Amor é bem complicado... escrita por CCris


Capítulo 14
Como saber se realmente ama?


Notas iniciais do capítulo

Declarações que possuem significados!



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Começaram a andar de mãos dadas pelo parque que era razoavelmente grande, um pouco mais a frente tinha um pequeno lago cercado de onde se viam algumas aves aquáticas e muitas plantas e flores ao redor. Eles se encostam na cerca observando a paisagem e uma esperança pousa próximo a eles em uma planta, Sara estende devagar a mão e coloca o dedo próximo ao inseto que pouco depois sobe em sua mão.

– Sabia que alguns antigos acreditam que se uma esperança tocar em você lhe trará boa sorte?

– E também que se encontra-la morta é má pressagio. Débora é cheia de superstições.

– Insetos sempre me fascinam!

– Nunca adivinharia! – Disse ela voltando pra ele um sorriso.

– Você é como essa esperança, possui um som semelhante a cigarra que é tão temida por ser destruidora de safras, parecida visualmente com uma folha, o que lhe faz praticamente invisível em meio a plantação, mas é completamente inofensiva e dócil.

– Isso deveria ser um elogio?

– O que quero dizer é que a primeira vista todos veem uma morena de traços fortes, decidida, bem resolvida, sem duvidas em suas decisões e altamente autossuficiente. Identifico tudo isso em você, porém por trás de toda essa figura tem uma garota frágil e sensível que tive a oportunidade de descobrir e me apaixonar. Naquele dia em que você estava tendo um “piripaque do chaves” no carro... – Sara gargalhou abertamente com o apelido.

– Essa vou ter que gravar!

– Em fim, naquele dia quando disse que se sentia segura comigo, como a muito não se sentia, fiquei muito feliz e me deparei com uma indagação a mim mesmo, com o que senti e...

– E? – Nesse momento Grissom pegou a esperança pelas asas e a pousou em uma planta próxima, deixando assim as mãos de Sara livre. Segurou suas mão e continuou.

– Sara, eu te amo!

Sara ficou um pouco engasgada com a resposta para aquela declaração, não estava preparada.

– Não vai me responder nada? – Grissom falou sorrindo na tentativa de acalmá-la já que viu o quão tensa ela estava.

– Grissom, a muito tempo atrás durante uma conversa com um grande amigo, ele me disse que eu nunca abrisse minha boca para dizer a ninguém um “Eu te amo” sem que eu tenha a certeza do que essas três palavras juntas podem significar, na ocasião perguntei a ele o que elas significavam e ele disse que eu saberia quando olhasse para aquela pessoa e não imaginasse meu futuro sem ela, quando fosse dormir a noite e o ultimo pensamento em minha cabeça fosse algo em menção a essa pessoa, quando eu sentisse uma real dor no meu peito ao magoar essa pessoa ou a ser magoada por ela, quando ao sentir um toque de pele por menor que seja, sentir ali também um aconchego. Saberia que realmente amo esse alguém quando tivesse a certeza que essa pessoa me teria tão vulnerável em suas mãos quanto um bebê recém nascido. O que quero dizer é que tenha paciência, porque eu não vou afirmar essa frase sem que eu tenha a certeza de que é realmente isso que sinto, para o meu bem, mas também para o seu.

Grissom ficou por alguns instantes calado à olhando, em seguida seu celular toca.

– Salvo pelo gongo! – Brinca ele.

– Oi Gerda? Ok, Já estou indo. – Desligou o telefone virou para sara e disse. – Vamos?

Saíram ainda de mãos dadas, só que Sara temia tê-lo magoado com suas palavras, resolveu não entrar mais no assunto, falaria sobre em outro momento.

Grissom estacionou o carro de frente a casa de sua mãe, esperou Sara sair e tomou sua mão atravessando a rua para chamar Cristy que estava na casa da frente. Deu duas batidas na porta da vizinha.

– Oi Gil! – Disse a mulher que atendeu a porta e se virou para Sara. – Olá!

– Oi Elsa, essa é Sara, Sara essa é Elsa, amiga da família desde que me entendo por gente. – As duas trocam um aperto de mão.

– Veio buscar Cristy?

– Sim, ela está ai ou saiu com Josi.

– Saiu, estavam andando de bicicleta aqui por fora, mas ela está com o celular...

– Não se incomode, se ela aparecer peça para ir até mamãe?

