Supernatural: Segunda Temporada escrita por Mabel_Cullen


Capítulo 10
Capítulo 10: Caçado


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem pela horrível demora... aconteceu uns problemas no meu pc e não tinha como eu escrever... Sinto muito mesmo, nao aguentava mais ficar sem meu pc... Por favor não parem de ler e mandar reviews!!! Bjsss à todos. XD



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/65481/chapter/10

Em um psicólogo, um jovem de cabelo preto jogado se senta em uma poltrona à frente de um homem que põe um gravador na mesinha que os separa.

- Não tenha medo, Scott. – diz Dr. George arrumando seus óculos. – Você pode me dizer qualquer coisa. Você sabe. Tudo o que disser não vai sair dessa sala.

- Começou há pouco mais de um ano. – começa o rapaz. – Enxaqueca. Depois, eu descobri que podia fazer coisas.

- Como assim? – pergunta o homem.

- Eu tenho um certo poder. – responde ele. – Quando eu toco uma coisa, eu posso eletrocutá-la se quiser.

- Como você sabe? – pergunta George encostando uma das mãos no rosto, o apoiando.

- Eu fiz com o gato do vizinho. – responde Scott normalmente, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. – Fritei as tripas dele como um hambúrguer.

O doutor anota algumas coisas na prancheta em seu colo.

- Você não acredita em mim. – diz Scott vendo-o não mudar de expressão.

- Eu acredito que você acredita. – diz George.

- Então... Quer apertar a minha mão? – pergunta Scott estendendo-a para ele apertar.

- Por que queria matar o gato do vizinho, Scott? – pergunta George ignorando o movimento.

- Eu não quis nada. Ele queria. – responde Scott recolhendo sua mão. – E ele não quer que eu pare.

- Ele quem? – pergunta George.

- O homem do olho amarelo. – responde Scott depois de olhar para os lados rapidamente. – Ele aparece nos meus sonhos. Ele me manda fazer coisas. Coisas horríveis... Mas eu digo que não. Não. Eu não quero.

- O que mais ele diz? – pergunta George.

- Ele tem planos para mim. – responde Scott.

- Que tipo de planos? – pergunta George e a conversa continua até o tempo da consulta terminar. Scott sai do psicólogo tarde da noite. O rapaz começa a andar por uma rua isolada, mas sente passos o seguindo. Ele vai até o estacionamento que fica em baixo de uma ponte por onde passa o metrô, encosta em seu carro e pega as chaves no bolso da calça. De repente, pela janela dele, Scott vê a imagem de um homem atrás de si. Se vira rapidamente, mas é esfaqueado no peito. Scott tenta encostar no homem pára usar seu poder, mas não consegue. O homem pega a faca e a puxa para cima, rasgando o peito de Scott. Muito sangue escorre de sua boca e ele cai morto.

...

Na manhã seguinte, Dean pára o carro no acostamento para eles descansarem um pouco da viagem sem rumo. Todos saem do Impala para respirar.

- Chega. – diz Sam e pára na frente de Jane. – Você precisa me contar o que meu pai te disse naquele dia. Eu tenho o direito de saber, Jane. Por favor.

- Tem a ver com as visões do Sam, não é? – pergunta Dean sério a ela. Jane olha para os lados hesitante.

- Ele disse... – começa ela enquanto recomeça a andar. - Que ele queria que eu olhasse por vocês. Cuidasse de vocês.

- Ele lhe disse isso um milhão de vezes. – diz Sam sem entender indo atrás dela.

- Desta vez foi diferente. – comenta ela olhando para as folhas aos seus pés. – Ele disse que eu tinha... Que salvar você.

Jane levanta a cabeça e olha para Sam. Dean e Giovanna olham os dois se afastarem.

- Salvar do que? – pergunta Sam confuso.

- Ele só disse que eu tinha que salvar você. – responde Jane. – Que nada mais importava. E que se eu não pudesse... Eu...

- Você o que, Jane? – pergunta Sam ansioso.

- Que eu tinha que matar você. – responde Jane de uma vez. Sam a olha fixamente com uma expressão aturdida. – Ele disse que eu ia ter que matá-lo, Sam.

- Me matar? – pergunta Sam. – O que ele quis dizer com isso?

- Eu não sei... – mente Jane.

- Ele devia ter alguma razão para dizer isso, não é? – pergunta Sam ficando nervoso e inquieto. – Ele sabia dos planos do demônio para mim? Será que eu vou para o lado negro? O que mais ele te disse, Jane?

- Nada. Só isso, eu juro. – responde ela olhando para os lados.

- Como pôde deixar de me contar isso? – pergunta Sam nervoso a ela.

- John me implorou para não contar. – responde ela.

- Dane-se! – grita Sam. – Você acha que guardando para você estava me protegendo?!

- Eles estão mesmo brigando? – sussurra Gi encostando-se no carro ao lado de Dean.

- Deixe-os. Uma hora essa questão tinha que ser levantada. – sussurra este de volta para ela enquanto olha Sam e Jane afastados.

- Você não tinha o direito de esconder isso de mim! – continua Sam.

- E você acha que eu queria? – pergunta Jane ficando nervosa também. – Eu preferia que John não tivesse aberto a boca! Que eu não tivesse que andar por aí com isso infernizando minha cabeça!

- Você está com medo, não está? – pergunta Sam. – Está com medo que eu vá para o lado do seu pai, não é? Você tem medo que eu fique que nem ele. Por que se isso acontecer...

- Cala a boca, Sam. – pede Jane com mais raiva.

-... Você vai ter que acabar comigo. – finaliza ele.

De repente Jane fica ofegante, ela põe as mãos na cabeça e se ajoelha nas folhas com dor. Sam a olha surpreso e corre até ela. De repente Jane abre os olhos ainda ofegante. Eles estão completamente vermelhos. Diferente do que ficavam antes. Em seguida ela olha para Sam com um sorriso malígno, o pega pela camisa e o joga em uma árvore com força, o fazendo cair de barriga no chão.

- Dean... Dean! – avisa Gi. Este que ia em direção ao lago se vira rapidamente para ela e segue seu olhar vendo a mudança repentina de Jane. Ele corre até ela para impedí-la.

- Eu vou matar você! – grita Jane e corre em uma velocidade impressionante na direção de Sam. Ela o pega pela camisa novamente e o levanta no ar, pondo seus olhos nos dele.

- O que aconteceu com você? – sussurra Sam vendo surpreso, os olhos vermelhos e intensos de Jane.

- Jane! O que está fazendo? – pergunta Dean chegando perto deles. – Seus olhos...

Ela olha para Dean e joga Sam na árvore novamente o fazendo cair cada vez mais ofegante e fraco.

- Os rapazes Winchester. – diz Jane com um sorriso. – Ótimo. Finalmente, eu posso acabar com vocês.

- O que? – pergunta Dean sem entender. – Jane... O que está dizendo?

