Warrior escrita por Erika Anjos


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap, desculpa a demora.
QUERO AGRADECER PELOS COMENTÁRIOS. EU AMO TODOS E ALGUMAS VEZES FICO LENDO-OS. OBRIGADA MESMO



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Bella

Já completava um mês que Edward havia retornado há minha vida. Não havia mudado muita coisa, Anthony continuava magoado e evitada o pai, Olivia por outro lado gostava da presença de Edward, ele sempre muito carinhoso com ela e a tratava como sua princesinha, Olivia estava vivendo no seu paraíso particular. Durante esse mês eu decidi não intervir em mais nada que se referia Edward e as crianças, tudo seria mérito exclusivamente dele.

Edward tem tentado de todas as formas se aproximar de Anthony, mas sem sucesso, ele estava irredutível, até mesmo com Esme ele estava indiferente. As duas vezes em que ela veio em minha casa ele não saiu de seu quarto e quando ela ia conversar com ele, Anthony não lhe respondia, era notável a decepção no olhar deles devido à frieza do meu filho.

Olívia de alguma forma também se abalava com o que vinha acontecendo, em sua cabeça Edward se cansaria de Anthony e iria embora, assim como o papai dela havia feito com ela, em todas as vezes tentei tranquilizar ela afirmando que Edward não desistiria. Dentre todos esses dias tristes, houve o dia em que Edward trouxe-lhe o seu aparelho auditivo, Olívia pulava de alegria e isso abalou as estruturas de todos, inclusive de Anthony que ficou super feliz por sua irmã.

A presença constante de Edward em minha casa já havia se tornado comum até para os meus amigos, Rose e Emmett. Mesmo desconfiados no começo, Emmett e Edward desenrolavam conversas rápidas, agora ficavam tomando cerveja e conversando por tempos até mesmo depois do jantar, quando Edward se preparava para ir embora. Rose ainda era bastante hesitante perante a ele, lhe dirigia apenas frases curtas, isso quando se dirigia à ele.

Eu ainda estava acostumando-me com sua presença, algumas vezes me incomodava outras vezes parecia que ele morava ali. Poucas eram as vezes em que conversávamos, ele passava as tardes com Olívia e após o jantar ele ia para o apartamento que ele havia comprado. Eu estabeleci hora e dias para que ele fosse ver as crianças ou fosse levá-las para algum lugar. Edward cumpria com o trato e apenas aparecia nos dias e horas estabelecidas.

— Para tio, minha barriguinha tá doendo. - Olivia falou sorrindo

— Está bem, parei. - Disse Edward jogando cabelo de Olivia em seu rosto.

— Para tio. Não bagunça meu cabelo. - Olivia estava sério, o que fez Edward sorrir.

Cada vez que via os dois juntos era notável o quanto eles se amavam. Eu sabia que ele amaria Olivia assim que tivesse contato com ela, e acredito que, ele também sempre soube disso, por isso que evitava contato com ela. Mas agora ele deixava aflorar isso por todos os lados.

Todos esses momentos aquecia meu coração, eu sempre pedi aos céus para que Edward abrisse os olhos e agora que esta acontecendo tudo que pedi, eu não iria impedir nenhuma aproximação.

Deixei Edward e Olivia na sala e caminhei para o quarto de Anthony, assim que entrei o encontrei lendo um livro infantil. Sentei em sua cama e fiquei o olhando até baixar o livro e me encara.

— Ele já foi? - Perguntou de primeira.

— Ele acabou de chegar. Lembra que ele irá levar vocês para tomar sorvete.

Anthony fez uma careta.

— Não quero ir mãe.

— Você tem que ir, filho. Ele é seu pai, ele quer ficar um tempo com vocês.

— Eu sei que ele é meu pai, mas não quero ir, diz para ele que não quero ir.

Anthony levantou o livro em seu rosto, abaixei-o novamente.

— Não estamos fazendo um acordo e você precisa se arrumar.

— Que saco! Eu não quero ir. - Gritou.

— Pare de gritar, nessa casa não gritamos. - Disse séria para ele.

— Por que está me forçando a ir? - Anthony estava com cenho franzido.

— Eu não estou lhe forçando. - Virei de costas e saí de seu quarto.

Senti-o me seguir com os pés pesados, esse nunca foi meu Anthony. Entrei na sala, Olivia estava sentada no colo de Edward, os dois estavam concentrados no desenho que passava na TV.

— Eu não quero ir a lugar nenhum com você, você não percebe isso? - Anthony usava a voz firme, mas sem gritar.