– Claro! Foi um prazer Sara.

– Digo o mesmo! – A vizinha trancou a porta e o casal se encaminhou a casa da Sra. Grissom recebendo alguns olhares curiosos de outros vizinhos.

Ao entrarem na casa a mesma senhora estava sentada a uma mesa de jantar tomando um chá e a seu lado tinha uma moça magra com grandes olhos azuis assim como os de Grissom e cabelos longos e grisalhos assim como os dele.

Ambas ao verem o casal entrando abriram um sorriso de boas-vindas para Sara. Gerda se levantou e caminhou até Grissom que a abraçou dando um beijo no topo de sua cabeça e ela em seu peito.

– Olá Sara, sou Gerda! – Disse a cumprimentando com um leve abraço que para Sara pareceu bastante sincero. Eles se aproximaram da mesa e Grissom apresentou sua mãe a Sara por linguagem de sinais o que inicialmente causou um certo pânico em Sara. A senhora respondeu alguma coisa entre sorrisos e estendeu a mão a Sara que a cumprimentou enquanto Grissom traduzia.

– Ela disse que você é muito bonita e que é um prazer te conhecer.

– Muito prazer senhora Grissom!

Mais uma vez gestos em respostas e a tradução seguida. – Ela pediu para que a chame de Beth. – Sara acenou um sim com a cabeça e mais uma vez viu sua sogra dizer algo em sinais, só que dessa vez foi Gerda quem traduziu.

– Ela está lhe pedindo desculpas pelo ocorrido mais cedo, não foi nossa intenção lhe causar desconforto, mas também quer que você tenha ciência de que Rachel é uma amiga independente do que ocorreu no passado entre ela e Gil e por isso continuara a nos visitar sempre que quiser, mas não se preocupe que conversamos com ela a respeito de sua atitude.

– Entendo perfeitamente! – Disse forçando um sorriso.

– Bem... Gerda por favor me arranje uma toalha, preciso tomar um banho antes do almoço, ainda estou sujo por conta do bendito concerto que mamãe me pediu.

– Você sabe o caminho!

– Carinhosa como sempre!

Desde lá ainda segurava a mão de Sara com seus dedos entrelaçados e ainda dessa mesma forma se encaminhou a um corredor puxando Sara pela mão sem entender para onde ele a levava. No corredor passaram por pelo menos três portas e entraram numa quarta.

– Este é o meu quarto vamos dizer assim.

– Como assim?

– Foi meu quarto a décadas atrás, hoje é um quarto de hospedes.

– A casa da sua mãe é enorme.

– As vezes até de mais! Vem! – Disse entrando mais no quarto, pegou duas toalhas no guarda roupas. – Quer tomas um banho?

– Seria ótimo.

Entraram os dois no banho e entre caricias e beijos fizeram amor ali mesmo, sem ligar muito para o fato de terem outros em casa. Ao terminarem Sara vestiu a mesma roupa e estava secando o cabelo quando Cristy entra no quarto de supetão.

– Sara, vamos almoçar?

Sara olha para Gil que estava dentro do banheiro com a porta entreaberta e só com uma toalha em volta da cintura.

– Nos vamos já querida, avise a mamãe que vocês podem almoçar sem nós. – Foi Grissom quem respondeu.

– Há não! Se você não vai almoçar agora eu também não vou, espero vocês.

– Tudo bem, mas diga a sua vó e sua tia para almoçarem por favor?

– Tá! – Saiu correndo.

– Ela é sempre assim? Entra de supetão no seu quarto? Não tem medo de ela te pegar nu?

– Já tentei controlar esse jeito dela, mas é impossível, resolvi só me precaver mais, tipo trancar a porta, só que dessa vez esqueci. – Sara riu de sua desculpa esfarrapada, era bem visível que ele mimava a filha, para sua sorte a garota não tinha tendência a arrogância.

Ao terminar de se arrumar saiu do quarto seguido de Sara e bateu porte de frente para a que acabaram de sair.

– Vamos filha?

– Tô indo. – Ouviram a resposta abafada.

– Você e sua filha tem um quarto próprio dentro da casa da sua mãe?

– Te disse que a casa era grande até de mais?

Sorriram e foram para a sala que estava vazia, os três almoçaram em silencio e ao fim Cristy sumiu e eles ficaram com a louça para lavar.

– Onde está sua mãe? - Pergunta Sara ainda lavando a louça e Grissom enxugando-as.