- Eu acho que ela não é mais a Jane. – diz Giovanna parando ao lado dele.

- Por que não ficou no carro? – pergunta ele nervosa a ela. – É perigoso.

- Não se preocupem. – diz Jane. – Eu posso fazer com que a morte de vocês seja bem rápida.

- Jane... – diz Sam se levantando lentamente do chão. Ela se vira para ele. – Essa não é você... Não é a Jane que eu conheço.

- Cala a boca! – grita ela e em seguida Sam é levantado no ar, sem Jane precisar usar as mãos, nada. Ela apenas o olha com um sorriso. – Eu sou mais poderosa do que você pensa.

Dean põe a mão dentro do seu casaco lentamente para que Jane não perceba e se vire para ele. Ele pega a arma, a destrava e aponta para ela.

- Me desculpe, Jane. Solte meu irmão, ou eu atiro. – diz ele. Jane dá um sorriso sarcástico enquanto revira os olhos. De repente a arma voa da mão de Dean e se coloca apontada na cabeça dele.

- Não! – grita Giovanna assustada. – Por favor, Jane. Não.

- Me desculpe. – diz Jane sem olhá-la. – Eu tenho que terminar o trabalho do meu pai. É o que ele me mandou fazer.

Em seguida, ela olha para Sam e Dean.

- Adeus, Winchesters. – diz Jane com um sorriso. Dean e Sam fecham os olhos pensando ser o fim, mas de repente Jane cai no chão com as mãos na cabeça e com dor novamente. – Não! Pare! Você não pode me controlar!... Jane deixe-me cuidar disso, você não se importa de verdade com eles... Não! Eu não vou deixar você fazer isso!... Nós somos uma só, Jane. Você pode ter mais poder se me deixar ajudar... Vai embora ou eu vou acabar com você!... Como? Se você quiser me matar, vai ter que se matar também... Está duvidando?!

De repente a arma apontada na cabeça de Dean voa com muita dificuldade até Jane que a aponta para a própria cabeça.

- Não! – grita Sam. – Jane, não!

- Sua última chance! – grita esta. –... Não vai se livrar de mim, nunca.

Em seguida ela cai desacordada na grama. Dean fecha os olhos aliviado e Sam cai de uma altura média direto para o chão.

- Sam! – grita Dean e corre até ele. – Você está bem?!

- Estou... – responde ele com dor, mas conseguindo se sentar. – O que aconteceu aqui?

Os dois e Gi olham para Jane desacordada no chão.

- Eu não sei. – responde Dean.

Em seguida os três a levam até o carro e vão para um motel não muito longe. Eles entram em um quarto e a colocam na cama ainda desacordada.

- Gi, cuida dela. – pede Sam. Esta concorda com a cabeça. Sam se vira para Dean. – Temos que conversar.

Os dois saem do quarto e vão até o deles ao lado.

- Você viu os olhos dela? – pergunta Sam ainda surpreso entrando no quarto.

- E tinha como não ver a intensidade daquele vermelho? – responde Dean com outra pergunta fechando a porta.

- Antes não ficavam vermelhos. – diz Sam. – Tem alguma coisa errada, Dean.

- Sério, Sherlock? – pergunta Dean. – É óbvio. Você não se lembra do jeito dela? Ela queria nos matar, finalizar o trabalho do pai dela.

- Você acha que ela foi possuída por um demônio? – pergunta Sam se sentando em sua cama.

- É pior do que isso, Sam... Pensa. – diz Dean parando em sua frente. – A Jane guarda uma personalidade totalmente diferente dentro dela.

- Você quer dizer... Tipo um monstro? – pergunta Sam. – Tipo uma Jane maligna?

- É. – afirma Dean.

- E nós o despertamos hoje. – diz Sam olhando para o chão.

- Nós nada. – diz Dean nervoso andando pelo quarto. – Você que disse aquelas coisas para ela. Se eu tivesse no lugar dela eu teria feito a mesma coisa. Não teria te contado. Ela te ama, Sam... E quem ama, protege.

- Eu perdi a cabeça, ta legal? – diz Sam se levantando sem tirar os olhos do irmão. – Eu não deveria ter falado aquelas coisas... Você acha que ela vai acordar normal?

- Espero que sim. – diz Dean e dá um sorriso. – Qualquer coisa a Gi grita.

- Não tem graça. – diz Sam. – A Gi não conseguiria nem abrir a boca. Ela já estaria morta antes disso. Você não lembra? O demônio dentro da Jane disse que é mais poderosa do que pensamos. Ela conseguiu me levantar no ar só me olhando.

- Temos que descobrir o que está acontecendo, Sam. – diz Dean. – Apesar de que eu também queria dar um tempo nisso tudo.

- Eu sei, ta bom? – diz Sam. – Ou você acha que eu não queria ter uma vida normal?

- Eu vou lá no quarto delas para ver se está tudo bem. – diz Dean. Sam concorda com a cabeça e seu irmão sai do quarto.

Dean bate na porta ao lado. Sem resposta. Bate novamente, mas continua sem resposta.

- Só pode estar brincando. – diz ele, pega um clips no bolso e abre a porta. Olha para os lados, não há ninguém. – Gi? Jane?

De repente ele vê um pé, no chão do outro lado de uma das camas e corre até lá.

- Gi! Gi! – diz Dean a deitando em seu colo e a chacoalhando. – Acorda! Gi!

Esta dá um gemido e abre lentamente os olhos.

- O que aconteceu? – pergunta ela confusa.

- É o que eu quero saber também. – diz Dean. – Cadê a Jane?

- Na cama, desacordada ainda. – responde ela pondo uma das mãos na cabeça.

- Não, não está. – diz Dean. – Você não se lembra de nada?

- Não. Porque eu estou no chão? – pergunta Gi.

- Ela fugiu. – diz Dean virando para a porta. Os dois vão até o outro quarto e Dean avisa o irmão.

- O que?! – diz Sam sem acreditar. – Por quê?

- Eu não sei. – responde Dean. – A Gi também não se lembra de nada.

- A Jane deve ter usado os poderes nela. – diz Sam. – E agora? Ela pode estar com aquela personalidade maligna de novo... E se ela nunca mais voltar ao normal?

- Não. – diz Gi a ele. – Então porque eu ainda estou viva? Ela teria me matado se ela estivesse com aquela personalidade.

- A Gi está certa. – diz Dean. – Menos mal.

- Então porque ela fugiu? – pergunta Sam aturdido andando de um lado para o outro.

- Talvez porque ela esteja com vergonha e medo de ter que olhar para vocês depois de tudo que ela fez. – diz Gi.

Sam e Dean se olham, ela está completamente certa.

...

Indiana, Lafayette.

