Changing... Genres? escrita por Black Angel


Capítulo 6
Chapter 6


Notas iniciais do capítulo

Olá meus cupcakes, como prometido, aqui estou eu, de volta ao meu lugar, dentro do prazo prometido.
Eu não planejava terminar esse capítulo hoje, porém, a inspiração me pegou e... Bem, quem sou eu pra reclamar?
Mais um cap fresquinho, saindo com amor.



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Dean se sentou na cadeira da biblioteca, sua cabeça fervendo em raiva.

Sua raiva devia-se a não menos que a Gabriel. Talvez não totalmente a ele, mas se recusava a pensar no que ocorrera mais cedo, durante o caso.

"Dean entrou na sala coberta por cortinas púrpuras, o papel de parede negro e roxo, o local encoberto por névoa vinda de nenhum lugar em especial, dando a sensação de mistério. Ele conhecia muito bem esse tipo de gente, que atraia e atacava pessoas impressionáveis, extorquindo dinheiro em troca de predições mal ditas e palpites bem colocados.

– Ora, vejo que temos aqui um mal resolvido... – a cartomante calmamente disse para o loiro numa voz etérea assim que ele entrou, sem ter dito uma palavra, que subitamente pareceu ofendido. – Sente-se, sente-se, fique à vontade.

– Sou o agente Bayne, quero te fazer algumas perguntas. – ele observou o local – Olha, eu não quero saber dessas baboseiras de predição ou sugestões para o futuro-

– Muita pouca fé eu vejo em você garoto. – sobrepôs ela.

Dean olhou a mulher de meia-idade a sua frente.

Ela era negra, sua pele se cobria com riscos e desenhos com giz brancos onde era exposta. Seus cabelos eram extremamente cacheados e estavam soltos, porém controlados por um arco roxo.
Suas vestes, em si, eram uma mistura de panos em tons de roxo e lilás, seus dedos eram cobertos de anéis e seus pulsos de pulseiras. Todas as vezes em que mexia a mão, o ruído de suas bijuterias enchia o local que era majoritariamente silencioso.

Dean pensou em dar meia volta e deixar Sam cuidar daquela idiotice, porém se lembrou da adolescente mimada a qual ele fora investigar. Definitivamente, não era uma boa ideia. Ele preferia a louca ao invés da choradeira.

– Vamos querido, sente-se, se apresse. Se acha tudo isso uma idiotice, por que tens medo de se sentar na companhia de uma senhora louca? Se queres perguntar sobre o assassinato, venha, pergunte. Não tenho medo do além, ou do que ele possa trazer consigo.

Ele a olhou meio surpreso e, ainda hesitante, se sentou na cadeira a frente a mesa. Dean limpou a garganta, sentindo-se desconfortável sob o olhar desvendador da mulher.

– Eu soube que uma das vítimas vinha muito aqui antes de ser assassinada.
A cartomante sorriu, seus dentes brancos reluziam na luz da bola de cristal. As luzes pareciam ter sido escurecidas, pois agora, estavam enfraquecidas demais.

– Sim. A Sra. Delaney era uma cliente recorrente, veio aqui por diversas vezes. Tinha muito interesse nas obras da adivinhação. – a mulher parou, encarando seus olhos, como se tentasse enxergar sua alma através deles – Me diga rapaz, por que está criando essa barreira entre as pessoas a sua volta?

– Ela perguntava sobre o que? – ele ignorou a pergunta.

A cartomante se ajeitou na cadeira, inclinando-se para frente e apoiando os braços na mesa.
– Minhas consultas são privadas.

– Eu não me interesso. Olha, uma família inteira foi assassinada. É meu dever como policial-

– Não pense que eu sou tola. – sorriu-lhe misteriosamente – Eu soube que você não era um agente desde que pôs os pés aqui. Não me subestime.

Dean estreitou os olhos, observando-a perigosamente.

– Você é um caçador, foi criado para isso. Eu – acrescentou – posso claramente ver vestígios de um passado sombrio, triste. Busca por aceitação, preocupação, perdas. E nada disso sumiu até hoje, querido. Oh não, você tem medo de decepcionar os que você ama.

