Crush escrita por Yas Keehl


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

OLHA O MILAGRE AWEEEE o/
Demorou, mas saiu TuT
Esse capitulo tem sabe o quê? 7w7 ... INAZUMA BREAKEEERS o/ ♥
Espero que gostem, boa leitura e nos vemos lá embaixo ♥



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— Ah, qual é, Junko? Vai ficar me deixando no vácuo o dia todo?!

 Tsubasa nem se preocupou em olhar para trás, com o nariz divinamente empinado ela continuou seu caminho até entrar no colégio, onde peculiarmente no pátio estava posto um grande amplificador conectado com um pendrive, onde tocavam músicas bastante populares daquele ano, Fudou a seguiu até que ela parasse ao ver a peça.

— Tá assim só por causa da Nicky? Fala sério, você já ficou brava por motivos melhores.

— Eu não teria ficado brava se por um acaso eu soubesse que ela é sua ex, mas nem namorada eu sabia que você tinha, então sinto muito em te decepcionar, mas EU TÔ BRAVA SIM! -Sarcasticamente ditou antes de explodir sua raiva contra Akio, que revirou os olhos em resposta.

— Cara...

— Não me chama de cara!

— OKAY! - Berrou, se acalmando em seguida ao respirar fundo - Junko, eu tinhas uns treze anos quando gente começou a namorar e eu terminei com ela duas semanas depois, por descobrir que ela é uma doida!

— Humpf, você é a pessoa mais doida que eu conheço, Fudou. - Retrucou e Akio acenou com a cabeça como se agradecesse o "elogio".

— É, mas você não me vê querendo fazer pacto de sangue com as pessoas. -Sorriu cinicamente ao mesmo tempo que as orbes celestes se arregalaram.

— É o que...?!

— É isso mesmo que você ouviu, agora eu não quero mais falar disso, vamos lá pra dentro, não aguento mais ouvir esses Breakers idiotas.

 

  Ele a empurrou pelas costas forçando-a a andar na direção de dentro da escola, Junko ainda estava um tanto impressionada com o que ouvira, até se dar conta do que Fudou havia falado.

— Ei! Não fala mal do Inazuma Breakers, eles são a melhor boy band que existe!

— Tá, tá, tá, agora vamos. -Continuou a empurrando ignorando completamente os meninos mencionados: Inazuma Breakers, a maior febre japonesa pop desde o fim do ST⭐RISH.

 A banda era formada por quatro membros; Kojirou Genda, Atsuya Fubuki, Sakuma Jirou e Arata Shimozuru, a junção de quatro belos e talentosos rapazes como finalistas em um Reality Show musical resultou apenas na maior febre teen já vista. Inclusive um de seus sucessos tocava no pátio naquele momento: Going Through The Motions, mas já estava no finalzinho.

— Aff, essa droga não acaba nunca.

— Olha Nagumo, você dobra sua língua pra falar dos meus bebês, ok?        

 O ruivo nem a ouviu, só ficou imitando o jeito que ela falava parecendo uma garota.

— Para com isso! - Brigou, mas acabou rindo quando ele disse "Piri quim issi" - Retardado... Ah, a Lori chegou. Lori! - Gritou para a amiga acenando para ela, a Salazar acenou de volta com um lindo sorriso enquanto tentava segurar a bolsa, o milkshake que trazia consigo, o celular e cumprimenta-los ao mesmo tempo. O ruivo riu ao vê-la totalmente desconcertada, típico dela.

— Vou ajudá-la antes que ela derrube tudo.

— Tá bom, vai lá.

 Segundos após o ruivo sair, algumas líderes de torcida se aproximaram da morena para conversar, como geralmente faziam nos raros momentos em que ela estava sozinha, até outra música começar a tocar:

— Khya! Unsaid Things, a minha favorita! - Yasmin comentou gritando com histerismo a uma menina que ela nem conhecia sentada ao seu lado, dizendo que também adorava os meninos.

 

 Entrando na escola pelo portão principal ao lado de Hiroto e suspirando penosamente ao ver o seu amor platônico berrando a música de seu próprio irmão, Shirou sentiu vontade de dar meia volta, ir pra casa, deitar em posição fetal e se perguntar o por quê de gostar tanto daquela garota.

— Ah não... Você não... - Murmurou. Hiroto começou a rir e apoiou o braço sobre o ombro do albino, ajeitando seu óculos de maneira sútil, dando ar de intelectual.

— Seria trágico se não fosse cômico. - Fubuki revirou os olhos rindo com os dizeres do amigo.

— Falando em tragédia, adivinha quem voltou lá pra casa?

— Seus pais?! Vish, acho que o lance da Fuyuka não vai rolar então... -Disparou, fazendo Shirou o olhar torto sem entender.

— Não! O meu irmão voltou, e que história é essa da Fuyuka? - Segurou o braço do outro, que tentou se desvencilhar e sair de lá.

—... Fuyuka? Eu disse Fubuki!

— Eu ouvi muito bem, Hiroto, não se faça de idiota! O que você fez? - Hiro mordeu os lábios desviando o olhar, suspirou e puxou seu braço da mão de Fubuki, que ainda esperava uma resposta.

—... Eu chamei ela pra ir na sua casa hoje...

— Você o que?!!

— E-eu quero fazer você esquecer aquela garota e ver que a Fuyuka é uma pessoa muito legal!

— Qual foi a parte do "Eu não gosto dela desse jeito" que você não entendeu?! - Kiyama abriu a boca para falar, mas o albino o cortou - Além do mais, o quê que ela ia ver lá em casa?!