Em uma casa, um casal dorme ouvindo o som da chuva em seu quarto. A moça se remexe na cama, está tendo um pesadelo. Uma visão. Ela vê um rapaz sair silenciosamente de madrugada com sua mochila do quarto de um hotel. Ele vai até o estacionamento vazio, olha para os lados e com um ferro comprido e fino consegue destrancar um carro. Coloca sua mochila dentro, entra e sai do hotel. Dirige até uma casa abandonada e sai do carro. Pega um papel no bolso da camisa e compara os números, são iguais. 5637. O rapaz vai até a porta e a abre cuidadosamente com um clips. Entra e dá em um corredor, o atravessa até uma sala, mas encosta em um barbante esticado no chão que destrava uma granada. O rapaz abre a boca de espanto, mas é tarde demais, ela explode. Seu sangue voa na janela. O rapaz é Sam.

...

A moça acorda assustada.

- Amor? – pergunta o rapaz deitado ao seu lado. – Tudo bem?

- Eu tive outro pesadelo – responde ela. – Está tudo bem. Não é nada. Pode voltar a dormir.

- Tem certeza? – pergunta ele sonolento.

- Tenho. – afirma ela.

- Está bem. – diz ele e volta a dormir. Já ela, não consegue mais fechar os olhos, apenas pensa na visão.

...

No dia seguinte, Sam acorda cedinho e sai silenciosamente do quarto do hotel para não acordar Dean e este começar a implicar. Rouba um carro e dirige até o bar da Ellen, por algumas horas. Entra no bar. Os rostos dos caminhoneiros se viram para ele. Sam vai até a bancada e vê Ellen limpando alguns copos.

- Sam. – diz ela calmamente.

- Você não parece surpresa em me ver. – diz Sam com um sorriso.

- Seu irmão tem ligado há algum tempo. – comenta ela. – Muito preocupado com você.

- É. Eu imaginei que estaria. – diz Sam.

- Qual é o problema entre vocês dois? – pergunta Ellen. – E porque a Jane não veio com você. Vocês dois são tão... Inseparáveis.

- Longa história. – diz ele e muda de assunto. – Então... Como vai a Helena?

- Eu não sei bem. – responde Ellen com um sorriso discreto no rosto e olhando para o chão.

- Como assim? – pergunta Sam sem entender.

- Eu não a vejo há semanas. – responde ela. – Ela manda postais de vez em quando.

- O que aconteceu? – pergunta Sam se sentando em um banco à sua frente.

- Bom, depois que ela fez aquele trabalho com vocês... – começa Ellen. - Ela decidiu que queria caçar mais. Eu disse: Não debaixo do meu teto... E ela disse: Tudo bem.

- Então eu devo ser a última pessoa que você quer ver agora. – diz Sam olhando para os próprios pés.

- Ah, não me leve a mal. – diz Ellen com um sorriso a ele. – Eu gostaria de jogar a culpa em vocês. Seria mais fácil. A verdade é que não é sua culpa. Sam... Nada disto é. Eu quero que saiba que já perdoei seu pai há muito tempo pelo que aconteceu com o meu Bill. Eu só acho que ele nunca se perdoou.

- O que aconteceu? – pergunta Sam. Ellen olha para o nada por um instante e muda de assunto.

- E por que você veio aqui, querido? – pergunta ela.

- Preciso de ajuda. – responde ele. Ellen lhe dá um sorriso e chama Ash.

- O que quer que eu encontre? – pergunta este coçando a cabeça.

- Outros médiuns como eu. – responde Sam. – Todos que conseguir. Pesquise por todo o país.

- Mas achei que não havia meio de rastrear todos. – diz Ellen. – Nem todos tiveram incêndios nos quartos como você.

- É. – concorda Sam. – Mas alguns tiveram, comece por aí Ash.

Este vai até seu quartinho no fundo do bar pesquisar. Sam pede uma cerveja. A cerveja nem chega ao final e Ash já sai de seu quartinho.

- Pronto e pronto. – diz ele com um pequeno papel na mão.

- Foi rápido. – diz Sam surpreso.

- Ora, este é o meu trabalho. – diz Ash se sentando em um banco ao seu lado. – Fazer o macaco dançar no teclado.

- Diga o que conseguiu Ash. – pede Ellen.

- Quatro caras batem com o perfil em todo o país. – responde Ash abrindo o papel. – Nascido em 83, mãe morreu no incêndio, a coisa toda.

- Quatro? – pergunta Sam surpreso novamente. – Só isto?

- Sam Winchester de Lawrence, Kansas. – começa Ash. – Max Miller de Saginaw, Michigan. Andrew Gallagher de Guthrie, Oklahoma. E mais um… Scott Carey.

- Tem o endereço? – pergunta Sam.

- Mais ou menos. – responde Ash. – Cemitério da Colina, Lafayette, Indiana. Lote 486.

- Ele morreu? – pergunta Sam.

- Foi morto há um mês. – responde Ash.

- Morto como? – pergunta Sam com os olhos arregalados.

- Esfaqueado. – responde ele. – Em um estacionamento. Tem pouca coisa. Não há suspeitos.

Sam dá mais um gole em sua cerveja e se levanta do banco.

- Obrigado. – agradece ele, levando o papel de Ash.

- Para onde você vai? – pergunta Ellen.

- Indiana. – responde Sam.

- Sam. – chama Ellen e ele a olha. – Vou ter que ligar para o Dean. Tenho que contar onde você está.

- Ellen. Estou tentando descobrir quem eu sou. – diz Sam. – Meu irmão tem boa intenção, mas ele não pode me proteger disto.

Ela continua o encarando.

- Por favor. – pede Sam. Ellen confirma com a cabeça. Sam lhe dá um sorriso e sai do bar em seguida.

- Você ouviu, certo? – pergunta Ellen se virando para o corredor que dá para o quarto de Ash.

- Ouvi. – responde Jane encostando-se à parede de lado com os braços cruzados.

- Você não pode fugir para sempre, Jane. – diz Ellen.

- Não é questão de poder ou não. – diz ela. – Eu tenho que fugir. Eu não posso mais ficar ao lado deles. Eu posso machucá-los. Você não viu as coisas que eu falei para eles. O que eu fiz.

- Jane... Jane. – diz Ellen a acalmando. – Olha, pelo que você me contou, aquela outra personalidade não era você, então...

- É claro que era. – interrompe Jane. – Só que era outra... Eu. Que eu nem sabia que existia. Talvez seja outro feitiço do meu pai.

- O que? – pergunta Ellen.

- Nada. – diz Jane. – Mas... Obrigada Ellen, por não contar a ele e também por me ouvir.

- Sempre que precisar, querida. – diz esta com um sorriso a ela. – Sempre estarei aqui.

- Eu sei. – diz Jane também com um sorriso. – Tchau Ash.

- Tch... Tchau. – diz este que mexia sem parar em seu longo cabelo. Jane sai do bar em seguida. – Ela é tão linda.

- E Já tem dono. – diz Ellen lhe jogando um pano na cara. – Trata de vim me ajudar.

...

Sam vai até a casa de Scott onde morava com os pais. É recebido pelo pai e os dois se sentam na sala.

