Quebrados escrita por Ellen Cravina


Capítulo 4
Meu querido chefe


Notas iniciais do capítulo

Então...o que dizer....?
Divirtam-se, espero que gostem!! :P



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—Olha papai, tia Sofi desenhou isso para mim! - Dylan mostrou o meu enfim terminado desenho ao CEO, que estava debruçado no corrimão da escada com aqueles olhos azuis selvagens e observadores, em seu jeans todo amarrotado, os cabelos escuros desgrenhados e o seu meio sorriso me deixando ruborizada.

—Tia Sofi... - Repetiu as palavras de Dylan, assim as covinhas apareceram e foram em um instante; pegou o papel das mãos do pequeno, olhou por um minuto e o sorriso voltou aos lábios. - Tia Sofi desenha muito bem, não é companheiro? - Ele levantou Dylan no ar, soltou-o e o pegou rapidamente. A criança riu com a brincadeira.

Dante era intrigante, ele não apenas tinha um ar intimidante como também se mostrava muito amável nos momentos com o seu filho. Eu os observava rirem e cochicharem um no ouvido do outro, olhando às vezes, para mim... Até o pai se aproximar e murmurar em meu ouvido "foi a ideia do pequeno", pegando em minha cintura com os dedos macios delicadamente enrolando-se sobre a minha blusa e me levantou.
—Agora, papai! - Dylan gritou do outro lado da sala, abrindo as cortinas.

—O que você...? - Ele me jogou em seu ombro, depois saiu correndo até a porta que ia para a piscina. Estava um sol escaldante de matar e ainda era meio-dia. - Dante! - Gritei, já na beira da piscina, pronta para ser jogada. - Se você me soltar... - Ameacei-o.

—Ou o quê, minha noiva? - Ele me deu um tapa na bunda forte e a sensação quente, latejante, me fez estremecer. Eu usava apenas uma saia branca, um pouco acima dos joelhos, e uma regata rosa. - Eu ainda sou o seu chefe, lembra-se? - Mordi os lábios quando ele deu outro tapa e porque ele realmente era o meu chefe. Mas, eu não podia não ficar com medo agora de...

—Eu estou falando sério, Dante! Pare com isso! Por favor, eu... - Comecei a choramingar e dei um grito desesperador quando ele me soltou e afundei para a escuridão. Eu estava me sufocando, me debatendo e tentando encontrar ar em meus pulmões berrando por oxigênio ; até que um braço forte me puxou para fora da minha sofridão.

Eu tossi, engasguei e o meu pulmão doía. Lágrimas começaram a brotar dos meus olhos de tanta dor e o meu corpo tremia incontrolavelmente.

—Desculpe, Sofia. Desculpe, meu Deus, por favor me desculpa. - A voz de Dante estava distante nesse momento. Eu estava aqui e ao mesmo tempo não estava... Ele secou as minhas lágrimas, beijou os meus olhos e continuava pedindo desculpas.

Abaixei a cabeça entre minhas pernas ajoelhadas e fechei os olhos, tentando respirar novamente. Eu precisava de um tempo ou o meu trauma não iria embora. Por favor, Deus, não agora... eu não preciso disso agora.

—Por favor. - Murmurei. - Por favor, Deus...

—Sofia. - Dante me tirou dos meus pensamentos, agarrando o meu rosto fortemente e me fazendo olhar para os seus olhos azuis cheios de dor. Ele estava ressentido com o que fez e eu sabia que não era a culpa dele eu estar assim, acabada, mas tentei desviar o meu olhar, indo direto para Dylan que se encontrava ao meu lado, segurando uma das minhas mãos, na beira da piscina.

O menino parecia muito triste e assustado.

Eu levantei a mão livre, pousada no meu colo, e antes mesmo dele me impedir, o que eu acho que ele não faria, dei uma estrondosa bofetada no rosto de Dante. Meu querido chefe.

—Eu mereci. - Ele encostou a testa na minha e ficamos em um silêncio desconfortável. - Desculpe, Sofia. Você pode me perdoar?

—Eu... - Pensei por um instante. - Dante, não foi sua culpa. Você não sabia que eu não sabia nadar. - Forcei um sorriso, guardando os meus demônios em uma caixa com sete chaves.

—Sofia, você me perdoa? - Ele estreitou os olhos . Meu incrível chefe estava ajoelhado ao meu lado e me pedindo perdão. O que eu poderia fazer?

—Está tudo bem, Dante. Sério. Eu te perdoo, não foi nada. - Ele beijou a minha testa, carregou-me até o sofá da sala e foi pegar um cobertor para mim.

Dylan não disse nada em nenhum momento, mas estava sentado ao meu lado, e sempre segurando a minha mão. Eu não sabia como abordar a criança depois do que ele devia ter visto.

—Hey, Dyl. - Chamei a atenção do menino, que arregalou os olhos e tentou não chorar. - Está tudo bem, meu amor. Venha aqui. - Puxei ele para perto de mim e o abracei forte contra o meu peito.

