Changing... Genres? escrita por Black Angel


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

OLÁ MEUS CUPCAKES! Sentiram minha falta? Não, por favor, não joguem pedras XD
Quem aí curte um capítulo fresquinho na madrugada? Eu sim...
Enfim, voltei! meu computador finalmente está direito, minhas aulas quase acabando e a inspiração tá voltando, acho que agora eu consigo engatar de vez!
Nesse capítulo eu caprichei hein.



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Durante nove dias, tudo se manteve tranquilo, ou o mais tranquilo que poderia seguir com Gabriel reclamando de dor 24 horas por dia, apesar dos remédios que tomava. Gabriel era extremamente mimado e pedinte quando se tratava desses assuntos, mas apesar de encher o saco as vezes, nenhum deles hesitava em dar o que pedia, na verdade, Cas até achava engraçado o modo como o arcanjo conseguiu convencer Sam de cuidar dele durante o noite enquanto alternava com Cas pelo dia.

Gabe, dramático como sempre, aproveitou a oportunidade para fazer as pazes com seu irmão. Implorou, em seu "leito de morte" pelo perdão de seu irmão, fazendo com que ele risse para ele de um jeito que não fazia a semanas. Coisa que praticamente iluminou o dia do mais novo.

— Você me perdoa Cas? Por favor. 

E sorrindo, agora mais calmo, o mesmo disse que não conseguiria dizer não nem se quisesse. Naquela noite, quando Sam veio visitar-lhe,Gabe estava estranhamente mais animado do que o normal, foi recebido por um grande sorriso e uma conversa aminada. Naquela noite, em que haviam acabado a segunda temporada de House of Cards, quando o moreno se levantava para ir, segurou-o pelo pulso e pediu, com seu melhor olhar de cachorro sem dono:

— Sem beijinho de boa noite? – e com isso Sam revirou os olhos, se preparando para sair – … Eu realmente estou pedindo um, Sam… – quando o mesmo o olhou, a única justificativa para aquela ação impensada foi: – Eu queria terminar o dia bem… – quando recebeu o olhar dele, que por sinal estava estranhando, Gabriel rapidamente se corrigiu, se virando de costas para o moreno, tentando esconder o embaraço – Deixa, eu estava brincan-

Sentiu um arrepio correr pelo corpo quando o moreno se inclinou para perto do seu ouvido, parecia ponderar. Ainda relutante, depositou um leve beijo sobre sua bochecha.
— Boa noite. – o caçador sussurrou brevemente.

E como que levado por um tornado, se levantou e partiu rapidamente.

Apesar de todo o cuidado que estava recebendo, Gabriel não era burro, nem abaixaria a guarda tão fácil, ele logo percebeu que uma certa garota passava com frequência na porta de seu quarto, checando-o. Eles haviam se conhecido, os irmãos haviam apresentado-a para ele, mas havia algo de errado nela, ele não sabia o que. Mas Gabriel não seria Gabriel se desistisse logo na primeira tacada. Iria descobrir.

Enquanto isso, na rua em frente ao bunker, chovia intensamente. Uma coisa chata sobre a chuva é que mesmo querendo, você não consegue odiá-la, não se você for uma pessoa caseira. O que há de melhor no mundo do que ler um livro, no conforto de sua casa, comum chocolate quente, ouvindo os pingos gelados batendo contra o vidro, contrastando com o calor de sua casa, fazendo com que este embace… Fica difícil, porém, amá-la quando é você que está enfrentando-a. No caso de Katherine, a chuva a lembrava de casa, lhe trazia a sensação de estar envolta de braços quentinhos, com seus pés cobertos com uma meia grossa correndo pela casa, levando papéis e um telefone grande demais para que carregasse propriamente..

Ela não se importava se suas roupas começavam a ficar encharcadas, ou que seu sistema começava a reclamar pelo leve choque térmico que a chuva gelada causava em seu corpo morno. Era bom, era triste e melancólico como ela se sentia. A cada segundo que passava, ela ansiava mais por seus pais. Mas tinha que arrumar um jeito de emboscar os irmãos Winchester primeiro.

Há dias procurava um momento em que Gabriel estivesse sozinho, uma oportunidade, mas quase pareciam cercá-lo. Estava perdendo a paciência e ver Vincent com toda aquela calma estava irritando-a mais ainda. Como aquele desgraçado conseguia ficar calmo?!

Bem, talvez ajudasse o fato de ele não estar vivo… Ou algo perto disso. Ela esfregou as mãos pelo rosto e então sentiu uma mão gelada em seu ombro.

— Nós vamos agir hoje a noite. Zadimus está ficando impaciente, faz uma semana e meia. – Katie se assustou com a voz do vampiro, mas acenou, não era como se ela tivesse escolha.

Ele se sentou ao lado dela.

