New Security Life- INTERATIVA escrita por Escritora do Hades


Capítulo 73
Capítulo 73- Memórias de um Whirl...


Notas iniciais do capítulo

Oi, cheguei! Consegui postar!
O cap tá...nhé, aceitável! Meio curto, mas conta ainda!!!!
Aproveitem!



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POV’S Ghost

Quando abri os olhos, eu não estava mais naquela sala estranha do mágicos.

Eu estava num parquinho infantil, sentado num banco. Na areia, perto do parque, haviam dois garotinhos.

Ambos tinham rebeldes e curtos cabelos negros como a noite, mas um tinha olhos castanhos e outro tinha olhos azuis, num tom escuro.

Brincavam de jogar bola e riam, animados.

—Hey, Phantom!-chamou o de olhos castanhos.

O nome me atingiu como uma faca.

Phan...tom?

—Sim, Ghost?-perguntou o tal Phantom.

Engasguei ao notar que aquele gurizinho minúsculo de olhos castanhos, risonho e feliz, era eu. Quando eu o analisei, eu confirmei.

Ele tinha o mesmo sorriso que eu, a mesma expressão brincalhona, porém meio misteriosa.

—Eu acho que gosto da Mari...-disse o “eu” do passado.

Espera, ele disse...Mari? Não...não é...não é possível...não pode ser!Ou pode?

—Acha?-perguntou Phantom, sorrindo marotamente.

O Ghost do passado corou loucamente e deu de ombros.

—Não sei...-admitiu ele, na defensiva- talvez eu esteja só agindo feito idiota...

Phantom riu.

—Não te acho um idiota-disse Phantom.

—Sua opinião não conta, somos irmãos!-exclama o Ghost do passado.

Ambos começam a rir, e logo, a cena se dissolve, sumindo aos poucos.

Tudo fica escuro momentaneamente, mas logo, outra imagem surge.

Era o Ghost Jr e uma menina linda, de cabelos pretos presos num coque frouxo e pele pálida, além de grandes e inteligentes olhos cinzentos.

Eles estavam no mesmo parquinho de antes, tomando sorvete. Conversavam animadamente, vendo as outras crianças brincarem. Me aproximei deles.

—Você é o meu melhor amigo nesse mundo, Ghost!-exclama a menina.

—E você é a minha melhor amiga nesse mundo, Mari!-diz Ghost.

Ma...ri? Aquela era a Mari? A Mari que eu conheço? Não...

—Mas me prometa que nunca, nunca, nunca mesmo, vai me abandonar!-exige a pequena Mari.

—Prometo!-diz o Ghost Jr.

—Jura juradinho de mindinho?-pergunta Mari, estendendo o mindinho.

—Juro juradinho de mindinho!-diz Ghost, entrelaçando o próprio mindinho ao da garota.

A menina sorri brilhantemente.

A visão se esvai novamente diante de meus olhos, e logo, outra cena surge.

Dessa vez, eu estava em casa.

O pequeno Phantom desenhava, feliz, numa mesinha. E eu estava mexendo num telefone, digitando um número.

Depois, o pequeno Ghost desligava o telefone, suspirando, e uma lágrima desce por seu rosto. Phantom para de desenhar e abraça o irmão.

—Ela...ela nem apareceu hoje...a...tarde...-soluçava o pequeno Ghost, abraçando o irmão-...nós...nós...tínhamos combinado de nos encontrarmos...hoje...na pracinha! E...ela não foi! E agora...não...não atende minhas...ligações!

Phantom abraçava gentilmente o irmão.

—Alguma coisa deve ter acontecido!-sugeriu Phantom.

—Ela...ela...não quer mais ser minha amiga!-soluçava Ghost.

—Não diga bobagens!-exclama Phantom, puxando o irmão para o sofá. Phantom passou um braço ao redor dos ombros do Ghost- Mari gosta muito de você! Amanhã, vamos visita-la! Tenho certeza de que ela apenas pegou uma gripe ou algo assim!

Ghost limpou as lágrimas e deu um radiante sorriso ao irmão.

—É por isso que eu amo ser seu irmão!-exclama Ghost.

Phantom sorri.

—Também amo ser seu irmão!-diz Phantom.

Eles se abraçam.

A cena evaporou feito fumaça.

Logo, eu estou num quarto. As janelas estão fechadas e ouço o som de chuva. O quarto está escuro como breu. Na cama, havia um montinho que soluçava debaixo da coberta.