- Você disse que fez o segundo grau com o Scott? – pergunta o homem ainda abalado pela morte do filho

- Sim, senhor. – responde Sam. – Acabei de saber do que houve. Eu sinto muito.

- Scotty era um bom rapaz. – diz ele. – Mas ele mudou muito recentemente.

- Como assim? – pergunta Sam.

- Começou há cerca de um ano. – começa o homem. – Com dores de cabeça. Depois ele ficou deprimido, paranóico. Pesadelos.

- Pesadelos? – repete Sam. – Ele falou com o senhor sobre esses pesadelos? Sobre o que ele viu?

- Não. – responde o homem. – Ele se fechou comigo. Eu tentei conseguir ajuda, mas não adiantou. Ele só... Se trancava no quarto por dias.

- O senhor me deixa ver o quarto dele? – pergunta Sam educadamente. Em seguida o homem indica onde fica e Sam vai até lá. Olha se há algo de estranho por todos os lados. Livros jogados na estante, cama desarrumada. Sam vai até o criado-mudo e vê três potinhos de remédio receitados pelo psicólogo que Scott freqüentava. Sam olha para a porta e pega um dos comprimidos, guardando-o no bolso da jaqueta. Abre o armário de roupas, afasta os cabides e vê várias colagens de revista no fundo do armário. Todas são de olhos amarelos. Sam os olha assustado.

...

À noite, Sam volta para o motel ‘’Blue Rose’’ que está ficando. Pega as chaves do quarto no bolso da calça e coloca na fechadura. Ouve passos que o seguem já faz um tempo. Sam se vira rapidamente, agarra a pessoa pelos braços e a põe contra a parede. É uma moça, a mesma que teve um pesadelo sobre ele.

- Quem é você? – pergunta ele.

- Por favor. – diz a moça assustada. – Você corre perigo.

Os dois entram no quarto de Sam.

- Tudo bem. – começa ela. – Olha, eu sei o que parece. Mas, eu não sou maluca e não uso drogas, ok? Eu sou normal. Isso está muito fora do meu jeito de agir.

- Tudo bem. – diz Sam a interrompendo. – Fique calma. Qual o seu nome?

- Ava. – responde ela.

- Ava? – repete Sam.

- Ava Wilson. – afirma a moça.

- Ava, eu sou Sam Winchester, ok? – diz ele. – Então... Você estava me dizendo que tem uns sonhos?

- É. Certo. – diz ela sem acreditar que está fazendo isso. – Há um ano, eu comecei a ter dores de cabeça e pesadelos. Eu não pensei muito naquilo, até eu ter esse sonho, onde eu vejo um cara sendo esfaqueado no estacionamento.

Sam a olha surpreso.

- Quando foi isso? – pergunta ele.

- Há cerca de um mês. – responde ela e pega uma reportagem de jornal em sua bolsa. – Mas, alguns dias depois... Eu achei isto.

Sam pega a reportagem onde mostra a notícia da morte de Scott Carey.

- Eu vi esse cara morrer. – comenta Ava apavorada. – Dias antes de acontecer. Eu não sei por que. Eu não sei. Por alguma razão... Meus sonhos estão se realizando. E ontem à noite, eu tive outro.

- Diga. – pede Sam.

- Com você. – conta ela. – Eu vi você morrer.

Sam a olha surpreso e assustado por um tempo.

- Como você me achou? – pergunta Sam.

- Tinha o papel de carta do hotel. – responde Ava. – Eu procurei na internet e o hotel existia, então... Eu achei que tinha que avisá-lo.

- Eu não posso acreditar nisso. – diz Sam olhando para a janela do quarto.

- Claro que não. – diz Ava. – Você deve me achar uma maluca.

- Não. Não. – diz Sam. – Você deve ser uma de nós.

- Desculpe... Uma de... Uma de quem? – pergunta ela sem entender.

- Dos médiuns. – responde Sam. – Como eu.

Ava ainda o olha sem entender.

- Olha, Ava... – começa ele. - Eu tenho visões também. Então, estamos ligados.

Ava dá uma risada sem acreditar.

- Está bem. – diz ela. – Você é louco, que ótimo.

- Não. Tudo bem. – diz Sam. – Diga, por acaso sua mãe morreu em um incêndio?

- Não. – responde ela. – Minha mãe mora em Palm Beach.

- Então você não está no padrão também. – diz Sam. Ava o olha mais confusa ainda.

...

Enquanto dirige pela estrada, o celular de Dean toca.

- Alô? – responde ele.

- É a Ellen. – diz uma voz de mulher do outro lado da linha.

- Oi. Tem notícias do Sam? – pergunta Dean. Gi o olha.

- Tenho. – diz ela. – Mas ele me fez prometer que eu não diria a você onde ele está.

- Vamos, Ellen, por favor. – pede Dean. – Alguma coisa ruim pode acontecer... E eu jurei que ia cuidar dele.

- Dean, dizem que não se pode proteger os que ama para sempre. – diz Ellen. Dean faz uma expressão de decepcionado.

- E eu digo: Dane-se! – continua Ellen. – Para que serve a família?... Ele está em Lafayette, Indiana.

- Obrigado. – agradece Dean e desliga em seguida.

- Nós vamos achá-lo, Dean. – diz Gi acalmando-o.

- Eu sei. – diz ele olhando-a. – E vamos trazer a Jane de volta também.

...

- Por que você não sai da cidade? – pergunta Ava para Sam. – Por favor... Antes que detonem você.

- Não posso. – diz Sam.

- Deus. Por que não? – pergunta ela sem entender.

- Porque tem algo acontecendo aqui, Ava. – responde ele. – Com você, comigo. E existem outros como nós. E todos somos parte de alguma coisa. Eu preciso descobri o quê.

- Tudo bem. – diz Ava se levantando da cadeira ao lado dele. – Quer saber? Dane-se, cara. Porque eu sou uma secretária de Peoria. E eu não sou parte de nada! Está bem?

Ava mostra um anel em sua mão esquerda.

- Está vendo isso? – pergunta ela. – Eu vou me casar em oito semanas. Eu devia estar em casa, endereçando os convites que já estão atrasados por sinal. Mas em vez disso, eu dirigi até aqui para salvar a sua pele. Se você quiser ficar aqui e morrer, legal. Já eu... Vou voltar para o planeta Terra.

Ava pega sua bolsa e vai em direção à porta para ir embora.

- Você não quer saber o que está acontecendo? – pergunta Sam. Ava pára, mas não se vira. – Essas visões não a deixam apavorada? Porque se sair por essa porta agora... Você nunca vai saber a verdade.

Em seguida ela se vira para ele.

- Eu preciso da sua ajuda. – diz Sam a ela. Ava aluga um quarto. – Vai descansar, você deve estar cansada, eu já estou acostumado a ficar acordado até essas horas.