— Eu só quero ficar um tempo com vocês, meu filho. - A voz de Edward era calma.

— Mas eu não quero, vá embora para sua família. - A respiração de Anthony estava ofegante.

Edward levantou deixando Olívia no em pé no sofá e caminhou até Anthony e se ajoelhou em sua frente.

— Vocês são minha família. - Edward tentou tocar em Anthony, mas sem sucesso.

— Não, família não faz o que você fez.

Ouvir aquilo dele fez meus olhos encherem de lágrimas, aquela conversa sempre voltava para o mesmo lugar.

— Eu só quero que você me perdoe e me deixe consertar as coisas que fiz. - Edward estava com a voz embargada.

— Eu só quero que você vá embora. - Anthony estava sério.

Edward não disse nada, apenas levantou, beijou os cabelos de Anthony, falou que o amava, tão baixo que tive a impressão que era coisa de minha cabeça. Anthony correu em direção para seu quarto.

—Você não pode deixar ele falar desse jeito. - Disse parada onde estava.

— Não sei mais o que fazer, acho que ele nunca irá me perdoar e isso dói demais. Me ajude. Eu preciso de você, Bella. - Disse Edward sentando no sofá com os olhos cheios de lágrimas.

Olívia estava sentada no sofá apenas olhando o que acontecia ao seu redor, ao ver Edward chorar levantou-se e o abraçou, bem apertado.

— Não chora Tio. - Olívia beijou-lhe o rosto.

— Eu amo você, minha princesa. - Edward a pegou no colo e a perto em seus braços.

— Você vai embora?

Edward ficou calado, Olívia continuou.

— Não vai embora. Por favor. - Era notável o medo em sua voz.

— Eu não vou embora, está bem? - Edward segurou seu rosto e Olívia chorava.

— Promete? - Seus olhinhos transmitia medo.

—Prometo. - Edward enxugou suas lágrimas.

Eu estava observando toda a cena, meu coração apertou, minha filha tinha medo que ele fosse embora.

Naquela dia Edward não ficou para o jantar, brincou com Olívia por toda tarde, porém quando foi embora, ela chorou, pela primeira vez, Edward prometeu voltar logo.

Durante o jantar Olívia estava bem quieta, não diferente de Anthony, os dois apenas comeram e se dirigiram à sala para assistir desenho.

— Anthony, diz para seu papai não ir embora. - Olívia olhava para o irmão com olhos tristes.

Anthony não lhe respondeu.

— Seu papai pode não voltar mais, igual o meu. Diz para o Edward não ir embora, pede para ele ficar. Você... você vai sentir saudade dele... vai sim, ele não vai mais levar você para tomar... tomar sorvete, não vai mais vir aqui e...e...e você vai sentir saudade dele. - Olívia começou chorar.

— Ele não vai embora, meu amor. Lembra que ele prometeu? - Disse a pegando no colo, eu sabia que ela também falava de si.

— E se ele não cumprir, mamãe? Eu não quero que ele vá embora. - Olívia me abraçou.

— Eu sei que você não quer que ele vá embora.

Anthony começou chorar, o chamei para meus braços e ele correu. Meus dois filhotes estavam chorando agora em meu colo.

— Ele vai embora mesmo, mãe? - Anthony perguntou e era notável o medo em sua voz.

— Não, filho, ele não vai embora.

O acalmei passando a mão em seu cabelo, limpando suas lágrimas.

— Por que vocês não contam logo a verdade?

— Ele prefere não contar enquanto você não perdoar ele. Ele quer os dois com ele, seu pai diz que quer um amor inteiro e não pela metade. - Sorri para ele.

— E se ele fizer de novo, mãe? Se ele falar as mesmas coisas que ele sempre falou? - Meu filho transmitia medo na voz.

— Ele não fará, é diferente agora. - Lhe dei um sorriso singelo e continuei. - Seu pai errou uma vez, mas ele quer mudar e quando queremos mudar, nós conseguimos.

— Desculpa, mãe. Eu sinto falta dele. - Anthony voltou chorar.

—Você não tem que me pedir desculpas, meu amor. - Apertei ele mais forte em meus braços. - Ele é seu pai e o ama, assim como você o ama. Seu pai está aqui, aproveite tudo com ele. - Anthony me apertou bem forte em um abraço. nunca vi meu filho tão frágil.

Edward

Eu estava no céu, estava vivendo um mês perto das pessoas mais importantes da minha vida, apesar de Anthony não me querer por perto, ele estava lá, estava perto e eu sabia que estava bem.