Percebi que o montinho choroso era eu.

Me aproximei da cama e toquei o montinho, a tristeza tomando conta de mim. Mas minha mão atravessou o montinho.

Suspirei, frustrado por não poder nem ao menos consolar o Ghost.

Ouvi batidas de porta, e então, Ghost saiu de debaixo das cobertas. Seus rosto estava vermelho e inchado, as lágrimas ainda escorrendo de seu rosto.

—Vá embora!-soluçou o pequeno Ghost.

—Maninho, sou eu!-ouvi a voz abafada de Phantom-abre a porta, por favor!

—Não!-gritou Ghost, se enfiando debaixo das cobertas de novo.

—A chuva parou e agora está nevando!-avisou Phantom-você quer brincar na neve?

Ghost só soluçou mais alto.

—Um boneco quer fazer?-questionou Phantom-você podia me ouvir, e a porta abrir, eu quero só te ver!

Hesitante, Ghost saiu da cama. Seu cabelo estava um verdadeiro ninho de ratos, e notei agora suas profundas e escuras olheiras. Ele abriu a porta e Phantom fez uma careta.

—Urgh, cara, você tá péssimo!-disse Phantom. Farejou o ar e torceu o nariz- e fedendo, cruzes! O que foi que morreu aí dentro?

—O que foi que morreu?-repetiu Ghost, infeliz-meu coração!

Phantom revirou os olhos.

—Pelo amor de deus, calado você é mais poético!-resmunga o menino de olhos azuis- vamos, maninho! Você não pode se isolar pra sempre!

—Talvez eu possa...-resmungou Ghost-Mari se mudou e nem me avisou! Como ela pode?

—Esqueça a Mari!-pede Phantom-somos irmãos e temos um ao outro, é isso o que importa! Vamos, o pai e a mãe vão nos levar até a pizzaria nova que abriu!

Ghost sorri, mas pela sua expressão, percebia-se que ele nunca, nunca, nunca mesmo, esqueceria sua amiga Mari.

A visão se estilhaçou como vidro, e me abaixei por puro reflexo.

As próximas lembranças passaram como um filme.

Vi Phantom e Ghost brincando, Ghost se separando e entrando numa sala escura e sinistra, e logo levando uma pancada por um vulto. Vejo ninguém menos do Víncent torturando Ghost, e ainda ouço os lamentos e gritos de dor do garoto. Vejo o corpo de Ghost, meu próprio corpo, sendo enfiado em um corpo robótico. Vejo esse corpo revoltado, amargurado e raivoso, saindo por aí em seu modo “Nightmare”, matando homens vis e cruéis, assustando-os e atormentando-os e fazendo-os enlouquecer. Por fim, vejo o robô ser achado e arrastado até um caixote.

E vi o dia em que cheguei a pizzaria, conheci os outros, explorei as tubulações, fui para a casa de Frederick....

Tudo passou como um flash antes de escurecer.

POV’S Max

O Sr. Whirl suava frio em sua seção, lágrimas surgindo em seus olhos mesmo que ele estivesse inconsciente.

Xam observava, parecendo triste. Estava sem seu habitual sorriso.

—Deus, eu sabia que ele tinha um passado trágico!-exclama ela- mas deve ser simplesmente excruciante ficar imponente, assistindo tudo!

Assinto lentamente, pois eu já havia passado pelo tratamento de memórias antigas e dolorosas, que sempre abriam feridas.

—Sim-digo, por fim- mas ele irá suportar...é um rapaz resistente, não?

Xam assente, sorrindo tristemente.

—Mas será que vai continuar sendo o mesmo depois de ver tudo isso?-questiona ela.

Dou de ombros e suspiro.

—Cabe a ele decidir, não há nós-digo, por fim.

Depois de uns minutos, Phantom acordou de supetão, engolindo o ar como se dependesse disso. Ele arfava e chorava. Lhe estendo um copo de água, e ele bebe de vez, hesitante.

Então, limpou as lágrimas e deu um sorriso triste.

—Chamem os outros e mostrem a eles o seu passado-exigiu ele- eles tem o direito de saber...eu vou resolver uma coisa...

Assinto e sorrio de leve.

Acho que sei bem o que o Sr. Whirl vai fazer.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que diabos o Ghost vai fazer? Só amanhã!

Abraços esmagadores! Até!