Waking Up - Aprendendo a Viver escrita por Soll, GrasiT


Capítulo 2
Capítulo 1 - Tentando.




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Narração: Bella Swan 

Eu fui à drogaria após a escola, solicitei duas caixas de analgésicos de tarja preta mais uma de antidepressivos de uso controlado. Entreguei uma receita que roubei das gavetas de minha mãe há dois dias atrás a atendente que me olhou inquisitivo. Reneé não comprava seus remédios ali. Então não teria problemas. Entreguei minha identidade para provar que era filha dela, já que a receita tinha nome. Eu tinha pensado muito naquela situação. Avaliado cada momento que me fizera tomar a decisão. A dúvida me ocorreu durante um tempo. Ponderei se um dia as coisas mudariam, logo percebi que minha vida sempre seria assim. Sem sentido. Minhas emoções sempre estavam encobertas por uma nuvem pesada de dor. Nunca um sorriso seria verdadeiro. Nunca choraria de felicidade. Meu estado era de constante letargia. Mas eu não tomava nenhuma droga para isso. Eu parecia acordar, no momento em que descansava minha cabeça no travesseiro. A dor corroia meus ossos, secava minhas veias, molhava minha face há 2 anos. Dois anos de miséria e de sofrimento. Dois anos sem Josh. Seria assim, até o dia que eu morresse. Mas esperar por esse dia era uma tortura.

Saí do estabelecimento com os remédios escondidos dentro da minha mochila. Era início do ano letivo, primeira semana... As mesmas garotas entupidas, os mesmos garotos se achando com seus conversíveis. O mesmo tudo: professores, paredes, plantas, descriminação, funcionários, brincadeiras, estupidez, comida, cores, ar. Olhei para o rosto daqueles que estudavam em minhas classes. As meninas exibindo seus decotes para “sutilmente” apresentar o presentinho de férias do papai. Os garotos cochichando aos cantos sobre os decotes das garotas. Todos eram monotonamente iguais. Assim como sempre seriam. Hipocrisia era a palavra que os definia. Poderia ter simplesmente matado a aula naquele dia. Mas quis confirmar que não estava perdendo nada. Só fui conferir aquilo que eu já tinha absoluta certeza: que ninguém sentiria a minha falta. Mas que boa burra eu era... Eu ainda tinha esperança de que alguém me notasse? Será que meus pais entenderiam? Será que eles notariam minha ausência no café da manhã? Se eles ficassem sozinhos, sem a minha sombra para lembrar o meu irmão, eles teriam a chance de ficarem bem? Eu acreditava nisso. Em dois anos, quando a palavra amor era mencionada era relacionada à Josh. Caminhava pela rua e pensei que uma garrafa de alguma bebida alcoólica ajudaria. O efeito poderia ser mais rápido.

Entrei no supermercado e me dirigi ao corredor de bebidas. Era sexta-feira e os corredores estavam cheios de gente; famílias, estudantes das universidades, mulheres com seus filhos, homens e seus amigos. Pessoas comuns, fazendo coisas comuns, simplesmente, estavam vivendo. Vi que ainda existia beleza no mundo. Mas não pra mim. Minha aparência devia estar péssima porque todos passavam e me analisavam. E com certeza não era devido a minha beleza; sempre fui bem “normal” nada de extraordinário. Cabelos castanhos e ondulados, olhos cor de chocolate, pele alva, traços simples e finos. Nada de mais. Então eu devia estar um parecendo um zumbi por ai. De qualquer forma eu não ligava. Olhei para todas aquelas garrafas e mentalmente contei o dinheiro que me restava.  Bom, daria pra comprar uma garrafa de vodka ordinária. Peguei no alto da prateleira o produto e analisei a embalagem. Era a mais barata. Meu pai sempre disse que bebida muito barata era a mais forte. Involuntariamente suspirei olhando o rótulo.  Passei pelo caixa sem muitas interferências, e fui embora.

Ao entrar em casa encontrei um bilhete de Charlie sobre a mesa. Lá estava escrito:

“Bella, temos um jantar na casa de Harry. Tem comida congelada pra você. Dispensamos a empregada por hoje. Charlie.”

