Supernatural: Segunda Temporada escrita por Mabel_Cullen


Capítulo 8
Capítulo 8: O Blues da Encruzilhada


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!! Bjsss... XD



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Greenwood, Mississippi. (Agosto de 1938)

Em um bar no meio da estrada, um homem moreno vestido socialmente, com chapéu e cigarro na boca, toca violão para os homens e mulheres sentados ao redor. Todos apreciam sua música com um sorriso no rosto. Depois de um tempo, ele dá algumas pausas enquanto toca, começa a ouvir rugidos de cães, todos o olham sem entender. Ele pára a música. Os rugidos param por um tempo e ele continua a tocar também sem entender o que estava acontecendo. De repente vultos passam pelas janelas às pressas, o homem assustado os percorre com os olhos e o cigarro cai de sua boca. Homens e mulheres presentes se olham sem entender o que está causando tanto medo no rapaz. Este se levanta de sua cadeira no centro e sai apressadamente do bar. Os latidos recomeçam enquanto ele se afasta olhando para todos os lados, mas não vendo nada. As árvores e arbustos ao redor começam a chacoalhar. O rapaz larga o violão e sai correndo para dentro de uma estalagem não muito longe dali, fecha a porta e se recosta nela ofegante, mas os cães que continuam a latir ferozmente tentam abrí-la. O rapaz pega uma cadeira e a coloca na porta, trancando-a. Em seguida ele se afasta e fica de joelhos no chão começando a chorar, a porta não vai agüentar por muito tempo. Esta se abre bruscamentee os cães entram. É tarde demais para pedir socorro.

Um tempo depois, dois homens e uma mulher entram na estalagem correndo.

- O que está havendo? – pergunta um dos homens vendo o rapaz do bar deitado no chão, se contorcendo.

- Ai meu Deus. – diz a mulher apavorada e vai até o rapaz. – Chame o doutor. Corra!

Um dos homens na porta sai correndo para pedir ajuda. A mulher se vira para o rapaz novamente.

- O que aconteceu? Fale comigo! – pergunta ela assustada.

- Cães! – responde ele ainda se contorcendo.

- Aguente firme. – pede ela pondo a mão em seu rosto.

- Cães. – repete o rapaz tremendo. – Cães negros.

- Robert, não morra agora! – pede a moça começando a chorar.

Em seguida o rapaz olha fixo para o colar de cruz prateado da mulher e fecha os olhos sem vida.

...

(Hoje)

Em uma lanchonete, Dean, Sam, Jane e Giovanna se sentam em uma mesa tomando  seus cafés. Sam abre seu laptop e começa a pesquisar algo.

- Pela milionésima vez... Gi, você não sabe no que está se metendo. – diz Dean à moça a sua frente que revira os olhos, nervosa.

- Você acha que eu não pensei nisso antes de procurar por vocês? – pergunta ela enquanto cruza os braços na mesa.

- Pelo visto não. – diz Jane lhe dando um sorriso amarelo. – Você não deveria estar aqui e eu não estou dizendo por que estou preocupada pelo que pode acontecer com você... Estou dizendo por que você vai nos atrapalhar.

Sam e Dean a olham como quem diz ‘’ Agora você pegou pesado. ‘’

- Pelo menos você é direta. – diz Gi a ela. – Mas eu não vou embora, não importa o que digam... Eu posso ser muito útil.

- É? No que? – pergunta Jane também cruzando os braços.

- Eu posso... Eu posso... Hum... – começa Gi enquanto pensa em algo.

- Viu? Nada. – diz Jane a interrompendo. Dean coça a cabeça enquanto tenta arranjar o que falar.

- Já sei. – diz Gi vendo Sam pesquisar no laptop. – Eu posso pesquisar as coisas, daria menos trabalho ao Sam.

- Não, tudo bem, eu posso cuidar di... – começa Sam, mas é interrompido pelo olhar cortante de Gi.

- O que vocês acham? – pergunta ela se voltando para Dean e Jane com um sorriso.

- Eu acho que você ainda não entendeu... – começa Jane. – Você não pode ficar com a gente. Não pode lidar com isso.

- Me deixe tentar. – pede ela olhando bem nos olhos de Jane. Sam e Dean se olham sem saber o que fazer. – Me deixe tentar, por favor.

- Sabe... Eu podia fazer você dar a volta e ir embora agora mesmo. – diz Jane sem tirar os olhos dos da moça que também não desvia os seus.

- Então faça. – diz Gi. Dean e Sam olham para Jane. Esta continua encarando Gi por um tempo, mas desvia o olhar sem fazer nada. A garota lhe dá um sorriso satisfeita. – Obrigada. Eu não vou desapontá-los.

- Eu não disse que você pode ficar, disse? – pergunta Jane séria.

- Tenso. – sussurra Sam para si mesmo e olha uma foto de Dean em um site de ‘’Procurados’’. Sam olha para Jane que o olha de volta.

- Continuaremos essa conversa depois. – diz ela à Gi e olha para Sam novamente. – O que foi?

- Bom... Para quem não quer aparecer, o Dean é procurado em St. Louis e agora está na lista do FBI. – diz ele olhando para o irmão.

- Vocês acham o que? Eu sou barra pesada. – diz Dean com um sorriso e em seguida dá um gole em seu café.

- Não tem graça. – diz Jane a ele. – Isso dificulta tudo, teremos que ter mais cuidado agora.

- E vocês dois? – pergunta Dean apontando para Jane e Sam. – O que eles têm contra vocês?

Os dois se olham.

- Acho que não divulgaram ainda. – responde Sam tentando amenizar.

- Nem cúmplices? Nada? – pergunta Dean sem acreditar.

- Cala a boca. – diz Sam.

- Do que vocês estão falando? – pergunta Gi sem entender.

- É uma longa história. – diz Dean e dá risada. Em seguida se vira para Sam e Jane novamente. – Vocês estão com inveja.

- Inveja? – pergunta Jane dando uma risada sarcástica. – Você só pode estar brincando.

- Só pode mesmo. – concorda Sam.

- Tudo bem, vamos falar do caso, seus jovens inocentes e inofensivos. – diz Dean. Antes que Sam o faça, Gi pega uma reportagem de dentro da mochila dele.

- Eu leio. – diz ela animada.

- Só para ter o que fazer? – pergunta Jane. Gi a olha séria.