Ela afirma com a cabeça e vai para seu quarto se deitar, mas ao sair do quarto, vê Jane parada olhando no estacionamento para a janela do quarto de Sam. Jane apenas olha parada. Ava se vira, abre a porta e Sam a olha.

- Hum... Eu acho que você tem visita. – diz ela ainda olhando para Jane do lado de fora.

- O que? – pergunta Sam sem entender.

- Tem uma moça aqui do lado de fora olhando para cá. – responde Ava.

- Jane! – diz Sam e corre até a porta. Ava o olha por um segundo e se vira para o estacionamento novamente, mas Jane não se encontra mais ali.

- Ela sumiu! – diz Ava surpresa. – Eu juro, tinha uma moça ali.

- Eu acredito em você. – diz Sam a ela. – Agora... Vá descansar.

- Ok. – diz ela e vai para seu quarto dormir.

Sam tranca sua porta e deita na cama, olhando para o teto sem conseguir fechar os olhos.

- Jane... Eu sei que está aqui. – diz ele. – Por favor, eu preciso te ver. Não consigo ficar sem você. Por favor.

Esta ouve do lado de fora, ao lado da janela, onde a cama é encostada. Jane fecha os olhos sem saber o que fazer.

- Eu peço desculpas por ter falado aquelas coisas, por ter sido grosso com você. – continua Sam. – Sei que sua intenção era me proteger. Me perdoa, por favor.

- Não é culpa sua, Sam. – sussurra Jane para que ele não a ouça. – Não é culpa sua.

- Eu preciso tanto te ver. – continua ele olhando para o teto. – Preciso tocar em você, te abraçar, te beijar. A gente nunca teve um momento a sós. Não grande o suficiente pelo menos.

Jane dá um sorriso enquanto olha para o chão.

- Eu acho que você, Dean e a Gi podem continuar bem sem mim. – sussurra ela. – Mas... Eu sempre estarei de olho em vocês... Sempre.

Em seguida Jane vai embora e Sam finalmente adormece.

...

No dia seguinte Sam e Ava vão até o consultório do Dr. George, que Scott freqüentava.

- Então... Você é nova na cidade? – pergunta o Doutor para Ava, que marcou uma consulta com ele apenas para distraí-lo.

- Sou. – responde ela.

- E porque decidiu fazer terapia? – pergunta o Doutor.

- Não faço idéia. – responde Ava com um sorriso.

- Não? – pergunta o Doutor calmamente.

- Não. Eu estou me sentindo muito, muito... Ansiosa, agora. – continua Ava.

- Tudo bem. – diz o Doutor. – Mais alguma coisa?

- Hum... - diz Ava, mas de repente vê Sam passando pela janela do lado de fora atrás do Doutor e se assusta. – Meu Deus!

- O que? – pergunta George se assustando e se virando para a janela, mas Sam é mais rápido e se esconde. Ele se vira para Ava novamente.

- Aca... Acabei de me lembrar. Quando eu era criança, engoli oito balinhas e tomei uma lata de refrigerante. – diz Ava rapidamente. – O senhor acha que isso conta como uma tentativa de suicídio?

O Doutor a olha meio confuso.

...

Quando a terapia acaba, Ava e Sam voltam para o quarto de hotel. Sam põe os arquivos das terapias de Scott na mesa de canto para analisá-los. Ava anda de um lado para o outro com uma expressão de assustada.

- Você está bem? – pergunta Sam.

- Se eu estou bem? – pergunta Ava o olhando.

- É. – afirma Sam.

- Eu acabo de ajudá-lo a roubar a ficha médica confidencial de um cara morto. – diz ela nada feliz. Sam a olha com medo que ela desista, mas Ava abre um enorme sorriso. – Eu sou demais!

Sam lhe dá um sorriso. Em seguida eles começam a escutar a gravação que Scott fez em sua ultima seção de terapia onde diz: ‘’ Começou há pouco mais de um ano. Enxaqueca. Depois, eu descobri que podia fazer coisas. ‘’. Doutor: ’’ Como assim coisas?’’. Scott: ‘’ Eu tenho um poder. Quando eu toco uma coisa, eu posso eletrocutá-la, se eu quiser. ’’

Sam e Ava se olham enquanto ouvem atentamente.

Dean e Gi chegam finalmente no motel ‘’ Blue Rose ‘’ em que Sam estáse encontra. Param no estacionamento e ficam olhando as janelas do quartos para ver se o encontram. Dean vê em uma das janelas um rapaz de costas que se vira em seguida para a janela, pensativo.

- É o Sam. – diz Gi com um sorriso. Dean segue seu olhar.

- Graças a Deus você está bem. – diz Dean aliviado reconhecendo o irmão. Em seguida Sam se afasta da janela e Dean consegue ver Ava lá dentro também com uma expressão séria. – Ah... Você está muito melhor que bem, Sammy, seu malandro.

Gi revira os olhos.

Sam e Ava continuam ouvindo a gravação. Doutor: ‘’ O que mais o homem de olhos amarelos te diz? ‘’. Scott: ‘’ Ele tem planos para mim... Ele diz que vai haver uma guerra. Que pessoas como eu... Nós vamos ser os soldados. Tudo está prestes a mudar. ‘’. A gravação acaba.

- Ele não está falando sobre nós, está? – pergunta Ava não querendo acreditar.

- É. Eu acho que está. – diz Sam.

- E como nós vamos mudar? – pergunta ela.

- Eu não... – começa Sam se apoiando na mesa, mas de repente um tiro quebra o vidro da janela do quarto. Ava grita. – Para o chão!

- O que está havendo? – pergunta ela com medo. Os tiros não param.

- Fique abaixada! – grita Sam.

Gordon continua atirando do lado de fora. Este tenta achar os alvos com seu rifle. Vê a cabecinha de Sam se levantando para espiar e se prepara para atirar. De repente Jane sai de trás de um dos carros estacionados, estica um de seus braços para derrubá-lo do telhado do outro lado da rua, mas Dean chega.

- Gordon! – grita ele chutando o rifle da mão do atirador. Dean se põe em cima dele e começa a socá-lo. – Se você machucar o meu irmão... Eu mato você!

- Dean... Espere. – pede o homem, mas Dean não pára. Gordon alcança o rifle e derruba Dean de cima dele. Este tenta se levantar, mas Gordon bate com o rifle em sua cabeça, o fazendo cair desacordado. Jane corre velozmente até o homem e o pega pelo pescoço, levantando-o no ar.

- Jane! – diz ele com a respiração fraca.

- O que pensa que está fazendo Gordon? – pergunta ela nervosa.

- Tentando matar Sam Winchester. – responde ele com um sorriso.

- Eu te mataria primeiro. – diz Jane com um olhar maligno.

- Você é fraca Jane. – começa Gordon. – Quando se trata do Sam e do Dean você abaixa a guarda e fica vulnerável. Faria qualquer coisa por eles, não é mesmo? Daria sua própria vida no lugar da deles. Você é fraca, Jane... Fraca.

