Cidade das Portas Celestiais escrita por heeyCarol


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá, tal como os Prólogos dos livros de Instrumentos Mortais este a princípio não vai fazer muito sentido, mas é extremamente importante que leiam porque aqui há segredos que farão sentido em determinadas partes da história. Sem mais delongas, Cidade das Portas Celestiais!



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O luar no Central Park era belo, embora não se comparasse com a lua cheia nas colinas em Ídris. O vento gélido cortante fazia os cabelos de Becca dançarem, tingindo a brisa com um brilho agora escuro pelas árvores que obstruíam a luz. O grande borrado branco proveniente do reflexo da lua dava a impressão de que a água do lago misturava-se com leite, concedendo-lhe certo mistério acerca do que realmente havia ali; ela sabia o que realmente havia, apenas não entendia como entrar.

Suspirou, retirando do bolso o pequeno pingente no formato de um sino de prata, o qual julgava desnecessário pois sabia como entrar no reino das fadas.

Erros, odiava quando eram seus…

Com um lamento silencioso ela o agitou. A princípio o pequeno tilintar do metal fora quase inaudível, e o sacudiu por mais uma…duas…três vezes, até uma figura aparecer por entre a penumbra das árvores do bosque.

Tinha as maçãs do rosto bem demarcadas, sua pele um tom leve de escarlate que a fez lembrar de sangue diluído em água se sobrepunha a elas parecendo que rasgaria. Tinha os olhos inteiramente azuis, meio sombreados logo abaixo dos cílios longos; orelhas pontudas voltaram-se para ela e uma carranca, que sabia que também estava direcionada para si.

Não precisava tocar tantas vezes, fadas tem bom ouvidos.— reclamou o servo saindo para a meia luz. Seus olhos, percebeu Becca, tornaram-se algo mais brando, a cor azul do céu vespertino.

Desculpe.— conseguiu dizer. Estava tensa obviamente, mas não queria uma fada como inimigo.

Que seja respondeu ele, embora ela tivesse suspeita de que, além da carranca, havia um misto entre surpresa e gratidão. Sabia da história deles, e o quanto sua espécie é orgulhosa, de forma irritante, porém internamente desprezada por todas as outras pelo temperamento das criaturas e seus joguinhos ardilosos. Provavelmente não eram educados com ele.

Sabe do que se trata esse favor? Sabe, este que minha mãe pediu para…milady? perguntou. Se tratasse a rainha pelo nome sem ao menos tê-la visto provavelmente não entraria; ou quem sabe, nunca mais sairia dali.

Esses são assuntos de minha rainha, não posso tratá-los, senão seriam meus. — se pronunciou, adentrando o lago. Fadas não podem mentir, mas nada o impedia de driblar a verdade, e de certa forma sabia que fizera isso.

Tenho que mergulhar?— pergunta ela, o que depois da expressão do servo pareceu óbvio. Em Ídris não havia ao menos uma aldeia de fadas; lembrava-se de caçar algumas que viviam solitárias e em suas pequenas formas voadoras – as quais as vezes confundia com insetos quando pequena – mas sempre desapareciam na vegetação, aliás, viravam vegetação; mas nunca entrara em uma corte, e isso era no mínimo estranho, até para seu estilo de vida.

Pisou com certa hesitação na borda do lago, ouvindo as reclamações da fada não muito contente por, de acordo com ele, “ter de se molhar nessa água imunda”. E com essa motivação, penetrou na água de uma temperatura nada convidativa, deixando o frio irradiar pela panturrilha através do uniforme de batalha também não muito quente.

Deu alguns passos com certa dificuldade, seus pés mal tocando o solo a fim de conseguir respirar, e foram até o centro do lago, o servo encarando-a com certa impaciência parado próximo ao reflexo da lua.

Oh, exclamou mentalmente assim que compreendeu. Murmurou um obrigada quase inaudível, pois os lábios trêmulos pelo frio não permitiam que sua voz saísse da forma que queria.

Deu um curto mergulho e se viu embaixo do reflexo do astro, fechando os olhos com força suficiente para sentir o sangue na região lutando contra a eminente hipotermia. Dez segundos…o ar escapava em pequenas bolhas, que subiam como pequenas estrelas ao lado da lua…

E então sentiu o chão contra sua bochecha, e o choque da dor logo em seguida, embora não tenha sido tão doloroso assim. Teria sido uma queda? Não sabia ao certo, ainda estava meio desnorteada, vendo o reflexo da lua como que impresso sob suas pálpebras.

Está muito machucada?— perguntou o fada, que parecia enrolar os dedos esguios como cordas em seus braços para erguê-la de forma até cautelosa considerando sua falta de paciência.