— Filmes...? - Tentou sorrir e parecer amigável, mas não adiantou muito.

— Filmes, sei... Você não podia ter feito isso, Hiroto! Eu não tenho nenhum filme legal e provavelmente o Atsuya ia ficar enchendo o saco da gente!

— Então se não fosse por isso, você ia aceitar numa boa?

— Não! Eu não gosto dela.

— Você tem que dar uma chance a outras pessoas. Aquela menina nem sabe que você existe e a Fuyuka adora você! Você sabe disso! Ela é um amor de pessoa!

— Se você gosta tanto dela, porque você não vai assistir filmes com ela?!

—... Porque ela não gosta de mim e não faz meu tipo.

— E que garotas fazem o seu tipo?!

— Bom...

— Atrapalho?

 A voz suavemente tenebrosa de uma visível garota irritada chamou a atenção dos rapazes, que precisaram olhar pra trás para verem quem acabava de chegar. Hiroto sentiu o cheiro de morte no ar ao ver a loira o encarar com raiva.

—... Hana?

~*~

 

Kat estava meio avulsa no assunto gerado entre o grupo de garotas sentadas no gramado, embaixo de uma singela e linda cerejeira. Não que ela se importasse muito, até porque não considerava todas ali como suas "amigas de verdade", porém, nessas situações, sempre usava do seu bom humor e suas típicas piadinhas para se sobressair, mas estava sendo difícil pensar em algo dessa vez. O assunto era algo bem mais complexo: garotos.

— (...) e eu sei que ele tem namorada, mas não custa nada olhar. -Disse uma das garotas, Ashy era o seu nome. Sorriu bagunçando seus fios curtos e negros para lhe dar um ar mais despojado. Algumas riram de seu comentário e outras apenas disseram que ela era louca por tentar pegar um cara comprometido, que por acaso Kat nem sabia quem era, pois não prestou atenção, não era um assunto que lhe interessava.

— E você, Kat? Gosta de alguém? -Outra moça perguntou, loira e de olhos verdes. -Kat?

— Hum?

— Gosta de alguém? - Herrera franziu o cenho com a pergunta.

— Ãhn...Acho que não... - As meninas riram. Ela odiava quando elas faziam isso sem motivo, era como se estivessem zombando de si, mas não podia transparecer.

— Nem do Aphrodi? Eu soube que ele tá afim de você...

— Tachimukai também. - Outra garota falou, assustando Herrera.

 

 Tachimukai era a última pessoa no mundo que ela imaginaria que gostasse dela. Ele era do clube de basquete, mas soube que ele jogava futebol na escola antes do clube ser fechado. Ele era o palhaço da turma, ficando atrás apenas de Nagumo. Quando os dois estavam na mesma sala, a aula se tornava um festival de piadinhas idiotas e engraçadas para ela, que sempre ria, pelo menos.

— Não, definitivamente eu não gosto de ninguém...

— Ih, olha lá o esquisitinho... - Ashy disse ignorando por completo Herrera. Apontou discretamente para o centro do pátio e todas viraram a cabeça para ver quem era: Yuuto Kidou.

— Esse cabelo dele... Pff...

Uma delas se segurou para não rir.

— Pior que o cabelo, só os óculos mesmo. - Todas riram, menos Katherine. - Ei, onde você vai? - Perguntou ao ver a loura levantar e limpar o bumbum batendo nele de leve.

— Beber água, não precisam me esperar, eu vou direto pra sala depois.

— Ok...

 

~*~

 

 Metidas, arrogantes, idiotas. Fala sério, elas pensam que são o que? Rainhas da escola? Donas da moda?! Imbecis...

 Resmungou mentalmente rosnando brevemente e revirando os olhos. Viu o rapaz ao longe e resolveu engolir a intimidação que Yuuto lhe dava sempre que aparecia e foi até ele cumprimenta-lo.

— Kidou! - Ele estava concentrado em um livro, mas olhou pra trás para olhá-la.

— Bom dia, Katherine.

— Bom dia, e pode me chamar só de Kat, é mais fácil de lembrar. - Yuuto riu.

— Certo Kat. - Ela também sorriu, juntos começaram a andar em direção da entrada da escola.

— Então, você conseguiu falar com o seu amigo? - Perguntou enquanto olhava o enorme raio, símbolo da escola brilhar com o reflexo do sol.

— Sim, na verdade, um amigo meu falou com ele, mas eu dúvido que resolva. Fubuki as vezes é meio burro.

— Entendo... - Um silêncio se instalou entre os dois, Kat começou a suar frio, Kidou realmente a deixava muito nervosa.

— Você tava com aquelas garotas né?

 Ela o olhou, mas deu de cara com aqueles goggles incômodos. Era difícil saber que expressão ele fazia com aquilo cobrindo seus olhos.

— Sim... Eu não sou muito próxima das meninas do clube.

— Sério? - Ele parou de andar obrigando-a a parar também. - Eu achei que todos de lá fossem bem unidos.

— Que nada. Cada um tem o seu grupinho, mas no final sempre ficamos meio que próximos por causa do líder. Eu sou mais próxima dele e da Erika, a namorada dele.

— Nossa...

— Nossa mesmo.

 Herrera bufou ao ouvir uma terceira voz se intrometer no assunto. Era Aphrodi, tinha visto ele se aproximar de longe com uma cara emburrada, mas não imaginava que ele fosse falar com ela.

— Como pôde me esquecer? Eu também sou seu amigo.

— Amigo com segundas intenções não conta.