“Ok pai! Que maravilhoso senso de oportunidade você tem”. Falei sozinha. “Mas... Nenhum “se cuida filha”? Ou “qualquer coisa nos ligue”?! Ou talvez, um “amamos você”? Beijo? Abraço? Não nada”.

Imagina se teria qualquer demonstração de afeto ali! Isso não era permitido nessa casa! Eu era um robô! Esses pequenos gestos me tiram do sério.

“É por essas e outras que eu vou acabar com a minha maldita vida.” falei em voz alta.  Era melhor conversar comigo mesma do que com alguém. Amassei o bilhete com raiva fervendo nas minhas veias, fazendo dele uma bolinha inútil de papel.

Subi as escadas em um átimo, bufando feito um touro na arena, resmungando coisas sem sentido. Entrei no meu quarto, acendi a luz, olhei minha prateleira de Cd’s, lá tinham os meus preferidos de anos atrás e os preferidos de Josh. Meu Deus há quanto tempo eu não escutava música?! Preferi nem me ligar nesse detalhe. Andei até a estante e comecei a vasculhar com olhar minucioso e as pontas dos dedos qual seria a balada perfeita para o momento. Se fosse para morrer eu morreria em paz comigo mesma. 

“Vamos ver Bella... Elvis? Não. Muse? Não. Rolling Stones? Também não. Ah que droga Josh.. Manda uma ajuda ai!”  Peguei todos os Cd’s com as duas mãos e coloquei na mesa do computador. Dentre eles surgiu uma capa que me chamou a atenção. 

“Uhnnn... U2? Muito Bom.”  Eu lembrei que fora um presente de Josh de 14 anos pra mim. Uma coletânea com as melhores músicas da banda. Ele dizia que Britney e Christinna não valiam nada e que eu tinha que melhorar meus gostos. É eu aprendi a gostar muito mais de rock do que pop. Liguei o som, abri o compartimento de CD, coloquei o disco lá dentro, ajustei o volume a uma altura agradável. Programei o repeat e apertei play.

"WITH OR WITHOUT YOU."

Ouvi os primeiros acordes e uma lágrima involuntária desceu por meu rosto.

  “É mano, daqui uns minutinhos a gente se encontra”.

  Um vento gélido percorreu minha coluna. Fui tomar um banho. Deixei a água quente relaxar todos os músculos do meu corpo. Aliviando pequenas dores que tinha em minhas mãos e na coluna. Uma porção de emoções passava por mim durante meu último banho.

Chorei como uma criança. Sentindo minha alma ficar limpa das amarguras do passado. Eu tinha que me sentir assim. Eu precisava me limpar de todas as magoas que existiam no meu coração. O choro não cessou enquanto a água quente ainda batia em contra minha pele.  Saí do banho, com uma estranha sensação de liberdade. E se a vida fosse sempre assim, pura e calma como a liberdade que estava sentindo? Poderia até desistir de meus planos… Mas não, minha vida não seria assim.

 A música tocava, coloquei minha camisola de cetim azul celeste. Cantarolei um pouquinho para aliviar um pouco a tensão que se instaurava em meu quarto. Sentei-me na cama macia. Peguei um bloco e uma caneta vermelha e comecei a escrever o meu adeus.  Não me dei ao trabalho de pegar um copo para beber a vodka. Abri a tampa e inalei o cheiro de álcool, o que me deixou tonta, já que nunca em minha vida tinha bebido. 

“Força garota”

 Aliás, deixaria uma vida sem muitas emoções, nunca namorei, nunca sai para festas, nunca, nem sequer, tinha beijado alguém. Mas não me arrependia. Era uma opção minha deixar tudo, deixar o pouco que tinha… Para trás. Tomei um gole grande de vodka. Desceu ardendo em minha garganta. Mas a sensação era boa. Continuei. Não queria sentir dor, mais nenhuma dor.

“Rá. É isso aí Isabella... o primeiro e o último porre de sua vida mocinha!” Falei em falso tom de severidade. Como se fosse meu pai em seus dias mais autoritários. Ri com o deboche.