Conviver com Olívia era o paraíso, minha filha era tudo que faltava na minha vida, ela se tornou a alegria do meu dia. Não podia estar com meus filhos todos os dias, mas sempre ligava para Bella para saber como eles estavam.

Bella a mãe mais incrível que eu poderia desejar para meus filhos, ela sempre foi bondosa, paciente, amorosa, responsável e muitos outros incontáveis adjetivos que poderiam ser usados para descrevê-la. Tudo que conseguia ver é que Bella passa tudo para nossos filhos, Olívia e Anthony, são as crianças mais incríveis que um pai poderia ter, mesmo sabendo que eu não havia ajudado em nada para que eles sejam assim, tudo era e sempre foi mérito de Bella, e isso só faz com que meu amor por ela volte como uma avalanche, enchendo meu coração de esperança.

Meu coração se enchia de alegria quando ouvia a voz de dela até mesmo por telefone, minha razão estava aceitando que estava a perdendo para sempre, mas minha emoção diz o contrário, meu coração dizia que ela ainda me amava, mas o que eu via era algo totalmente diferente. Bella não mantinha uma conversa longa comigo, era fria e imparcial quando se tratava do meu relacionamento com as crianças. Eu precisava de sua ajuda, eu precisava de Bella, sempre precisei.

Anthony havia dito à ela que Tânia foi algo importante na minha vida, algo maior do que de fato foi. Tânia foi uma coadjuvante em toda minha história, tentei explicar isso à ela, porém mais uma vez não quis me ouvir, ela disse que não tinha interesse em ouvir pois não fazia mais parte da minha vida, além de ser mãe de meus filhos.

Tudo estava se tornando uma bola de neve que só fazia aumentar e sentia que tudo ia me engolir. Dormir a noite toda estava impossível, eu acordava no meio da noite suando frio e dificilmente eu conseguia voltar dormir. Algumas vezes eu chorava com meu coração doendo e tudo que eu desejava era está perto de alguém. A solidão estava acabando comigo, estar na casa de Bella, perto dos três era as únicas vezes em que conseguia sorrir.

Todos os dia me dedicava a estar por dentro do que estava acontecendo na empresa, vídeos conferencia atrás da outra e de alguma forma isso me distraía quando não estava ao lado da minha família, eu precisava me dedicar a algo eu ia acabar me afundando no quarto do meu apartamento.

Um mês foi suficiente para me aproximar dos amigos de Bella, quer dizer, de Emmett, pois Roselie não ia com minha cara e não se esforçava nem um pouco para esconder seu sentimento por mim, ela me odiava. Eu a entendia, Rose e Bella são como irmãs, não foi fácil criar uma amizade com Emmett, mas em uma conversa franca disse-lhe o quanto estava arrependido e como queria tê-la de volta. Acho que ele viu que estava sendo sincero, pois após essa conversa nós criamos amizade. Eu me sentia em paz quando estava na companhia de todos, eu parecia estar em outra dimensão.

Hoje estava em mais um dia daqueles que eu achava que a avalanche iria me inundar e me afogar. Eu estava dando o meu melhor para Thony me perdoar, mas estava nadando contra a maré e não saía do lugar e todas minha energia se foi do meu corpo quando ele disse para eu ir embora, ali eu vi que não tinha mais o que fazer, eu senti que perdi meu filho. Tentei ficar o máximo que pude com Olívia, mas só eu sentia um buraco no meu peito.

Estava mais uma vez sozinho no meu apartamento, minha cabeça não parava um segundo, não conseguia mais chorar, estava triste, mas nenhuma lágrima se atreveu sair de meus olhos, só conseguia olhar para o teto e pensar em tudo e em nada.

Passava da meia-noite quando tentei levantar para beber água e meu corpo perdeu o equilíbrio e caí na cama de volta, meu coração acelerou, senti meu sangue correr quente por minha cabeça esquentando meu corpo inteiro e meu pulmão se comprimiu faltando ar. Voltei a deitar e em pouco tempo sentia meu corpo inteiro formigar, ficar febril e meus juntas doerem. Eu estava com medo, o que estava acontecendo com meu corpo?

Tentei duas veze levantar da cama, mas foi em vão. Estava sozinho e não sabia o que fazer. Meu coração não parava de acelerar, meu corpo gelado e ao mesmo tempo suava frio, a tontura que fazia o quarto girar mesmo deitado, a falta de ar vinha sempre que tentava levantar, me mexer fazia meu corpo inteiro doer. Estava preparado para morrer.

Acordei com celular tocando, com muito esforço consegui pegar ele em cima da escrivaninha, ainda ofegante atendi. Não tinha me dado conta que havia dormido, porém mesmo depois do sono eu estava cansado, como se tivesse corrido uma maratona.