— Minha intenções com você são puras, Kat.

— Olha, se vocês quiserem que eu saia pra vocês conversarem melhor…

— Não, pode ficar, Kidou. Eu não tenho nada pra falar com ele. - Afirmou passando pelo loiro ao lado de Kidou o olhando feio, mas no fim suas bochechas rosadas e infladas a deixavam ainda mais fofa ao ver de Afuro.

— Kat... - Ele chamou e ela suspirou o olhando por cima do ombro.

— O que é?

— Kazemaru tá te chamando... - Falou em um fiozinho de voz, olhou para o chão e virou as costas para os dois, indo embora.

—... Acho que ele ficou chateado.

— Chateação é uma coisa que dá e passa.

— Vocês tem alguma coisa?

— Não... Tsc, ele só diz que gosta de mim, mas sei lá... Eu não confio muito nele.

— Eu não me surpreenderia se ele realmente gostasse... - Yuuto murmurou, mas a loira não o ouviu e muito menos notou o pequeno rubor em seu rosto - Eu tenho que ir agora.

— Não vai ir pra sala? - Disse virando-se para ele.

— Depois. Tenho algo pra fazer antes. - Ah... Tudo bem, então tchau, Kidou. - Sorriu e acenou brevemente, viu Claudine passar ao seu lado e entrar na escola, mas como não se falavam, elas acabaram nem se comprimentando. - Tchau.

 Assim que Yuuto saiu para o lado dos fundos da escola, Kat apressou-se em entrar e observar Sophia alguns metros à sua frente. Por onde a de cabelos negros passava, era motivo para alguns comentarem a olhando torto. Ouviu de suas "amigas" que a garota era considerada uma gótica estranha apenas pelas roupas escuras que usava e o jeito meio vampiresco que ela tinha. Achava ridículo os rótulos que as pessoas davam umas para as outras, sem nem ao menos conhecê-las: Lorelai era a boba alegre, Claudine a gótica, Hanabi a louca, Yasmin a encrenqueira burra, e por aí vai. Sabia que consigo não era diferente, mas preferia por enquanto não saber o que elas falavam de si. Iria focar no que lhe importava naquele momento: a música.

~*~

 

 Atsuya levantou com tudo do sofá, sentindo a vista escurecer pelo esforço repentino.

— Tenho que parar de acordar assim… - Falou sozinho e se espreguiçou com dor nas costas, sentindo os ossos estalarem - Também tenho que parar de dormir no sofá... - Resmungou, olhou em volta e viu as janelas e cortinas abertas, mas a casa parecia estar totalmente vazia. Bocejou esfregando os olhos -... Shirou?

— Foi pra escola.

— AAAH! - Berrou se jogando de novo para o sofá, enquanto o homem que o comprimentara com um aceno, sentava-se ao seu lado cruzando as pernas e o olhando rindo.

— Bom dia, garoto. - Piscou com o olho direito, estampando um sorriso sacana no rosto.

— Miguell, que diabo você tá fazendo aqui?! Como entrou? E por que você nunca me chama pelo nome?!!! - Disparou e fez a última pergunta quase gritando de raiva. O homem de cabelos platinados fez uma cara pensativa, pôs a mão no queixo e o encarou por alguns segundos:

—... Qual seu nome mesmo?

— Aaah! Vai se ferrar! - Tentou acerta-lo com tapas, mas o dito cujo só ria e desviava de seus ataques.

— Atsuyaaaa! - Outro ser acabava de se jogar praticamente em cima do de cabelos salmão, que tentou se soltar de seu abraço. - Peguei todos os seus biscoitos.

— O que?! Sakuma!

— Foi mal, mas eu tava com fome. -Disse com mais seriedade e saiu de cima do menor, ajeitando seu tapa-olho meio torto.

— Eles são muito bons... - Uma voz mais grossa e parcialmente preguiçosa ecoou na sala. Atsuya olhou ao redor e viu Kogirou deitado com as pernas pra fora da poltrona, detonando outro pote de biscoitos.

— Até você?! - Reclamou - Como conseguiram entrar?

— A porta estava encostada, era só empurrar. - Respondeu o moreno jogando outro biscoito na boca.

— Irresponsável, alguém podia ter entrado aqui e roubado seus órgãos. - Atsuya revirou os olhos com o sermão do homem.

— Acho que não, deve tá tudo estragado. - Sakuma disse e Genda se engasgou começando a rir alto. Em resposta, Jirou levou um dedo médio apontado no meio de sua cara, que o fez rir mais ainda.

— Foi o Shirou, deve ser mal de família... Ei, cadê o Arata?

— No seu quarto.

— No meu o que?!

 

~*~

 

 Em um instante o garoto deu um chute na porta do quarto, e ao entrar encontrou o ruivo lendo um caderno de capa laranja. Atsuya se apavorou.

— Oi Atsuya, não sabia que você tinha um diário. - Riu - Ei, quem é Fu…

— SEU IDIOTA, ME DEVOLVE! - Correu até o Shimozuru e tomou o objeto de sua mão - Seu intrometido! Quem mandou você pegar minhas coisas?

— Tô com tédio. - Respondeu como se fosse a coisa mais normal do mundo e deitou na cama do outro. - Quem é essa pessoa?

— Se fosse da sua conta, eu até falava, mas como não é... - Arata fez um biquinho. - E nem deita, vamos lá pra baixo, porque a boneca de porcelana, vulgo, Miguell quer falar com a gente.

