Tema de Arseus: https://www.youtube.com/watch?v=CBQ01X-1AlI

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Apartamento de Kurt

Alexis sorriu com malícia voltando o olhar para Kurt.

—Awnn! Você fica tão bem assim — Alexis satirizou— E esse seu peru dentro da calcinha? Deixe-me ver.

— Não! Alexis! — Kurt exclamou.

Alexis tocou na calcinha que Kurt estava usando e abaixou, fazendo o órgão dele saltar para fora.

—Alexis...— Kurt gemeu.

— Que meigo o seu peru...— Alexis falou com malícia.

— Alexis...por favor — Kurt suplicou.

Então Alexis levantou a calcinha de Kurt, cobrindo o órgão dele.

Kurt começou a chorar.

— Alexis grunhiu— Tá bom, Kurt. Desculpa. Você não precisa chorar.

Kurt fixou o olhar em Alexis e por um momento desejou que Alexis não tivesse terminado aquela frase.

— Está tudo bem, Kurt. O meu irmão uma vez vestiu as minhas roupas — Alexis lembrou.

Presente...

Kurt havia enxugado as lágrimas do rosto e se acalmado.

— Então, Alexis...você tem um irmão que se matou, e...de alguma forma você se transforma nele? — Kurt quis saber.

— Sim. É o que parece — Alexis retrucou — Digo, eu ainda não entendo como eu fui me transformar no meu irmão morto.

— Entendo — Kurt analisou.

—Olha, me desculpa mesmo pelo modo como eu te tratei — Alexis se desculpou e fez uma cara de arrependida.

— Está tudo bem — Kurt atestou.

— Pensando bem, até que você fica lindo de calcinha e sutiã — Alexis reparou.

Kurt olhou para o lado tentando disfarçar a vergonha que estava sentido de estar ao lado de uma garota com aquelas roupas femininas.

— Kurt, olha para mim? — Alexis retrucou.

Kurt relutou em olhar para Alexis por um tempo, mas depois o fez.

— Quê, Alexis? — Kurt quis saber.

— Bem, eu queria saber a sua história agora. Por que você gosta de se vestir como uma garota? Me diz — Alexis ficou curiosa.

— Mas, você vai rir de mim outra vez...— Kurt contestou.

—Não, não vou. Eu prometo — Alexis jurou.

— Vai sim — Kurt falou com medo.

— Não, não vou — Alexis atestou.

Então, Kurt soltou um suspiro e tentou contar a sua história para Alexis.

— Quando eu estava no colégio, no ensino fundamental...— Kurt começou.

— Continua — Alexis pediu.

— Então, basicamente eu costumava a andar com as garotas do colégio, e...eu fiquei muito amigo delas e...Bem, isso acabou se tornando o motivo para os outros garotos me ridicularizarem. Eles começaram a dizer que eu era gay por andar com garotas, e...eles me bateram muito, mas as garotas me salvaram nesse dia. Elas eram como meus "Anjos da guarda"...

— Certo. E o que houve depois? — Alexis inquiriu.

—Depois, eu fui para casa, e esperei meus pais saírem. Então eu comecei a me vestir como garota porque eu queria sentir como era ser uma. Sabe, eu estava tão traumatizado com os outros garotos fazendo Bullying de mim, que eu desejei que eu gostaria de ter nascido como uma garota ao invés de um garoto — Kurt prosseguiu.

— E ai, como você se sentiu? — Alexis ficou curiosa.

— Bem, eu senti um calor intenso tomar conta do meu corpo, mas era um calor bom. Eu senti que eu estava gostando muito daquilo. Então, comecei a me masturbar com aquelas roupas de garota — Kurt comentou.

—Garotos, sempre pensando "naquilo"...— Alexis exclamou e gargalhou.

— Alexis! — Kurt interferiu.

— Desculpa, continua — Alexis prosseguiu.

— Então, quando os meus pais chegaram em casa, eles me pegaram vestido com as roupas de garota. O meu pai ficou uma fera, achou aquilo um absurdo, me xingou de gay, e eu comecei a lembrar dos valentões que disseram a mesma coisa. Eu chorei, e ele me disse que garotos não choram. E então me espancou constantemente achando que isso me "consertaria"... e eu, fiquei traumatizado com aquilo, e comecei a odiar o fato de eu ser do gênero masculino.

— Kurt...eu também tive problemas com isso. Eu não gostava de vestir roupas curtas que nem as garotas. Eu gostava de me vestir com roupas masculinas, que eu "pegava emprestado" do meu irmão. Eu era tão próxima dele, que queria ser como ele — Alexis revelou.