– Mamãe deve ter ido dormir, ela sempre dorme um pouco a tarde.

– E sua irmã?

– Deve estar lá fora com os cachorros.

– Hank está aqui?

– Sim! Lá fora com a namorada dele.

– Ao terminarmos podemos ir até lá?

– Claro.

Ao terminarem foram parte de trás da casa. Chegando lá Sara avista Gerda deitada em uma toalha de praia cercada de cães boxers, Hank, uma cadela de um caramelo bem mais claro que o dele e quatro filhotinhos.

– Você não me disse que Hank era papai?

– Não?

– Claro que não!

– Desculpe, eles tem um mês apenas, vamos lá? Cristy? – Poucos instantes a menina surge passando direto por eles e indo onde sua tia estava, pega um dos filhotinhos e começa e implicar com ele pra que ele corresse atrás dela. Só quando Cristy pegou o cachorro Gerda se deu conta de suas companhia.

– Oi gente! – Nesse instante Hank levanta a cabeça e avista Sara, sai correndo e se joga em cima dela a derrubando na grama, com ela ainda no chão rindo do atrapalhado cachorro sem freio ele começa a lhe lamber e pular ao seu redor. – Já vi que gosta de Cães.

– Hank! Quieto! – Ralha Grissom.

O cão prontamente senta e fica olhando pra ela com o rabo balançando freneticamente.

– Sara? Eu trouxe o brinquedo dele, quer brincar? – Pergunta Cristy indo onde eles estavam com o filhotinho nas mãos.

– Tudo bem! – Responde Sara, Grissom sentou em uma cadeira próximo onde Gerda estava e a namorada Hank, Sheila, levantou e foi a seu encontro deitando a cabeça em sua perna.

– Sara? Venha conhecer a família de Hank. – Ela foi até ele que iniciou a apresentação. – Essa é Sheila e os filhotinhos são, Bob, Presto e Diana, o que Cristy levou com ela é o Eric.

– Nomes sugestivo, e você só pode ser o mestre dos magos! – Os três riram.

– Ideia de Cristy, ela quem deu nome a todos.

– Não sabia que ela era fã de cartuns.

– Nem todos, esse em específico ela tem uma fixação. – Fechando a boca volta Cristy com um disco de brinquedo entregando a Sara e as duas se distanciam um pouco com Hank em seu encalço completamente hipnotizado pelo brinquedo. Uma jogava o disco para outra enquanto Hank tentava interceptado aos saltos no meio das duas.

– Ela parece ser uma boa pessoa! – Diz Gerda assistindo a brincadeira.

– Ela é!

– O que te levou a tudo isso Gil? De verdade?

– Ge não começa!

– É sério! Gil eu já sou uma velha, não tenho mais possibilidades de ter filhos e me apego a Cristy como se fosse minha, mas Aroldo sempre foi o único pra mim, nunca cogitei a possibilidade de deixá-lo, mesmo quando soube que com ele não poderia gerar um filho, já você pula de relacionamento em relacionamento e quando imaginei que fosse finalmente ficar de vez com alguém, você joga tudo pro alto e introduz uma nova pessoa.

– Olha a comparação que está fazendo! Quanto a filho, você e Aroldo são casados a 35 anos Gerda, desde seu décimo aniversario de casamento descobriram que ele é estéril, e de mais a mais vocês ainda podem adotar. Já em relação a meus relacionamentos, sabe bem que não sou mulherengo, sempre que estou com alguém é só com aquela pessoa que fico, o problema é que até hoje não tinha encontrado alguém com quem quisesse de fato partilhar uma vida, a primeira que arisquei de verdade depois da mãe de Cristy foi Rachel e minha vida com Rachel durou quatro anos, sendo que somente dois desses quatro pudemos de fato aproveitar. Ela pensa muito diferente de mim e sinceramente, hoje percebi que não a amava, nunca a amei.

– O que te fez enxergar isso?

– Ouvi alguém me dizer que você sabe quando ama alguém de verdade quando sente dor no peito ao magoar essa pessoa ou a ser magoado por ela, quando tivesse a certeza que essa pessoa me teria tão vulnerável em suas mãos quanto um bebê recém nascido.

– Essa pessoa é sábia e digo mais, antes de dizer a Sara que há ama tenha certeza disso, não sofra em vão e nem a faça sofrer em vão também!