- Cale a boca! – manda Jane fechando os olhos e chacoalhando a cabeça. Sua cabeça começa a doer.

- Seu ponto fraco é esse. – continua ele. – Você se importa demais com eles.

- Pára! – manda Jane com mais raiva, mas é tarde. Ela abaixa a cabeça como se tivesse desmaiado, mas em seguida se volta para Gordon com um olhar vermelho intenso e maligno. Gordon cai no telhado de costas e em seguida começa a se contorcer de dor, enquanto Jane apenas o olha com um sorriso prazeroso. – Quem é fraca agora?

- Pára, por favor, eu imploro! – pede Gordon. – Pára!

- Retire o que disse. – manda Jane. Gordon se contorce mais. – Agora!

- Eu retiro! – diz Gordon e pára de se contorcer em seguida.

- Ótimo, por que eu poderia matá-lo. – diz Jane. – Estou me achando boazinha demais.

Em seguida ela se vira para Dean desacordado.

- Dean. – diz Jane indo até ele e se vira para Gordon novamente. – Até que você pode ser útil.

...

Um tempo depois Sam e Ava sobem em cima do telhado de onde vieram os tiros, mas não há mais ninguém ali. Sam acha algo no chão, se agacha e pega.

- Cartuchos subsônicos, calibre. 223. – diz Sam. Ava o olha confusa. – O cara deve ter um supressor no rifle.

- Cara, quem é você? – pergunta ela sem entender nada do que ele disse.

- Hum... Eu só vejo muito T. J. Hooker. – mente Sam e em seguida pega seu celular.

- Pra quem está ligando? – pergunta Ava.

- Para o meu irmão. – responde ele. – Nós com certeza precisamos de ajuda.

Ava concorda com a cabeça.

- Alô? – responde Dean do outro lado da linha.

- Dean. – diz Sam.

- Sam, eu estava atrás de você. – diz ele enquanto Gordon segura o celular para ele.

- Eu estou em Indiana, Lafayette. – diz Sam.

- Eu sei. – diz Dean.

- Sabe? – pergunta Sam.

- É. Eu falei com a Ellen. – explica ele. – Eu acabo de chegar à cidade. É uma cidade surreal. Você me largou, Sammy.

- É. Desculpe. Ouça... – começa Sam confuso. – Tem alguém me caçando agora.

- O que? – pergunta Dean olhando para Gordon. – Quem?

- Eu não sei. – responde Sam. – É o que precisamos descobrir. Onde você está?

- Estou na Rua Monroe, 5637. – responde Dean. – Porque não vem até aqui?

- Claro. – diz Sam e desliga o celular em seguida.

...

Gordon também desliga o celular.

- Foi assim tão difícil? – pergunta ele.

- Dane-se. – diz Dean nervoso.

- É? – pergunta Gordon com um sorriso enquanto força mais as cordas que prendem Dean em uma cadeira. – Só que desta vez eu não estou sozinho.

Gordon se vira para o corredor da casa. Em seguida Jane entra na sala com um sorriso para Dean que arregala os olhos.

- Jane?! – pergunta ele sem acreditar. – O que...

De repente Dean vê os olhos vermelhos dela.

- Droga. – sussurra ele.

- Olá Dean. – diz Jane. – É sempre um prazer te ver novamente.

Dean apenas a olha.

- Você pode até achar que o Gordon é idiota, porque isso ele é. – diz Jane. Gordon a olha com raiva. Jane lhe devolve um olhar maligno e ele abaixa a cabeça. – Mas nunca duvide de meus poderes, nunca ache que poderá me enganar... ‘’ É uma cidade surreal. ‘’, patético. Um código entre você e o Sam para um saber que o outro está em perigo. Bom... Não vai mudar nada mesmo.

...

- O que foi? – pergunta Ava vendo a expressão nervosa de Sam.

- Meu irmão está com problemas. – responde ele.

- O que? – pergunta ela.

- Ele falou em código. – responde Sam anotando em um papel a rua e o número da casa em que o irmão está.

- Código? – pergunta Ava ainda sem entender.

- É. Cidade Surreal. – explica ele. – Foi ele que inventou. É uma longa história. Vamos.

Em seguida os dois saem do telhado.

...

- Gordon. – diz Dean enquanto o homem abre uma mochila com armas. – Eu sei que eu e Sam não somos seu pessoal favorito. Mas, isto não é meio radical?

- O que? Você acha que é vingança? – pergunta o homem. Jane apenas encosta-se a uma das paredes e olha janela a fora.

- Nós deixamos você amarrado em meio à sujeira, por três dias... – começa Dean, mas pára e dá risada. – O que foi incrível. Desculpe, eu não deveria rir.

- É. – concorda Gordon nervoso. – Eu estava planejando lhes dar umas palmadas por aquilo... Mas não é assim. Isto não é pessoal. Eu não sou assassino, Dean. Sou caçador. E seu irmão é a caça.

Dean o olha com raiva. Jane se vira para ele com um sorriso.

...

Sam vai com Ava até o carro dela.

- Eu não acho que eu deveria ir embora. – diz ela.

- Eu a quero longe do perigo, Ava. – diz Sam.

- E você? – pergunta ela.

- O perigo não me aborrece. – comenta ele.

- Não, mas você está andando direto para a minha visão. – diz Ava. – É assim que você morre.

- Não importa. – diz Sam. – É meu irmão.

- Talvez eu possa ajudar. – diz Ava.

- Você já fez o que podia. – diz Sam e abre a porta do carro dela. – Agora, volte para o seu noivo.

- Tem certeza? – pergunta ela com uma expressão preocupada.

- É. Eu tenho. – responde Sam com um sorriso. – Vá para casa, Ava. Vai ficar segura lá.

Em seguida ela entra no carro.

- Então... – começa ela abrindo a janela. – Prometa que vai me ligar. Quando você achar o seu irmão. Só para eu saber que está tudo bem.

- Eu prometo. – diz Sam.

...

- Veja. Eu estava fazendo um exorcismo lá em Louisiana. – começa Gordon para Dean. – Uma adolescente. Parecia rotina. Um demônio de segunda. Mas entre a gritaria e a cabeça rodando... A coisa sussurrou algo. Sobre a guerra que vinha.

Jane pára de olhar para a janela e se vira para Gordon interessada no novo rumo da conversa.

- Eu não acho que foi de propósito, acho que escapou. – continua Gordon. – Mas era muito tarde. Despertou meu interesse. E se você sabe fazer um demônio falar, você tem as armas certas.

- E o que aconteceu com a garota que ele estava possuindo? – pergunta Dean.

- Ela não resistiu. – responde Gordon.

- É. Você é um filho da puta mesmo. – diz Dean.

- Não fale da minha mãe. – diz Gordon. Este vai até Dean se preparando para lhe dar um soco, mas seu braço não se move.