— Certo. Posso continuar?

— Pode.

— Obrigado. Então, eu vi o anúncio no Facebook desse café, o Eros Café, lembra?

— Sim. Continua. Eu estou amando a sua história.

— Pois bem, eu li na página do estabelecimento que essa tal Danielle Peters que você conheceu, dava consultas para aqueles que estavam procurando por uma alma gêmea. E eu resolvi ir até lá. Eu contei para a Danielle sobre o meu desejo de ser uma garota, e ela me deu esse Cupcake mágico que me transformou na Kyndel. Mas, ela explicou que a magia só durava até a meia - noite. Quando ela acabou, eu me senti desolado. Eu queria ser uma garota de verdade.

— Por causa dessa sua lembrança do seu passado? — Alexis levantou uma sobrancelha.

— Sim. E ai Danielle disse que nós precisávamos de um príncipe encantado, e nós encontramos você. A partir dai você já sabe como a história continua.

— Sim. Eu viro o Terry, você a Kyndel e nós saímos juntos até a Banshee aparecer e...

— Espera! Então nós conseguimos lembrar o que aconteceu enquanto estávamos com os gêneros trocados? — Kurt ficou curioso.

— É, estranho,né? Eu não sei se isso é realmente possível. Temos que perguntar para a Danielle sobre isso — Alexis o lembrou.

— Enfim, eu gostaria de poder voltar a ser a Kyndel novamente — Kurt se queixou.

— E se fôssemos para o café com nossas roupas trocadas? Afinal, as minhas roupas são masculinas. Eu sei que eu vou ter que bancar a garota, mas...é melhor do que ir como a gente está — Alexis sugeriu.

— Parece uma boa ideia — Kurt consentiu.

—Ok. Vamos tomar banho primeiro e depois nos trocamos e vamos para o café. A gente pega um táxi.

—Tudo bem.

[...]

No banheiro, Kurt e Alexis se despem e então entram no box e fecham a porta.

Eles se abraçam e dão um beijinho antes de ligar o chuveiro.

—Você é tão linda, Alexis.

—Obrigada. Você também é.

Kurt abriu o registro do chuveiro e entrou debaixo da água enquanto Alexis o olhava. Então, ela se aproximou dele e colocou os braços em torno do pescoço dele. Kurt notou as mãos dela no peito dele e segurou uma das mãos. Ele virou para trás e olhou para ela. Alexis respondeu com um belo sorriso.

Eles ficaram se encarando por um tempo ali no banho.

Alexis toma a iniciativa, vira Kurt e o empurra contra a parede e a água do chuveiro molha o corpo dela enquanto eles se começam a se beijar.

[...]

Alexis e Kurt saem do chuveiro vão até o armário do banheiro, pegam uma toalha e se enxugam.

—Ah, esse banho foi maravilhoso.

—Eu também achei.

—Eu me sinto muito mais relaxada depois desse banho.

—Eu também.

Alexis  e Kurt enrolam as toalhas no corpo e se beijam mais uma vez.

—Eu te amo, Alexis —Kurt sorri.

—Eu também, Kurt —Alexis sorri.

[...]

Eros café

Alexis e Kurt chegam no café de Danielle Peters com as roupas trocadas e de mãos dadas.  Mas então eles param próximos da porta do café. Uma multidão de mulheres estava lá, esperando Arseus aparecer para elas.

Kurt se espanta com aquela multidão na porta do café.

—Caramba! O que é isso? —Kurt se espantou.

—OH MEU DEUS! Quantas pessoas! —Alexis exclama.

—O que vamos fazer, Alexis? — Kurt quis saber

—Parece que teremos que ir de Plano B — Alexis sugeriu.

—Plano B? Que plano B? — Kurt ficou confuso.

—Porta dos fundos. Todo estabelecimento tem, óbvio — Alexis retrucou.

—É mesmo. Eu não sei se o café tem uma.

—Vamos descobrir isso agora.

Alexis e Kurt saíram pela tangente.

[...]

Alexis e Kurt entram no café pela cozinha e vão até a entrada do café.

—Ai estão eles.  Espera, que roupas são essas? —Danielle quis saber.

Arseus que vestia um terno vinho com uma camisa branca por baixo sem gravata e sapatos sociais da mesma cor do terno voltou sua atenção para Alexis e Kurt.

—Nós estávamos com pressa e trocamos de roupa — Alexis explanou.

—Bem, pelo menos vocês estão aqui —Danielle disse desmunhecando a mão direita.

Arseus descruzou as pernas e se levantou da cadeira.

—Quem é você? —Kurt inquiriu.

