Três Formas de Amar escrita por Mi Freire


Capítulo 37
Precisando te encontrar.


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo.



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Eu não larguei o boxe, só estava dando um tempo. Não estava preparada ainda para ter aula com outro professor que não fosse o Yuri que mesmo com um pouquinho de relutância da minha parte, acabou me conquistando tão facilmente.

Mas pelo menos ele me mandava notícias toda hora. Falava como estava sendo ser pai pela primeira vez, como estava lidando com tudo isso e até mesmo mandava fotos do bebê que crescia surpreendentemente rápido.

Já do Lucas eu não tinha notícias há muito tempo. Ele nem se quer apareceu para buscar o restante das coisas. O que me deu uma pequena esperança de que ele pretendia voltar para casa algum dia. Pois aqui era o seu lar.

Ainda assim não estava sendo fácil.

Eu queria desesperadamente ter notícias dele. Qualquer uma! Nem fosse para ele me dizer apenas que estava tudo bem e que nunca tinha intensão de voltar para mim.

A única boa notícia é que as roupas da coleção que eu mesma desenhei estavam começando a ser produzida. Por muitas vezes eu fui conhecer a fábrica onde tudo acontecia e gravei tudo para os meus leitores poderem acompanhar esse processo de perto e não perderem nada.

As aulas na faculdade iam retomar na semana seguinte, mas como eu estava um pouquinho desesperada demais, resolvi ir para casa dos meus pais na sexta-feira. Talvez eu encontrasse o Lucas por lá. Afinal, onde mais ele poderia estar? 

− Não, querida. Ele não está aqui. – Respondeu Sara depois de toda minha insistência.

Mas que diabos!

Então onde foi que esse garoto se meteu?

Eu não perguntei a Sara, pois tinha certeza que se ela soubesse ela jamais me contaria a pedido do Lucas.

Apesar de tudo foi um final de semana bastante agradável. Era mais fácil esquecer dos meus problemas amorosos quando eu estava junto da minha família.

Ou uma parte dela.

No domingo à tarde, um pouco antes de voltar para casa, eu fui visitar o tumulo da minha mãe. Não era algo que eu normalmente fazia, pois não me sentia bem ali.

A última vez que estive ali foi no ano passado e eu estava com o Lucas me fazendo companhia.

Acabei comprando um pequeno buquê de narcisos amarelos, pois meu pai me contou uma vez que amarelo era sua cor preferida, apesar de ela não ser muito fã de flores.

Ao contrário da Sara que é apaixonada por jardinagem.

− Oi, mãe. Quanto tempo! – Me baixei e coloquei as flores ali em cima. – Resolvi passar aqui para dizer “olá” e para conversar um pouquinho com você. Não tem problema, né?

Sim, eu conversava com ela como se ela fosse realmente capaz de me ouvir ou até mesmo responder.

Mas talvez ela fosse mesmo capaz, eu é que não conseguia ver ou ouvir.

− Você conhece o Lucas, não conhece? Pois é. Ele sumiu. Saiu de casa e nunca mais voltou. E eu estou tão preocupada. Não consigo imaginar onde é que ele tenha se metido e porque ainda não deu notícias E as aulas começam semana que vem e eu queria tanto que ele aparecesse!

Por um momento imaginei que ela me ouvia calada e quando terminei de falar ela resolveu passar a mão nas minhas costas, mostrando seu total apoio.

− Você acha que algum dia ele vai voltar? Será que algum dia ele será capaz de me perdoar por tudo que eu disse e tudo que fiz ele passar? Sabe, eu não tenho tanta certeza e isso me dá tanto medo. Eu não estou preparado para perde-lo e acho que nunca vou estar. Talvez eu apenas me acostume com a sua ausência, mas eu nunca vou esquece-lo e parar de ter esperança que um dia ele volte para casa.

Sorrio, um pouco emocionada.

− Você tem razão! Talvez eu goste um pouquinho dele. Não! Um pouquinho não, é verdade. Gosto muito dele! E é uma pena que eu tenha demorado tanto para perceber que isso não era apenas um carinho entre irmãos ou amigos.

Olhei em volta só para ter certeza que eu era a única maluca ali falando sozinha com os mortos.

− Você acha que eu estava enganada? Acha que eu fiz errado quando eu decidi ignorar o que eu sentia por ele e recusar o que ele sentia por mim? Acho que você estar certa, mais uma vez. Você se parece muito com ele, mamãe. Ou ele se parece muito com você. – Dei uma risadinha. −  Apesar de vocês não terem um nenhum laço familiar. Mas sabe de uma coisa? Eu tenho certeza que vocês se dariam muito bem! Não tem como não gostar do Lucas. Ele é incrível demais! Nem parece real.