Meu plano era por pra dentro 12 comprimidos de analgésicos e 8 de uso controlado. Não sei ao certo quanto tempo demorei em ingerir as drogas. No oitavo calmante e o quinto controlado, já não me sentia mais. Não tinha mais forças para levantar nem minhas mãos, apoiei a garrafa de vodka no canto de minha boca, para que o liquido descesse por minha garganta. Tudo foi ficando nublado. As paredes em minha volta giravam, ouvia gritos ao meu redor.

Sons agudos que rompiam o silêncio que começava a se instaurar em meu quarto. Aquilo não era pra ser daquele jeito. Era pra ser calmo e tranqüilo, sem tanto barulho. 

"CALEM A BOCA."

 Gritava silenciosamente. Deixem-me dormir. Era meu único desejo. Acho que estava tendo alucinações. Via vultos, como se houvesse muito desespero ao meu redor. Vi algo parecido com Charlie. Soluços e gritos. Parecia que estava flutuando pelos ares. Sentia-me leve como uma pena. Mas tanto barulho estava me incomodando … 

"VAMOS SAIAM DAQUI, ME DEIXEM MORRER COM DIGNIDADE!"

 Aquele som agudo só piorou. Será que já estava no inferno. Não eu não queria o inferno. Minha visão já não existia mais. Tudo era um grande borrão claro. Como o sol que se esconde atrás das nuvens… Uma voz soou em minha cabeça. Meus olhos doíam. Tudo dentro de mim ardia.  “Por favor, por favor… não feche os olhos”. Seria o resto de minha consciência que ainda clamava pela vida?  Desculpe era tarde demais. Cerrei meus olhos, o escuro e o silêncio me dominaram. Vazio.

Narração: Charlie Swan

Já estava cansado de estar ali na casa de Harry. Ele era um bom amigo. Mas sinceramente, era um sofrimento ver Renée daquele jeito, se esforçando tanto para sorrir. Ela dizia que já não via mais motivos para ficar alegre e ver beleza da vida. E quantas infinitas vezes eu lhe lembrei que Bella ainda estava ali, viva, e que precisava de nós, principalmente dela.  Eu sempre fui um pai ausente devido ao trabalho no exército. Amava ela, mas não era bom em mostrar meus sentimentos. E definitivamente eu não saberia como lidar com uma adolescente. Ela precisava de Renée, e Renée precisava reagir. 

Dois anos. Tempo suficiente, não para esquecer, mas o bastante para amenizar a dor e seguir em frente. Em quantas de nossas brigas ela gritava “Isabella não é o Josh!” ou “Bella nunca sequer será como Joshua! Ela não irá substituí-lo... Ele era o meu menino, o meu amorzinho”. E quando ela fazia essas declarações, não às escondia da menina. Muitas vezes gritou em sua cara. E isso, eu sabia, que mesmo ela não demonstrando abertamente, a feria profundamente.

Minha filha era uma cópia idêntica a mim.  Nossa. Joshua era ligado pelo cordão com a mãe. Eu o amava muito, mas quando Bells nasceu foi impossível resistir àqueles olhos chocolates. Ela virou meu mundo. Minha menina dos olhos. Tudo o que ela quisesse da vida eu giraria o mundo e daria a ela. Mas era extremamente difícil me aproximar dela, devido ao nosso jeito idêntico.  Quando Josh não retornou, Bella se fechou em seu mundo. Isso me preocupava.

 Tudo o que eu tentava conversar com ela, sempre recebia respostas evasivas. E foi a partir desse ponto que cada um era sua própria família. Renée só queria o filho. Eu só queria que me perdoassem por tê-lo obrigado a ir servir o exército. Bella... Bom nunca soube ao certo o que ela queria, mas receio que a palavra seja, amor.

Nesses dois últimos anos, houve uma vez em que ela explodiu. Mais precisamente 8 meses depois que recebemos a notícia. Eu estava sempre tão envolvido com o trabalho, tentando esquecer o erro que cometera com meu próprio filho. Renée bem fazia tudo por obrigação. Nossa filha era deixada de lado por qualquer motivo, futilidades banais. Bella foi esquecida no colégio durante 1 semana. Voltava todos os dias a pé. Só quando ela gritou com a mãe que nos demos conta que ela fora negligenciada. Bom, na verdade só eu que me dei conta da negligência. 

