POV’S Valentin

A traseira do caminhão balançava sem parar, com todo mundo lá dentro. Dylan parecia estar muito contente em toda hora cair em cima de alguma garota.

Desde que ele não “caísse” em cima de Valentina, ele estava seguro.

Porém, nosso “querido” (notem o sarcasmo, o.k.?) playboy parecia amar irritar Ghost e Blake, pois, pelo que contei, era a décima vez que ele se jogava em Ana e Mari, que não pareciam gostar muito da atenção recebida.

Em certo momento, Ghost, enciumado, se sentou entre Mari e Dylan. Blake arrastou Ana para o seu lado, também com ciúmes.

Eu ri baixinho; o amor está no ar!

Todos conversavam animadamente, com expectativas. Opinavam sobre como seria fora da pizzaria, como era a casa do Dr. Frederick, o que eles fariam, enfim, todos estavam ansiosos.

Então, o caminhão parou com um forte solavanco. Todo mundo caiu, uns por cima dos outros. Logo, éramos uma montanha enorme de gente. O sapato de Valentina parou na minha cara. Fiz uma careta e fechei a boca. Argh, que nojo!

Frederick abriu a porta do caminhão e ficou surpreso. Depois, deu risada, parecendo achar a cena cômica.

–Val, tira esse sapato da minha cara agora!-berrei.

–Eu tiro quando Madeline tirar essa cabeleira roxa do meu rosto!-resmungou minha irmã.

–Quem é o idiota que está sentado em cima do meu braço?!-berrou Ana.

–Sou eu-respondeu Mike, irritado.

Frederick observava tudo com um grande sorriso. Nos levantamos um a um. Depois, descemos do caminhão, ajudando os menores a descer. Ajudei Val a descer. Minha irmã me sorriu.

–Até que você não é um completo idiota-admitiu Valentina.

Fiz uma careta.

–E você não é tão cabeça de vento quanto parece-retruquei.

Ela revirou os olhos, depois, sorriu. Entrelaçamos nossos braços. Era sempre assim; por mais que eu e minha irmã implicássemos muito um com o outro, nos nós amávamos.

Olhamos para a frente e demos de cara com um prédio imenso. Frederick destrancava a porta.

–Você mora aqui?-perguntou Ballon Boy.

Frederick soltou uma risadinha.

–Não, pequeno, eu trabalho aqui-respondeu o homem. Destrancou a porta- pronto, podem entrar!

Atravessamos as portas do prédio. O lugar era maior ainda por dentro. Estava vazio e escuro, dando um aspecto meio sinistro ao local. Valentina apertou meu braço com uma força descomunal. Fiz uma careta de dor.

–Val, você vai acabar quebrando meu braço!-resmunguei.

–Desculpa, Val- desculpou-se ela-estou assustada, só isso...

–Isso não é motivo para arrancar meu braço fora-retruquei.

–Ah, cala a boca- ela exclamou.

Eu ri. Frederick conduziu todos a um elevador. Metade de nós entramos. O resto ficou esperando. Eu fui na primeira viagem com Val. Chegamos no penúltimo andar, numa imensa oficina que cheirava a graxa e...algo metálico que eu não conseguia identificar.

–Esperem aqui, vou buscar os outros-pediu Frederick, entrando novamente no elevador, que logo se fechou.

Depois de alguns minutos, Frederick voltou com o resto dos animatronics e guardas. Todo mundo olhou ao redor.

Dra. del Fire mexia em tudo, impressionada, com Golden logo atrás dela. Ghost e Mangle estavam andando pelo teto, cutucando em algumas máquinas. Frederick riu.

–Bem-vindos a minha oficina!-diz o homem, contente- vocês podem passar a noite aqui hoje...-ele diz.

Concordamos.

–E amanhã, o que vamos fazer?-perguntou Henny, a pinscher.

Frederick pensou.

–Que tal um banho de piscina amanhã?-sugeriu o homem.

Todos sorrimos.