Changing... Genres? escrita por Black Angel


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Acharam que não ia ter cap hoje né? Surpresa!!!
OLÁ MEUS CUPCAKES!
Mais um capítulo saindo do forno. Especialmente pra vocês ♥
E um feliz ano novo pra vocês meus amores!!



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Estavam sentados, Sam com um saco de gelo na parte de trás da cabeça e Dean checando todas as armas furiosamente. Ele não estava pra brincadeiras, e Sam não ousava trocar uma palavra com o irmão, estando ele mesmo também irritado. Foram enganados bem debaixo dos próprios narizes. E agora os anjos haviam sumido, e não havia nem uma pista de onde foram parar, mesmo após passar um dia procurando, a única coisa que ganharam foram olhos cansados. Além de haver um buraco (ou quase) na parede, devido soco que o loiro havia dado após sair do quarto trancado quando Sam o soltou de lá. Um bip no celular chamou a atenção de ambos, Sam rapidamente pegou-o em mãos para ver o que era.

“Número desconhecido: 1 mensagem”

O que poderia ser uma mensagem normal, o fez apertar o aparelho com mais força em mãos. Chamou Dean e virou o visor para o mesmo, a reação deste foi engatilhar a arma com força, rapidez e precisão, eles nem precisavam perguntar para saber de quem era, a mensagem dava a entender o suficiente e a audácia por isso irritava-o ao extremo.

“Se divertindo?”

Arrancou o celular das mãos de Sam, digitando antes mesmo de conseguir falar alguma coisa.

“Aonde eles estão filho da puta?”

O caçador mais novo agora tinha se levantado para ficar ao lado de Dean.

“Vem buscar.” anexada com uma foto de uma fachada de hotel, da tal qual, imediatamente, Sam pegou o computador para procurar. “Um presente de Zadimus para te incentivar” e uma foto de qualidade baixa de alguém com as mãos bem separadas amarradas a cabeceira da cama, sentado, com as pernas encolhidas contra o corpo. O quarto em que estava era escuro, dando pouca visibilidade, mas Dean reconheceria aquela pessoa de longe. Ele parecia olhar para a câmera com os olhos azuis amedrontados, completamente vestido com as roupas usuais, mas com marcas vermelhas de mão visíveis no pescoço. O sangue subiu a cabeça e ele teve que segurar a vontade de tacar o telefone longe.

“Você está morto”

“Eu sou um vampiro, sempre estive”

Antes que tivesse tempo de se irritar, Sam se pronunciou.

— Dean, eu achei.

—x-x-x-x-x-x-

Começaram desamarrando o pulso, depois passaram para a troça de roupas. Arrumou os cabelos loiros de uma só vez quando tirou a xuxinha (bolinha de cabelo), libertando os fios, enquanto se aproximava da pessoa em frente ao computador, mexendo na foto que havia sido tirada a poucos segundos.

— Um excelente trabalho, nem parece que sou eu. – Zadimus sorriu e pegou um pirulito no jarro ao lado. – Eu tinha que ter certeza de que isso ia ficar perfeito – andou até o espelho, onde viu as marcas vermelhas desaparecendo, virou o pescoço pro lado, tendo mais visibilidade e suspirou levemente. – Ás vezes elas desaparecem rápido demais – mexeu o pirulito pro outro lado da boca, suspirando mais uma vez mas dando de ombros e saindo do quarto.

Passou por um corredor, indo até outro quarto naquele andar, cujo a porta estava entreaberta. Empurrou a mesma com o quadril, dando duas batidas com o punho no processo para avisar que estava entrando. Não que alguém ali fosse meramente louco de o impedir de entrar em qualquer lugar. A menina se encontrava sentada na ponta da cama, com a cabeça entre as mãos e os cotovelos apoiados no joelho, quando o loiro entrou, ela se virou, surpresa com ele ter chegado tão rápido.

— Nervosa? – ao invés de sentar ao lado dela, Zadimus tomou impulso e subiu na cômoda de frente para Kate, cruzando as pernas em seguida. O corpo magro não fez quase nenhuma diferença para a peça de mobília. Se encararam por um momento, ou pelo menos ele a encarou, tendo visto que ela não conseguia manter o olhar dele por muito tempo – Sabe o que eu vejo quando eu me olho nos olhos no espelho? – isso atraiu a curiosidade da menina – Nada. – Zadimus sorriu perversamente – Eles mostram o que você é no fundo, seu medo, sua alma. Foi um trato. – ele pareceu olhar para as próprias unhas entanto remexia o pirulito incessantemente – Mas eu não tenho alma, nem medo, eu sou o que eu sou, aqui e agora, e não preciso de nada pra saber isso. Minhas decisões não vão afetar na minha conduta, porque eu não tenho uma. – ele passou a olhar os detalhes da parede, se distraindo brevemente, como se tivesse todo o tempo do mundo – Tenho que mandar trocar… – Kate ficou confusa, do que ele estava falando? O loiro tirou o pirulito da boca, para então lamber os lábios e botá-lo de volta ao lugar onde pertencia – E você Katherine? O que você vê que a faz ficar tão inquieta, hã? Sua alma é mais sombria do que esperava? É mais pura? Você não é rebelde como finge ser?