Dean abriu e fechou a boca algumas vezes. Como ela-?

– Eu sou uma vidente, garoto. – acrescentou rispidamente – Não me subestime. Vendo previsões falsas para falsos adoradores e conhecedores da magia que só desejam usá-las para aumentar seu ego. Mas para aqueles que procuram pela verdadeira face da feiticeira, ficarei feliz em mostrar o caminho. A Sra. Delaney tinha esse interesse, e clarevidência, sim, muita clarevidência. Era uma aprendiz excepcional. Mas andava assustada, me dizia que seus demônios do passado vieram para assombrá-la. Tentei ajudá-la, mas era tarde demais, ela se afastava cada vez mais para o medo. – ela encarou Dean, seus olhos transmitiam um brilho que ele nunca havia visto na vida. – Uma vez que alguém é tomado pelo medo, não tenho mais nada a fazer. O medo leva ao desespero, o desespero ao ódio. Uma vez no caminho obscuro e vingativo, não tem muitas chances de volta. – a mulher voltou a se recostar, observando o rosto atônito de Dean, parecendo satisfeita com seu resultado. – Mas você sabe disso melhor do que ninguém, não é? Medo do desconhecido, medo de perdas, medo da dor. Sua vida foi banhada nisso, eu nem preciso te falar para que você saiba. E você já provou dos frutos que isso te traz, hã? Mas alguma coisa muito forte o fez voltar atrás. – ela pareceu testar as palavras, mas logo mudou – Alguma não, alguém.

Dean ficou furioso, bateu na mesa, fazendo com que tudo ali estremecesse, porém, a mulher sorriu, como se esperasse aquela reação.

– Você não sabe nada sobre mim, sobre Sam ou Castiel, e muito menos sobre o que eu já enfrentei – ele se pôs de pé, inclinando-se ameaçadoramente sobre a mesa – E acredite, eu já enfrentei coisa muito pior que uma louca metida a adivinha. Você não tem direito algum de futucar minha mente – se encaminhou para a porta pela qual entrou e, dizendo com as palavras escorrendo sarcasmo, saiu batendo a porta fortemente – E muito boa tarde.”

Respirou fundo, lembrando do que havia feito a poucos minutos com Castiel. Ele não queria ter ficado tão bravo, não com ele, mas a inocência de Cas em achar que seus irmãos eram bonzinhos o matava.

E como Gabriel ousava ter deixado ele assim? Jogado na cama, com os cabelos bagunçados, as bochechas coradas, os lábios vermelhos entreabertos, pareciam convidá-lo. Teve que se parar nos pensamentos. “Não Dean, não é só porque ele está no corpo de uma mulher que você pode fazer isso, ele ainda é o Cas, não mudou nada. Nada.”

Passou os próximos minutos se convencendo disso, repetindo tal como um mantra.

–x-x-x-x-x-x-

A porta do Bunker se abriu estrondosamente, o barulho pode até ser ouvido da onde Sam e Cas estavam, e tirou Dean de seus pensamentos contraditórios.

– Eu voltei! – Gabe gritou quando chegou ao pé da escada, largando as sacolas no chão sem nenhum cuidado, felizmente, elas estavam fechadas.

Sam correu para impedir qualquer desastre que ele sabia que ia acabar acontecendo, deixando Cas na cozinha, chegando a tempo de ver Dean se levantando.

Em um segundo, Gabe estava com um sorriso radiante, com os braços levantados em comemoração, ainda um pouco cansado, no outro, Sam segurava seu irmão, se botando em frente a Gabriel, impedindo-o de chegar até ele.

– QUE MERDA VOCÊ ACHA QUE FEZ, GABRIEL?

O arcanjo pareceu não se importar, na verdade, chegava até a se divertir com a situação.

– Compras! Não é ótimo?

Sam por um segundo vacilou com a resposta, ele não seria tão cara de pau de agir assim, não é? Ele tinha que ter algum senso de juízo.