— Aff... - Revirou os olhos, mas fez o que o Fubuki mais novo pediu. Já de volta a sala, Miguell repassava a todos os compromissos que teriam naquele dia em um caderno pequeno, muito parecido com o diário de Atsuya. Conforme entregava aos meninos, ia explicando os horários da agenda.

—... então depois a gente vai pegar as roupas, e...

— Que?! Vai ter show essa semana?

 Interrompeu Atsuya ao se levantar com tudo do sofá, apontando com o indicador o horário do suposto show marcado para aquela mesma tarde. Miguell o olhou sem expressão nenhuma ao virar-se, piscou duas vezes e não falou nada, esperando que o outro se desculpasse por fazer o que ele mais odiava: interrompê-lo.

— Você disse que a gente podia descansar quando voltasse! Isso já virou exploração! - Disparou e um enorme silêncio se estendeu pela sala, apenas depois de um tempo Arata assobiou e Genda balbuciou um "Alguém vai visitar Jesus mais cedo" e Sakuma completou com um "Pode ser o capeta também" e os dois riram observando que reação Hirwing teria. Este, por sua vez suspirou e franziu as sobrancelhas para cima, bagunçando os cabelos repicados.

— Senta aí, garoto. - Empurrou-o pelo peito para se sentar de novo, e Atsuya se enfezou ainda mais.

— Eu já falei que o meu nome é...!

— Eu sei o seu nome, Atsuya, que saco! - Respondeu perdendo a paciência - Eu trabalho com vocês a quase dois anos, até parece que eu vou esquecer seus nomes.

— Sei lá né, do jeito que você é doido!

— Olha o jeito de falar, eu ainda sou o mais velho daqui!

— Foi mal aí interromper as moças, mas eu ainda quero tomar banho. -Reclamou Shimozuru recebendo a atenção dos outros quatro ali, Miguell e Atsuya viraram os rostos para o lado oposto um do outro e prosseguiram com a reunião. Se Genda, Sakuma e Arata não conhecessem o pai do garoto, provavelmente diriam que Miguell era pai de Atsuya, ou no mínimo tio dele.

Os dois tinham uma relação engraçada de empresário e funcionário, que no caso era a banda inteira, mas os dois eram especiais. Todo dia era uma briga diferente e em menos de dois minutos, os dois já estavam se xingando e se zuando, como se nada tivesse acontecido. O pavio curto dos dois se completava, até porque Hirwing era mais frio com certas coisas e tinha uma personalidade mais passiva do que explosiva - e por isso os meninos o chamavam de Boneca de Porcelana: sem expressão e sem emoção. Apesar de não ser totalmente verídico, eles gostavam de generalizar.

—... E isso tudo vai acontecer mais ou menos... - Hirwing olhou a hora em seu relógio de pulso- Às 16:45, perto da Kasenki.

— Um show aberto? Aff... - Sakuma reclamou.

— A gente nem vai ganhar dinheiro. -Genda completou.

— M-mas...! - Hirwing gaguejou, assustado com os monstrinhos que ele havia gerado - Vocês não acham que estão muito gananciosos para meros adolescentes, não?

— Você fez isso com a gente. - Arata afirmou com um sorriso, e o homem engoliu em seco.

— Eu não vou.

O jeito despreocupado e desleixado só podia ter vindo da pessoa que, incrivelmente, havia escutado a tudo calado e só esperava o momento certo para atacar: Atsuya.

 Ele se afundou no sofá, pegando uma almofada ao lado para colocar em seu colo. Miguell assistiu a toda aquela encenação comprimindo seus olhos azul-gelo, dando em seguida dois passos diante do menino.

— Você não tem escolha, vai ter que ir se não quiser ficar sem fã nenhuma. - Atsuya abriu a boca e ele o cortou - Além do mais, eu não vim aqui a toa.

— Veio porque quis, eu não vou.

— Escuta aqui, garoto - Perdendo o restante de seu bom senso, puxou o menino pela gravata frouxa em seu pescoço, aproximando-o de seu rosto. - Eu pausei minha carreira pra cuidar da sua, deixei vocês irem pra Disney sem os seus pais saberem, paguei aquela festa no shopping, segurei a sua cabeça na privada quando você passou mal no primeiro show e vomitou no banheiro, e ainda por cima larguei minhas duas filhas em casa PRA VIR PRO JAPÃO POR  SUA CAUSA!

 Atsuya arregalou os olhos e depois de encarar fixamente seus olhos frios o fitarem com raiva, afastou-o bruscamente de si ao perceber que Genda começava a murmurar um “Hmmm”.

— Você não tem filha! - Retrucou. Miguell passou a mão pela nuca desviando o olhar para um Sakuma jogado no sofá o olhando assustado, engoliu em seco:

—… Minha namorada tá grávida de gêmeos… 

...

—... SE FERROU! HAHAHAHAHAHAHA - Atsuya não riu do homem, ele praticamente explodiu ao ouvir aquela revelação. Apesar de ter ficado irritado, Hirwing não disse nada, até porque ele estava certo. O empresário estava literalmente ferrado ao ter que cuidar da carreira dos meninos, de sua vida pessoal, sua carreira parada e as filhas (ou filhos, mas ele preferia meninas) que estavam por vir. Balançou desajeitadamente os fios platinados com os dedos e deu um tapa forte na coxa de Atsuya, que gritou um “Ai!”, mas não parou de rir.

— Tá, agora levanta logo e vamos para o ensaio!

 

~*~

 

 O dia mal havia começado e a situação de Hiroto e Fubuki não eram uma das melhores, Hana os encarava no mesmo lugar que os viu no dia anterior como um policial que acabou de pegar no flagra um tráfico de drogas.