- Chega vocês duas, tá bom? – pede Sam a elas. – Parece que ainda estão na primeira série ou sei lá o que. Olha Gi, sabemos que quer ajudar, eu respeito isso, a Jane também apesar de não demonstrar muito, mas o que ela disse está certo, é muito perigoso, você pode se machucar.

- Eu não disse isso. – diz Jane. Sam lhe olha nervoso e ela revira os olhos se calando.

- Você não vai conseguir lidar com isso. – continua Sam.

- Me deixem ao menos tentar. – pede Gi de novo. – Se eu achar que não consigo, eu vou embora... Prometo.

Sam olha para os outros dois que também o olham.

- Tudo bem. – concorda Jane. Dean e Sam a olham surpresos. Jane dá um sorriso para Gi. – Mas já vou avisando, não vai ser nossa culpa se estiver morta amanhã... Leia o caso, por favor.

Gi olha para os lados um pouco assustada, mas faz de tudo para não demonstrar. Em seguida começa a ler.

- Arquiteto Sean Boyden despenca para a morte do telhado. – começa ela enquanto os outros três a ouvem atentos. – Em um condomínio que ele mesmo projetou.

- Constrói um prédio e pula do alto dele... Que classe. – diz Dean. Sam dá um sorriso. – Quando ele chamou o Controle de Zoonoses?

- Dois dias antes. – responde Gi olhando a reportagem.

- Ele disse cão negro mesmo? – pergunta Dean.

- É. – concorda Gi e continua a leitura. – Cão negro feroz e selvagem. As autoridades não o acharam e ninguém o viu. As autoridades não entendem... Como um cão selvagem passa pelo porteiro, pega o elevador e começa a destruir as paredes de um apartamento de luxo... Espera... O que? Um cão?

- Só continua lendo. – diz Jane. Sam e Dean a olham. Ela revira os olhos. – Por favor.

- Depois cessam as ligações... – continua Gi. - Ele não vai trabalhar e dois dias depois ele pula.

- Vocês acham que se trata de um cão negro mesmo? – pergunta Dean desconfiado.

- Pode ser. – responde Sam e entrega outras reportagens à eles. – É tudo muito vago. Existem espectros de cães negros no mundo inteiro. Uns dizem que são espíritos de animais. Outros que são presságios de morte. Seja como for, eles são grandes, maus...

- É, aposto que podem arrancar nossas pernas. – diz Dean animado olhando imagens dos cães nos papéis em sua mão. – Olhem esse.

Os outros três o olham nervosos. Dean tira o sorriso da cara.

- O que? Eles podem. – diz ele.

- Temos que ir falar com alguém que trabalhava com ele. – diz Jane ignorando-o. Sam concorda com a cabeça. Em seguida os quatro vão até um hotel, pegam dois quartos dessa vez, apesar de não gostar, Jane fica com Gi em um deles. Jane arranja uma roupa social para a garota se disfarçar.

- Não fale nada enquanto estivermos lá. – diz Jane à ela que pega as roupas e vai em direção ao banheiro. – Deixe a gente resolver isso.

- Tudo bem. – concorda Gi e fecha a porta do banheiro. Um tempo depois, já trocados, os quatro vão até onde Sean trabalhava e encontram seu sócio.

- Você e Sean foram sócios... – começa Sam. – Por quase dez anos não é?


- Isso mesmo. – concorda o homem. – Fomos. Vocês estão aqui para o que mesmo?

- Um tributo ao Sr. Boyden. – responde Dean. – Architectural Digest.

O homem dá risada.

- Acha engraçado? – pergunta Jane séria.

- Não. – responde ele tirando o sorriso do rosto. – É que... Um tributo... O Sean é que fica com o tributo. Ele se mata, deixa a mim e a família dele na mão, mas ganha outro tributo.

- Certo. – diz Sam. – Sabe por que ele faria uma coisa dessas?

- Não faço idéia. – responde o homem. – A vida dele era ótima.

- Como assim? – pergunta Gi. Jane a olha, mas não a repreende.

- Ele era um gênio. – responde ele. – Eu sou bom no que faço, mas perto dele... Mas nem sempre foi assim.

- Não? – pergunta Jane.

- Querem saber a verdade? – pergunta o sócio. Os quatro fazem que sim com a cabeça. – Houve um tempo em que ele não projetava nem um barraco. Há dez anos ele trabalhava como barman... Num bar chamado Lloyd’s... Uma espelunca.

- E o que mudou? – pergunta Sam.

- Não faço idéia. – responde o homem. – Da noite para o dia, ele pega um ótimo trabalho e começa a projetar. E projeta os edifícios mais incríveis que alguém já viu. Assim do nível de um Van Gogh ou Mozart.

- Como? – pergunta Dean sem entender.

- Estranho. – responde o homem. – Todos os gênios morrem cedo, não é?

Os quatro se olham como quem não entende.

- Você tem todo aquele talento... – continua o sócio. - Por quê? Por que jogá-lo fora?

...

Um tempo depois os quatro vão até o Centro de Controle de Zoonoses. Dean sai do carro e entra no edifício, volta depois de um tempo com um papel na mão.

- E aí? – pergunta Sam a ele.

- O nome da secretária é Carly. – responde Dean. – Vinte e três anos, curte caiaques... E eles são de verdade se você me entende.

Sam revira os olhos e Gi olha para Dean, nervosa.

- É Dean, agora não vai dar mais para você fazer essas piadinhas. – diz Jane com um sorriso à ele.  – Mas, você pelo menos se lembrou de perguntar se ela viu algum cão negro recentemente?

Dean entrega o papel em sua mão à ela.

- Todas as reclamações desta semana sobre tudo grande, negro, com cara de cão. – comenta Dean. – São dezenove reclamações. E... Eu não sei o que é isto aqui.

Ele aponta algo no papel e Jane dá risada.

- O endereço da Carly no MySpace? – comenta ela. Gi fuzila Dean com o olhar.

- MySpace? Que droga é esta? – pergunta ele. Sam e Jane dão risada. – É serio. É algum tipo de site pornô?

Em seguida os quatro vão até uma das casas que fez a reclamação e batem na porta.

- Eu juro, se for outro cachorro histérico latindo no quintal do vizinho... – começa Dean. Uma mulher baixinha abre a porta em seguida. – Boa tarde, senhora. Controle de Zoonoses.