– Dean, não. Pensa bem. – Interviu Sam. – Se você fizer alguma coisa com ele, Cas não vai te perdoar e você vai arrumar problemas com o anjos. de novo. Ele é humano, mortal, pare e pensa, vale a pena?

Aquilo pareceu afetar o irmão, que recuou. Gabriel revirou os olhos.

– Parabéns Sam, quer receber seu diploma de adestramento de pets agora ou depois?

Sam respirou fundo, repetindo as próprias palavras para si mentalmente.

– Gabriel, o que você fez não foi nada bom. Castiel está mal, triste e magoado por sua culpa. Não me interessa quais eram as suas intenções, você errou ao deixá-lo daquele jeito. Traiu sua confiança. Traiu a nossa confiança. – o loiro ficou mudo, como uma criança que recebia esporro por ter desobedecido – Você mal está aqui e já começou causando brigas. Controle o seu instinto primitivo de fazer besteira, ou seremos obrigados a fazer isso por você.

Por um momento, o brilho Trickster voltou aos seus olhos.

– Oh, eu adoraria ver você tentar me controlar Sammy. Seria algo realmente interessante. – sua voz beirava a malícia.

– Será que você não pode calar a boca e falar sério pelo menos uma vez na vida? – Interrompeu Dean.

– Ora Deanno, eu estou tão perto de fazer isso quanto você de conversar sobre seus sentimentos enquanto passa perfume no Cas e faz trancinhas no cabelo do Sam, se você conseguir isso, eu garanto que consigo. Mas como nenhum de nós dois acredita que isso um dia será possível, acho que a resposta é não. – Gabe sorriu triunfante quando viu que havia tirado o loiro do sério novamente.

– Você não está nem um pouco arrependido? – a voz fraca e rouca de Cas foi ouvida do outro lado do cômodo. Gabriel sentiu uma coisa estranha no peito quanto viu a desolação no rosto de seu irmão mais novo. Seria aquilo culpa? – Eu confiei em você Gabe, eu te disse que eu estava- – ele se interrompeu, como se aquelas palavras doessem mais do que uma facada – vulnerável. Eu te disse isso e mesmo assim você foi em frente com esse seu plano estúpido.

Gabriel se exaltou.

– Eu fui comprar roupas pra você. Não é como se eu tivesse fugido e deixado um bilhete “Fui pra sempre”. Você sabia que eu ia voltar.

A mágoa cresceu dentro do peito de Castiel, ele nunca havia sentido as coisas assim tão fortemente.

– Não foi o que você fez. Foi como. Você me embebedou pra me tirou da jogada, para o seu – ele frisou – caminho ficou livre. Você me usou como se eu fosse uma maldita peça dos seus joguinhos!

– Você não ia vir comigo, eu precisava fazer – ele se defendeu – Eu te pedi inúmeras vezes e você-

– EU NÃO FUI PORQUE EU SOU LEAL A MINHA PALAVRA. – a voz de Castiel saiu esganiçada, como se fizesse esforço para que ela saísse clara e alta. – Eu prometi a eles. Eu errei muito e sofri muito em todas as vezes que menti para meus amigos. Gabriel – ele respirou fundo, segurando a camisa na altura do peito. Lhe doeria falar isso, ele era seu irmão – eu confiei em você, diversas vezes. E acabei assim, enganado, de novo. Então espero que saiba que agora já não mais confio, e não confiarei até que você aprenda.

Sam e Dean foram esquecidos da cena, esse era o momento deles resolverem seus problemas por si só, eles não tinham direito nenhum de se meter. Dean não tinha mais raiva, ela se fora no momento em que viu os olhos azuis de Cas lutando para não chorar. Um aperto forte no coração dele, que simplesmente não sabia o que raios deveria fazer, nunca vira o anjo tão vulnerável a ponto de querer chorar.

Gabriel havia passado dos limites.


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Notas finais do capítulo

Como prometido, os capítulos serão maiores agora, ou pelo menos vou tentar assim fazer XD
Espero que tenham curtido, semana que vem tem mais.
Kissus kissus,
Até mais.