— Esse é o nome dele? Zadimus – ela testou o nome em sua boca, não parecia o nome de alguém agradável, na verdade, pela experiencia que tivera, o próprio não era. Mas apesar de tudo, seria ele a ajudá-la. – Você... “Está” com ele a quanto tempo?

A feição de Vincent endureceu.

— Desde que eu renasci, Zadimus me acolheu, me ensinou tudo o que eu sei e eu devo minha vida a ele... – Vincent respondeu, olhando para as próprias mão – Ele me transformou no que eu sou hoje. Eu o seguiria até o fim do mundo se fosse preciso para ajudá-lo.

A menina mordeu o lábio inferior.

— Mas e se ele só estiver te usando? Pra chegar aonde ele quer.

Vincent pareceu pensar por um momento, mas deu de ombros logo em seguida.

— Eu sou só uma peça a ser usada no jogo. Serei o bispo, a torre, o que ele quiser, até mesmo o peão, se for o que ele precisar. – ele olhou para o céu, as gotas mal atrapalhando sua visão – Não, eu não me importaria de ser usado.

A garota estava em choque. Como alguém poderia falar aquilo de maneira tão simples? Vincent sorriu, mas seus olhos pareciam sem vida (justificável) ao olharem para ela.

— Você não entende. Eu devo minha vida a ele, eu definitivamente não sou nada sem Zadimus. Eu seria só mais um vampiro vivendo a eternidade sem um motivo, esperando pelo dia em que caçadores viriam me matar. Com ele eu tenho um propósito. Sua relação com as pessoas a sua volta se trata de sentimentos. Nossa relação para com Zadimus é de lealdade eterna, um pacto, uma promessa. — ele olhou novamente para ela — Você não entenderia, de qualquer maneira. O importante é que ajamos rápido, você não iria gostar de vê-lo sem paciência.

Assentiu, sentindo que mais uma vez havia batido contra uma parede de tijolos a frente. E dessa vez ela não achava que haveria escapatória.

—x—

Aquela noite começou tranquila, uma daquelas noites que parece que não vai acontecer nada, aquelas noites tranquilas em que você quer passar com ninguém mais que você e alguém querido, assistir um filme, ficar deitado agarradinho trocando juras de amor pela eternidade. Era uma daquelas noites onde Cas estava sentado calmamente sob uma poltrona na sala de estar, lendo um livro. Dean, ao seu lado, espiava por cima do seu ombro sutilmente, não querendo demonstrar interesse no que o moreno estava lendo, no que falhou, miseravelmente. Ambos haviam conseguido se aproximar. Dean tentara impedir, mas se tornou inevitável, não tinha como ele resistir se Cas queria também, com aquela face inocente e aqueles lábios tão beijáveis, quase não resistia. Passavam horas a fio conversando mesmo quando estavam ocupados, era como se alguma coisa o puxasse para ele como um ímã, algo que nem o lugar mais eletromagneticamente bagunçado poderia parar.

Já Sam e Gabe estavam em sua sessão de séries, aquela sensação de estar com alguém junto a si, dividindo o calor enquanto faz algo que adora. Naquele momento haviam começado uma nova série, antes de terminarem a última, simplesmente porque Gabe pedira, e o que Gabriel pede, pelo menos enquanto estava com o pé enfaixado, é ordem. Ele havia, para a surpresa de Samuel, pedido para começarem uma série chamada “Sherlock”, era bem curta, mas os episódios muito longos, então só assistiam um por dia.

— Não, nós não vamos assistir mais um, o combinado era um por dia, não era? – e então o loiro fechou a cara – Não adianta fazer essa cara, não vai fazer diferença. Amanhã você tem que estar disposto, tem que caminhar, ficar deitado o dia inteiro pode fazer mal pro seu pé. – a carranca virou uma careta e Sam riu disso.

— Mas não é justo! Acabamos de ver o último episódio da segunda só! Eu quero saber o que aconteceu! Quero dizer, é óbvio que ele vai viver, mas eu quero saber como! E Oh, meu Pai! – ele disse, como se tivesse acabado de perceber que esqueceu alguma coisa muito importante. – E o John? Como ele teve coragem de fazer isso com o John?! O próprio namorado!

Sam, que já se preparava para sair do quarto, estancou subitamente no caminho.

— O que disse?

— “Como ele teve coragem de fazer isso com o John” – o arcanjo repetiu, tentando achar o que Sam havia visto naquela frase.

— Não, depois disso – fez um gesto com a mão simbolizando o depois.

Gabriel então percebeu do que ele falava, dando um sorriso malicioso.

— “O próprio namorado” – repetiu mais devagar, se deliciando com a expressão que o moreno fazia.

— Da onde você tirou isso? – ele murmurou – O John mesmo disse que eles não estão em uma relação.

Gabe pareceu não acreditar no que ouvia.