Ouvi o um pequeno barulho e me virei depressa para traz para ver quem era. E eu vi uma sombra distante e tive certeza que era o Lucas. Mas quando eu pisquei a sombra desapareceu e eu percebi que estava ficando maluca de vez.

− Bom, eu preciso ir agora, mãe. Está ficando tarde e eu tenho um longo caminho até em casa para dirigir. Dessa vez eu não tenho o Lucas para alternar comigo. Mas eu prometo voltar outra vez. E da próxima vez eu não vou ficar aqui me lamentando. Irei trazer boas notícias. Pode esperar.

Parei o carro no acostamento, pois meu celular não parava de tocar e todas as batidas do meu coração me dizia que poderia ser o Lucas finalmente.

− Manuela Hyung?

− Oi, sou eu mesma.

Passei o resto dos minutos ouvindo o pessoal da editora dizer que o livro sobre mim ia ser publicado e eles queriam que eu participasse do grande evento de lançamento.

A ideia era um tanto assustadora para mim, mas então eu me lembrei que o autor e ilustrador era o próprio Lucas, então muito provavelmente ele estaria por lá também e nós enfim íamos nos reencontrar.

− Pode contar comigo. – Digo antes de desligar e voltar a dirigir bem mais animada para casa.

Eu me preparei muito para esse dia. Eu sabia exatamente o que ia dizer quando encontrasse o Lucas.

Mas antes eu fui a um salão de beleza, coisa que eu não fazia há bastante tempo desde que aprendi a cuidar de mim mesma. Lá eu fiz cabelo, maquiagem e unhas.

Alguns dias antes eu já tinha comprado um vestido nada muito extravagante, apenas preto e um pouco acima dos joelhos e mais justinho na parte de cima. Para os pés sandálias também pretas com um salto razoável.

Eu até que estava muito básica, mas tinha abusado um pouquinho no batom avermelhado e no delineador.

Assim que cheguei ao evento e me perguntaram meu nome começaram a tirar fotos sem parar e fazer milhares de perguntas das quais eu não fazia a mínima ideia de como responder. Ao que parecia eu tinha virado um tipo de celebridade. Até me pediram autografo!

Aos poucos fui relaxando, conheci pessoas muito agradáveis, comi coisas muito gostosas, bebi champanhe e filmei quase tudo com o meu celular para depois postar no canal.

Mas todo o tempo eu fiquei olhando para os lados, tentando de alguma forma encontrar o Lucas em meio a todas aquelas pessoas. Até agora nada dele. E quanto mais o tempo passava, mais acelerado meu coração batia.

O evento que começou as três terminou as sete e meia da noite e adivinhem só? O Lucas não veio.

− Oi, com licença.

Me aproximei do cara que esteve todo o tempo ao meu lado tentando lidar com toda aquela louca. Ele até que era bem bonitinho. Todo charmoso com seu terno caro. Mas deveria ter quase trinta e cinco anos, provavelmente casado e pai de dois filhos super estudiosos e centrados.

− Você, por acaso, poderia me informar porque o autor/ ilustrador não apareceu hoje, aqui, no lançamento?

Não poderia ir para casa sem aquela informação.

− Bom, querida, nós tentamos entrar em contato com ele de todas as formas possíveis. E quando enfim conseguimos, dois dias antes do evento, tentamos convence-lo de todas as formas, mas ele não quis comparecer, ainda assim autorizou o lançamento e deixou tudo por nossa conta.

− Eu não entendo...

− Sabe, ele até que foi muito gentil conosco. Confiou no nosso trabalho. Tudo bem que eu não entenda o porquê desse mistério todo. Mas não é da minha conta. Talvez ele apenas seja um cara inteligente e criativo que não deseja a fama.

É, isso é bem a cara do Lucas.

− O.k. Obrigada. E parabéns pela festa. – Sorri antes de me virar para ir embora. – Ah, só mais uma coisinha. – Virei-me para ele de novo e ele sorriu para mim dessa vez. – Você pode, por favor, me passar o contato dele?

− Sinto muito. Mas não podemos. É confidencial e além do mais ele mesmo pediu privacidade. De qualquer forma, você deve ser uma garota muito especial para ele. Afinal, ele fez uma história para você! Sobre você! Nunca duvide disso. Se aconteceu algo entre vocês, dê um tempo a ele e tudo vai se acertar.

Nossa, ele foi muito gentil comigo agora. Eu quase chorei, apesar de ele não fazer ideia do que de fato tinha acontecido com o Lucas e eu. Mas eu não ia chorar ali na frente dele e de todo aquela gente prestes a irem embora.