—Tia Sofi, você também me perdoa? - A voz do menino falhou. - Eu que disse ao papai para te jogar na piscina, mas era só uma brincadeira. Você pode me bater se você quiser, eu também vou deixar. - Ele começou a chorar e o meu coração partiu com as lágrimas do garotinho em meu colo. - Você me perdoa, tia Sofi? - Disse com o rostinho todo molhado e o narizinho escorrendo, abraçando-me forte.

Ele parecia o pai quando falava, mas podia ser uma miniatura de Dante com os cabelos loiros. Eles se pareciam muito, tal pai, tal filho, em todos os sentidos.

—Shhh...Está tudo bem, Dylan. Não foi sua culpa. - Afaguei os cabelos macios do meu mini-chefe. - Eu te perdoo, tudo bem? - O garoto apenas mexeu a cabeça com um sim e chorou mais um tanto até dormir.

Eu estava realmente gostando desse menino, mas ele também não precisava saber do meus demônios. O inferno da minha escuridão era muito profunda para o pequeno anjinho dormindo nos meus braços. O pai dele apareceu logo após, jogando um cobertor verde em cima de nós e sentando-se ao meu lado.

—Sofia, nós precisamos conversar.

—Dante, eu sei que você é o marido da minha falecida irmã, pai de Dylan, CEO de uma das corporações internacionais mais famosa de tecnologia do país que surgiu do nada na minha vida, mas eu não te conheço. Eu não sei quem você é. Eu estou adorando o seu filho, mas não posso fazer parte dessa família. - Continuei falando, passando as mãos entre os cabelos sedosos de Dylan e ignorando o olhar impassivo do meu suposto noivo e chefe me observando. - Nós vamos encontrar o assassino de Thomas e depois eu vou embora, certo? Não era esse o contrato? - Olhei firme nos olhos de Dante e ele bufou, passando as mãos pelos cabelos e encostando-se no sofá, sem dizer nada, serrando os dentes e dando um soco no travesseiro ao seu lado. - Ele não pode se apegar muito à mim. - Apontei para o pequenino Kannenberg.

—Então eu vou precisar mudar os termos. - Ouvi-o falar, olhando para o teto.

—Nem pense nisso, Dante Kannenberg. - Estreitei os olhos para esse homem impossível de se negociar, mostrando um sorriso perigoso com os dentes brancos e alinhados, contraindo o abdomen quando aproximou-se de mim e beijou a minha bochecha docilmente, percorrendo as mãos na minha nuca e cintura, os lábios quente foram até a minha orelha e ele estava tão colado ao meu corpo que eu sentia a batida de seu coração. - Você vai ser a minha esposa, Sofia. - Sussurrou rouco e com o seu hálito quente de menta.

Eu soube no momento em que ele disse o nome do pequeno Thomas, na sala de seu escritório, que ele me tinha presa. E sim, ele conseguiu que eu aceitasse o contrato. Os termos não eram difíceis, mas também não eram fáceis. Eu seria uma noiva temporariamente, teria que comparecer em eventos com ele, mostrar o meu afeto à ele em público, cuidar do filho e viver na casa. Certo, mas eu não podia entrar em seu quarto, dormir com ele ou contar ao filho quem eu era. Nem se eu realmente era a tia do menino. Depois, eu teria que ir embora e fingir que nada aconteceu e que eu não os conhecia.

Dante disse que ele normalmente transava com as antigas babás de Dylan e era por isso que não me queria no quarto dele ou na cama dele, mas eu ainda desconfiava se isso era verdade. Nas poucas horas que o conheci, ele não se mostrou um gigolô ou coisa do tipo, mesmo tendo a aparência de um puta modelo gostoso da playboy com um terno e não de um empresário multimilionário, velho e nojento. Não, Dante era quente, sexy pra cacete, um pai de 30 anos e que poderia conseguir qualquer mulher. O homem era um sonho e eu, com os meus 23 anos de idade, 1,70m de altura, cabelos castanhos escuro, órfã e fazendo faculdade de direito, tinha que me afastar de um homem assim por justa causa.

Eu sempre estive fudida, mas agora eu estava mais ainda.

—Dante, eu não posso ser sua esposa. - Olhei para as minhas mãos com as unhas mal feitas e pequenas em comparação às dele; comecei a rir. - Isso seria ridículo.

—Sofia, você vai ser. - Eu estava pronta para me levantar, mas ele me puxou de voltar para o seu colo. - Não agora, mas em algum momento. - Disse confiante e eu estava quase preparada para pegar as minhas malas se eu não precisasse tanto assim do dinheiro dele e das informações que ele tinha sobre a família Buchaim.

—Não, Dante, eu acho que não. - "Porque o meu passado nunca permitirá que eu me case", queria completar, mas não o fiz... Ele não entenderia. - E por que eu seria a Sra. Kannenberg? - Puxei um sorriso sarcástico para sublinhar.

—Porque eu vou te proteger. - Um sorriso seguro se formou no rosto bonito do meu chefe e mais alguma coisa estava em sua resposta, pela intensidade do olhar, porém ele não me disse mais nada.


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