

 Calei-me ouvindo o que meu pai dizia sobre os novos grupos que iriam para a Guerra. Lembrei-me de todo sofrimento, desespero e agonia de quando vi meu irmão partindo. E era impossível deixar de lado a ausência constante e o silêncio esmagador dele de sua morte. Sem conseguir resistir deixei minhas lágrimas escorrem. No silêncio de meu quarto, onde estávamos apenas Charlie e eu, senti os braços protetores de meu pai envolvendo-me ao notar minha tristeza.

 “Eu sinto falta dele.” Disse afundada em seu peito.

 “Eu também querida. Eu também.” A voz pesarosa de meu pai era um conforto e uma lembrança de dias felizes com meu irmão.

 “Será que existe mesmo um paraíso onde eu possa encontrá-lo um dia?”

 “Ele estará sempre em seu paraíso, sempre com você.” Foi sua única e singela resposta.

 (***)

 Vê-lo partir era terrível. Eu sentia tanto por ter que deixá-lo se afastar novamente de mim, mas como ele dizia: o dever o chamava. E isso significava: Renée e Exército. Sempre com a postura de um homem honrado e nobre, meu pai despediu-se de mim pela janela do ônibus que o levaria até Seattle. Junto com ele ia um pedaço gigante de meu coração. Por mais difícil que aqueles dias que ele passara conosco tivessem sido, eu havia amado cada mísero segundo. A relação com Charlie já fora mais conturbada, e uma vez que as barreiras tinham sido derrubadas definitivamente, tudo seria paz.

Ali estava mais uma lição que carregaria para a vida: é necessário lutar para mudar, lutar sem cansar. Esme contou-me sobre sua conversa com meu pai e foi daí que cheguei a mais essa importante conclusão. Ela lutou por seus filhos, por mais terrível que fosse seu passado e por mais motivos que eles tivessem para se tornar desajustados, ela batalhava por eles para não se perderem e agora para não serem injustiçados e comparados, pois cada ser é único e exclusivo, por suas palavras. Ela mostrou a meu pai o quanto eu e Edward lutávamos um pelo outro e que isso era o que nos fazia unidos, fortes e bons um para o outro. Essa sua pequena luta por mim e o Ediota trouxe uma grande mudança para minha vida.

Ver meu pai e meu namorado, os dois homens de minha vida, abraçando-se em uma despedida, me tornou mais feliz e mais certa que para tudo há uma saída… sempre há.

Continua…


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Notas finais do capítulo

Hoje nao tenho minhas considerações finais. Apenas quero agradecer de coração aos comentários do ultimo capítulo e fazer um singelo pedido: Leu até aqui? Por favor, deixa um comentário para essa autora um pouco tristonha no dia de hoje! Beijos! Até o proximo!