— Ontem, por culpa de vocês, eu acabei perdendo a apresentação das minhas amigas - vocês me fizeram esperar por muito, MUITO tempo enquanto fugiam de mim!

 Fubuki não parecia se afetar com o que ela dizia, porém, Hiroto estava um pouco mais receoso pelo fato de tê-la ofendido em sua própria casa, não seria bom para os seus negócios se a garota resolvesse difama-lo por aí.

— Quais são suas ultimas palavras?

— Desculpa. - Fubuki surpreendeu a garota com o pedido, até Hiroto o olhou pasmo - Eu não ia te deixar esperando aqui, mas o Hiro disse que você era doida, então...

—... Você falou pra ele que eu era doida?!

— N-não exatamente nessas palavras, eu só disse que você tava um pouco… Desequilibrada.

— Você disse o motivo? - Cruzou os braços o olhando com autoridade.

É, ele tinha que admitir, Hana era muito bonita. Os lábios pintados de rosa, as unhas decoradas com uma francesinha, as roupas delicadas e despojadas, e principalmente os cabelos: louros e ondulados,brilhantes e visivelmente sedosos. Percebeu que estava reparando em muitos detalhes da Haruki e sentiu suas bochechas esquentarem. Ela o olhava estranhando aquilo, ainda não havia dito nada.

— E-e-eu... - Suspirou derrotado - Foi mal, eu não devia ter dito aquilo... Por mais que eu ainda ache que seja verdade. - Hana mordeu os lábios contendo um palavrão.

— Enfim, de qualquer forma eu não ligo mais. O meu assunto agora é com você - Apontou para o Fubuki.

— Eu?

— Isso mesmo. - Em questão de segundos a cara emburrada deu lugar a um sorriso gentil - Eu preciso saber mais sobre a sua voz.

 

~*~

 

— Vaca.

— Olha só, não sabia que A Kazemaru sabia xingar. - Fudou zombou e recebeu de presente um dedo do meio apontando para si.

— Ela não sabe com quem tá mexendo, quem brinca com fogo sempre se queima. - Disse em fúria encostado em seu próprio armário após ler outro jornal diário, onde dessa vez o seu nome era citado de maneira grosseira por Satty. Fudou, Junko - um pouco mais distante -, e Goenji conversavam antes de irem para as salas, enquanto outros estudantes entravam e guardavam seus pertences nos devidos lugares.

 O silêncio tornava-se incômodo quando o azulado mostrava-se cada vez mais irritado e pensativo com o que lera, principalmente porquê aquela raiva não era típica de seu humor habitual. Estralou os dedos e virou-se para o amigo guitarrista, que girava distraidamente entre os dedos uma palheta verde musgo.

— Goenji, sabe aquela música que a gente tava ensaiando mês passado? - Uhum, o que tem ela? - Respondeu sem desviar os olhos do objeto em sua mão.

— Você ainda sabe tocá-la? Acho que vou usá-la daqui a pouco pra queimar um certo alguém.

 

~*~

 

Junko e Hanabi estavam sentadas nas escadas do palco do pátio interior do colégio, onde geralmente o Diretor dava seus comunicados e também, onde as cerimônias de abertura anual ocorriam. Tsubasa estava uma pilha, e para completar, Hanabi também não estava com seu melhor humor. Principalmente com a ceninha linda que presenciava a alguns metros distante: Suzuno estava conversando com Clara, uma das garotas que ela menos ia com a cara.

 Não, para ela, aquilo não era ciúmes, não era raiva, até porque Hanabi causava aquilo nas pessoas, nunca atingia a si mesma. Na realidade, ela não daria a mínima para a baixinha, não ligaria se Suzuno não estivesse rindo tanto ao lado dela. Era impossível não olhar, a voz de Suzuno era feminina o suficiente para possuir um timbre único, que podia ser reconhecido á dez mil milhas de distância, especialmente por ela, que o conhecia tão bem.

 Suzuno não era de se dar bem com garotas... Na verdade, ele quase não se dava bem com ninguém, tinha uma personalidade antissocial e fria demais, era completamente sério. Hanabi conseguia, às vezes, arrancar mais algumas emoções do albino quando brigavam, mas nunca o vira rir tanto na presença de uma garota.

— Eu nunca a vi em lugar nenhum, nem sabia da existência dessa menina, e pelo que eu percebi, ela e o Fudou são bem íntimos um do outro... - A Nagumo revirou os olhos.

— Ai, sério que você vai ficar ligando pra essa menina, Junko? Toma vergonha na cara, ele falou que já terminou com ela há séculos. - Disse jogando parte do cabelo longo e repicado para trás revirando os olhos âmbar com desdém, Junko respirou fundo e tirou do bolso da camisa do uniforme um chiclete da embalagem transparente, jogando o doce redondinho e amarelo na boca para mascar e tentar relaxar.

— Olha só quem fala, a pessoa que tá morrendo de vontade de pegar a cara da Clara e esfregar no asfal...

— Shhh! - A ruiva apressou-se em tapar sua boca com uma mão, enquanto o barulho das pulseiras em seu pulso eram ouvidos pelas duas - Enlouqueceu?! Do que você tá falando, heim?!

 A loira a empurrou, tirando a mão de sua boca e a limpando, para enfim sorrir cinicamente a amiga.

— Acha que eu sou burra? -Hanabi franziu o cenho em raiva com a pergunta.

— Não sei do que você tá falando...

— Bom dia.