- Nem pense nisso. – diz Jane olhando novamente para a janela, mas em seguida vai até eles. Dá um tapa na cara de Gordon e o faz sentar em outra cadeira. Chega bem perto de Dean, passando a mão em seu rosto. – Só eu posso tocar nele. Os Winchesters vão ter o que merecem... Mas na hora certa.

- Eu não acabei de contar a história. – diz Gordon. – O tal demônio me disse que eles têm soldados para lutar na guerra quem vem aí. Humanos, lutando ao lado do inferno, dá para acreditar? Bem... Eles são médiuns. Não são exatamente humanos. Que tipo de escória você tem que ser para se virar contra sua própria raça?

Gordon olha Dean.

- E sabe a maior piada? – pergunta ele. – O demônio disse que eu conhecia um deles... O nosso querido Sammy Winchester.

Dean dá risada.

- Agora... O nível de idiotice extrapolou até para você. – diz ele.

- É. – diz Gordon. – Fala sério, Dean... Eu sei que o Sam tem visões. Eu sei de tudo.

- É mesmo? – pergunta Dean. – Porque um demônio contou para você? E o que te faz pensar que ele não mentiria?

- Ei, Dean... Eu não sou nenhum irresponsável, certo? – diz Gordon. – Eu fiz o dever de casa. Eu confirmei que era verdade. Olhe, você tem contatos no bar da estrada. Eu também. Foi assim que eu achei Sammy para começar. Há um mês, eu achei outro destes monstros, aqui mesmo. Ele podia fritar uma pessoa, só de encostar nela.

- Ele matou alguém? – pergunta Dean.

- Além de bigodinho, o gato? – pergunta Gordon. – Não... Ninguém. Mas ele ia chegar lá. Eles todos vão ser assassinos, Dean. Nós temos que acabar com eles. E isto inclui o Sammy.

- Acha que o Sam vai ser estúpido de entrar pela porta da frente? – pergunta Dean.

- Com certeza ele não vai ser. – diz Jane. – Já que você o avisou, mas nada disso importa agora. Sammy vai olhar o lugar antes. Vai ver Gordon cobrindo a porta da frente. Aí ele entra pelos fundos...

Jane pára, como se escutasse algo dentro de sua cabeça.

- E quando entrar, tropeça no fio. – completa Gordon. – Aí...

Este pega uma granada dentro da bolsa na mesa ao seu lado na cadeira.

- Bum. – diz ele com um sorriso.

- Sam não vai cair na droga da cilada do fio. – diz Dean.

- Talvez você tenha razão. – diz Gordon e pega outra granada. – Por isso, eu armei a segunda.

Dean o olha com raiva, mas ao mesmo tempo assustado.

- Olha... – começa Gordon. – Eu lamento. Eu não queria ter que fazer isto. Não queria mesmo. Mas pelo menos... Vai ser rápido.

Dean olha para Jane que o olha com uma expressão nada feliz também.

...

Um tempo depois, Gordon começa a preparar as armadilhas.

- Qual é, cara? – diz Dean. – Eu conheço o Sam, tá? Melhor do que ninguém. Ele tem mais consciência do que eu. O cara fica culpado de ver pornô na Internet.

- Talvez você tenha razão. – diz Gordon. – Mas um dia, ele vai virar um monstro.

- Como? – pergunta Dean. - Como um cara como o Sam pode virar um monstro?

- Eu não sei. – responde Gordon. – Mas ele vai.

- Não, você não sabe! – diz Dean.

- Estou surpreso com você, Dean. – diz Gordon. – Ficando emocional. Eu achei que você era mais profissional...

Dean dá uma risada sarcástica.

- Olhe, vamos dizer que estivesse rodando naquele seu carro. – começa Gordon. – E Hitler estivesse no banco do passageiro. No tempo que ele era só um artista pateta. Mas você sabia que ele ia ser um mostro algum dia. Você atirava nele. Sem pensar. Não estou certo?

- Não é o Sam. – diz Dean.

- É sim. – diz Gordon e põe sua mão no ombro dele. – Você só não está vendo ainda. Dean, é o destino dele. Olhe... Eu entendo. Ele é seu irmão. Você ama o cara. Isto deve doer para caramba.

Em seguida ele pega um pano enrolado em sua mala e amarra na boca de Dean.

- Mas tem o seguinte... – começa Gordon. – Mesmo ficando arrasado. Mas seu pai... Se a situação obrigasse, ele teria a coragem de fazer a coisa certa. Você tá me dizendo... Que é menos homem que ele?

...

À noite, Sam chega no lugar indicado por Dean. Uma casa velha caindo aos pedaços. Sam Ele encosta-se à uma das paredes e espia pelos buracos. Vê Dean amarrado em uma cadeira com o pano na boca e Gordon sentado ao seu lado com um rifle na mão. Vai até o fundo e abre a porta com um de seus clips.

- Ouviu isso? – pergunta Gordon com um sorriso à Dean. Jane que está no corredor, anda de um lado para o outro, pensativa. Ela recebeu uma mensagem em sua cabeça dizendo que Sam não pode morrer, os planos mudaram de rumo. Mas e se for mentira? E se alguém está manipulando sua cabeça? Ela não sabe ao certo o que fazer.

 - Merda. – diz Jane e corre ao encontro de Sam. Este entra na casa e de repente uma das granadas explode. Dean berra, mas o pano abafa o grito.

- Espere. – diz Gordon calmamente. – Ainda não. Espere para ver.

De repente a segunda granada explode. Dean se contém com lágrimas nos olhos e Gordon se levanta com uma expressão de vitória.

- Desculpe, Dean. – diz ele.

Sam abre os olhos lentamente, algo o empurrou para a parede antes que ele tropeçasse no segundo fio, mas mesmo assim a granada explodiu.

- Jane. – diz ele a olhando à sua frente. Os braços dela rodeiam seu corpo, o protegendo. Jane o olha e Sam vê seus olhos vermelhos. – Você não é...

- Fique quieto. – manda ela e se vira para o corredor que dá para sala onde Gordon e Dean estão. Gordon vai com seu rifle até onde ocorreu a explosão, mas quando entra é mandado diretamente para a parede, ficando grudado lá, sem conseguir se mover. Seu rifle voa para longe e Jane se aproxima dele.

- Jane! O que está fazendo? – pergunta Gordon nervoso sem entender.

- Não posso deixar que o mate. – diz ela a ele.

- O que está dizendo? – pergunta Gordon confuso.

- Sam vai ser útil para o meu pai. – começa ela. – Não posso deixar que você estrague os planos dele. Você acha que eu sou estúpida? Você acha que eu não sei que você ia tentar me matar depois que matasse Sam? Você não sabe com quem está mexendo.

- Vocês são todos monstros. – diz Gordon com raiva.

- Já você... – diz Jane. – Não é nada.

Em seguida ela se aproxima mais de Gordon o tocando. Pega sua cabeça.