Estou…estou bem.— assegurou ela, tirando os dedos de seu braço de forma delicada.- Obrigada…?

Marterón.— completou, virando-se rapidamente. Não pensou que havia visto direito, mas era raro que sua visão falhasse (sempre a elogiaram por isso), e tinha certeza de que Marterón ruborizou levemente, tornando seu tom escarlate mais escuro…

Resolveu não comentar, embora tivesse rido internamente; as fadas não eram sem emoção afinal. O que na verdade a deixou profundamente confusa, pois de acordo com os livros elas são malignas…

E então algo lhe ocorreu: Marterón não deveria ser uma fada de sangue puro, mas um humano fortalecendo a linhagem de sangue; fazia sentido de certa forma, embora a aparência ainda fosse um mistério.

Depois desses poucos segundos em desvaneio, resolveu avaliar o lugar. Um túnel escuro, de aparência cavernosa, embora o brilho crepitante de algumas tochas pudesse ser visto mais à frente. Podia ouvir o som das botas, que estavam aparentemente secas, ecoar pelo corredor úmido, desviando de poças que Becca achava serem do lago. Continuaram andando por segundos contados pela garota com ansiedade; a mãe pedira um favor para ela, e isto envolvia negócios aparentemente secretos com uma rainha das fadas.

Um calafrio temerosa percorreu sua espinha, causando leves tremores por todo o corpo.

Marterón — começou Becca, tentando manter a voz firme a fim de camuflar o receio em importunar o fada novamente. Mas sua ânsia por repostas parecia sufocá-la aos poucos, mal chegando perto da pressão da água do lago sobre si.

Tentou reorganizar os pensamentos, mas foram interrompidos pela cegueira momentânea causada pela luz, que levou alguns segundos para perceber que vinha de um enorme salão.

Tentou manter a boca fechada enquanto observava o cômodo. Videiras cresciam entre as cortinas de veludo vermelho vibrante, enquanto lustres possuíam alguma espécie de brilho mágico como pedras enfeitiçadas, que iluminavam o lugar como dezenas de estrelas.

O piso era de grama verde brilhante, e árvores cresciam próximas às paredes cobertas por milhares de flores e borboletas que se agitaram quando finalmente estava no meio do recinto, obedecendo às ordens de Marterón, que consistiam em apenas permanecer quieta e não quebrar nada.

Deixou secar as mãos frias e suadas sobre a calça em nervosismo, a curiosidade pulando pela garganta e deixando um leve latejar por onde circulava. Parecia que iria vomitar.

Oh, minha cara Rebecca.— disse uma voz feminina, a qual a dona ela descobriu estar à direita do cômodo. A fada em questão era bela, muito mais do que Becca poderia imaginar. Os cabelos ruivos caíam suavemente sobre os ombros, emoldurando seu rosto fino e muito mais delicado do que o de Marterón. Era branco com um rubor saudável nas bochechas, e lábios finos rosados em um sorriso afiado, que fez com que gelasse o coração por alguns segundos. Algo no olhar da fada - também totalmente róseo - parecia maligno, guiando a mão dela instintivamente para a adaga que carregava na jaqueta, mas que por algum motivo não estava ali, assim como sua estela.

O que fizeram com as minhas armas? — questionou em tom perigosamente autoritário.

Uma lei recente não permite que armas entrem na corte, não depois da morte de uma fada por obra de um dos seus apontou a rainha em desdém. Suas unhas, reparou a garota, eram longas, passavam pelo menos dois centímetros da ponta dos dedos, parecendo garras pintadas de verde oliva.- não que você precise delas aqui - a rainha deu de ombros com a altivez característica das fadas - não somos um povo violento, e você mais do que ninguém deveria reconhecer isso caçadora.

Rebecca percebeu a forma como seu nome mudara drasticamente para “ caçadora ”, e sentiu a mesma sensação que sempre aparecia quando estava fazendo algo errado.

Perdão Milady…— disse, lembrando a si mesma que se fingisse submissão (o que lhe causava enjoo) tudo acabaria mais rápido.

Esperou por longos segundos até que a rainha acenasse, sorrindo em clara satisfação.

Receio que minha mãe tenha negócios com milady. Ela me enviou para…

Eu sei porque veio senhoria Wonderchild, nós fadas temos o dom da clarividência.— cortou a rainha, sentando-se em um sofá no centro do cômodo o qual não havia reparado antes. Era vermelho no mesmo tom das cortinas, adornado com dourado formando pequenos arabescos nas bordas do móvel. Deu algumas batidinhas ao seu lado indicando para que se sentasse, e afundou no estofado tão rapidamente que teve de se apoiar para manter a postura. O sorriso da fada se alargou de forma assustadora.