— Edward? - Era a voz de Bella e meu coração vacilou em uma batida.

— Bella? Tudo bem? - De repente esqueci de mim e tudo que pensei foi que algo havia acontecido com meus filhos, ou ate mesmo com Bella.

Tentei levantar e mais uma vez e não consegui, meu corpo estava do mesmo jeito que antes, e senti dor, esforcei-me para conter o gemido, mas sem sucesso.

— Edward, você está bem? - Não queria responder aquela pergunta.

— Está tudo bem com vocês? - Eu estava preocupado.

— Está tudo bem, Olívia quer falar com você. Ela pensava que você viria hoje aqui em casa.

 De repente percebi que já era outro dia.

— Que horas são?

— 10:15. Desculpa se lhe acordei, não queria incomodar.

Pensei que Bella fosse desligar em seguida.

— Não está incomodando. - Respondi rápido, com medo de que desligasse.

— Edward como você está? - Perguntou mais uma vez.

— Creio que dormi tarde ontem e não me dei conta da hora. - Cansei só de falar a frase.

— Você está estranho. - Conseguia imaginar suas sobrancelhas se engelhando.

— Eu irei tomar um banho e irei ver as crianças, pode ser? - Sabia que não era meu dia, mas sentia a necessidade de está perto deles.

— Pode sim, Olívia quer ver você e Anthony está pronto para conversar com você. - Sua voz era suave.

— Você acha que ele vai me perdoar?

— Ele já perdoou.

— Sério? - Me forcei levantar com todas as minhas forças.

— Sim, sério. - Ela sorria.

Meu coração acelerou muito e mais uma vez a tontura me atingiu e a vista embaçou.

— Bella. - Falei baixo. - Eu preciso de ajuda.

— O que houve?

— Eu não estou muito bem. - Estava assustado.

— Você acabou de dizer que está bem. O que você tem?

Era nítida a preocupação.

— Eu não sei.

Lhe contei tudo que estava sentindo. Bella pediu meu endereço, disse que deixaria as crianças com Rose e viria até meu apartamento. Alguns minutos depois recebi uma mensagem dela que estava na frente do prédio, logo estava subindo até o andar que estava meu apartamento. Com muita luta caminhei até a porta, a todo momento me controlando para não cair, minha respiração era pesada, mas pelo menos consegui levantar da cama.

Logo Bella entrava em meu apartamento e me ajudou a caminhar para o sofá, sua expressão era de preocupação, não conseguia respirar direito e estava fraco. Bella queria me levar ao hospital, não estava confortável em ela me ajudando a andar, eu era pesado para ela.

— Você sentiu isso de uma hora para outra? - Estava com cenho franzido.

— Na verdade senti algumas vezes antes, mas nada que me impedisse de fazer as coisas. - Eu estava mais calmo com Bella ali comigo.

— Vou ligar para Emmett...

Não deixei que terminasse.

— Não, Bella. Eu vou ficar bem logo. - Não queria que Emmett largasse seus afazeres para me ajudar.

— Melhorar? Edward você não consegue andar do quarto até a sala sem que lhe falte ar, para de teimoso, você precisa de um médico. - Bella estava brava, e como sempre tinha razão.

— Emmett não tem que largar as coisas dele para vir aqui, Roselie já está com as crianças.

Senti-me abusando deles.

— Ele não irá se importar em ajudar, pelo amor de Deus. Para de ser teimoso, você sempre foi chato com essa teimosia. - Disse passando as mãos no cabelo.

Pensar que ela lembrava de quando vivíamos juntos fez com que meu sorriso crescesse em meu rosto. Eu a amava cada dia mais e tudo que precisava agora era ela perto de mim.

— Do que você está sorrindo? - Cruzou os braços.

— Não é nada. - Seria meu segredo.

Continuei.

— Tive uma ideia, você chama um médico particular para vir até aqui. Assim Emmett não precisa vir até aqui e sou atendido por uma médico. - Sugeri.

— Tudo bem. - Foi tudo que ela disse.

Os próximos minutos foi Bella atrás de um médico que pudesse ir até minha casa, durante todo tempo apenas observava Bella andando de um lado para outro e fechei os olhos, ela estava me deixando tonto.

Assustei-me ao sentir ela passando a mão dela por meu cabelo.

— Está melhor? - Perguntou com a voz suave.

— Estou sim. - Não abri os olhos e tudo que eu queria era que aquele momento perdurasse por muito tempo.

— Está com fome?