Sua conversa foi interrompida quando Cristy acidentalmente joga o brinquedo na direção deles e Grissom vê Hank correndo em sua direção completamente descontrolado como sempre.

– Gerdaaaaa! – Tarde de mais, o cão pisoteou Gerda e se jogou em cima de Grissom apanhando o brinquedo antes que batesse em sua testa.

– Ai Hank! – Gerda levanta massageando as costas onde o cão tinha lhe machucado.

– Esse cão vai acabar matando alguém! – Disse Grissom e ao tirar o cão de seu colo pode ver Cristy deitada na grama tremendo de tanto rir e Sara com cara de preocupação se dirigindo até eles.

– Vocês estão bem?

– Não se preocupe Sara, já estou vacinada contra as loucuras desse desengonçado. – Respondeu Gerda. – A culpa é do Gil que não educa o cachorro.

– A culpa é dele que não tem freios. – Disse e os três se puseram a rir de Cristy que de tanto rir chegou lá com a parte de baixo molhada de xixi.

– Vá tomar banho filha, coloque sua roupa suja na lavanderia que mais tarde cuido disso. – Disse Guerda.

Cristy ainda se recuperava da crise de riso e foi se encaminhando para dentro de casa.

– Vou ver uma roupa limpa pra ela, volto já. – Saiu deixando casal. Gil deu uma batidinha em sua perna convidando Sara a sentar.

– Sou pesada, não vai me aguentar.

– Osso pesa, mas não tanto! – Recebeu um tapa no braço como resposta. – Ao! – Disse e a puxou fazendo com que ela caísse em seu colo.

– Tenho que ir embora! – Anunciou ela. – Está anoitecendo.

– E você tem horário para virar gata borralheira novamente minha cinderela?

– Não, mas tenho afazeres para cumprir em casa! – Disse e o beijou.

– Hum! Desse jeito posso considerar em aceitar qualquer coisa que me propuser, mas antes que eu perca o juízo tenho eu uma proposta.

– O que? – Disse e lhe beijou novamente.

– Dorme hoje lá em casa?

– E Cristy?

– Vai passar o resto do fim de semana aqui, assim como Hank também, vou vir buscá-los amanhã a tarde.

– Talvez eu possa adiar meu afazeres... – Disse lhe dando um beijo mais demorado e profundo.

– Vamos agora? – Disse entre beijos. – Por favor?

– Preciso de um presente primeiro.

– Diga!

– Um cão!

– Hum? – Disse espantado.

– Você tem quatro filhotes, eu quero um!- Grissom começou a rir.

– Imaginei que fosse fazer outro tipo de pedido!

– Não seja tão safado!

– É você que me leva a loucura. – Disse cheirando-lhe o pescoço, carinho que ele conhecia bem a reação de arrepio que ela sentia. Ela se levantou bruscamente.

– Vamos!

– E o cãozinho? Desistiu?

– Eles são seus?

– Não, mas são de Cristy. Ela não vai te negar.

– Então depois você fala com ela, agora levanta daí!

– Seu pedido é uma ordem! – Ao entrarem em casa encontraram Beth preparando alguma coisa no fogão e Gerda limpando a mesa. Gil se dirigiu a sua mãe, tocou em seu ombro e disse algo em sinais. Ela respondeu e em seguida lhe abraçou, voltou-se para Sara e acenou um Thal com a mão e um sorriso gentil no rosto.

– Já vão? – Pergunta Gerda.

– Sim, tenho que deixar Sara em casa! Cadê Cristy?

– Deve estar acabando o banho. – Não deu um minuto a garota apareceu de banho tomado e roupa trocada.

– Estamos indo querida! Amanhã as três venho te buscar está bem? – A menina vai até ele e lhe abraça forte. Ele retribui o abraço e lhe dá vários beijos na cabeça. – Vê se não dá trabalho para mamãe!

Cristy vira para a avó e faz alguns sinais que é respondida pela vó e depois os três adultos gargalharam de algo na conversa.

– Cristy disse que ela não dá trabalho, mas que trabalha para a vó dela deixando o dia dela mais feliz, minha mãe disse que eu não me preocupe porque se ela der trabalho possui uma palmatória guardada para essas ocasiões. – Sara dá um sorriso fora de tempo com a piada e se despede de todos para que sigam para a casa de Grissom.


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Notas finais do capítulo

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