Três Formas de Amar escrita por Mi Freire


Capítulo 26
Brigas sem fim.


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi. Todo mundo de férias? Curtindo muito?



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− O que você está fazendo aqui? – Apesar da surpresa não pude evitar abrir um largo sorriso ao vê-lo.

− Saí mais cedo da academia hoje. – Ele se aproximou devagar. Yuri raramente aparecia aqui em casa.

Mas estava cada vez mais difícil manter esse nosso relacionamento, ainda sem definição, em segredo.

− E vim te fazer uma surpresa. – Ele me beijou e só quando se afastou percebi que escondia algo atrás das costas.

− O que é isso aí que você tem aí atrás?

− Ah, isso. Eu quase esqueci. – Ele riu. – Trouxe isso para você. Espero que goste.

Yuri me trouxe um pequeno buquê de flores de cerejeiras. Uma das flores orientais mais famosas.

− Nossa, é lindo! Eu adorei, Yuri.

Me levantei em um pulo e me joguei em seus braços.

Ele me envolveu com seus braços, tirando-me do chão e nós nos beijamos ardentemente.

Coloquei minhas pernas em volta de sua cintura.

Ele mordeu meu lábio e eu gemi baixinho.

− Você não vai acreditar, mas é a primeira vez que me envolvo com uma garota oriental. – Diz ele, ainda me segurando em seus braços.

− Deve ser por isso que você sente tanto prazer em ainda me chamar de Japonesa, mesmo sabendo que meu nome é Manuela. – Brinquei.

− Não é só por isso. – Ele sorriu, com seus olhos verdes me hipnotizando. – É que foi como eu te conheci e eu nunca vou me esquecer daquele dia.

Yuri me colocou na cama com cuidado e tirou o buquê das minhas mãos e colocou em cima do meu criado-mudo, em um local mais protegido da nossa selvageria.

Depois que o buquê estava salvo, ele começou a me beijar ferozmente, descendo pelo pescoço e ombros. Seus grandes dedos não demoraram muito para se livrar da minha blusinha do pijama de coelhinhos e foi aí que seus lábios começaram a brincar sobre a minha barriga.

Me livrei de sua camiseta e passei meus dedos por toda extensão de seu troco, provocando-o. Yuri sorria, malicioso e me olhava com devoção. Depois de tantas provocações, Yuri tirou minha sainha e depois minha calcinha.

Me torturou por um bom tempo até eu me cansar e puxa-lo para cima de mim.

Esses momentos eram sempre muito bons e prazerosos entre nós. Nossos corpos se entendiam, se completava como nenhum antes e isso me fazia suspirar de satisfação.

− Você nunca se cansa desse celular, né? – Ele tirou o aparelho de minhas mãos e colocou de lado.

Atrevido!

Estávamos deitados em minha cama fazia um tempo já e meus dedos tinham começado a coçar, querendo desesperadamente dar um xeretada em minhas redes sociais.

− Manu, cadê você?

Olhei para o Yuri assustada.

O Lucas tinha acabado de chegar do trabalho. A hora passou tão rápido que eu nem percebi. Yuri e eu estávamos tão entrosados que eu também nem ouvi o barulho da porta.

− Por favor, não abra a porta. Por favor, não abra. – Comecei a sussurrar baixinho, enquanto o Yuri, mais rápido, se levantou e começou a vestir a roupa antes que...

− Manu... O que está acontecendo aqui? – Lucas abriu a porta como já era de se esperar. Ele percorreu os olhos rapidamente em volta e naquele momento eu soube: ele sabia, nem precisava de respostas. – Manuela, o que esse cara está fazendo aqui?

Lucas olhou feio para o Yuri. Até aí tudo bem, eles nunca se deram bem desde que se conheceram. Lucas achava que Yuri era muito abusado comigo. E era antes. E ainda é agora. Mas de um jeito que eu aprendi a gostar.

É realmente surpreendente como algumas coisas podem mudar em tão pouco tempo.

O que antes eu achava insuportável e detestável, eram agora tudo que me satisfazia.

Lucas ainda estava esperando uma resposta.

Mas ele queria o quê?

Que eu dissesse que estava dormindo com o vizinho gostosão há bastante tempo já?

− Yuri, vai embora. – Pedi baixinho, sem saber onde enfiar a cara. Eu estava sem roupa nenhum por de baixo do lençol fino.

− Não. – Lucas disse, ainda com aquele olhar de que está prestes a matar uma pessoa. – Não vai.

O quê?

Isso não pode estar acontecendo comigo.

− Desculpa, cara. Mas eu realmente tenho que ir. – Disse Yuri calmamente ao tentar passar por Lucas ainda plantando na porta do meu quarto.

− Não. – Disse Lucas mais uma vez.

Mas que porra é essa?

− Lucas, por favor, deixa ele passar. Vamos conversar depois. Assim que eu colocar uma roupa, é claro.

Lucas tirou os olhos de Yuri para me olhar com um certo espanto.

Não sei porque a cara de surpresa.

− Vocês me devem uma explicação. – Lucas desviou os olhos de mim para fitar o Yuri também.

