Changing... Genres? escrita por Black Angel


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

OLÁ MEUS CUPCAKES, quem quer um cap de presente de natal?
Uhul, e também, tenho um aviso: Uma vez que este é o último capítulo do ano, me sinto na obrigação de avisar vocês.
O FIM ESTÁ CHEGANDO!
O que isso quer dizer?
Bem, comecem a se despedir da fic meus amores, porque em Janeiro, definitivamente, os últimos capítulos serão lançados...
Mas deixemos as despedidas para o último, não?
Aproveitem o cap ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/659667/chapter/18

Mesmo depois de duas horas de carro viajando ao oeste, Katherine ainda não conseguia acreditar no que havia feito. Ela pôs as mãos no rosto, cobrindo-o. Levava seu coração nas botas, tentando entender como havia concordado com aquele absurdo. Valia mesmo a pena? Não era a escolha certa ou nobre a se fazer, era arriscado e ela tinha certeza que se seus pais a vissem agora, estariam envergonhados, mas era melhor tê-los envergonhados do que não tê-los de jeito nenhum.

Olhou para o céu que via pelo vidro da janela e acomodou-se melhor no banco, ainda se sentindo desconfortável, mas Kate sabia que não importava a posição em que ela ficasse, a sensação inquietante não ia passar. Era tarde demais pra voltar atrás, de qualquer forma. O que estava feito, estava feito, o único caminho que via era a frente. Ela só não tinha certeza se esse caminho que ela escolheu era o certo.

Tamborilou os dedos impacientemente enquanto Vincent mantinha os olhos na estrada. Os dois corpos – era certo chamar eles assim? Ainda estavam vivos! – se encontravam amarrados e jogados na parte traseira da van, que haviam deixado para eles assim que Vincent solicitou.

Havia desistido de puxar assunto desde a cidade passada onde ele não demonstrou o menor interesse pelo tema em que se baseava seu monólogo – que era muito interessante em sua opinião. Tentava pensar em qualquer coisa que não fosse nos anjos, apagados e que conheceriam um futuro pior que a morte em breve. Sentia como se pudesse se jogar daquele carro em movimento e correr para longe de tudo e todos. Estava enrascada até o pescoço. Literalmente.

— Zadimus vai ficar feliz – ele começou, para a surpresa dela – Ele vai te recompensar, ah vai. E finalmente nos tornaremos a espécie dominante. – Kate abriu a boca para perguntar o que aquilo significava. – Eu não vou falar nada, nem adianta. Se alguém for te contar alguma coisa, será Zadimus.

Ela notava o grau de admiração que ele nutria por esse cara somente por ver seus olhos, usualmente sem vida, se acenderem com determinação. Deu um longo suspiro, voltando a olhar pela janela. A paisagem ia mudando conforme as horas passavam até que ela se entediou com isso também.

Algumas boas horas – quase um dia –, dois lanches, um cochilo e uma parada para reabastecer depois, eles chegaram a um grande prédio que, ao contrário do que Katherine imaginava, era muito bem conservado, de aparência cara e asseado. Um hotel, cujo o topo não se conseguia nem ao menos ver, mas que, com certeza, poderia ser considerado no mínimo 4 estrelas. A fachada bem iluminada por luzes que focavam no nome como se fosse a exaltação de uma obra de arte. A entrada, com tapete vermelho levando a porta principal de duas folhas de vidro, ladeada por plantas verdes em vasos bem tratadas. Então se permitiu dar uma olhada em volta. As luzes, os hotéis, os carrões, os cassinos, a extrema atividade noturna que enchia seus ouvidos numa mistura de músicas que então formava uma só sinfonia, a sinfonia de Vegas. Ela tentou se sentir animada, como da última vez em que estivera ali, mas sua animação seria logo arrancada brutalmente de seus braços quando viu os "parceiros" de Vincent saírem para recebê-los.

Eram dois caras imensos, com braços que pareciam toras de madeira e pernas grossas como as de um bodybuilder. Passaram reto por ela, se dirigindo diretamente para o homem a seu lado, que havia acabado de sair do carro, para então irem até a parte traseira do mesmo, abrindo as portas e carregando os anjos, já acordados, como sacos de batata no ombro. Amordaçados, com pulsos e tornozelos amarrados, a única coisa que podiam fazer era olhar com a mais pura raiva para todos, até que seus olhares se encontraram com o de Katherine, e então se encheram com mágoa e desprezo, e ela sabia bem o porque destes, desviou o olhar, nem tentando sustentá-los, sabia que não conseguiria.

Pegou sua bolsa dentro do carro, com as roupas que Cas e Gabriel a haviam emprestado, uma vez que haviam voltado ao normal e ela poderia usar mais que eles. A culpa ainda pesava em sua alma, mas engoliu o que precisava, mesmo sentindo a garganta fechada, e entrou com passos firmes no hotel, sendo recebida por um dos vários serventes do local, que ofereceu para que carregasse a bagagem, agradeceu e entregou-a em suas mãos, era como se estivessem os esperando, e provavelmente estavam.