Então minha cara, obviamente não tem conhecimento destes assuntos, me surpreenderia se soubesse…— seria possível as fadas serem sarcásticas? Pois o tom da rainha estava carregado.

Não posso beber das águas do lago Lin como vocês. Se conseguisse fazê-lo talvez tivesse tal capacidade.— retrucou, tentando não transparecer a irritação.

A rainha reduziu seu sorriso para algo mais singelo, mais natural.

Talvez sim, se tentasse…respondeu a fada, seu tom agora mais sombrio Enfim, sei que sua curiosidade não vai deixá-la em paz, não se preocupe, satisfarei este seu lado mundano com o que precisa saber. Mas antes, compreenda que as fadas e os Wonderchild são muito próximos. Sabia que nós fadas os batizamos assim? Crianças maravilhosas…sorriu ela, olhando para cima como que relembrando de tempos antigos e remotos somos apaixonadas pela arte, e seus descendentes sempre tiveram um talento especial. Isso sempre me atraiu, e foi um dos motivos pelos quais se aproximaram tanto de minha corte.- ela indicou o salão com um floreio, embora representasse muito mais que aquilo, e então apoiou os cotovelos nos joelhos e deixou a cabeça pairar sobre os punhos de forma delicada enquanto lia o rosto da caçadora como se lê-se um livro.

Becca apenas assentiu.

Nunca quebramos um único acordo desde que nos conhecemos- a rainha acrescentou depois de um tempo — outro motivo para serem mais valorosos que qualquer outra família de caçadores de sombras; Eu e sua mãe mantemos essa relação viva a bastante tempo…e desta vez eu estou devendo a ela.

Becca piscou os olhos em reflexo, sem compreender.

Mas ela não me disse que favor é esse, como espera que eu a cobre?— arqueou as sobrancelhas, deixando sua confusão transparecer.

A expressão da rainha a assustou momentaneamente. O olhar ardiloso pairava em seu rosto…

Eu sei. As fadas sabem de tudo.

E o que seria? — perguntou ela impacientemente.

Você é mesmo muito curiosa Rebecca, uma característica familiar valorosa e irritante, porém muito melhor que o desinteresse… não se preocupe, sua personalidade continuará a mesma.

Está prevendo meu futuro?

De certa forma. Mas também posso ler pessoas, Rebecca. Becca torceu o nariz ao ouvir seu nome ser pronunciado daquela forma: lenta e arrastada a cada sílaba. A rainha deixou escapar uns risinhos, entretida com sua expressão Nunca gostou muito desse nome não é? Gosto de pronunciá-lo: Rebecca Wonderchild… é um belo nome se me permite dizer.

Obrigada, mas realmente não gosto muito do nome Rebecca…— confessou ela, sem saber o real motivo por tê-lo feito.

Gostaria de outro nome? Existem muitos nomes bíblicos bonitos.

Por que acha que gostamos apenas de nomes bíblicos? Isso é uma generalização um pouco equivocada.

Equivocada.

Ouviu sua frase ecoar pelo salão em meio ao silêncio torturante, mas a rainha não pareceu se importar.

Tem razão. Gosta de nomes mundanos? Claro que gosta, alguns são realmente bonitos, embora eles em si não sejam. São praticamente primitivos…

Becca prendeu a respiração a fim de sufocar a raiva.

Não deu certo.

Mas o servo que me trouxe aqui, Marterón, ele era mundano. Você apenas o transformou.

Um olhar seco cruzou o rosto da fada momentaneamente, talvez porque não esperasse ser contestada.

Foi humano pelos primeiros cinco anos da vida dele. Ele é mais do submundo do que do outro universo débil e primitivo que tanto admira.

Becca sentiu a raiva aumentar, e não se preocupava mais se a conteria por tempo o suficiente.

Podemos ir direto ao ponto?-perguntou a caçadora, mas soara mais como uma afirmação concreta, uma ordem.

A rainha ajeitou-se no sofá, a postura rígida e altiva não conseguiam mais amedrontar Becca como a alguns minutos.

Se é assim que deseja…— disse a mulher. Se pudesse definir sua expressão, a garota teria certeza de que ela havia revirado os olhos cor de rosa.

Estalou os dedos esguios delicadamente, porém o som não se propagou da mesma forma; ao ecoar pelo salão pareceu um quebrar de ossos.

Becca ficou esperando por algo, mas a princípio nada aconteceu. Ficou olhado para as paredes cobertas de vinhas e borboletas estáticas, para as cortinas sem movimento algum…e então algo chamou sua atenção, assim como o virar discreto das orelhas pontudas da rainha das fadas para uma das portas à esquerda: um tilintar de correntes. Mesmo sabendo que a adaga não estava lá, apalpou instintivamente o bolso vazio da jaqueta.