— Está tão claro como a luz do dia Sammy! Não entendo como não viu. Os olhares, as piadas internas, o jeito como um entende ao outro. Além do mais – o sorriso do loiro aumentou –, eles são sexy juntos. – Sam abriu e fechou a boca algumas vezes, sem saber ao certo o que dizer. – Pois bem, vamos botar de outra maneira, se o Deanno dissesse que ele não sente nada pelo Cassie, você acreditaria? Pense bem, depois de tudo, você conseguiria acreditar? – o caçador negou com a cabeça na mesma hora – Exatamente a mesma coisa com o John e o Sherlock.

E o debate, que agora havia se tornado em Gabriel dando provas de seus argumentos de que sim, o detetive e o médico compartilhavam de uma relação mais que profissional, com um Sam muito interessado no assunto. Talvez interessado até demais.

Katie e Vincent, porém, não se encontravam a vista.
O relógio bateu 9 horas. Tudo indicava que aquele dia seria mais um dia perfeitamente normal, uma noite a mais pra riscar no calendário. Estava tudo muito quieto, tão quieto que ele deveria ter desconfiado ao invés de achar que estava tudo bem. E este foi o seu primeiro erro.


“Quando se está numa cirurgia, existe uma possibilidade em que tudo que poderia dar errado, dá. E quando esse 'evento' acontece, é chamado de tempestade perfeita. Eu só não pensei que faria parte de uma na vida real.”


Foi quando tudo deu errado.

Começou com um apagão. As luzes piscaram e de repente nada se via. Como o primeiro impulso do ser humano é procurar segurança, Cas segurou o braço de Dean fortemente com o susto, fazendo-o resmungar de dor levemente.

Dean pegou as mãos dele nas suas e segurou-as firmemente.

— Não se afaste.

Em passos lentos, chamou Sam no corredor, que respondeu de prontidão, uma voz ao longe que ecoava nos corredores. Talvez fosse só a chuva, mas no momento tinha que verificar se todos estavam bem. Olhou para o anjo, não via necessidade de levá-lo consigo, só iria perturbá-lo mais, mas estava com uma sensação ruim, muito ruim, ele deveria ter escutado sua consciência.

Mesmo assim, pediu para que Cas ficasse sentado exatamente aonde estava e adentrou pelos corredores escuros que conhecia tão bem.

O Bunker era como o sistema nervoso dos dois irmãos, a parte descoberta por eles era como a palma de suas mãos, o sangue que corria por suas vezes, sabiam os corredores de cor, eles o conheciam perfeitamente, era como um organismo vivo, como o seu Impala. Duas esquerdas e uma direita depois, ele estava de frente para o quarto de Gabriel. Com a visão já ajustada a escuridão, ele conseguiu ver o quarto vazio somente.

Entrou no quarto, eles deveriam estar ali, não? Ele ouviu Sam responder de lá. Um estrondo muito forte interrompeu seus pensamentos, era a porta do quarto se fechando. Antes que pudesse chegar até ela, um clique foi ouvido, e então ele estava trancado no quarto.

— Sam! – gritou a todos pulmões – Sam! Se isso é uma pegadinha sua e do Gabriel, não tem a menor graça!

Mas não adiantava e ele começara a se preocupar. Uma vez que o loiro estava preso, eles prosseguiram, o próximo a ser debilitado foi o irmão mais novo, com uma paulada na cabeça, ele foi nocauteado, mal viu o que lhe acertou. O arcanjo se encontrava amordaçado e amarrado, jogado contra a parede em frente a porta. Observava a cena horrorizado, sem poder se mexer, muito menos andar e fugir sozinho. Vincent agachou até a altura do seu rosto e pegou-lhe o queixo nas mãos calejadas.

— Tanto trabalho pra pegar um fracote como vocês, que ironia. Bem – olhou para Katie, que sorriu incomodada e Gabriel notou isso –, um já foi, falta o outro. – novamente encarou Gabriel com seus olhos frios, rindo de uma piada que só ele achava graça – E você, fica quietinho aí.

Silenciosamente, usando sua velocidade aprimorada, ele logo encontrara o moreno, sentado na mesma poltrona que antes, com as pernas puxadas até o peito e o queixo apoiado até os joelhos. Ele parecia apavorado e solitário, seu tipo favorito de presa. Quando acabasse aquilo tudo, pararia para um lanchinho da meia-noite. E talvez, quando pegassem o que precisavam deles, poderia ter uma recompensa a mais. Será que o gosto do sangue de um anjo era diferente? Ele esperava descobrir.

Por trás da cadeira, rapidamente tampou a boca e o nariz de Castiel, impedindo que ele respirasse. Tentava lutar com todas as suas forças, mas Vincent não havia deixado brechas. Perdendo suas forças conforme o oxigênio se esvaia, Cas foi pego contra a sua vontade pela escuridão.


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Notas finais do capítulo

Então, como foi? Gostaram, odiaram? Me deixem sabe ;)
Review não mata ninguém e vai me ajudar a saber o que vocês pensam sobre a história.
Kissus kissus,
Até mais.