E antes mesmo que Hanabi pudesse respirar após a frase dita, Fuusuke passou por entre as duas dando-lhes um rápido e seco 'Bom dia' por educação e descendo do palco, fazendo ambas, digo, Junko dar espaço para que ele pudesse concluir seu trajeto para fora do lugar. Hanabi ficou petrificada, sentindo todo seu corpo formigar enquanto Junko ria de sua "falta" de reação. Agora ela se perguntava em como ele havia ido para o palco sem que ela percebesse.

— Grr... Você quer parar de rir?!!

A garota demorou muito a atender o seu pedido, e toda vez que ela olhava para a cara emburrada de Hanabi de novo, ela desatava a rir ainda mais.

— Ai... Chega... - Falou lentamente ofegante, com ambas as mãos na barriga dolorida.

— Pensei que ia ter que dar na sua cara pra você parar.

Junko sorriu.

— Olha Hanabi, se eu não te conhecesse, diria que você tá morrendo de ciúmes do picolé ali.

— Hum... - O sorriso convencido de Hanabi se assemelhava muito ao de Haruya, até mesmo o jeito que eles insistiam em negar o óbvio era indiscutivelmente familiar - Ainda bem que você me conhece, Junko.

 

~*~

 

— Um admirador secreto?! Hummmmm...

Um coro de vozes insinuadas, gritinhos femininos e batidas nas mesas (por parte dos meninos) se instalou na sala minutos antes da primeira aula começar. Asami olhou feio para todos, como se repreendesse aquele rebuliço e amarrou os cabelos em um rabo de cavalo, deixando duas mechas caírem sobre cada lado de seu rosto. - Quanta maturidade, heim pessoal? - E você sabe de quem é?

— É claro que não - Someoka interviu - se ela soubesse, não seria "Admirador Secreto", né idiota? - Haruya fez um biquinho, cobrindo o rosto fingindo chorar.

— Não precisa ser grosso!

— Lori, você conhece todo mundo dessa escola, vê se você reconhece essa letra de alguém. - Virou para a rosada sentada ao seu lado na outra fileira de cadeiras, entregando-lhe a carta em um papel cartão na cor rosa, estava tão calma que, nem parecia realmente interessada em saber quem havia escondido aquilo em seu armário.

— Hmm... - A Salazar analisou a carta com cuidado, pegando do topo da cabeça de Ângela sentada à sua frente, os óculos da garota para fingir ser uma lupa, fazendo o grupo rir - Elementar, minha cara Asami: eu não faço ideia de quem seja essa letra.

 A ruiva franziu o cenho decepcionada e debruçou a cabeça sobre a mesa, onde Nagumo fez um rápido afago sobre ela.

— Sério? - Perguntou abafando o som de sua voz.

— Uhum, esse kanji é muito repuxado, nunca vi ninguém que eu conheço com uma letra assim. - Devolveu a ela com um meio sorriso, balbuciando um "desculpe".

— Ele vai aparecer em algum momento... - Fudou disse, olhando de relance para Goenji, que disse um "Eu heim" e virou para frente, vendo Aphrodi entrar ao lado do professor que daria a aula.

— Droga, logo História. - Ângela reclamou, tirando da bolsa seus livros e um caderno de anotações.

— História é a melhor matéria. - Haruki retrucou com um sorriso.

— Hana, você não está em condições de defender nada. - Fechou a cara após concluir a frase.

Haruki suspirou derrotada.

— Ângela, eu já pedi desculpas por não ter ido ver o show, eu estava ocupada!

— Com o que? - Retornou.

—... A curiosidade matou o gato, Ângela. Ou no caso, gata. - Piadou, porém a reação de raiva de Graden fez Hana tentar se desculpar novamente, dessa vez sem conseguir parar de rir.

 

~*~

 

Tudo parecia estranhamente calmo dentro da cantina, por mais que não fosse comum um amplificador estar presente na hora das refeições, sobre uma mesa afastada. Contudo, dava pra desconfiar que algo estava para acontecer, pois todos os componentes do clube de música estavam lá, exceto o líder, Fudou e Goenji: trocando olhares entre si e por vezes cochichando algo uns com os outros. E como se lesse a mente dos demais estudantes, Fudou deu as caras com seu típico sorriso imodesto. Passou por Tsubasa e deu-lhe um beijo no rosto, caminhou diretamente até as últimas mesas e ligou o amplificador, tocando instrumentalmente uma música pouco conhecida. Posteriormente, sentou-se ali mesmo e começou a mexer em seu celular rindo por algum motivo.

Não tardou e a porta do refeitório principal foi aberta e Kazemaru apareceu, segurando uma guitarra por uma mão e com a outra comia uma banana. Jogou a casca para longe a ela acertou diretamente o lixo - agradeceu mentalmente por aquilo, pois teria sido patético se ele errasse -. Posicionou-se com um sorriso ao lado da mesa onde Fudou estava e subiu sobre ela, iniciando o coro de sua nova composição, onde Shuuya também apareceu para o delírio geral, também de dentro do refeitório principal.

Be careful making wishes in the dark, dark

(Tenha cuidado ao fazer desejos no escuro, escuro)
Can’t be sure when they’ve hit their mark

(Não se pode ter certeza quando eles atingiram sua meta)
And besides in the mean, meantime

(E além disso no meio, meio tempo)
I’m just dreaming of tearing you apart

(Eu estou apenas sonhando em acabar com você)

 

Não demorou nem dez segundos para o refeitório se encher de gente. Os alto falantes ligados adiantava o serviço de “propaganda” de seu show, Ichirouta havia planejado tudo e se seus cálculos estivessem certos, Satti estaria acompanhando tudo aquilo de algum lugar da escola. Ainda iria descobrir quem era a mente brilhante e ardilosa por trás daquele pseudônimo de mal gosto.