Entraram então no elevador, que era, definitivamente, o maior que já havia visto. Cas e Gabe olhando ao redor, estudando o local. Tudo permaneceu quieto por um momento, só a música do elevador quebrava o clima de tensão instaurado no local. Mas a respiração ansiosa de Vincent denunciava o que estava prestes a acontecer. Kate sentiu a palma de suas mãos molharem de suor, que também encharcava sua testa e suas costas. Quando o apito do elevador veio, avisando que iria abrir, ela teve que segurar novamente o impulso de sair correndo. Finalmente iria conhecer ele, Zadimus, o chefe dos vampiros, aquele que assolava seus pesadelos na penumbra com sua voz alta e imponente, o homem por detrás de todas as promessas feitas, sentia naquele momento que havia feito um trato com o próprio demônio em si.

E então as portas se abriram e Kate parou de respirar por um momento quando viu um vulto correndo em sua direção numa velocidade extraordinária. Preparou-se para o impacto, para a morte, para qualquer coisa que fosse, mas este não veio, ao invés disso, Vincent recebeu. O vulto não corria para ela e sim para ele. E agora havia um adolescente, mais jovem que ela com certeza – talvez uns 16,17 anos? –, pendurado no pescoço deste, sendo abraçado de volta por um Vincent muito satisfeito. Katherine olhou simplesmente sem entender nada, pigarreando e procurando por uma explicação.

Foi ai que o garoto virou o rosto para olhá-la, como se só percebesse sua existência naquele instante. Ela pôde então ver a pele branca como porcelana sem marcas ou cicatrizes, os lábios levemente avermelhados, pequeninos mas cheinhos, que se curvaram num sorriso de total malícia quando a avistaram, os cabelos médios loiros, tão claros que quase pareciam brancos, trabalhavam com a franja longa ao fazer uma moldura para a face fina e o nariz pequeno e delicado, mas o que mais lhe chamou a atenção foram os olhos. Verdes, grandes, mas nem tanto, profundos e mortos. Era a face de um anjo, em toda sua inocência, deformada por traços de algo vil, tirada de sua inocente vida em seu auge, era como se ele tivesse saído de uma pintura dos seus livros de mitologia como o filho de um deus ou então de um de seus quadrinhos japoneses.

— Katherine, seja bem-vinda! Esperei ansiosamente pela sua chegada. Aceita alguma coisa? – sua voz não era grossa, nem era fina, estava algo entre os dois, era boa de ouvir, calma e macia, como se tivesse todo o controle naquela sala, apesar de sua aparência fazer com que Katherine achasse que poderia quebrá-lo com um toque.

A menina ficou em silêncio sem saber exatamente o que dizer, encarando aquele ser a sua frente. O sorriso dele aumentou, transbordando todos os tipos de malícia, enquanto se soltava do abraço e se virava completamente para ela.

— Você não era tão quieta assim no nosso último encontro – deu um toque no nariz dela – O morcego comeu a sua língua?

Sua garganta fechou, era difícil até de sua saliva descer. Ela olhava em seus olhos e o vazio a encarava de volta, sentindo seu coração apertar e o estômago pesar, Katherine, num fio de voz, perguntou:

— Zadimus?

Ele a olhou, de cima a baixo, de um lado a outro, andando em volta dela, de forma dolorosamente lenta, observando-a como se fosse uma peça em exposição no museu, e parou novamente a sua frente.

— Finalmente fomos propriamente apresentados. – estendeu a mão, e alguns segundos se passaram sem que obtivesse uma reação – Ora, vamos, não sou um monstro selvagem como o qual me descrevem por ai. Eu só... Mantenho uma rédea curta com meus inimigos. – Kate retribuiu então ao aperto. Ele a segurou firmemente e com um puxão a trouxe para perto. Ele era mais baixo que ela, mas nem por isso menos imponente. Os olhos se cravaram uns nos outros. Era como olhar num espelho quebrado. – O que você vê? Seu pior pesadelo? O seu maior medo? – um traço de sarcasmo marcava a voz de Zadimus – Não, não é? Porque ele já aconteceu... Venha, venha, seja bem-vinda. Temos assuntos a tratar. Você será levada para uma suíte, para que possamos conversar depois. No momento, tenho outras coisas mais importantes para resolver,

Rindo, se afastou, dando espaço para que todos saíssem do elevador, menos Kate e Vincent, que foi designado para levá-la. A menina sentiu o medo e a tensão desabarem de seus ombros, suspirou, tentando se acalmar e então se tornou consciente novamente de que tinha gente a observando, Vincent e os anjos, que haviam quase se entortado pra conseguir ver o que estava acontecendo. Viu as portas se fecharem novamente, tentando saber o que viria a seguir.