A garota se sentia exposta, como se estivesse aberta em uma cirurgia enquanto acordada e ele pudesse ver seu interior. Mas era mais, bem mais que isso. A sensação revirava seu estomago e subia-lhe pela garganta. Como se fosse algo vivo remexendo pelo seu interior, ela quase conseguia esquecer o remorso que lhe pesava no coração que nem um colete de chumbo, prendendo-a na realidade dos seus atos.

— Eu não sei do que você está falando.

A convicção faltava em sua voz e com certeza Zadimus percebera isso, sem se deixar convencer.

— É mesmo? Não sabe? – o sorriso malicioso espalhou-se pela sua face, seus olhos escureceram, o rosto endureceu, ele fazia a bela caricatura da perversão. E isso a assustava. – Será que devo então fazê-la encará-los? Segurar seu lindo rostinho sensível e deixar seus olhos abertos até que se entenda o que eu quis dizer? O que seria realmente uma pena, pois quase ninguém permaneceu são depois de mais que alguns minutos se aprofundando neles... Mas uma escolha é uma escolha, que tal?

Katherine pareceu apavorada com essa percepção, negando veemente com a cabeça.

— É um espelho quebrado, é isso que eu vejo. – soltou um suspiro, abaixando os olhos para encarar o chão, que lhe parecia muito interessante naquele momento. – Só isso. – mas não era verdade.

Ela só conseguiu ver de relance Zadimus descer da cômoda, os pés ágeis e pequenos, cobertos por um sapato preto bem engraxado, se aproximando do lugar onde ela estava. As mãos geladas, estas que conseguiam superar a frieza das de Vincent, seguraram seu rosto, voltando-o para o encarar. Automaticamente fechou os olhos, temendo o que poderia ver. Porém, com um único comando em voz firme que ele fez, ela abriu-os. E foi como cair em um precipício.

Correr nunca lhe pareceu tão necessário, correu até seus pulmões arderem, seus pés criarem bolhas e seu coração bater tão rápido quanto um tambor de uma marchinha organizada infantil. Correu como se sua vida dependesse disso, e talvez fosse exatamente essa a situação. Correu sem rumo, sem escala, sem razão, sem ver aonde ia ou aonde estava. Mas isso não interessava, ela só precisava correr.

E no instante seguinte, ela então vira do que estava a correr. Algo que tinha se tornado seu maior medo. Ela olhou para trás e viu olhos a encarando, olhou para frente então e viu seus pais. E ela sabia que não importava o quanto ela corresse em direção a eles, ela estava aprisionada, por aquele peso, aqueles olhos, que a encaravam com o julgamento frio de uma lei divina, que a aprisionavam e a mantinham longe do seu objetivo, prendendo seus pés ao chão como uma bola de aço segurando um detento em cárcere. E era isso que ela era. Havia se enroscado nas próprias mentiras, nas próprias ações, ao tal ponto de saber que nunca encontraria paz. Havia se feito prisioneira dela mesma, ela era o próprio obstáculo obstruindo seu caminho.

Voltou a realidade com um solavanco para trás, caindo no colchão macio. O ar encheu seus pulmões de forma dolorosa e desesperada, como se tivesse parado de respirar por um longo tempo e agora eles fossem forçados a voltar a trabalhar com força total. Com os olhos arregalados, pôde ver Zadimus pressionando a ponte entre os dois olhos, como se estivesse sentindo uma espécie de dor. Este, que havia cortado a ligação subitamente, pareceu curioso com a dor de cabeça que lhe atingia. Havia exagerado? Procurado muito fundo na alma da garota? Mas valeu a pena, ele possuía todas as informações que precisava, não que não pudesse acha-la em outro lugar, mas pegar da fonte era sempre mais confiável. Extraíra-as como um cirurgião, de forma precisa, como se tivesse feito aquele procedimento milhares de vezes, o que era verdade. Pôs-se em seu lugar rapidamente novamente.

— Obrigado pelo minuto de atenção, Katherine. – começava a se dirigir para a porta – Fique a vontade para tomar um banho e trocar de roupa. – jogou o palito do pirulito acabado no lixo enquanto saía – E desça em 30 minutos, se assim desejar, pois o jantar será servido.

