Quebrados escrita por Ellen Cravina


Capítulo 3
Meu chefe, minha casa e meu quarto...


Notas iniciais do capítulo

Morrendo de sono^.^'



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–Nãoooooooo!!!! - Eu acordei abruptamente sentando na cama, toda suada, com lágrimas em meus olhos, meu coração disparando violentamente e alguém estava me abraçando. Comecei a empurrá-lo. - Quem...?
–Shh... está tudo bem, Sofia. Sou eu. Não precisa se preocupar, eu não vou te machucar. - Era o Dante, sussurrando levemente em meu ouvido, aconchegando minhas costas em um quarto todo escuro e um Tic, Tac,... tic, tac... Comecei a contar mentalmente o som do ponteiro se movendo. 1,2...3,4...5,6...7,8...9,10. Minha respiração foi ficando lenta, calma, eu estava voltando ao normal.
–Onde eu estou? - Falei rouca depois de alguns minutos silenciosos.
–Na minha casa, não se lembra? - Não respondi. - Você aceitou o meu acordo, cuidar do meu filho, lembra-se? E agora está morando aqui... - Eu me afastei um pouco dele e fiquei encarando-o na penumbra. Minhas mãos ainda estavam em seu peito e ele não usava nenhuma camiseta; dava para sentir o corpo firme e quente me segurando gentilmente. - Sofia, você quer conversar sobre o seu sonho?
–Não. - Foi apenas o que respondi, depois ele não disse mais nada até eu pegar no sono.

(...)

