Narração: Bella Swan Eu já não tinha motivos pra continuar. Fora a pior época de minha modesta vida. Tudo começou com a morte de Joshua. Meu irmão mais velho. Depois disso Reneé enlouqueceu, eram gritos, choros incontroláveis, pratos e copos quebrados, sumiços que nunca foram explicados, momentos de desespero, injustiças jogadas em minha cara. Ela nem sequer dava por minha presença. Eu fui rejeitada na escola por quase todos. Sem falar o que aguentava naquela escola desde os meus 14 anos quando cheguei a New Orleans. Eu tinha uma amiga – ou eu pensava que tinha –, Jéssica, seu nome. Mas ela fez pior do que todos os outros. Ao invés de simplesmente me ignorar e me deixar em paz, ela me enganou e trapaceou. Eu realmente podia detestar essa cidade, mas eu, simplesmente gostava de viver aqui. Poderia suportar mais 1 ano e estaria na faculdade. Seria uma vida nova. Ou talvez não. Todos os dias na escola, alguns alunos faziam alguma coisa comigo, colavam placas nas minhas costas, montagens com fotos, chicletes nos meus cabelos e mais um monte de idiotice de gente burra e ignorante. Isso todos os anos. Todos os dias. A cada momento que eu olhava tinha alguém dando risada de mim.

E eu me isolava, por opção. Desde que Josh partiu pra guerra eu suportava a mim mesma sozinha, não queria compartilhar nada com ninguém. Ele era meu melhor amigo. O laço que nos unia era muito mais forte que o meu com meus pais. Eu queria me juntar a Josh logo. A saudade martelava em meu peito. Era uma dor aguda que gritava e inflamava dentro de mim. Eu era um fantasma dentro daquela casa. Minhas necessidades depois da morte dele eram simplesmente esquecidas. Eu era lembrada quando Charlie precisava de sua “bonequinha” para mostrar como exemplo para seus colegas militares. Eu era a filha do General Swan. Era um brinquedo, esse era meu sentimento. Charlie me exibia para todos; Bella Swan a moça bem comportada e recatada, que tirava excelentes notas e que, provavelmente, cursaria medicina em Darthmouth e que provavelmente se casaria com um militar e teria filhos para exibir como chaveirinhos. Assim como faziam comigo. Por que, nunca, ninguém, ali naquela família me perguntava o que eu queria? Simples, eu não era o filho homem, eu vim depois de Josh e olhar pra mim machucava e fazia-os verem que a culpa, de meu irmão ter ido para aquela maldita guerra e nunca mais ter voltado, era toda deles e da insistência estúpida para que o primogênito fosse um militar honrado assim como o pai... Eles não me perguntavam, assim como não perguntaram a Josh.  Tudo era um lixo ali naquela casa. A comida, o tratamento, o clima, a vida.  Eu não queria mais aquilo pra mim. Eles mandaram metade de minha alma pra morte. Logo a minha alma estaria completa. No auge de meus 17 anos eu estava decidida a morrer.