Reino Esquecido escrita por Beato


Capítulo 8
Capítulo 8 – Desespero




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A floresta estava iluminada pela luz do dia, o centro da mesma ficava embaixo da ponte que unia os dois reinos, lá havia duas estátuas, cada uma em uma lateral com a face de uma governanta, mas na realidade so uma exercia o cargo. Perto da estátua da atual governanta, uma jovem com longos cabelos castanhos e mexas prateadas presos em um rabo de cavalo estava admirando o nada, ela estava perdida no mesmo flashback que revivia sempre.

Minerva sentia frio e o chão da Terra, pode ver quando Katrina se foi sem olhar para trás, sentia dor, mas o que mais doía era seu coração. Ela iria aceitar a morte como uma boa amiga, ela não queria mais aquele mundo, mas pôde sentir quando cipós e troncos de árvores a puxavam pra dentro da floresta, seu corpo estava sendo carregado pela magia que residia na floresta, mas desmaiou logo em seguida. Quando acordou estava já debaixo da ponte e ao seu lado uma mulher encapuzada, toda de preto. Ela se aproximou do corpo imóvel de Minerva.

– Você mudou. – Dizia com frieza. – Antes era possível sentir a sua maldade, mas algo mudou seu coração.

– Sim... eu me deixei levar pela fraqueza que é o amor e a amizade. – Minerva respondia rapidamente. – E o que diabos isso tem a ver com você? Aliás, quem é você?

A mulher levantava o capuz mostrando os cabelos negros e olhos mais negros ainda.

– Meu nome é Teodora, e receio que minha filha tenha sido má com você.

– Claro... – Katrina havia falado sobre a mãe, como não havia feito a ligação? – Por que está aqui?

– Antes de tudo quero que saiba uma coisa, eu sou de uma entidade esquecida, quando Celestina veio a Terra para ajudá-los, nos foi dada a missão de quebrar o ciclo de regência. Não que as pessoas não tenham tentado, mas matamos todos. Eu disse muito para a minha tola filha ficar longe desse ato insolente, mas ela teve que me contrariar, seu sangue clamava por isso. Você viu a última rainha?

– Aquela da pintura? Vi. – Minerva dizia ainda assimilando tudo. – Aliás, quem é Celestina?

– Katrina é descendente dela, quando destruímos sua família, pegamos as crianças. Agora... eu tenho uma escolha pra você.

– E qual seria? – Minerva não tinha intenção de se voltar para maldade de novo, mas precisava ir até o fim. Saber da descendência de Katrima já se tornava perturbador, bem que ela notou a semelhança na pintura.

– Eu posso matar minha filha agora. – Teodora disse deixando Minerva com o coração acelerado. – Ou você pode se unir a mim. Há magia em seu sangue, e eu posso usá-la para algo melhor.

– E por que eu deveria aceitar a oferta para proteger a garota que me traiu?

– Porque querendo ou não você a ama, e com você querendo ou não eu posso usar seus poderes. O que te ofereço é uma chance de ser alguém melhor e proteger a quem você diz amar. Você será solta, mas não vai fugir.

– Ótimo, que assim seja...

– Ah... – Teodora dizia fingindo acabar de se lembrar. – Celestina foi a maga que deu início a isso!

Minerva fazia força para esquecer a memória distante, a floresta com sua magia havia a curado, e não a via mais como alguém a ser morta, ela estava ali como uma convidada. Ela já conhecia cada parte daquela floresta, podia andar por ela e chegar a qualquer um dos lados sem se perder, em parte isso vinha de seus poderes mágicos, Teodora havia lhe mostrado como ela podia usar isso pra adivinhações, pra ver o que os outros não viam, e fazer coisas incríveis. Ultimamente ela estava usando o que Teodora chamava de "Influência", ela conseguia induzir outras pessoas a falarem ou fazerem algo, começou aparecendo em sonhos para a Ceci, sempre dizia o mesmo: "Me encontre". Isso porque Teodora havia lhe contado que assim como ela, Ceci também tinha sangue mágico, mas Marina não, então a única que poderia agir de forma melhor seria sua pequena irmã, não mais tão pequena assim.

––X––

Ceci fechava o livro e o levava consigo para seu quarto, que era similar com os outros, a mesma cor de parede e o mesmo carpete, mas no dela havia um guarda roupa e não havia sacada. Ela guardava o livro em uma bolsa e saia pela janela, iria fazer uma pequena exploração.

O sol estava forte, ela sentia sua pele ser esquentada, parecia que iria fritar a qualquer momento, mas isso não a impediria. Ela saiu do castelo e foi até a ponte, mais especificamente o meio da ponte e olhava pra baixo, na mesma hora em que Minerva olhou para cima, seus olhares se cruzaram e Ceci sentiu suas lágrimas escorrerem. Minerva fez um sinal para que ela pulasse, Ceci assim o fez, a queda não era alta, não tanto quanto pensou, ela mal sentiu a queda.

– Ok, isso é estranho. – Ceci dizia se ajeitando e olhando pra Minerva. – Por que você está viva? Alias, por que você fugiu?

– Katrina me atacou, mas eu não a culpo, isso foi coisa da magia da floresta misturada com a maldade intencional de Teodora. Eu não fugi, ela me feriu e me largou aqui, por algum motivo a floresta me salvou. – Minerva disse tudo rapidamente. – Mais alguma pergunta?

– Han... – Ceci olhava ao redor admirada com a beleza da floresta. – Não, digo, SIM! Não vai chamar atenção o fato de eu ter pulado da ponte?

– Não, não. – Minerva respondia pensativa. – Eu pude aprender muita coisa sobre a floresta e como ela funciona durante esse tempo, eu até aprendi a usar magia, mas o mais importante foi... Quando alguém está no poder, a floresta usa um filtro de percepção, ele deixa algo "inotável". As pessoas sabem onde a floresta esta, mas não sentem vontade de vê-la. Esse efeito acontece na ponte também, as laterais são como campos nulos, pra ele você nem estava lá.

– Uau! – Ceci olhava ainda assimilando tudo. – Faz sentido. Então, qual o grande plano?

– Certo, vamos começar.


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