 

I’m in the de-details with the devil

(Eu estou em de-detalhes com o diabo)
So now the world can never get me on my level

(Então agora o mundo nunca pode alcançar meu nível)
I just gotta get you out the cage

(Eu apenas tenho que te tirar da jaula)
I’m a young lovers rage

(Eu sou a raiva de jovens amantes)
Gonna need a spark to ignite

(Precisarei de uma faísca para incendiar)

 E olhando diretamente para seu público com um olhar tempestuoso, ele soltou em uma afinação impecável:

 

My songs know what you did in the dark

(Minhas canções sabem o que você fez no escuro)

 

 So light ‘em up, up, up

(Então ilumine-as)
I’m on fire

(Eu estou em chamas)

~*~

 

— Cara… - Fudou se aproximou tocando-lhe o ombro direito, esperando que todos o comprimentassem para finalmente poder dizer o que queria - Essa foi a primeira vez que eu te respeitei. Sério, você mandou muito bem, calou a boca daquela pu…

— Fudou…

— Tá, foi mal, mas é isso aí - Articulou com as mãos e beliscou o peito do azulado - Até que sua voz é legalzinha também…

— Hum, um elogio seu? Nossa, agora eu tenho certeza que fui muito bem… - Riu tentando tocar as mechas soltas no cabelo do outro, mas Fudou foi mais rápido e desviou.

— Gente, vocês vão no show dos Breakers hoje? - Hanabi se pronunciou sem muito interesse.

— Show? - O líder indagou.

— Ah é - Uzuyuuga pareceu se lembrar da insistência de Lori em chama-la pra ir - eles vão fazer um show aberto hoje, lá na Kasenki.

— Sério?! - Atsuki interveio - Como eu não soube disso?! Vamos gente?!!

Nagumo ao lado da namorada, olhou-a enciumado deixando seus cabelos negros de lado ao parar de acariciá-los.

— Nossa, nem vai me chamar?

— Pra quê? Você nunca vai.

Cravou sobre ele um olhar raivoso, que não intimidou nem um pouco Haruya. Alguns murmúrios foram ouvidos da parte dos demais.

— Vai começar… - Hana cochichou para si mesma.

— Se forem brigar, me avisem pra eu vazar, ok?

— Relaxa Goenji, ninguém aqui vai brigar - Nagumo assegurou olhando de canto para Yasmin - E isso não é verdade, das vezes que eu não pude sair com você foi porque alguns idiotas que eu considero como amigos ficaram aprontando e eu tive que livrar a cara deles.

— Tá vendo? Você só pensa nesses…

— Bebê, a gente vai mesmo brigar por causa deles? - Calou-a antes que a discussão ficasse mais intensa e depositou as mãos sobre seus ombros.

Atsuki demorou alguns instantes pra responder, suspirou e sorriu de volta para ele.

— Então você vai ir?

— Claro que sim. Vai que alguns daqueles caras dá em cima de você?

— Se fosse o Sakuma…

— Ei!

— Ok, desculpe. Me encontra lá no campo mesmo, eu vou ir mais cedo pra ficar na frente e tentar fazer o Sakuma me notar. - Haruya deu um peteleco na testa dela - Depois das aulas, não se esqueça!

— Não vou esquecer - Deu um beijinho na ponta de seu nariz e saiu da sala na frente, enquanto a morena esperava Haruki e Graden na porta.

— Eu acho que é muita burrice você confiar nele desse jeito. - Hana disse sem papas na língua.

— Não estou confiando totalmente, mas eu não quero pensar nisso agora. Não vou me estressar com nada antes desse show.

 

~*~

 

— Você não vai no show do seu próprio irmão?! Caramba, para de ser ruim, Shirou!

— E você tá prendendo seu próprio irmão dentro do banheiro, qual é pior? - Demandou com o braço escorado na porta enquanto esperava o menor sair de sua frente e dar passagem para ele se retirar. Atsuya xingou baixinho alguns palavrões e saiu de sua frente.

— A gente fica um tempão sem se ver e você me recebe desse jeito…

— Ah, para de fazer drama. - O cortou retirando os óculos de seu rosto e limpando as lentes com a barra da camisa, dando de cara com Miguell passando pelo mesmo corredor.

— Oi filho perdido - Comprimentou Hirwing bagunçando os cabelos do albino - Gostei da camisa do Batman.

— Oi Miguell, valeu. Cadê os outros?

— Genda tá batendo umas panelas na cozinha, Arata tá no chuveiro e o Sakuma… Sei lá onde ele foi. Ei, não vai ir no show?

— Não vai dar, tô morrendo de dor de cabeça. - O homem desejou um breve e risonho “Melhoras” enquanto o de cabelos salmão imitava de um jeito debochado tudo o que Shirou falava - Eu vou receber uma visita também…

— Visita? - Repetiu o mais novo - De quem?

Atsuya notou o albino morder o canto dos lábios e suas bochechas rosarem um pouco.

— A Fuyuka vai vir aqui…

No mesmo instante, Atsuya sentiu seu corpo inteiro vibrar e suas mãos suarem frio.

— A-a… - Gaguejou e engoliu em seco quando Viu Miguell arquear as sobrancelhas - Fuyuka vai vir aqui?! - Fubuki assentiu - O quê que aquela coisa vai vir fazer na nossa casa?!!