- Já mandaram alguém ontem. – responde a mulher.

- Tudo bem, a gente só veio conferir. – diz Jane. – Procuramos a Dra. Sylvia Pearlman.

A mulher os deixa entrar e eles vão até a cozinha.

- A doutora, olhe... Ela... – começa a mulher. – Eu não sei bem quando ela volta, ela viajou há dois dias.

- Certo e você é? – pergunta Sam.

- Empregada da Srta. Pearlman. – responde ela.

- E para onde a doutora foi? – pergunta Jane.

- Eu não sei. – responde. – Ela fez a mala e saiu. Ela não disse aonde ia. O cão... Vocês acharam, afinal?

- Ainda não. – responde Sam. – Diga, você chegou a ver o cão?

- Não, eu nem sequer o ouvi. – responde ela. – Eu cheguei a pensar que a doutora estava imaginando coisas, mas ela não é assim, então...

Dean pega uma foto da doutora com algumas amigas em um mural na parede ao lado da geladeira.

- Eu li que ela é... Cirurgiã-chefe do hospital? – pergunta Dean. A empregada confirma com a cabeça. – Ela deve ter o que... 42, 43 anos?

- Muito jovem para o cargo. – comenta a empregada. – A mais jovem na história do lugar. Ela foi promovida há dez anos atrás.

- Um sucesso repentino há dez anos. – diz Jane e olha para Sam e Dean. – É... Conhecemos um cara assim.

Dean continua olhando a foto. Jane a olha também em seguida nas mãos dele.

- Dean, vem aqui. – pede ela. Dean vai até ela, Jane pega a foto de suas mãos e a vira. Em seguida dá uma risada sarcástica.

- O que foi? – pergunta Sam se aproximando deles. Jane mostra o outro lado da foto onde está escrito ‘’ Lloyd’s Bar. Novembro de 1996. ‘’

Os quatro se olham.

...

Longe dali, em um quarto de hotel, a doutora Pearlman olha para os lados assustada com uma expressão pálida. Ela se levanta de cima de uma de suas malas e começa a andar pelo quarto enquanto esfrega as mãos uma na outra, aflita. De repente algo bate na porta e ela olha.

- Srta. Pearlman? – pergunta uma voz de homem do outro lado da porta. – Estou ligando há horas. Tem que sair do quarto ou pagar por mais uma noite.

A doutora vai até a porta e a abre.

- Tudo bem, sem problema. – diz ela ainda pálida. Em seguida ela vai até sua carteira e pega o dinheiro, quando se vira para o dono do hotel novamente, vê seu rosto sendo deformado, como se derretesse. Ela corre até ele, lhe entrega o dinheiro e fecha a porta rapidamente.

...

Um tempo depois, Dean, Jane, Sam e Gi chegam ao bar Lloyd’s. Eles descem do carro e começam a andar em direção a ele. De repente Jane para bem no centro de uma encruzilhada e olha para os lados, onde há plantas.

- O que foi? – pergunta Sam a ela.

- Estranho. – diz Jane. Os três a olham.

- O que? – pergunta Gi.

- Essas plantas em volta. – responde ela. – No meio das ervas daninhas.

- São... Como é mesmo o nome? – pergunta Dean, chegando perto.

- Milefólio. – responde Jane olhando fixo para elas.

- Isso. – concorda ele.

- Milefólio? O que são elas? – pergunta Gi.

- São usadas para rituais. – explica Jane. – Rituais para conjurar.

- Então... Duas pessoas tem sucesso repentino há dez anos. – começa Sam, juntando as coisas. – Na mesma época em que andavam por aqui, no Lloyd’s.

- Bem... Aqui tem uma encruzilhada, o que vocês acham? – pergunta Dean.

- Espera... – sussurra Jane e se ajoelha no asfalto.

- O que está fazendo? – pergunta Gi se aproximando.

Sam e Dean se aproximam também. Em seguida Jane começa a apalpar o chão e depois de um tempo pára.

- É aqui. – diz ela e se levanta. Sam, Dean e Gi a olham confusos. – Vamos precisar de uma pá, não posso arriscar de usar meus poderes aqui, do lado de um bar.

- Pode deixar. – diz Dean com um sorriso e vai até o porta-malas do carro, de lá tira uma pá e se aproxima novamente. – Aqui está.

- Pode cavar exatamente aqui. – diz Jane apontando para os próprios pés e em seguida se afasta. Dean começa a cavar e um tempo depois a pá encosta em algo.

- Achei alguma coisa. – diz ele. Jane se ajoelha à frente do buraco, põe sua mão dentro dele e retira de lá uma caixinha velha, a abrindo logo depois. Dean tira ossos de lá.

- Aposto que é pó de cemitério. – diz Sam retirando uma garrafinha e vendo o conteúdo dentro.

- E ossos de gato preto. – diz Dean olhando os ossos em sua mão.

- Para que tudo isso? – pergunta Gi sem entender nada.

- É um feitiço poderoso. – explica Jane. – Isso é coisa de vodu do Sul. É usado para...

- Para o que? – pergunta Gi ansiosa.

- Para chamar o Diabo. – diz Dean surpreso. – Mas...

- Não só chamar. – diz Jane. – Encruzilhada é um lugar de pacto... Essas pessoas fizeram pacto com ele.

- Então elas estão vendo cães mesmo. – diz Sam.

- Mas não são cães negros. – diz Jane. Eles se viram para ela. – São cães do inferno.

- Tipo Pit Bulls do demônio? – pergunta Dean com um sorriso sarcástico.

- Não tem graça, Dean. – diz Sam sério.

- Mas, o Diabo não viria pessoalmente fazer esse pacto. – diz Jane. – Devem ser mais serviçais dele e qualquer que seja, voltou para cobrar.  Aquela doutora, para onde quer que ela esteja fugindo...

- Não vai correr rápido o suficiente. – completa Dean concordando com a cabeça.

...

No quarto de hotel, a doutora tampa os ouvidos e chora apavorada enquanto cães do inferno latem na porta. De repente os cães param. A doutora se levanta do chão ao lado da cama e se aproxima da porta, mas de repente as janelas se quebram a fazendo cair de costas. Os cães vão até ela, rasgam suas roupas e a puxam para a morte.

...