Eles se viam agora numa gigante sala, onde tudo parecia ser extremamente caro. Até o sofá, branco com detalhes em dourado, dava a impressão de que, se ela estragasse ou manchasse, nem um trabalho que durasse sua vida toda iria cobrir o preço de outro. As paredes que davam para fora feitas completamente de vidro, tecnologias, videogames e uma TV de última geração podiam ser vistas num canto, uma bancada com alimentos e quitutes frescos do outro, dois sofás grandes no meio da sala, um de frente pro outro, que era separada de nível com os outros extremos por degraus, que cercavam o espaço central do cômodo, o que dava uma aparência quase de uma bacia. Uma bacia muito cara. Entre os dois sofás uma mesinha delicada de vidro.

— Venham, sentem-se. – agora ele se dirigia para os anjos, desconfortáveis e sujos nos ombros dos capangas. – Mas que falta de educação, onde estão seus modos? Soltem nossos preciosos bens, eles precisam ser mantidos como príncipes na Terra, não? Já que são nossa parte crucial.

Foram soltos como sacos de estrume no sofá, sem nenhuma delicadeza ou consideração, o que causou um gemido de ambos abafado pela fita na boca, reclamando da dor nos corpos já antes doloridos. Suas barrigas doíam de tanta fome, as bocas secas clamavam por um pouco de água, mas se recusaram a implorarem e se rebaixarem. Zadimus se aproximou dos dois, arrancando a fita de uma só vez, se deliciando com a dor que implicava. Os olhares cheios de ódio o encaravam, passando por cada um naquele ambiente.

— Comam o que aguentarem, bebam até se satisfazer, limpem-se, vistam-se com as mais belas roupas, aproveitem de tudo o que podemos oferecer, dos prazeres mais simplórios aos mais sórdidos, vocês são meus hóspedes de ouro. – abaixou-se até ficar na altura destes, o que não precisou de muito – Mas acho que não estão acostumados com tanto conforto, estou certo? Duvido que fossem tantos os mimos lá em cima com o big guy. Alias, como que é lá? – ele se afastou um pouco, pegando uma mini adaga em sua cintura e voltou para perto, cortando as amarras – Chega de brincadeiras. – encostou o objeto cortante na garganta de Cas, um sorriso diabólico nos lábios – O que eu falei é verdade, vocês são meus hóspedes favoritos, cartão VIP, meus pôneis premiados, meus brinquedinhos especiais, e ninguém aqui vai tocar em vocês, a não ser que queiram, é claro – deu uma piscadela na direção do moreno – Mas deixo claro, se tentarem escapar, eu mesmo vou atrás de vocês. E devo dizer... – deu um pequeno corte no queixo de Castiel, e apanhou o filete de sangue que saiu de lá com a lâmina, levando de encontro aos lábios – Essa minha reputação procede muito bem.

Virou-se para Gabriel.

— E você? Gabriel, seu nome precede? Eu ouvi falar muito de você, mestre dos prazeres, dos truques e da enganação, com seus poderes, nada passa de um truque de mágica pra você, não é? E cadê eles agora? – os olhos de Gabe se arregalaram – Ah, pensou que eu não sabia? – Zadimus aproximou seus lábios do ouvido do mesmo – Eu tenho ouvidos em todo e qualquer. Acha que foi coincidência o seu Sasquach achar um dos meus ninhos ao mesmo tempo que o outro caçava um lobisomem? Oh não, somos muito mais cuidadosos do que aquilo, mas precisávamos atraí-los para longe daquele lugar, e separá-los, testar a força e fraqueza de cada um. – ele se afastou dos dois, sentando-se no outro sofá, cruzando as pernas, com um braço esticado pela extensão deste, com os lábios prensados, formando uma linha com um sorriso de falsa inocência enquanto o arcanjo abaixava a cabeça – E acontece que, olha que engraçado, a sua força, tal como sua fraqueza, é a mesma que a de seu irmão. Vocês estão apaixonados, um mais que o outro, não é mesmo Castiel? Desistiria de poder, vida eterna e um lugar ao lado de Deus! – quase gritou o nome deste – Que piada! O anjo que ama a "humanidade", filho direto de Deus, jogaria tudo no fogo do inferno por um homem. Irônico, não acha?

Ele então se levantou, e bateu as mãos como numa palma.

— Zadimus... – uma voz, grossa, mas quebrada, fez-se ouvir – Você não vai ganhar, eles virão nos resgatar e você vai pagar. – o sorriso de Zadimus aumentou para um risinho baixo – Ria o quanto quiser, mas se lembre dessas palavras quando eles estiverem prestes a chutar a sua bunda: Ninguém mexe com os Winchester.

— Ah, meu querido Castiel, anjo inocente. – ele veio em sua direção novamente, segurando seu queixo e aproximando os rostos. – Eu já ganhei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se gostou, odiou, achou que precisa de melhoras, comente, não dói ;)
Um excelente natal pra vocês, cupcakes!
Kissus kissus,
Até mais!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Changing... Genres?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.