- Jane! Não! – grita Sam. – Não faça isso.

Em seguida ela apenas apaga Gordon batendo com o rifle em sua cabeça e cai de joelhos no chão.

- Você não acha que já ficou por tempo demais no meu corpo? – pergunta a verdadeira Jane. – Não, não acho. Estou me divertindo, não estrague. – Nem sonhando sua vaca. – Ah, Jane, você é fraca demais. Se importa demais com os outros que são tão insignificantes – Você está errada, é porque eu me importo com os outros que minha força aumenta e se for para sacrificar a minha vida por eles... Eu sacrifico.

De repente ela pega uma das partes das paredes destruídas e enfia em seu peito.

- Jane! – berra Sam correndo até ela. Jane sente um choque dentro de si e cai deitada no chão. – Jane!

- Eu estou bem. – diz ela com um sorriso à Sam e seus olhos voltando ao normal. Ela põe a mão no peito, onde sangue continua escorrendo. – Eu vou ficar bem, isso não é nada.

- Você não pode me deixar. – diz Sam. – Você não pode.

- Nem que eu quisesse. – diz ela.

Sam lhe dá um beijo e a abraça forte.

- Temos que desamarrar o Dean. – diz Jane e Sam a ajuda a se levantar.

- Tem certeza que você está bem? – pergunta ele preocupado.

- Tenho. – diz Jane com um sorriso. Os dois vão até a sala e tiram as cordas que amarram Dean à cadeira. Este tira o pano de sua boca e olha para Sam que tem alguns pequenos arranhões no rosto.

- Filho da... – começa Dean indo em direção à Gordon.

- Dean. – diz Sam. – Não.

- Nós o deixamos viver uma vez. – diz Dean. – Não podemos cometer o mesmo erro duas vezes.

- Acredite. – diz Jane. – Gordon é passado.

- Então... A nossa Jane voltou. – diz ele com um sorriso e Jane lhe devolve outro.

- Espera... Cadê a Gi? – pergunta Sam estranhando.

- Eu não sei. – diz Dean. – Quando fui enfrentar o Gordon no telhado em frente ao hotel em que você estava, ela sumiu.

- Antes de eu ir tentar te ajudar e acabar me transformando na outra personalidade eu dei um trabalho para ela fazer. – diz Jane a eles.

- Que trabalho? – perguntam Dean e Sam juntos.

- Vocês vão ver. – diz Jane. – Agora vamos.

Os três saem da casa em direção à estrada, mas de repente Gordon sai da casa e começa atirar na direção deles e eles começam a correr.

- Vamos. – diz Jane e os três pulam em um buraco no mato.

- Você chama isso de passado? – pergunta Dean a ela. – O que nós estamos fazendo?

- Confiem em mim, está bem? – pede Jane. – Já estão aqui.

- Quem? – pergunta Sam sem entender.

Gordon continua atirando, indo até eles, mas de repente três viaturas de polícia o encurralam.

- Largue a arma! – manda um dos policiais. – Fique de joelhos!

- Agora! – manda outro policial. – Mãos na cabeça, agora!

Gordon se ajoelha, larga a arma no chão e põe as mãos na cabeça sem acreditar. Os policiais vão até ele e o prendem com a algema. Sam e Dean se dão um sorriso. Giovanna sai de uma das viaturas e vai em direção aos três.

- Você é uma cidadã responsável. – diz Dean a ela que lhe dá um sorriso.

...

Um tempo depois Dean liga para Ellen e conta tudo.

- Gordon Walker estava caçando o Sam? – pergunta ela surpresa.

- E ele quase nos matou... – diz Dean. – Porque alguém aí não conseguiu ficar de boca fechada.

- E você acha mesmo que fui eu? – pergunta Ellen. – Ou Ash, ou a Helena? Não mesmo.

- E quem mais sabe do Sam? – pergunta Dean nervoso. – Você deve ter falado com alguém.

- Você pode dizer muita coisa sobre nós. – diz Ellen. – Mas não somos desleais... E não somos estúpidos, não dissemos uma palavra disto.

- Gordon disse que tinha contatos no bar da estrada, Ellen. – continua Dean.

- Este bar da estrada está cheio de caçadores. – diz ela. – Eles são espertos. São bons rastreadores. Cada um tem seus padrões e contatos. Eu posso dar o nome de uma dúzia deles que podem juntar as peças aqui. Eu lamento o que aconteceu... Mas não posso controlar essas pessoas e no que resolvem acreditar.

Em seguida eles desligam e os quatro põem o pé na estrada com o Impala.

- Sam, já ligou para a Ava? – pergunta Jane.

- Estou tentando há um tempo, mas ela não atende. – responde ele e deixa uma mensagem na caixa postal. – Oi, Ava é o Sam de novo. Ligue quando ouvir a mensagem. Quero saber se você chegou bem em casa. Tudo bem, tchau.

Em seguida ele guarda o celular.

- Espero que esteja tudo bem. – diz.

- Bom, o Gordon vai ficar de molho por alguns bons anos. – diz Dean com um sorriso.

- É. – diz Sam. – Se provarem que ele matou Scott Carey e se ele não fugir.

- Cara, se você fugir daquele jeito de novo... – começa Dean olhando o irmão.

- O que? – pergunta Sam com um sorriso. – Vai me matar?

- Não é engraçado. – diz Dean sério.

- Olha, Dean... Eu vou continuar caçando. – diz Sam. – Venha o que vier pela frente, eu vou encarar. Então se quer realmente me proteger, você vai ter que ficar por perto.

- Idiota. – diz Dean.

- Palhaço. – diz Sam e dá um sorriso.

- Qual a distância até Peoria? – pergunta Jane assustada.

- O que foi? – pergunta Sam notando sua ansiedade.

- Qual a distância? – pergunta Jane novamente.

- Fica a poucas horas daqui. – responde Dean. – Por quê?

- Tem algo de errado com a Ava. – responde Jane olhando Sam.

Dean acelera o carro e em poucas horas chegam à Peoria. Jane indica onde fica a casa de Ava e eles conseguem entrar facilmente nela, onde não encontram ninguém. Todos ligam suas lanternas.

- Tem alguém em casa? – pergunta Sam alto.

Eles entram no quarto do casal e encontram o noivo de Ava morto com muito sangue a sua volta.

- Meu Deus. – diz Sam sem acreditar.

Jane e Dean dão uma olhada por tudo. Jane vai até a janela e toca em algo.

- O demônio esteve aqui. – diz Jane e mostra sua mão. – Enxofre.

Os três a olham surpresos. Sam continua andando pelo quarto, mas pisa em algo, se ajoelha e pega um anel com um diamante na ponta. Dean e Jane o olham...

- Ava. – diz ele com uma expressão triste. Dean, Jane e Gi se olham preocupados.

...

Fim do Décimo Capítulo da Segunda T. de Supernatural


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews??? Bjaoo... ^.^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Supernatural: Segunda Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.