Rosedale, Mississippi.(1930).

Um homem fica de joelhos bem no centro da encruzilhada ao lado do bar Lloyd’s, cava um buraco e põe um embrulho dentro dele, o fechando em seguida. Ele se levanta e se vira para outra direção, onde vê uma moça de vestido branco parada.

- Santa. – diz ele.

- Santa? – pergunta a mulher com um sorriso sarcástico. Seus olhos ficam  vermelhos e o homem se assusta. – Tente novamente.

Ela se aproxima dele e ele recua um pouco.

- Eu quero tocar violão. – diz o homem à ela. – Quero ser o melhor cantor de Blues que já viveu.

- Se é o que você quer. – diz a mulher passando a mão em seu rosto carinhosamente.

- Como... Como selamos o pacto? – pergunta ele. A mulher lhe dá um sorriso e em seguida o beija. Quando o homem abre os olhos a mulher já não está mais ali. Ele olha para os lados, mas não há ninguém e em seguida olha para o violão.

...

(Hoje).

- Então... Eles vendem a alma para o Diabo na encruzilhada? – pergunta Dean.

- É. – afirma Jane.

- Precisamos descobrir se mais alguém fez negócios por aqui. – diz Sam.

- Claro! Vamos limpar a bagunça deles por eles. – diz Dean sarcasticamente.

- Eles não são nada imaculados. – diz Gi. Dean concorda com um sorriso.

- É... Mas ninguém pôs uma arma na cabeça deles os forçando a fazer o pacto. – diz ele.

- Então vamos deixá-los morrer? – pergunta Jane sem acreditar.

- Alguém se joga do Niágara em um barril... Você pularia para salvá-lo? – pergunta Dean a ela.

- Dean. – diz Jane se aproximando bem dele. Gi estranha a aproximação. – Olhe para mim.

Dean levanta a cabeça e olha em seus olhos.

- Está falando sério? Quer mesmo deixá-los morrer? – pergunta ela surpresa. – Lembra? Você disse para mim e para o Sam que acabaria com qualquer coisa sobrenatural que se colocasse em nosso caminho e está recuando agora?

Dean a olha por um momento. Tudo que ela disse é verdade, ele não podia andar para trás agora. Ele ia destruir todo tipo de coisa sobrenatural que ficasse em seu caminho.

- Você está certa. – diz ele lhe dando um sorriso. – Foi mal.

Sam e Gi olham para Jane que também sorri para Dean.

- Eu perdi alguma coisa aqui? – sussurra Gi para Sam. – Eles estão...?

- Não! Nunca! – interrompe Sam rapidamente.

- Em um ritual assim, você tem que pôr sua foto no meio. – diz Dean e pega de dentro da caixinha a foto de um homem.

- Então, esse cara conjurou o diabo, vamos ver se alguém lá dentro o conhece. – diz Sam.

- Se ele ainda estiver vivo. – diz Dean. Eles se olham. Em seguida vão até o bar de antes e entram, pegam informações sobre o cara, vão até a o prédio onde ele mora e começam a subir as escadas até o apartamento.

- Como é o nome do cara mesmo? – pergunta Gi.

- George Darrow. – responde Dean. – Ao que parece, é freguês do Lloyd’s. A casa dele não vai aparecer na MTV, não é?

- Cala a boca. – diz Sam com um sorriso.

- Não sei o pacto que ele fez... Não consigo ver nada. – diz Jane.

- Deve ser o demônio. – diz Sam lhe dando um beijo rápido. – Não é sempre que seus poderes vão conseguir saber tudo.

- Eu sei, mas... – começa ela chateada. Sam põe suas mãos no rosto dela.

- Jane, você é forte, não sei o que seria da gente sem você, mas você precisa entender que nem tudo vai vir de mão beijada para a gente. – diz Sam carinhosamente a ela. – Temos que pesquisar, por isso estamos aqui.

- Eu sei... Me desculpa. – diz Jane. Em seguida Sam a beija novamente.

- Ah... Vão para um motel. – diz Dean e se vira para o outro lado.

- É... Eu perdi muita coisa. – diz Gi. Sam e Jane se dão um sorriso.

- Vamos logo, vai ver tem um bando de gatas de biquíni lá dentro. – diz Dean sorrindo, mas logo tira o sorriso do rosto quando Gi o olha nervosa. – É brincadeira... Mas ele tem uma conta enorme a pagar, então é bom que tenha se divertido.

Eles chegam à porta do apartamento indicado.

- Olhem isto. – diz Sam e se agacha na porta, encostando em algo ao redor dela.

- Parece pimenta. – diz Gi vendo a cor.

- Ele está aqui. – diz Jane.

- O que? – perguntam os outros três ao mesmo tempo. Em seguida o homem da foto abre a porta.

- Quem são vocês? – pergunta ele desconfiado.

- George Darrow? – pergunta Sam se levantando a ele.

- Eu não vou comprar nada. – diz o homem e fecha a porta rapidamente.

- Parece que usou o tempero errado. – diz Jane antes de ele fechar. – Quando se quer afastar algo maligno se usa sal.

O homem os olha por um momento.

- Eu não sei do que estão falando. – diz ele.

- Eu falo disto aqui. – diz Dean lhe mostrando sua foto da caixa. – Diga, você já viu os cães do inferno?

- Ouça. – diz Sam. – Só queremos ajudar. Por favor, só cinco minutos.

O homem os deixa entrar em seu apartamento, vai até uma mesa e coloca uísque em um copo. Os quatro olham para os lados, o apartamento é rodeado de pinturas.

- Então... O que é aquela coisa lá na frente? – pergunta Sam ao homem.

- Pó dos bobos. – responde ele. Os quatro se olham.

- Vocês acham que sabem de alguma coisa, mas não conhecem pó dos bobos? – pergunta George e em seguida joga um pacote na direção de Dean que o pega.

- Ora, nós sabemos um pouco de muita coisa. – comenta este abrindo o pacote. – o bastante para nos tornar perigosos.

- O que é isso? – pergunta Sam.

- Vodu. – responde Jane.

- É... Minha avó me ensinou. Afasta os demônios. – diz George concordando com ela.

- É... Demônios nós conhecemos. – diz Jane.

- Então fiquem com ele. – diz George a ela com um pequeno sorriso. – Talvez lhes faça bem... Vocês têm mais quatro minutos.