—Meu nome é Arseus Von Deauville. E eu vim de longe visitar a amiga da minha mãe, e ela acabou me falando sobre vocês dois — Arseus abriu um sorriso de galã.

—Ele é o filho de uma prima minha bem distante — Danielle revelou.

—Para os íntimos, eu sou Narciso — Arseus retrucou.

—Narciso? Você está brinca....Quantos parentes você tem, Danielle? — Alexis ficou chocada.

—Eu tenho muitos parentes.

—Ahn...esse até que é bem gatão. Porém, eu amo o Kurt — Alexis declarou.

—Obrigado, Alexis — Kurt agradeceu.

—Eu sei. Danielle me contou — Atestou Arseus— E é por isso que eu estou aqui. Eu sou muito bom em arrumar pretendentes.

— Arseus é casamenteiro e ele estava falando sobre arranjar o casamento de vocês dois. E ele é ótimo em arranjar casamentos — Danielle bajulou.

—Então, Danielle me contou que ela dá um cupcake para vocês que os faz trocar de sexo, estou certo? —Arseus os interrogou.

—Sim.

—Sim.

—Então, a cerimônia deve acontecer às...20:00. Às 19:00 vocês comem os cupcakes e entram no altar. E quando o padre disser: "Pode beijar a noiva", vocês se beijam — Arseus começou a arquitetar a cerimônia na cabeça.

—Mas, nós...conte você, Alexis —Kurt falou meio nervoso.

—Nós não queremos nos casar. Nós amamos um ao outro. Não queremos mais o "Efeito Cinderela" —Alexis revelou.

—É isso — Kurt atestou.

—Não, não, não! Vocês dois vão se casar e ponto final — Arseus insistiu, inconformado.

—Mas, nós nos amamos como nós somos —Alexis voltou o olhar para Kurt.

—Sim. Chega de cupcakes! — Kurt declarou.

—Deuses! Danielle, me ajude aqui! —Arseus suplica.

— Eu estou de mãos atadas aqui. Parece que o que Kurt e a Alexis sentem um pelo outro é...amor verdadeiro — Danielle retrucou.

—Eu posso! Eu posso subjugá-los com a minha beleza divina — Arseus ficou bastante irado.

— Não, Arseus. Não é justo interferir nos desejos do coração — Danielle lembrou — No entanto, nós podemos ajudá-los.

—Mas... — Arseus balbuciou.

— Sem "mais", Arseus! — Danielle bradou.

—Obrigada, Danielle —Alexis agradeceu.

— Bem, creio que o amor deles ainda está crescendo...Mas, eu agradeço a sua visita, Arseus —Danielle agradeceu.

Danielle abraçou Arseus.

«♡»

Quando Arseus saiu do café de Danielle, e foi em direção a uma limusine que o esperava na porta do café, com Rufus, o seu mordomo encostado na porta do lado do carona, um coro de vozes ecoou pelo lugar.

— Qual é o significado disso? — Arseus estranhou.

— Eu não sei, senhor — Rufus respondeu.

Foi então que uma manada de mulheres todas vestidas casualmente começara a se aproximar de Arseus.

— Rufus, entre no carro! — Arseus exclamou — Vamos despistá-las.

— Sim, Arseus! — Essa foi a primeira vez que Rufus chamara o patrão pelo nome.

Rufus e Arseus entraram no carro. Rufus deu partida, manobrou o carro e saiu em disparada tentando despistar as mulheres que o perseguiam.

[...]

Foi então que uma canção voluptuosa começou a ecoar  de longe. As mulheres pararam de correr e voltaram - se na direção da canção. Elas começaram a procurar por quem ou o que estava tocando aquela canção.

No meio da rua surgiu um vulto tocando um violino Stradivarius vermelho. Com leves dedilhares sobre as cordas do violino e o arco deslizando sobre as mesmas, a canção parecia deixar as mulheres em um estado de trânse, o que fez com que elas não só esquecessem Arseus, mas também voltassem sua atenção para a misteriosa figura que tocava o seu violino.

A canção gemida pelo violino fazia as mulheres começarem a sentir um tesão incontrolável tomar seus corpos.  E então elas começavam a se despir no meio da rua até ficarem completamente nuas e logo em seguida foram atrás da figura misteriosa e ficava oscilando constantemente. Hora aparecia controlando o seu violino, hora desaparecia, deixando elas completamente possuídas pela canção.

As mulheres seguiam o misterioso vulto que as encantava com seu violino e logo começaram a desaparecer em uma misteriosa névoa que surgira no meio da rua.

Quando a névoa se dissipou, a rua ficou completamente deserta.