–Tia Sofi? - Os olhos grandes e azuis de Dylan Kannenberg estavam arregalados de preocupação, olhando-me atentamente com os bracinhos curtos apoiados na mesa fria de mármore retangular, na sala de estar, sustentando a cabeça loura cheia de cachinhos dourados esperando que eu desenhasse um pássaro.
O filho de Dante era esperto, tinha apenas 4 anos de idade e sabia falar francês corretamente, além do inglês. Mas, ainda era só um menininho que queria um pássaro... Não tinha como não sorrir para uma criança assim.
–Está tudo bem, mocinho. - Apertei o nariz dele e o menino riu. - Você quer um pássaro, certo? - Ele acenou que sim. - Bem graaaaande?
–Não, mas eu acho que ele precisa ser um pouco menor que a mãe dele. - Ele me olhou sem jeito. - Você pode fazer a mãe do passarinho, tia Sofi? - Esta criança... é forte.
–Claro, meu amor. - Ele sorriu alegremente com a minha resposta e puxou a cadeira para mais perto de mim. Comecei a desenhar, enquanto ele me olhava fazer os contornos do corpo, asas, olhos, penas, bico e pouco a pouco fui fazendo uma andorinha e seu filhote.
Olhei de relance para ver o quão concentrado Dylan se mostrava e ele continuava sorrindo, olhando o meu desenho sendo formado. A expressão do garotinho tinha mudado completamente depois das 24 horas atrás, quando o conheci. Ele ficou em choque quando entrei por aquela porta de madeira à prova de balas, com 2 metros de altura e seu sistema tecnológico de 6 dígitos para abrir a fechadura, ocupava a entrada da residência e dava direto para a sala de estar na qual eu me encontrava agora com a mesa de mármore e seus 5 pares de cadeiras ao redor, no lado esquerdo perto da escada e de uma porta que dava para a cozinha; à direita formava-se um contorno em L de sofás brancos compridos e muito confortáveis com uma mesinha de cristal lapis lazuli no centro e bem á frente estava uma chaminé enorme de granito estilo grego fincado na parede pintada, representando o parthenon ao anoitecer. Ao lado, estava uma cortina de seda rústica perolado com a porta balcão envidraçada que substituía a parede e dava a passagem para a piscina. Os quartos ficavam no segundo andar e do outro lado da casa eles tinham um salão de jogos e a churrasqueira.
Esse lugar era grande demais para apenas um adulto e uma criança.
Quando vi o Dylan sentado no sofá, assim que cheguei, ele veio correndo até o pai e depois olhou para mim. O garoto entrou em choque.
–Mamãe? - Ele parou assustado, sem se mover e ficou me encarando, depois olhou para o pai, que o pegou no colo e foi até o quarto com ele.
–Não, Dyl, ela não é a sua mãe... - Ouvi ele responder e o menino começou a chorar.
Dante o pôs para dormir e eu fiquei esperando na sala, com as minhas malas, sentada em um dos sofás super confortáveis e enormes. Passava-se mais das 18 horas e o céu estava escurecendo; depois de 2 horas ausente, o CEO desceu as escadas descalço, com um jeans e a camisa social meio aberta.Os cabelos estavam meio desgrenhados e a expressão em seu rosto mostrava cansaço.Ele vinha em minha direção e eu ainda estava sentada.
Ele estava parado à poucos metros com um sorriso de canto quando me chamou.
–Sofia?- Os olhos azuis me encaravam intensos e muito curiosos.
–Sim? - Respondi.
–Você estava me ouvindo? - O sorriso revelou-se mais brincalhão. - Será que eu tenho alguma coisa em minha roupa? - Ele começou a desabotoar a camisa e a tirá-la lentamente. Santo Deus! O homem era firme, ele tinha os 8 gominhos no abdome e os peitos eram bem sarados, além dos puta braços musculosos. Eu acho que eu estava com o meu queixo caído, porque ele me olhou muito divertido. - Então, algum bicho?
–O quê? - Eu o olhei inconformada.
–Você estava me encarando como se tivesse um monstro em cima de mim. - Eu não sabia o que dizer, apenas não pude evitar de olhá-lo com aquele sorriso atrevido e mostrando uma covinha quando dei mais uma boa analisada em seu corpo até descer nas calças jeans antes de voltar o meu olhar à ele. - Senhorita, eu gostaria muito de saber o que você está pensando neste exato momento. - E ele ganhou um bom sorriso com isso.
–Vai sair caro, senhor Dante. - Respondi e o homem começou a rir.
–Vamos , vou te mostrar o seu quarto. - Ele pegou as minhas duas malas e subiu as escadas sem a camisa , e eu o segui. As veias grossas mostravam-se sobre a pele dos braços bem definidos dele. Por acaso eu estava sendo testada?
–Senhor, que pai é esse que tem... - Ele me ouviu murmurar e eu vi um sorriso formando-se em seu rosto.
No segundo andar tinha apenas um corredor bem iluminado, pisos de mármore branco que cobria o chão com várias portas bem desenhadas de madeira e cada uma tinha um nome de um deus grego. Nós paramos em uma que tinha o nome escrito Atena.
–Seu quarto fica ao lado do de Dylan e o meu está no final do corredor. - Ele apontou para uma porta à direita, ao lado da minha, e uma porta isolada no final do corredor. - No total são 6 suites, então não se preocupe com o banheiro. Qualquer coisa você pode me chamar. - Olhou-me por alguns segundos e depois disse. - Boa noite, Sofia.
–Boa noite, Dante. - Observei ele caminhar até o final do corredor, desfilando como um modelo, abrir a porta e sumir atrás dela.
–Nova casa, novo chefe... - Bufei. - Novo quarto.
Abri a porta e esperava um monstro com sete cabeças sair de lá, mas era apenas a brisa do vento levantando a cortina e o luar acentuando a silhueta da cama na escuridão. Estava calmo e ouvia-se um barulho inquietante de um relógio com seu tic, tac... Acendi a luz e vi que nada era simples, parecia que uma donzela dormia ali. A cama era uma queen size toda na cor creme, dois criados-mudo um em cada lado e o relógio estava em um deles, havia uma penteadeira no canto do quarto, um enorme guarda roupas de frente para a cama, a janela dava para uma pequena sacada onde tinha uma cadeira e uma mesa de ferro brancas, e 2 portas estavam paralelas uma da outra, com exceção da que eu entrei. Abri a primeira e era o meu banheiro, um incrível banheiro com tudo, banheira, chuveiro e pia de mármore branco em detalhes dourados e um comprido espelho. Fechei a porta e fui até a outra, do outro lado do quarto. Entrei e estava escuro, apenas com o abajur ligado ao lado de uma cama igual a minha, e a pequena criança no meio da cama estava agarrada a um bichinho de pelúcia, dormindo. Fiquei olhando-o por um tempo e ele chamava por sua mãe.
–Mamãe... - A vozinha fraca chamava, enquanto dormia pacificamente. - Ma...mãe...
Fechei a porta de Dylan e sentei na cama. Eu não sabia exatamente o que eu estava fazendo nesta casa. Olhei ao redor e tudo era diferente, a casa, os quartos, as pessoas. Meu novo contrato iria acabar comigo. Agora eu sou noiva do meu chefe, do marido da minha falecida irmã e da qual eu nunca a vi.
Eu encostei no travesseiro e acabei dormindo.


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Notas finais do capítulo

Então...até o próximo capítulo haha :P



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