- Sr. Darrow. – começa Sam. – Sabemos que tem problemas.

- É. Que você mesmo provocou. – diz Dean olhando para os lados.

Sam, Jane e Gi o olham nervosos.

- Mas, não são insolúveis, certo? – continua Sam. – Deve ter algo que possamos fazer.

- Ouçam. – diz George e se senta em uma poltrona. – Eu sei que querem ajudar, mas quem sai na chuva, é porque quer se molhar. Fui eu que chamei o demônio para começar.

- E porque chamou? – pergunta Jane.

- Eu era fraco. – responde ele. – Quem não quer ser grande? Quem não quer ter uma vida que valha a pena?... Eu só... Eu nunca pensei no preço.

- Valeu a pena? – pergunta Gi que olha para Jane com medo que esta fique nervosa. Mas Jane continua olhando para o homem.

- De jeito nenhum. – responde George a ela. – Claro, eu pedi talento. Devia ter pedido fama. Ainda sou pobre... E sozinho. Só que agora eu tenho uma pilha de quadros que ninguém quer, mas isso não foi o pior.

- Continue. – pede Sam quando vê que o homem pára de falar por um instante.

- O demônio não se foi. – continua George. – Eu não contava com isso. Depois do nosso pacto, a coisa ficou no Lloyd’s uma semana. Conversando, fazendo mais pactos. Eu tentei avisar as pessoas, mas... Quem é que escuta um velho bêbado?

- Quem mais estava lá? – pergunta Jane.

- Tinha um arquiteto, uma médica. – responde ele. – Eu sigo a vida deles. Eles vivem nos jornais, pelo menos são famosos.

- Quem mais, George? – pergunta Dean.

- Mais um. – responde ele. – Cara legal. Evan Hudson... Eu acho. Eu não sei o que ele pediu. Não importa mais... Acabou.

- Não. – diz Jane em seguida. – Não. Deve ter um jeito...

- Você não entende. – interrompe George. – Eu não quero um jeito.

- Olhe, você não tem que... – começa Sam.

- Ouça, eu chamei o maligno. – continua ele se levantando da poltrona. – Eu o trouxe para cima de mim e pra cima deles. Eu vou para o inferno de qualquer jeito.

Os quatro se olham.

- Eu só quero terminar meu último quadro. – diz George. – Mais um ou dois dias e pronto. Só quero evitá-lo até lá. Um pouco de tempo. Está na hora de vocês irem, ajudem alguém que quer ajuda.

- Nós não podemos... – começa Dean.

- Vão embora! – grita George apontando para a porta. – Preciso trabalhar.

- Você não quer mesmo morrer. – diz Jane.

- Não? – pergunta o homem olhando-a. – Estou... Estou cansado.

...

Em uma casa, um homem assina alguns papéis em cima da mesa do escritório. De repente ouve latidos ferozes que vem de fora da janela. Se vira assustado, se levanta e se aproxima dela, olha pela persiana, mas não encontra nada.

- Evan... Está espiando os vizinhos? – pergunta uma mulher entrando no escritório.

- Não, eu acho que ouvi algo lá fora, mas não é nada. – responde ele. – Você já está pronta?

- Olha... Se eu não o conhecesse, ia achar que me quer fora de casa. – diz a mulher procurando algo em sua bolsa. Evan lhe dá um sorriso.

- Claro que não. – diz ele se aproximando dela. – É que você vê tão pouco sua irmã desde que ela teve o bebê.

- O que você vai fazer no fim de semana? – pergunta ela.

- Nada demais. – diz ele um pouco hesitante. – Eu tenho umas contas para pagar.

A mulher lhe dá um sorriso e Evan lhe devolve outro.

- Venha aqui. – diz ele a ela. A mulher se aproxima dele e ele a beija delicadamente. Em seguida eles se abraçam. – Vou sentir sua falta.

- Bom mesmo. – diz ela levantando uma das sobrancelhas.

- Você sabe que eu te amo, não é? – pergunta Evan a olhando. – Para sempre.

- Claro. – diz a mulher sem entender. – Evan, você está bem?

- Sim. – responde ele. – Sim, estou bem. Agora vá.

Eles se dão um último beijo.

- Está bem. Eu ligo quando chegar lá. – diz a mulher e se vira em direção a porta. – Querido?

Ela se volta para Evan novamente, mas seu rosto se deforma. Evan a olha assustado.

- Também te amo. – diz a mulher voltando ao normal.

...

Á noite, Os quatro vão até a casa de Evan e batem na porta.

- Sim? – pergunta ele atendendo-a.

- Evan Hudson? – pergunta Sam.

- Sim. – responde ele.

- Você esteve em um bar chamado Lloyd’s? – pergunta Dean.

- Deve ter sido há uns dez anos. – completa Jane. Em seguida Evan fecha a porta rapidamente.

- Qual é. Nós não somos demônios. – grita Gi.

- Tem outra idéia brilhante? – pergunta Sam ao irmão. Este olha para a porta.

- Dean, não. – diz Jane, mas é tarde demais. Este chuta a porta e ela se escancara na parede. Jane revira os olhos, mas os segue para dentro da casa.

- Agora sim ele vai ficar mais assustado. – diz ela. Evan vai até um quarto e se tranca nele. Os quatro vão até ele. Dean levanta a perna para chutar a porta.

- Espera. – diz Jane o parando e olha para a porta. Ela põe a mão na maçaneta e a gira, a abrindo. Jane olha para Dean que lhe da um sorriso tipo ‘’ Foi mal.’’

- Evan? – pergunta ela entrando no quarto. Este sai de trás de uma das paredes.

- Por favor, não me machuquem. – pede ele assustado.

- Nós não vamos machucá-lo. – diz Sam se aproximando.

- Viemos ajudar. – diz Gi a ele.

- Sabemos sobre o pacto genial que você fez. – diz Dean sério.

- O que? Como? – pergunta Evan sem entender.

- Não importa. – diz Jane. – O que importa é que vamos acabar com isso.

- Como vou saber que não estão mentindo? – pergunta Evan desconfiado.

- Não vai. – diz Dean. – Mas você não tem muita opção, amigo.

- Podem impedí-lo? – pergunta Evan começando a andar pelo quarto.

- Não sabemos, mas vamos tentar. – diz Sam.