— Não.

— Você precisa comer. - Bella ameaçou se afastar.

Abri os olhos e a encarei, segurei sua mão e coloquei novamente em meu cabelo.

— Por favor, fica. - Pedi. Quase implorei, na verdade.

— Você precisa comer, Edward.

— Já estou me alimentando. - Me referia ao seu carinho.

Bella era meu alimento.

— Edward, por favor. - Sua voz saiu quase que uma súplica. Bella estava com pena de mim, na verdade.

Não disse mais nada e apenas esperei que o médico chegasse, apenas curti aquele momento que poderia ser o último.

Quando Dr. Hanter chegou e Bella foi o atender falando para ele tudo que eu havia contado a ela. Depois de verificar minha pressão e usar o estetoscópio em meu torax, perguntou:

— Você teve algum tipo de estresse? Alguma briga ou coisas do gênero que pudesse lhe afetar emocionalmente?

—Talvez sim. - Não dei certeza, mas aquele mês tinha acabado com psicológico.

— O senhor está com sintomas de um Transtorno de Ansiedade. Vou lhe passar um calmante e lhe encaminhar para fazer check-up, lhe recomendo a procurar um terapeuta.

Assinou alguns papeis e entregou a Bella.

— Você é esposa dele? - Antes que Bella pudesse negar ele continuou. - Não recomendo que o deixe muito tempo sozinho. Crises de Transtorno de Ansiedade e Síndrome do Pânico podem durar até mesmo dias. - Dirigiu o olhar para mim. - Tome os calmantes duas vezes ao dia, lhe deixará com sono, e tente fazer exercícios de respiração para se acalmar.

Depois de mais algumas instruções e o Doutor  foi embora, percebi Bella passar a mão em seus cabelos e respirar fundo.

— Você vai para minha casa. - Disse mandona.

— Bella eu sei que lhe incomodo em sua casa, não vou para sua casa. - Tudo que menos queria era pressionar ela e regredir mais ainda.

— E você ficará como? Você acabou de ouvir o Dr. Hanter, você não pode ficar sozinho e...

— Eu ligo para minha mãe vir ficar comigo.

— Ah pelo amor de Deus, Edward, até que ela venha você ficará sozinho? Não seja ridículo. - Ela estava brava

— Me desculpe. - Não tinha argumentos para ir contra.

— Não se desculpe. Onde fica seu quarto? - Disse já andando em direção as portas.

Foram minutos que pareceram horas vendo ela mexer em meu guarda roupa e por em uma mala, ela tentava se mostrar calma com a ideia de eu ir para sua casa, mas dava para notar que estava incomodada, e isso me incomodava. Tentei levantar, mas ela se exaltou.

— Você pode parar de tentar querer levantar toda hora?

— Eu não quero ir para sua casa. - Disse nervoso.

— E irá para onde? Você vai para minha casa.

— Você nem quer que eu vá para lá.

— Eu vou sobreviver.

Doeu, queria que ela dissesse que eu estava enganado, mas não disse e isso só fez eu me sentir ainda pior.

Não tive como discutir e ela ligou para Emmett para ajudá-la a me levar para sua casa, não comentamos nada sobre o que estava passando e formos em silêncio. Emmett me ajudou a caminhar até a porta da casa a esperou até Bella abrir a porta.

Olívia e Anthony falaram juntos.

— Tio Edward?

— Papai?

— Edward vai passar alguns dias aqui com a gente. - Disse Bella sem muito ânimo.

— O que aconteceu? - Anthony estava preocupado.

Roselie me ajudou a sentar no sofá.

— Eu não estou muito bem e preciso de um pouco de ajuda.

— Você tá dodói? - Olívia fez uma carinha de triste.

— Vou ficar bem, meu amor.

Anthony começou chorar e correu para abraçar o pai.

— Me desculpa papai, eu não quero que você vai embora, você está doente por minha culpa, desculpa.

— Ei, não. Eu nunca vou embora, mesmo que se você me pedir para ir, eu não vou. Eu amo vocês com todas as minhas forças. - O abracei forte. - Eu não ganho abraço da minha princesa?

Olívia correu e me abraçou junto.

Meu mundo estava completo. Minhas duas forças da natureza estava ali comigo, minha família. Uma lágrima encheu meus olhos, mas não caiu. Era muito amor que chegava doer. Ali estava meu motivo de viver, minha cura. Eu não estava sozinho.


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Notas finais do capítulo

Só quem tem ou teve Disturbio de Ansiedade e Sindrome do Panico sabe o quão horrivel é.

Comentem pfv ♥



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