Eu chorei assim que cheguei em casa. Não podia acreditar que o Lucas estava fazendo isso comigo. Foi uma puta falta de sacanagem dele não aparecer no evento de hoje. Coisa que era tão importante para a carreira dele. Ele simplesmente me deixou na mão. E eu não estava pedindo muito. Eu só queria saber como ele estava ou onde estava. E por fim eu prometeria nunca mais encher o seu saco.

Cansada de ficar ali sozinha, troquei de roupa rapidamente, peguei algo para comer e sai de casa. Peguei o carro e dirigi até a casa dos meus pais mesmo sabendo que eu chegaria lá muito tarde. Por volta das dez da noite.

Para minha sorte eles estavam acordados. Era uma sexta-feira e eles tinham pedido pizza. Não tinha sobrado nenhum pedaço para mim. Mas tudo bem. Eu comi algumas rosquinhas durante a viagem que eu trouxe de casa.

− Filha, o que você está fazendo aqui tão tarde? – Perguntou meu pai me arrastando até o sofá.

Pela minha cara de quem chorou a viagem toda, eles devem ter percebido que eu não estava nada bem.

− Eu preciso conversar com você. Preciso confessar uma coisa. Mas antes, peço que, por favor, não me odeiem por isso.

Sara pareceu assustada.

− Manu, querida, do que você está falando?

Suspirei fundo, reunido toda a minha coragem.

− Não faz muito tempo em que o Lucas admitiu ser apaixonado por mim. – Digo depressa, sem conseguir encara-los de tanta vergonha. – E só então eu percebi que também era muito apaixonada por ele. Não só com irmã ou amiga. Um sentimento que ia muito além de qualquer coisa que já senti antes. E nós ficamos. Nós fizemos tudo o que nunca fizemos aquela noite. Mas depois eu me dei conta de que aquilo era errado e disse que não deveríamos fazer aquilo de novo. Ele não entendeu e ficou muito triste comigo, pois ele queria muito ficar comigo e eu também queria muito ficar com ele. Mas tive medo! E então nós nos afastamos.

Lágrimas de culpa e de vergonha escorriam por meu rosto.

− Quase uma semana depois o papai nos convidou para vir aqui comemorar o aniversário da Sara e nós viemos. Aquela noite, depois de toda a comemoração que fizemos lá fora no quintal, Lucas me procurou assim que todos foram dormir e eu deixei ele entrar no meu quarto mesmo sabendo que aquilo era insano. Mais uma vez eu não resisti e nós ficamos juntos. Fizemos coisas de baixo desse mesmo teto, sabendo que vocês estavam ali em algum lugar dormindo tranquilamente, orgulhosos por sermos uma família feliz, completa e única.

Dei uma pequena pausa por causa dos soluços. Até agora eu fui a única a falar sem parar. E esse silencio que vinha dos meus pais só me fez perceber o quanto eu estava enlouquecendo por enfim admitir toda a verdade.

− No domingo, na viagem de volta para casa, eu pensei seriamente em pedir para ele ir por outro caminho. Um caminho qualquer que nos levasse para longe daqui para vivermos secretamente nossa história amor. Mas não sei o que houve e na hora eu me lembrei do meu namorado. Sim, eu tinha um namorado e tinha me esquecido completamente dele. E então me veio a culpa e o arrependimento. Mais uma vez eu disse ao Lucas que aquilo não era certo e que deveríamos parar antes que as coisas agradassem. Ele bem que tentou insistir e me convencer do contrário, mas eu já tinha tomado uma decisão. E foi quando ele decidiu ir embora de uma vez por todas. E isso só aconteceu por minha causa. Porque eu fui covarde o bastante para afasta-lo de mim para ficar com outra pessoa e ignorar todos os nossos sentimentos um pelo outro.

Suspirei novamente e ergui meus olhos e encarei meus pais que estavam com uma expressão que eu não poderia decifrar.

Estariam furiosos por causa de todas essas mentiras? Decepcionados? Aborrecidos? Enojados?

− Eu sei que fomos errados em esconder todas essas coisas. Eu sei que fui culpada por ter permitido que ele fosse embora, mesmo que no fundo eu soubesse que eu também o amava muito, assim como ele me amava. E eu sei que provavelmente vocês estão com raiva de mim agora ou talvez até com nojo da pessoa suja que me tornei. Mas a verdade é que eu amo o Lucas e quero ficar com ele. E eu queria muito dizer isso a ele, olhando nos olhos dele depois de pedir perdão por tudo que eu o fiz passar e sofrer. Só que agora é tarde demais. Pois ele se foi e não há um só quer dia em que eu não sinta sua falta, que eu lamente sua partida, que eu não deseje voltar no tempo e mudar o rumo das coisas...

Sara que estava sentada ao meu lado colocou a mão sobre as minhas carinhosamente e meu pai que estava sentado do outro lado afastou meu cabelo e secou minhas lágrimas.