- Eu não quero morrer. – diz ele pondo uma das mãos na cabeça.

- É claro que não quer. – diz Dean com um sorriso amarelo. – Não agora.

- Dean, chega. – pede Jane e se vira novamente para o homem. – O que você pediu Evan?

- Nunca precisar de Viagra? Ganhar no boliche ou o que? – pergunta Dean.

- Dean! – diz Jane o olhando nervosa.

- Minha mulher. – responde Evan em seguida.

- Saquei. Ganhar a garota... Até vale a viagem ao inferno. – diz Dean dando risada.

- Pára com isso! – manda Jane mais nervosa, seus olhos de repente mudam um pouco. Dean a olha surpreso, mas em seguida ela volta ao normal. – Mandei parar.

- Não. – diz Evan olhando-a. – Ele está certo. Eu fiz o pacto, ninguém me obrigou. Aquela mulher, ou seja lá o que for, estava no bar. Ela disse que eu teria qualquer coisa que eu quisesse. Primeiro achei que era doida, mas eu não sei, eu estava... Eu estava desesperado.

- Desesperado? – pergunta Sam sem entender. Evan vai até uma mesa e se recosta nela, cansado.

- Julie estava morrendo. – explica ele.

- Fez isto para salvá-la? – pergunta Dean.

- Ela estava com câncer. – continua Evan. – Eles pararam o tratamento. Iam interná-la. Ficavam dizendo que ela tinha poucos dias, então eu fiz o pacto e faria de novo. Eu morreria por ela no ato.

- Você nunca pensou nela em tudo isto? – pergunta Dean.

- Eu fiz isto por ela. – diz Evan sem entender.

- Tem certeza disso? – pergunta Dean. – Eu acho que fez por si mesmo. Para não ter que viver sem ela, mas, adivinhe... Ela vai ter que viver sem você agora.

Evan olha para os lados, triste.

- E se ela soubesse quanto custou? – pergunta Dean. – Que custou sua alma? O que acha que ela ia sentir?

- Já chega. – diz Jane e se aproxima do homem. – Evan, se sente, vamos resolver tudo.

Em seguida os quatro saem do cômodo para o corredor.

- Dean. – diz Jane. – Você está bem?

- Porque não estaria? – pergunta ele e a olha por um momento. Esta entende o que Dean quer e lê sua mente. Jane se aproxima dele horrorizada e o puxa para um canto. Sam e Gi os olham sem entender.

- Você ficou maluco? – sussurra Jane para ele.

- É o único jeito. – sussurra Dean.

- Eu vou com você. – sussurra Jane.

- Não vai mesmo. – sussurra Dean. – Vai ter que passar por cima do meu cadáver.

- Quem que salvou vocês de um caminhão na estrada? – sussurra Jane nervosa.

- Você, mas... Viu no que deu? Na sua morte. – sussurra Dean nervoso também.

- Então... Você não vai me deixar ir com você mesmo. – sussurra Jane.

- Não mesmo. – sussurra Dean com convicção.

- Está bem. – sussurra Jane. – Me desculpe Dean, mas isso é para o seu próprio bem.

Em seguida, Jane olha bem nos olhos dele o hipnotizando.

- Você vai ficar aqui com o Sam e a Gi... Vão ficar jogando esse Vodu nos cães do inferno. Mantenha-os longe de Evan o máximo que conseguirem. Eu vou para a encruzilhada, conjurar o demônio sozinha. Não conte ao Sam, apenas os prenda aqui. Entendeu?

- Entendi. – responde Dean a olhando fixo.

- Ótimo. – diz Jane e se vira para Gi e Sam.

- O que vocês tanto cochicham? – pergunta Gi.

- Nada. – diz Dean. – Estávamos apenas conversando sobre o cara que nos entregou o Vodu. Podemos jogar nos cães do inferno para afastá-los o máximo possível do Evan.

- É... Pode dar certo. – diz Sam concordando.

- Eu tive uma idéia. – diz Jane. – Vocês fiquem aqui.

- Onde você vai? – pergunta Sam desconfiado.

- Vou à casa do pintor. – mente Jane. – Acho que ele escondeu alguma coisa de nós.

- Eu vou com você. – diz Sam indo até ela.

- Não. – responde Jane rapidamente e Sam pára. – Você acha que o Dean vai conseguir sozinho?

- Mas, tem a Gi. – diz Sam.

- Não é o suficiente. – diz Jane. – Eu acho que consigo arrancar mais coisa dele se eu for sozinha.

- Tem certeza? – pergunta Sam.

- Absoluta. – diz Jane com um sorriso. Sam vai até ela e a beija.

- Não demora. – pede ele ainda segurando seu rosto. Jane apenas lhe dá um último sorriso.

- Eu acho que ouvi alguma coisa. – diz Evan do quarto.

- Vão. – pede ela e sai da casa.

...

Jane pega o Impala e vai até a encruzilhada sozinha, parando bem no centro.

- Pode aparecer agora. – diz ela saindo do carro.

- Jane! O que está fazendo aqui? – pergunta um rapaz alto, moreno, cabelo espetado e olhar intenso. Jane o olha com uma expressão vazia. – Você me chamou?

- É... Chamei. – diz Jane um pouco nervosa.

- Ah, não fique assim. – diz o demônio se aproximando dela com os olhos inteiramente vermelhos. – Sou eu que deveria ficar nervoso na sua presença.

- Não vem com essa para cima de mim. – diz ela. – Eu não caio nessa.

- Me desculpe por ser educado. – diz o rapaz com um sorriso. – O que eu posso fazer por você, Jane?

...

Na casa de Evan, este olha enquanto Dean, Sam e Gi olham para o pacote que o pintor lhes deu.

- O que é isso? – pergunta o homem.

- Pó dos bobos. – responde Sam.

- Fala sério? – pergunta Evan.

- Receio que sim. – concorda ele e começa a jogar o conteúdo, fazendo um círculo em volta do homem. – Olhe, acredite em mim ou não... O que você preferir.

- Mas faça o que fizer, fique dentro do círculo. – manda Dean.

...

- Pensei que podíamos fazer um pacto. – diz Jane ao demônio.

- É o que eu faço. – diz ele começando a andar em volta dela.

- Eu quero Evan Hudson liberado do contrato. – diz Jane.