− Não, cara. Eu realmente não tenho nada para te explicar. Agora se me der licença...

− Não.

Não me aguentei...

− Lucas, você está sendo patético, sabia? Saia logo do meio da porra dessa porta e deixa ele passar.

− Não.

Foi a vez do Yuri suspirar.

Vi de longe quando cerrou os punhos.

− Por favor, Lucas. – Praticamente choraminguei.

− Não e não. Ninguém ainda me disse o que está acontecendo aqui.

Abri a boca para dizer algo, mas Yuri foi mais rápido.

− Nós estamos juntos, se é isso que você quer saber. Estávamos transando até pouco tempo, antes de você chegar. E pretendíamos transar de novo se você não tivesse aparecido para atrapalhar tudo.

Abri a boca, horrorizada.

Como Yuri foi capaz de dizer uma barbaridade dessas?

Tudo bem que é verdade, mas não precisava dizer assim, na maior cara cura. Ainda mais na frente do Lucas. Que vergonha!

− Como você ousa? – Lucas agarrou Yuri pela camiseta sem eu nem perceber e o jogou na parede mais próxima.

Comecei a me apavorar de vez.

Yuri era pelo menos duas vezes maior que Lucas ou qualquer outra pessoa.

Onde foi que o Lucas achou tanta força ou coragem?

− Nunca mais fale assim da Manuela, ouviu bem? Nunca mais. Pelo menos não na minha presença.

Lucas soltou Yuri e eu voltei a respirar, mesmo com certa dificuldade. Mas aí ele meteu o soco na cara do Yuri e eu prendi a respiração mais uma vez.

Puta merda!

O que esses dois tem na cabeça?

Yuri e Lucas começaram a socar um ao outro e quando dei por mim estavam os dois no chão.

Aproveitei que ninguém estava prestando atenção em mim e corri até pegar meu roupão em cima da cadeira da escrivaninha. Me cobri com ele e corri até eles.

− Ei, parem! Parem de brigar, pelo amor de Deus.

Mas eles não me deram ouvidos.

Eu não sabia o que fazer.

Chamava por ajuda?

Jogava água?

Entrava no meio?

Chutava os dois?

− Parem! Parem! Por favor.

Comecei a ficar ainda mais desesperada quando percebi que o Lucas estava perdendo feio para o Yuri, apesar de ainda não ter desistido da luta.

Esses dois têm merda na cabeça.

− Yuri, para, por favor. Você vai matar ele!

Yuri levantou-se, largando Lucas no chão.

− Me desculpe, Japonesa. Mas ele pediu por isso.

E então ele saiu limpando o sangue que escorria do nariz como se aquilo fosse muito normal.

− Lucas, você está bem? – Abaixei-me e o ajudei a se sentar na minha cama. Ele estava todo marcado, ferido e andava todo torto. Seus lábios estavam sangrando!

E um dos olhos roxo.

Corri até a cozinha, peguei gelo e enrolei em um pano. Voltei para o meu quarto e pressionei no olho dele.

− Ai merda! – Ele urrou de dor e fez uma careta.

− Não reclama! Você provocou isso!

− Eu provoquei isso? – Ele se levantou e atirou o pano com gelo longe. – Qual é o seu problema, Manuela?

Meu problema?

− Porque você estava dormindo com esse cara?

E mais uma vez ele estava com aquele olhar de que está muito perto de matar alguém.

− Porque eu quero, Lucas!

Ele me olhou um desprezo que eu nunca vi antes e depois virou as costas.

− E qual é o seu problema, hein, Lucas? – Fui atrás dele sem conseguir me conter soltar mais essa.

− Meu problema? Meu problema é você, Manuela.

Ele entrou em seu quarto e bateu a porta na minha cara.

Se tem uma coisa que eu nunca vou entender nessa vida é o Lucas.

Como ele pode ser todo fofinho em um dia e no outro ser..... Quase um monstro?

Até pouco tempo atrás eu disse que ele nunca tratava uma garota mal. Mas parece que essa regra não se aplica a mim.

Não nos falamos pelos próximos dias. Nem um pio se quer. Nem parecia que morávamos na mesma casa. Passávamos um pelo outro sem nem nos olharmos.

Cheguei em um dia no meio da semana após meu treino e me deparei com uma cena inusitada.

Lucas estava desenhando normalmente sobre sua prancheta em se quarto com a porta aberta. Mas aí do nada ele passou a mão pelo cabelo, todo frustrado, arrancou a folha, fez uma bolinha e atirou longe.

Naquele momento vi que o chão estava coberto de bolinhas de papel de desenhos que não foram finalizados ou talvez nem iniciados.

Era evidente que nenhum de nós estávamos tendo uma semana fácil. Mas para o Lucas parecia muito pior. Porque pelo visto ele não estava nem conseguindo desenhar. E desenhar era uma coisa muito importante para ele.


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Notas finais do capítulo

Parece que esses dois nunca aprendem, não é mesmo? Uma hora estão só amores e na outra quase aos tapas hahaha Vocês conhecem alguém assim? Comentem! Bjus.