 Renée, sempre se sentindo como a única que perdera algo de valor ali, lhe jogou na cara que a garota deveria ter sumido de vez, assim não poderia ver mais o filho morto nos olhos dela. Depois disso, Bella nunca mais chamou Renée de mãe. Apenas Renée. Já era 21h30min. Não sabia como tinha sido em nossa casa. Nem como minha filha estava. 

“Bom Harry nós vamos indo...” Falei me levantando do sofá. Renée pela graça de Deus esboçou uma reação. Algo como: até que enfim. 

“Ah meu amigo, não vá, fique mais, vamos jogar cartas... será uma bela noite!”  Realmente seria bom, mas algo me impelia a ir logo embora dali. Sair pela porta, correr para meu carro, pisar fundo e ver Bells bem.

“Não Harry. Agradeço muito, mas não podemos. Renée já está cansada e nem vimos a Bells hoje, fica para a próxima... Tudo bem?!”

 “Claro Charlie, vão tranquilos. Mande um abraço para Bella”.

 Despedimos-nos de Harry e Sue e fomos em direção para o carro. Ali o silêncio era perturbador. Dois conhecidos totalmente alheios um ao outro.

Chegamos à nossa casa 25 minutos depois. Meu velho amigo morava em uma localidade mais retirada da cidade. Sempre preferiu lugares menores. Eu também. Mas, quando casamos, Renée gostava da cidade.  Entramos pela porta da garagem, procurei pelo interruptor de luz, na claridade reparei que não havia nenhum sinal de que Bella tinha comido. Larguei as chaves do carro sobre a mesa da cozinha. Minha esposa já tirava as sandálias.

Na sala a mesma coisa. Sempre igual. A casa parecia intocada. Bella sempre deixava alguma coisa pela sala. Não havia nada. Tudo exatamente igual. Isso sempre seria assim? Sempre seria a mesma coisa? A mesma situação de agonia diária em que vivíamos? Sempre os mesmos móveis nos mesmos lugares?  Se dependesse de Renée, sim. Sempre seria tudo desesperadoramente igual. Onde estaria Bells.

“Renée você sabe se Bella iria fazer algo hoje?” Porque perguntei isso a ela? Era muito mais fácil o açougueiro saber da vida da minha filha do que eu e sua mãe. Não esperava a resposta que veio dela.

“Que a sua queridinha Isabella faça o que bem desejar da vida inútil dela. Eu não me  importo. Se ela quiser sumir, pois que o faça!”

COMO ASSIM SUA LUNÁTICA?! NÃO SE IMPORTA? ELA É SUA FILHA TAMBÉM! Gritava em minha mente. Às vezes tinha vontade de sacudir Renée pelos ombros, só pra ver se ela acordava. Isso era absolutamente repugnante! Como ela podia falar aquilo? Bella era filha dela! Foi aquela mulher monstro que a carregou por nove meses! Eu não reagi assim à morte dele. Se fosse Isabella a ter partido, as coisas não seriam assim. Seria eu a definhar, mas ainda assim amaria e respeitaria Joshua. E estaria vivo por ele em qualquer situação. Assim como estou por Bella. Mas Renée não se importava?! Eu duvidava sobre essa opinião que ela tinha sob a própria filha.  Respirei fundo para retomar a calma.

“É uhum... você não se importa...” Deixa eu te ignorar, e ignorar os seus sentimentos, pisar neles como se pisa em uma formiga... Daí eu quero saber como você se sente. Emendei em minha mente.