- Lamento, Jane. – diz o demônio. – Isso não é negociável.

- Eu faço valer a pena. – diz ela com um sorriso. O demônio pára e a olha fixamente.

- O que você me oferece? – pergunta ele.

- Eu. – responde Jane.

- Ora, ora, ora. – diz o demônio. – Quer sacrificar sua vida pela de outra pessoa. John Winchester fez a mesma coisa por você.

Jane o olha com raiva.

...

- Acabou tudo. – diz Sam colocando o pacote em que estava o pó em cima da mesa.

...

- Você sabia do pacto de John, não é? – pergunta o demônio à Jane. – A vida dele pela sua. Não fui eu que fiz aquele pacto, mas... Como eu queria. Oh... Jane... Eu posso ver o que está pensando. Não vai conseguir acabar comigo, não adiante nem pensar em como.

...

Na casa, Evan ouve latidos ferozes fora da casa e se vira assustado para a janela do quarto.

- O que foi? – pergunta Dean.

- Vocês ouviram? – pergunta ele.

- Não. Onde? – pergunta Sam. Gi os olha, assustada. Evan se vira para a porta.

- Do outro lado da porta. – responde ele. Sam e Dean olham para a porta que tenta ser aberta ferozmente pelos cães. Em seguida todos entram no círculo.

- Não se mexa, ok? – pede Sam a Evan. – Fique onde está.

O homem concorda com a cabeça.

...

- Você sabe como é difícil para mim ter que falar assim com você. – diz o demônio. – Eu não entendo porque você traiu seu pai.

- Ele não é mais meu pai. – diz Jane respirando fundo. – Nunca foi se você quer saber. Ele matou minha mãe. Ele é um de vocês.

- Ah... Jane. – diz o demônio. – Não fale assim. Seu pai fez a coisa certa, sua mãe estava sendo levada pelo caminho errado.

- Cala a boca! – manda Jane gritando. – Não ouse falar da minha mãe. Você não tem esse direito.

O demônio lhe dá um sorriso carinhoso e se aproxima bem dela.

- Eu sei. – diz ele. – Deve ser difícil, não é? Pensar em como sua mãe morreu. Tentando te levar para o caminho do ‘’bem’’. Você acorda e seu primeiro pensamento é que não pode mais continuar com isso. Você é um poço de dor. Apesar de nem tê-la conhecido, ela era sua mãe. Você deve amá-la muito dentro de seu coraçãozinho. John conseguiu abrir os olhos dela e ela morreu por causa disso. Agora... Para te salvar, ele acabou morrendo... E foi tudo culpa sua. Você vacilou, Jane.

- Cala a boca. – repete Jane com os olhos fechados de raiva.

- Eu posso te dar o que você quer. – continua o demônio.

- E o que eu quero? – pergunta Jane.

- John. – responde ele. – Eu posso trazê-lo de volta, mas como você quer que eu libere o Evan do contrato, e... Como isso não é negociável, acho que foi uma perda de tempo eu ter vindo aqui. Adeus, Jane...

O demônio se vira para ir embora. Jane olha para o chão pensativa e olha para o demônio novamente.

- Espera. – pede ela. O demônio pára com um sorriso.

...

Na casa, os cães continuam tentando entrar no quarto, mas de repente os latidos cessam e tudo se acalma. Os cinco se olham sem entender.

- Ainda está ouvindo? – pergunta Dean a Evan. Este se vira para todos os lados.

- Não. – responde ele. – Acabou?

De repente os cães entram pelo duto de ar na parede.

- Está aqui! – grita Evan desesperado.

...

Ao lado da encruzilhada, Jane se recosta nas ferragens que sustentam uma caixa d’água.

- Eu não posso te deixar triste desse jeito. – diz o demônio se aproximando dela novamente.

- Pode trazê-lo de volta? – pergunta Jane.

- Claro que posso. – responde o demônio. – Do jeito que ele era. John teria uma vida longa, como ele devia ter.

- E quanto a mim? – pergunta Jane.

- Eu posso lhe dar dez anos. – responde o demônio. – Dez longos e bons anos com ele. É uma vida inteira. Todos ficam reunidos de novo. John, Sam, Dean e você... A filha que ele sempre quis.

Jane olha para os lados exitante sem saber o que fazer.

- Olha. – diz o demônio a ela. – John deveria estar vivo e você morta. Assim as coisas se acertam, elas voltam à ordem natural e você ganha dez anos extras. É um bônus.

Jane começa a andar por baixo da caixa d’água e se vira para o demônio que a segue.

- Você acha que... Pode dar um faqueiro junto? – pergunta Jane. O demônio vem até ela com uma risada sarcástica.

- Você acha que tenho tempo para brincadei... – começa ele, mas olha para cima antes de terminar de falar. No teto está desenhado uma armadilha de demônios. – Jane!

- Não posso acabar com você é? – pergunta ela com um sorriso. – Isto vai doer um pouquinho.

- Solte-me já. – manda ele.

- Claro. – diz ela com um sorriso e começando a andar. – Só vamos fazer um pequeno pacto antes. Você recolhe os cães do inferno e deixa o Evan ir. Depois eu deixo você ir.

- Eu não posso romper um contrato. – diz o demônio com um sorriso.

- Por ‘’ não posso’’, você quer dizer ‘’não quero’’?– pergunta Jane. – Última chance. Evan e a mulher vivem até a velhice. Dou-lhe uma, dou-lhe duas...

- Vamos conversar sobre isso. – diz o demônio.

- Tudo bem... Três. – diz Jane e pega o diário de John no bolso de seu sobretudo marrom.

...

Na casa, os cães chegam perto do círculo em que os cinco se encontram. O chão fica com marcas de unhas.

- O que vamos fazer, agora? – pergunta Gi assustada.

- Cadê a Jane? – pergunta Sam. – Ela está demorando demais.

- Não foi sobre aquele cara que vocês estavam sussurrando não é? – pergunta Gi olhando para Dean.

- Claro que foi. Também não entendo a demora dela. – responde Dean.

...

- O que está fazendo? – pergunta o demônio nervoso.

- Você vai fazer uma viagenzinha. – explica Jane enquanto folheia as páginas do diário e segura um colar com uma cruz. – Direto para o sul.

- Esqueça o Evan, pensem em John. – diz o demônio. Jane o olha por um instante, mas em seguida começa a falar em outra língua enquanto rodeia a caixa d’água.

