Crônicas de uma escola muito loka escrita por Sorvete de batata roxa


Capítulo 6
O início da minha carreira como vendedora de miçangas


Notas iniciais do capítulo

Olá povos! Antes de começar o cap, queria avisar que estou escrevendo uma outra história:
https://fanfiction.com.br/historia/659383/Salve-seQuemPuder/



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POV Lola
Se tem três coisas na vida das quais eu posso ter certeza, elas são: a homossexualidade do Beto e do Ênio, o Roberto Carlos no final do ano na TV e o meu ódio por geografia.
Quando aquela aula acabou, só faltava eu levantar as mãos pro céu e começar a cantar aleluia, porque a situação não estava fácil.
Juntei o meu material que ainda estava em cima da mesa e joguei tudo na mala sem o menor cuidado, como sempre. Me levantei rápido e, antes de seguir para o armário, já que a próxima aula seria educação física e nós não teríamos tempo de passar lá depois, fui até a mesa da Yasmin.
–Eu. Você. Shopping. Vingadores. Depois da aula. -recado dado. Acho que ela captou a mensagem que eu estava tentando passar.
Fui até o armário e larguei tudo quanto era livro desnecessário ali mas, quando eu estava indo para a quadra onde seria a aula de educação física, fui raptada.
Sim, você leu certo. Não você não está doidão. Eu fui levada para o banheiro masculino por um ser humano desocupado e sem amor no coração. Ótimo, agora se algum inspetor apertado para ir no banheiro chegasse, eu levaria uma advertência. Obrigada, desconhecido, te amo muito. Só que não.
–Você é a Lola, não é? -me virei, vendo um garoto um pouco mais alto do que eu, com a pele bem pálida, cabelos e olhos castanhos e carregando uma mochila.
–Sim, e quem é você na fila do pão, criatura? -eu não tenho culpa se eu fico rude quando sou sequestrada, com licença.
–Leonardo. -ele disse sorrindo, o que fez uma covinha aparecer na sua bochecha esquerda.
–E por que você me trouxe para cá? -perguntei.
–Porque disseram que você poderia me ajudar.
–Com...?
–Eu faço umas pulseiras e eu estava querendo vender, mas você sabe que é proibido vender na escola, então disseram que você me ajudaria. -ele explicou sem tirar o sorriso do rosto.
–E você quer que eu te ajude no tráfico de pulseirinhas?
–Sim.
–E o que eu ganho com isso?
–Eu não espalho os seus segredos para a escola.
–E que segredos você sabe?
–Sei que você conversa com cinco...
–Ok, você sabe! Não diz em voz alta! -interrompi.
–Tem certeza? Eu sei de mais coisas... -ele disse.
–Passa essas miçangas para cá e não se fala mais nisso! -eu cedi, vendo-o abrir a mochila e retirar algumas pulseiras que, preciso admitir, eram bem feitas- quanto elas custam?
–Três reais cada uma.
–Tudo bem, preciso ir.
Eu estava em choque com a ideia de ter os meus segredos espalhados pelo colégio. Pelo menos, não deveria ser tão difícil vender pulseiras, não é mesmo? Guardei todas na mochila e continuei o meu caminho como se nada tivesse acontecido.
Cheguei na quadra e, depois de um jogo de basquete com um placar não muito favorável para o meu time... Ok, perdemos de vinte e dois a cinco, mas isso não importa. Eu corri até o pátio, peguei a mochila que havia sido deixada lá e fui para a rampa, onde encontrai a Yas pronta para mais uma aventura, porém com o pé quebrado, o que a fez faltar na última aula.
–Partiu shopping. -anunciei.
Ela se levantou em um milésimo segundo e me acompanhou até a saída da escola, onde começamos a discutir sobre um dos assuntos mais importantes da minha vida:
–Onde a gente vai almoçar? -ela perguntou.
–Sei lá... -dei uma resposta cheia de conhecimento.
–A gente come um hambúrguer e é nóis.
–Falou.
Seguimos a nossa estrada rumo ao shopping, que se resumia, basicamente, a dar alguns passos, atravessar a rua e caminhar mais um pouco, e chegamos ao nosso objetivo. Fomos até a praça de alimentação e, depois de comer o hambúrguer cheio de glória, começamos a nossa missão: comprar os ingressos para o filme dos Vingadores para ajudar o Lucas.
–Vamos logo para o cinema, o filme vai começar daqui a pouco e nós ainda temos que comprar os ingressos para ver esse treco. -Yas disse me puxando da cadeira.
–Oxe, moça! Se acalma. -reclamei.
Fui praticamente arrastada pela minha amiga até a fila do cinema, onde esperamos por aproximadamente cinco minutos (que mais pareceram uma eternidade, diga-se de passagem) até ficarmos cara a cara com a atendente que tinha uma expressão não tão simpática assim.
–Tia, quanto custa para ver Vingadores? -perguntei na maior inocência- duas meias.
–Não sou sua tia. -ela disse com uma voz meio brincalhona e soltando uma risadinha. Talvez ela não estivesse acostumada a ver garotas da minha idade que ainda chamavam os outros de tio ou tia- dezesseis reais.
–Falou. Yas, você tem dezesseis contos? -perguntei enquanto mostrava as nossas carteirinhas de estudante.
Depois de pagarmos os ingressos, corremos até a sala onde poderíamos monitorar a situação do nosso casal apaixonado que estava lá também.


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Notas finais do capítulo

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