Não tema minha cara Rebecca, este é apenas Portus Ray, um feiticeiro de confiança — assegurou ela na hora em que as grandes portas de madeira sólida se abriram, revelando o feiticeiro.

Possuía unhas longas e negras como garras, mas não eram de fato. Sua pele era pálida, esticada sobre a face de forma que seus olhos eram apenas alguns riscos mal delineados, os lábios carnudos acinzentados estavam trêmulos e, cobertas por seus longos cabelos prateados, estavam suas orelhas que mais pareciam barbatanas. Nada disso chocara Becca, embora aquela fosse uma peculiar marca de feiticeiro. Já havia visto muito em seu trabalho, mesmo ainda não tendo ido a um Instituto; mas nunca, em toda sua vida, havia se deparado com algo tão cruel: o feiticeiro vestia apenas alguns trapos do que um dia fora uma roupa elegante, tendo apenas como cobertura uma camisa azul maltrapilha e uma calça rasgada em alguns cantos; o pouco do peitoral exposto mostrava o quão subnutrido estava, e o jeito que se curvava mostrava o culpado por seu sofrimento. Aliás, a culpada por seu sofrimento.

Isso é ilegal! acusou ela antes mesmo de se dar conta. Havia usado um tom perigosamente autoritário com a fada, mas apenas acrescentou isso a uma longa lista de erros cometidos naquele dia.

A rainha apenas sorriu de canto, deleitando-se com a expressão da garota, embora seu olhar mostrasse o quanto não estava satisfeita.

Não é não, caçadora de sombras.argumentou com um sorriso maléfico.Ele comeu de um fruto do meu jardim, nada que eu tenha oferecido, e como diz a lei, tudo que pertence ao meu reino pertence a mim, e quem come ou leva algo meu consigo torna-se automaticamente de minha propriedade. recitou quase que musicalmente, com um olhar triunfante no rosto.

Realmente não havia o que fazer, a lei havia sido transgredida e as medidas tomadas, mas o olhar vazio do filho de Lilith lhe causava uma indignação quase palpável na garota.

O que vai fazer com ele? O que ele tem a ver com tudo isso? — questionou sem se preocupar com o quão insolente estava sendo; não devia mais respeito a ela.

São essas atitudes desmedidas que causam guerras garota, devia tomar cuidado como fala.-suspira a rainha de forma teatral — venha feiticeiro, já estou impaciente!

Ele o fez com pressa, pondo-se à frente dela em uma reverência desajeitada.

Faça o que disse. — ordenou ela, tirando Becca de seu inconsciente torpor.

Fazer o quê? — questionou já se levantando do sofá, sentindo as pernas dormentes pelo pouco tempo que permanecera sentada.

Ou posso ter passado horas aqui, talvez dias…pensou engolindo em seco.

O favor que sua mãe pediu tolinha.— sorriu a fada. Algo quase piedoso jazia em seu olhar, mas depois de ver o feiticeiro não acreditava que as fadas possuíssem qualquer espécie de misericórdia.— você não veio buscar o favor. Vou concedê-lo a você.

Os olhos da caçadora semicerraram.

O que quer dizer com isso?

A rainha balançou a cabeça em negação, parecendo inconformada com sua ingenuidade.

Você apenas veio mais cedo para Nova York, não é? Logo…daqui uma semana eu acho, iria para seu primeiro Instituto depois de tanto treinamento.

A frase martelou em sua mente como o tilintar do sino.

Iria?— franziu as sobrancelhas instintivamente se afastando, traçando mais de cinco rotas de fuga ao mesmo tempo.

A fada apenas a fitou, dessa vez sem um sorriso, sem qualquer emoção. Virou a cabeça lenta e elegantemente, acenando para o feiticeiro.

Foi tudo muito rápido. Trocaram um olhar por apenas um segundo, ele murmurou algo inaudível, ou talvez sua mente estivesse aturdida demais para compreender as palavras proferidas…

Olhou para a rainha uma última vez, mas ela não olhava em seu rosto, e sim para seu corpo. A dor então veio, cáustica e avassaladora, parecendo corroer seu corpo até a alma enquanto gritos desesperados escapavam-lhe pela garganta, o mais perto que chegou de um pedido de misericórdia…E quando percebeu, com horror e desespero, o que estava acontecendo, tudo se apagou.

A negritude prevaleceu.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e não esqueça que sua opinião é importante para mim. Gostou do jeito que está escrito? Mudaria alguma coisa? Algum erro ortográfico? Teorias?

bjos XOX



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