...

 Na casa, um vento gigante balança os cabelos deles. As folhas são derrubadas da mesa. O pó que faz o círculo começa a desaparecer.

- O círculo se rompeu! Vamos! – diz Sam e eles começam a correr pelos corredores da casa.

...

Enquanto isso, Jane continua com a armadilha. O demônio começa a gritar de dor. Sam, Dean, Gi e Evan entram na despensa e ficam na porta para os cães não entrarem.

- Espera! – grita o demônio. Nesse exato momento, os cães param de tentar arrombar a porta da despensa. Jane se aproxima sem medo do demônio e ele a beija.

- Para que foi isto? – pergunta Jane surpresa se afastando.

- Selar o pacto. – responde o demônio.

- Eu gosto de ser prevenida antes de ser violada pela língua de um demônio. – diz Jane nervosa.

- Evan Hudson está livre. – diz o demônio. – Ele e a mulher terão vida longa.

- Como vou saber que não está mentindo? – pergunta Jane desconfiada.

- Minha palavra é o que vale. – responde o demônio.

- É mesmo? – pergunta Jane.

- Quando eu faço um pacto. São as regras. – diz ele. – Você tem o que pediu. Agora, deixe-me ir.

Jane se afasta e olha para o colar com a cruz. O demônio sorri.

- Você vai me trair? – pergunta ele. – Engraçado como sou eu o de confiança aqui. Sabe... Você me trai, me manda para o inferno... Cedo ou tarde, eu volto e tiro a pele de Evan Hudson. Será a primeira coisa que eu farei.

Jane o olha, guarda o diário e o colar no bolso do sobretudo. Em seguida, sobe nas ferragens, apaga um pedaço da armadilha no teto e o demônio sai de baixo da caixa d’água.

- E digo mais. – diz ele em seguida se virando para Jane. – Você nunca teria feito isso se soubesse.

- Se soubesse o que? – pergunta Jane.

- Onde John está. – responde ele. Ela muda de expressão. – Você deveria ter feito o pacto. As pessoas falam de inferno, mas é só uma palavra, nem chega perto de descrever a realidade.

- É a terceira vez que eu te mando calar a boca. – diz Jane com raiva.

- Se você pudesse ver o pobre John... Os sons que ele faz... – continua o demônio se divertindo com as expressões de ódio que Jane faz. – Por que... Nem tem como gritar.

- Que tal eu te mandar para lá? – pergunta ela se aproximando dele. De repente o demônio vira a cabeça para cima e uma fumaça preta sai de sua boca enquanto ele grita de dor. A fumaça desaparece no ar e o rapaz cai no chão assustado.

- Como... Como eu vim parar aqui? – pergunta ele olhando para Jane, confuso. Esta olha para os lados ainda com ódio.

...

Um tempo depois, ela chega à casa de Evan, onde os vê de longe, fora da casa. Evan agradece a Sam, Dean e Gi por tudo o que fizeram e entra na casa novamente.

- Jane! – grita Sam e corre até ela, abraçando-a bem forte. – Onde você esteve? Fiquei preocupado...

- Me desculpe. – diz Jane o interrompendo. – Eu menti para você. Eu hipnotizei o Dean para não abrir a boca sobre isso.

Sam olha para o irmão que conversa com Gi normalmente.

- Ele ainda está hipnotizado? – pergunta Sam. Jane vai até Dean e olha em seus olhos.

- Você pode voltar ao normal agora. – diz ela. Em seguida ele olha para Jane nervoso.

- Você não vai comigo. – diz Dean. – É perigoso.

- O que é perigoso? – pergunta Sam.

- Eu disse a ela que vou até a encruzilhada para conjurar o demônio e ela quer vir comigo. – explica ele.

- Foi isso o que você foi fazer? – pergunta Sam nervoso. – Você foi sozinha conjurar o demônio?

Jane afirma com a cabeça.

- Eu não posso acreditar. – diz Sam e se aproxima bastante dela. – Você tem idéia de como isso foi perigoso?! Você podia ter se machucado... Até morrido! Você ao menos pensou em mim quando decidiu fazer isso? Ao menos pensou como eu sofreria se te perdesse de novo?! Não! Por que você quer sempre mostrar para a gente que é forte e que consegue lidar com tudo, mas deixe-me te dizer uma coisa... Você não pode.

Jane o olha surpresa.

- Jane... Eu não suportaria perder você de novo. – repete Sam pondo a mão no rosto dela. – Quantas vezes eu vou ter que repetir isso? Você não acredita em mim? Não sabe o quanto eu te amo?

Lágrimas caem dos olhos dela e Sam a abraça de novo passando as mãos pelos cabelos dela.

- Você não está sozinha. – diz ele. – Nunca vai estar. Eu e o Dean sempre estaremos aqui para o que você precisar.

- E eu? – pergunta Gi cruzando os braços. – Ajudarei em qualquer coisa que eu for útil.

Jane lhe dá um sorriso carinhoso e se vira para Sam novamente.

- Mas você precisa entender que eu nunca vou deixar vocês desprotegidos, suas dores vão ser minhas dores. Eu vou sempre me colocar em perigo no lugar de vocês. – diz ela.

- Eu que deveria estar falando isso para você, mas não vai adiantar já que não sou eu quem tem poderes. – diz Sam. – Tudo bem... Eu vou ter que aprender a conviver com isso. Em vez de eu salvar minha garota... É a minha garota que vai me salvar quando eu estiver em perigo.

Jane lhe dá um sorriso e o beija em seguida.

- Jane. – chama Dean com um sorriso. Esta o olha. – Se você me hipnotizar mais uma vez... Eu vou fazer coisas não muito legais com você.

Os quatro dão risada.

- Tudo bem. – diz Jane sorrindo para ele.

- Vamos... Temos que pegar a estrada. – diz Sam e vai em direção ao carro. Dean e Gi o seguem. Jane se vira para o outro lado e uma brisa balança seus cabelos.

- Foi minha culpa. – sussurra ela para si mesma. Em seguida vai até o carro, entra e os quatro partem em busca de outro caso.

...

Fim do Oitavo Capítulo da Segunda T. de Supernatural


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Notas finais do capítulo

Reviews??? Continuem lendo... Bjsss... ^.^



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