− Não precisa se culpar tanto, querida. Nós não a julgamos. Na verdade, nós já sabíamos que isso poderia acontecer um dia. Ainda mais depois que o Lucas, ao dezesseis anos, logo que você começou a namorar aquele tal guitarrista, admitiu a nós gostar de você mais do que um irmão ou um amigo.

− Isso é.... Verdade?

− Sim, é verdade. – Ela sorriu. – Assim como você está agora nesse momento, ele também chorou e sofreu muito e pediu desculpas por desejar a irmã de consideração de um jeito que nunca tinha desejado nenhuma garota. Naquele dia, ele olhou bem para o seu pai e disse que iria fazer de tudo para esquecer essas coisas, porque ele sabia que não era certo. Mas então o seu pai lhe disse algo.

− Eu disse a ele que não existia certo ou errado para o amor verdadeiro. – Completou meu pai, me fazendo virar-se para ele. – Eu disse a ele que a decisão era toda dele em tentar esquecer tais coisas ou se ele continuaria lutando por isso até o fim. E eu disse a ele também que jamais confiaria a minha garotinha a nenhum outro homem tanto quanto eu confiava você a ele. Porque eu sabia, sempre soube, que ele sempre cuidaria de você e sempre estaria ao seu lado.

Como se fosse possível eu chorei ainda mais naquele momento. Não fazia ideia de que o Lucas já tinha admitido seu amor por mim aos nossos pais no passado. E ele só tinha dezesseis anos! E eu, com quase vinte agora, tinha demorado tanto tempo para enxergar o que estava vem ali na minha frente e só agora também tive coragem o bastante para admitir os meus sentimentos por ele aos nossos pais.

Eu abracei a Sara e o papai.

− Então vocês sabem onde ele está agora? Eu preciso vê-lo! Preciso desesperadamente dizer algumas coisas a ele.

Levantei-me e enxuguei as lágrimas, determinada a ir a qualquer lugar do mundo mesmo as onze horas da noite para encontrar o Lucas, o grande amor da minha vida, e dizer a ele tudo que eu nunca disse, na esperança que ele pudesse me perdoar e só então viveríamos juntos finalmente.

Ou muito pelo contrário. Muito provavelmente ele iria rir da minha cara e diria que nunca mais iriamos ficar juntos. Pois ele já tinha me esquecido por não ser capaz de me perdoar. Enfim. Não importa! Nada disso importa. Eu só quero encontra-lo para dizer algumas coisas. Mesmo que isso signifique eu não o mereça mais e que não vamos ficar juntos. Eu preciso ouvir isso dele e só assim seguiremos nossas vidas mesmo que distantes. 

 − Sinto muito, Manu. Mas eu não posso dar essa informação a você. – Sara se levantou e tocou meu rosto.

− Mas porque não, mãe? Eu o amo! E quero ir atrás dele. Por favor, não faça isso comigo! – Voltei a chorar feito uma garotinha que acaba de cair da bicicleta.

− Ele não quer te encontrar agora, querida. Ele mesmo me disse essas coisas e me confiou essa informação. Apenas dê um tempo a ele. Ele não vai demorar muito, eu garanto.

− Não! Eu não posso mais esperar. – Agora eu estava muito brava. – Eu não quero mais esperar, Sara. Você não entende?! Eu já esperei muito...

− Acalma-se, querida. – Meu pai também se levantou e tocou-me pelo ombro. – Foi um longo dia para você. Venha, você precisa dormir e descansar um pouco agora. Amanhã será um novo dia e tudo será diferente. Você vai ver!

Eu não queria ir dormir, eu não queria ir descansar. Eu só estava cansada de uma coisa: de esperar. Mas nesse momento não havia muito que eu pudesse fazer. Não quando eu não fazia ideia de onde começar a procurar o Lucas, sendo que essa informação estava confidenciada a sua mãe.

Eu entendia a Sara. Era o filho dela, afinal. Um pedido do querido filho dela. Mas por outro lado eu tive raiva dela. Porque ela estava dificultando ainda mais as coisas? Lucas jamais ficaria com raiva dela mesmo que ela me passasse essa informação. No máximo ele ficaria com raiva de mim por ter a obrigado a me dar essa informação.

Mas você não pode ter tudo, Manuela. Disse a voz da razão na minha mente. O Lucas não quer mais te ver.

É verdade, o Lucas não quer mais me ver. Ele deve me odiar. E com razão. Acho que eu devo apenas me conformar com isso agora de uma vez por todas.

 Mas será que eu consigo?


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Notas finais do capítulo

Eu prometo que o próximo capitulo será o ultimo e assim vocês não vão precisar mais suportar as lamentações da Manuela hahaha Aguentem mais um pouquinho.