Subi as escadas com passos calmos, chegando ao topo dos degraus ouvi uma música.  Música? Há quanto tempo não se ouvia música por aqui?! Era um som conhecido. Com uma melodia tranquila. Eu não sabia o nome da música, muito menos quem cantava, mas lembrava que essa era uma canção que meus filhos cantavam juntos.  O som vinha do quarto de Bells. Nenhum feixe de luz saía pelas frestas da porta. Caminhei pensando o que teria acontecido para ela finalmente estar ouvindo música. Era normal uma adolescente ouvir músicas não era?! Fiquei feliz com a possibilidade de minha filha começar a viver mais a sua vida. No final do corredor ficava o quarto de Bella. Hesitei à porta. Ela poderia estar dormindo, já que a luz estava apagada. Não queria perturbá-la. Mas sentia que devia entrar ali e dar uma espiada nela. Assim como fazia todas as noites quando não conseguia dormir. Sempre ia velar seu sono, rezando para que ela não acordasse e para que um dia me perdoasse pelos meus erros.  Com a mão agarrada ao trinco um vento gelado brincou com meus cabelos e percorreu minha espinha, me deixando alerta. Uma voz em minha cabeça ordenou “abra já essa porta Charlie”.

Sem oscilar escancarei a porta. Não estava preparado para o que meus olhos viram a  seguir.  Eu estava paralisado. Quando deveria estar fazendo alguma coisa para ajudar. Anos de treinamento militar e eu estava travado como uma estátua quando tinha que reagir. Sentia-me um tolo. Eu era um tolo.

Bells estava tendo espasmos por todo o corpo que faziam ela pular de leve na cama. Ela tinha uma garrafa de bebida no canto esquerdo de sua boca. O cheiro inundava o lugar. Sua boca estava cheio daquilo, que pelo aroma me parecia ser vodka barata, seu rosto estava molhado.  Na mesa de cabeceira, sob a meia luz do abajur notei cartelas de comprimidos de uso controlado e de tarja preta. Todas estavam pela metade. Um bilhete escrito à caneta. Na cor vermelha. Consegui identificar a primeira linha:

“Pai e Renée me desculpem...”.

O que estava acontecendo ali? A resposta me bateu como uma bola de demolição no momento em que questionei. Suicídio. 

 “NÃO DEUS, POR FAVOR, NÃO”.

 Eu gritei chorando. Senti uma presença atrás de mim, virei para constatar que era Renée. Sua face não denunciava nenhuma emoção aparente. Eu já soluçava com o pranto que me tomava. Desespero. Corri até a cama em meio segundo, pude notar que ela ainda tinha os olhos abertos. Ainda restava alguma consciência a minha criança. Eu não deixaria ela partir.

Olhei para as drogas sob a mesinha e vi que uma era as que Renée usava para a depressão. Quis morrer. Morreria depois se fosse necessário. Meu coração martelava no peito com um ritmo incansável. Rápido, cada vez mais rápido. Forte. Peguei o pulso dela, contei os batimentos, senti sua respiração.  Pulso fraco, respiração lenta.

 “Não... Bella... seja forte... continue... vamos... não... não... por favor, fica”.

Implorava para que ela ainda me ouvisse e que tivesse alguma reação. A peguei no colo, e a aninhei em meu peito como um pequeno bebê. Ela balbuciava coisas indistinguíveis. Olhei para seu rosto lívido.  Eu estava a perdendo.

“Por favor, por favor… não feche os olhos”. 

 Minha última súplica ao pé de seu ouvido antes de disparar para fora de casa feito um míssil.  O mês que se passou após o episódio daquela noite foi de dúvida, dor e discussões. No momento em que cheguei ao hospital, mal conseguia sentir a pulsação dela. Não queria, mas podia sentir minha filha me deixando.  Porque ela tinha feito aquilo? O que aconteceu pra ela tomar essa decisão? Naquele momento ignorei as perguntas. Provavelmente eu sabia quais eram as respostas. A entreguei aos médicos, rezando para deus não tirá-la de mim. Eu queria ter esperança. Eu queria ter fé. 

Rezei.

Com as mãos cobrindo meus olhos já inchados e com os cotovelos apoiados nos meus joelhos. Assim fiquei, por sabe Deus quanto tempo. Isabella era forte, eu sabia... Mas hoje ela teria que ser mais... Indestrutível.


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Notas finais do capítulo

N/a: Gente oie!

Como vcs estão?
 
Pessoas de minha vida! Muitas coisas estão por vir na Fic!
Poooor isso nao deixem de comentar ;P
 
Deem sugestões, críticas, qualquer coisa, mas comentem... vocês nao fazem ideia como aqueles numeros que vem antes da palavra review nos motiva!
 
Beijos e já amo vcs muitão!