— O idiota do Hiroto chamou ela pra vir assistir um filme comigo! Eu tô com vontade de matar ele!

O sangue do mais novo esquentou, mas ele não sabia exatamente explicar o motivo daquilo.

—... Se vocês foram fazer “coisas” no quarto, eu juro que…

— EU NÃO VOU SUBIR COM ELA PRO QUARTO, SEU IDIOTA!

— Acho bom, pois nossos pais vão saber disso…

—... - Fubuki nem retrucou. Deu um suspiro entediado e logo Sakuma e Genda apareceram para retirar os dois dali.

 

~*~

 

Kasenki, o antigo campo de futebol usado para diversas partidas amistosas nunca esteve tão cheia como naquela tarde. Cantorias, gritos animados e um enorme alvoroço feito por fãs do IB (Inazuma Breakers) a cada vez que algum carro chegava e eles achavam que eram os meninos, preenchiam aquele local “aconchegante”. Hana, Ângela, Yasmin, Lorelai e Asami mal conseguiam se mexer no meio daquele povaréu bem em frente ao palco, mas valia a pena para ver os meninos. Tentavam conversar entre si no meio daquele rebuliço, mas foi impossível fazê-lo após o escândalo que começou quando um funcionário trouxe para o palco o baixo de Shimozuro. Segundos depois, Sakuma adentrou o palco rapidamente tentando se esconder entre algumas caixas de som para posicionar sua guitarra atrás do palco.

— SAKUMAAAAAA!!!!

O escândalo foi geral. Yasmin se esgoelou ao máximo tentando gritar tanto quanto as outras moças da plateia, a fim de chamar a atenção do ídolo. O que não serviu para nada, pois Jirou já havia retornado para o backstage.

— Meu Deus, você viu como o cabelo dele estava lindo?!! - Uzuyuuga agarrou a morena pelo braço.

— Eu sei! Você acha que eu amo ele por que?!

Assim que respondeu igualmente animada como a amiga, Atsuki teve seu olhos cobertos por duas mãos quentes e um corpo chegando por trás de si. Ela riu, não podia ser quem ela estava esperando.

— Quem é?

— Adivinha… - Sussurrou sobre seu ouvido e ela sorriu mais ainda, livrando-se das mãos em seus olhos e virou para a tal pessoa, agarrando-a pelo pescoço em um abraço desesperado.

— Eu não acredito que você veio, Nagumo! - Soltou-se do abraço e deu um selinho no namorado, que retribuiu com outro abraço.

— Eu disse que viria…

Hana revirou os olhos com a cena, cochichou algo com Ângela e a de óculos simulou uma gorfada com os dedos. Já Lorelai observando tudo calada, deu um sorriso gentil ao ruivo quando este virou para ela acenando, e voltou sua atenção para o palco ignorando o sentimento estranho que apertava seu peito, pois o alvoroço começou novamente quando os meninos finalmente haviam entrado.

Atsuya, Sakuma e Arata continuaram calados, sorrindo enquanto o tumulto só aumentava, se entre olhando e perguntando-se se aquilo era mesmo real, em todas as vezes que estavam para iniciar algum show.

Quando a plateia se aquietou um pouco com o pedido de calma de Atsuya, eles finalmente puderam se preparar par mais aquele desafio: cantar para um público imenso, onde eles nem podiam ver aonde chegava o fim daquela multidão.

— Do ya… - Arata iniciou o coro, seguido por Atsuya e por último, Sakuma presenteou a plateia com o fim daquele falsete, que mais uma vez surtou com as batidas frenéticas de Genda na bateria.

 

Do, do, do ya love me?

(Você me ama?)
Do you need a little time?

(Você precisa de um pouco de tempo?)
Do, do, do ya want me

(Você me quer)
Oh, to hold you when you cry?

(Oh, pra te abraçar quando você chorar?)

O público ficava perdido entre gritar e chorar de felicidade, ou pular e acompanhar a agitação da música e de Arata saltando enquanto tocava no palco, com um Genda rindo no fundo. Astuya era o vocal principal de Do Ya, mas o acompanhamento de Sakuma roubava a atenção de todos para si quando este iniciava sua parte, trocando olhares com Atsuya enquanto alternava seus sorrisos para a plateia e para o amigo.

— OLHA ESSAS TROCAS DE OLHARES! ELES FORAM FEITOS UM PARA O OUTRO!  

— ELES SÃO NAMORADOS?! - Perguntou, vulgo, berrou um Nagumo assustado com tal revelação enquanto tentava manter em seus braços sua namorada pulando loucamente.

— AINDA NÃO… mas não custa shippar os dois… - Ditou mais baixo a última parte com um risinho malicioso, ouvindo atrás de si um “Maluca…”.

 

~*~

 

Era apenas a primeira música e o grupo já estava pingando de suor recebendo todo o carinho de seu público ao fim da música. Ofegantes eles acenaram para o público sentindo-se acolhidos por todos, o show tinha que continuar. No fim das contas, aquela apresentação aberta já estava valendo muito a pena.

— Obrigado a todos pela presença! Vamos agora com… - Uma pausa dramática feita por Atsuya - Everybody Knows!

E a plateia surtou novamente.





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Notas finais do capítulo

CD dos Breakers (SIM, CD COM CAPA E TUDO, AAAAA ♥), Edits merdas, aparencia e algumas coisas sobre o (dlç) do Miguell: http://crushmusicclub.tumblr.com (td no Tumblr)
Espero que tenham gostado ♥
KYSSUS!!! ^.~/



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