—x-x-x-x-x-x-

Definitivamente, o jantar não era como Castiel esperava. Nada de sangue, corpos e demais coisas repugnantes. Naquele momento, limpo e vestido com roupas leves e recém-lavadas e passadas, ele se sentava, contrariado, ao lado de Gabriel, que agora, além das roupas, possuía os cabelos organizados e penteados. Não gostava daquela situação, nem um pouco. Não lhe importavam os mimos, a riqueza e toda aquela boa vontade forçada. Ele sabia que a cada segundo que passavam ali, era um segundo mais próximo da morte. Aquele lugar era a casa de gengibre de João e Maria, com suas paredes cobertas de chocolate, enfeites de jujuba e louça de chiclete. Mas no lugar de todos os doces, lhes era oferecido comida, conforto e prazer, que não era do tipo puro como o do conto infantil, e a bruxa estava bem a sua frente, sentado em uma espécie de trono com detalhes em ouro, sorrindo de lá num misto de malícia e vontade, com as pernas cruzadas e apoiando a face sobre a mão, que se apoiava no braço da cadeira elaborada. A mesa gigante da sala de jantar estava posta com os mais variados tipos de comida. Um frango enorme ocupada o centro da mesa, sendo rodeado por molhos, bisnagas, tortas salgadas e doces, caldos e sopas, legumes e verduras, peixe e camarões, macarrão ao molho branco, e tudo quente e convidador, acabados de sair do forno, comida suficiente para alimentar duas famílias inteiras ou até mais ali na frente, só para os dois comerem.

Castiel sabia o que ele estava tentando fazer, estava tentando atrai-los para uma armadilha, com coisas que, realmente, nunca estariam acostumados a ter, com promessas de proteção enquanto afiava um punhal para ataca-los quando estivessem desprotegidos. Se recusou, então, a comer mais do que precisava, se servindo somente do que sabia que iria repor as energias, comendo a contragosto. Gabriel, por outro lado, parecia não se importar, empanturrava-se, recebendo um olhar censurador de seu irmão ao lado. Engoliu a comida que estava na boca e argumentou, sussurrando:

— Eles estão com a gente na palma da mão, os queridinhos irmãos Winchester não tem a menor ideia de onde estamos e, mesmo que tenham, vão demorar no mínimo um dia, isso se saírem nesse instante em que falamos. Não adianta protestar de barriga vazia, muito menos fazer migué e tentar escapar se não tem forças. Agora pega um pedaço dessa torta, porque se você não comer, eu como por você.

Viu Gabriel se servir dos pãezinhos e passa-los no molho, ele não comia desesperadamente, mas com certeza comia bastante. Apesar de ser um argumento bem convincente, Castiel não conseguia se forçar a comer mais do que aquilo, pensava em como estaria Dean, se ele estava bem certamente estaria irritado. Lembrar do loiro lhe trouxe conforto naquele ambiente estranho, ao mesmo tempo que fez um nó aparecer em sua garganta e lágrimas em seus olhos, coisa que fez questão de não deixar transparecer.

Pediu aos céus e ao seu pai que, se tivesse um momento para fazer seus poderes voltarem, o momento era aquele.

Seus olhos então pararam sobre uma imagem que não acreditava, até Gabriel parara de comer para observar. Katherine passou pela porta em um vestido simples, seus cabelos presos em um rabo de cavalo e os olhos baixos. Zadimus bateu as mãos em um saudoso e alto “Clap” e foi só o que se teve por algum tempo. O loiro de faces angelicais tentara controlar a risada ao ver o desconforto que se instalou no lugar.

—  Katherine! Que bom que decidiu descer. Vamos, sente-se e sirva-se!

Se olhares matassem, a menina estaria morta desde que entrara, se dependesse de Gabe, mas Cas, diferentemente de seu irmão, a encarava com tristeza. Havia confiado nela, nos nove dias que ela passou no Bunker, no tempo em que não passava com seu irmão, Sam ou Dean, ele havia tentado se aproximar e conversar com ela. Ele viu a garotinha indefesa que se escondia por detrás da fachada de mulher que ela tentava passar, assim como viu o coração do caçador atrás de toda aquela dureza. Decepção agora assolava seu olhar e ele não tentava esconder.

— Porque? – sua voz saíra num fino, quase quebrada.

Katherine levantou o olhar e, por um segundo, e ele pode ver aquela menina novamente, gritando para sair, quase transbordando, mas observou, logo em seguida, ela ser enjaulada a sete chaves atrás de um cofre. Sem falar nada, a garota de cabelos verdes começou a se servir, não demonstrando disposição para uma conversa. Já Zadimus, que observava tudo com um olhar curioso, reclinou-se em seu trono, chamando por Vincent, que veio atende-lo logo em seguida.

A noite seguinte prometia, e ele queria recompensá-lo antes de ter que voltar a lutar por ele. Dispensou-o logo em seguida, mandando-o para seus aposentos, voltando a se sentar confortavelmente e ver o desenrolar da história, requisitando uma taça de “vinho”, como se fosse um mero espectador.

O que ele sabia que não era.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não gostaram? Deixa um recadinho aí pra eu saber como vai indo ;)
Um bjão no coração
Kissus kissus,
Até mais!



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